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Veja como fazer uma resenha

Como fazer uma resenha completa: guia completo com 7 passos

Escrever uma resenha completa é uma habilidade fundamental para quem deseja analisar obras literárias, acadêmicas, cinematográficas, ou de qualquer outro tipo.

Mais do que apenas um resumo, a resenha inclui uma análise crítica, que oferece ao leitor uma visão aprofundada sobre a obra, destacando seus pontos fortes e fracos.

Neste artigo, vamos explorar como fazer uma resenha detalhada, com 7 passos explicando as melhores formas de escrever e facilitar a sua vida. Você vai saber ainda o que é exatamente uma resenha, seus tipos e muito mias.

Confira!

O que é uma resenha?

A resenha é uma análise crítica de uma obra, podendo ser um livro, filme, artigo ou até mesmo uma peça de teatro. Ela tem como objetivo interpretar e avaliar o conteúdo de maneira reflexiva, ajudando o leitor a entender o valor da obra e seu impacto.

Ao contrário de um simples resumo, que se limita a apresentar os principais pontos do conteúdo, a resenha vai além, oferecendo uma interpretação crítica e sugerindo ao público uma visão mais aprofundada do conteúdo e também do contexto material analisado.

Quais são os tipos de resenha?

Há diferentes tipos de resenha, sendo os mais comuns a resenha descritiva, que se limita a apresentar o conteúdo da obra sem emitir opiniões, e a resenha crítica, que faz uma avaliação do material, destacando pontos positivos e negativos.

Em contextos acadêmicos, por exemplo, as resenhas críticas são muito valorizadas por sua capacidade de trazer um olhar mais analítico e reflexivo.

Por sua vez, a resenha descritiva destaca as principais ideias e pontos da obra, com foco em proporcionar informações para uma posterior análise mais aprofundada.

Agora que você sabe o que é uma resenha, vamos aos passos sobre como fazer uma resenha completa.

Como fazer uma resenha de livro em 7 passos?

Agora que você sabe o que é uma resenha, vamos aos passos sobre como fazer uma resenha completa.

Acompanhe as principais características e indicações para redigir uma resenha, com elas nenhum dificilmente você terá algum tipo de impedimento na hora de escrever.

1. Leitura e compreensão da obra

Para começar a escrever uma resenha de qualidade, o primeiro passo é a leitura atenta da obra que será analisada. Com isso, fazer uma leitura completa e sem pressa, de modo que você possa entender a obra em sua totalidade é o passo inicial. Nessa fase, é importante prestar atenção nos detalhes, nas mensagens principais e no estilo utilizado pelo autor ou criador da obra.

Durante a leitura, é interessante fazer anotações sobre passagens que chamaram sua atenção ou ideias centrais que possam ser importantes para a resenha. Esse processo vai ajudar você a ter uma base sólida para a análise crítica.

2. Definir o público-alvo e o propósito da resenha

Antes de começar a escrever, você deve se perguntar e entender para quem a resenha será destinada. O público-alvo determinará o tom e a profundidade da análise.

Se for uma resenha para um contexto acadêmico, por exemplo, você precisará usar uma linguagem mais formal e detalhada, enquanto resenhas para blogs ou sites de entretenimento podem ser mais leves e acessíveis.

Além disso, a resenha deve ter um propósito claro: informar, convencer, ou até mesmo entreter. Definir esse objetivo antes de começar a escrever ajuda a guiar sua estrutura e seus argumentos.

3. Estrutura de uma resenha

Saber como fazer uma resenha envolve dominar a estrutura adequada para esse tipo de texto. Uma resenha bem escrita deve ter as seguintes partes:

Introdução

Na introdução, você deve apresentar o objeto de análise, seja ele um livro, filme, artigo ou outro. Indique o título completo, autor, ano de publicação e outras informações relevantes, como o contexto em que a obra foi criada. A introdução também deve incluir uma breve descrição do tema central da obra, capturando a atenção do leitor desde o início.

Exemplo: “O livro 1984, escrito por George Orwell em 1949, é uma das obras mais icônicas da literatura distópica. Ele retrata uma sociedade totalitária em que o governo exerce controle absoluto sobre os cidadãos, e oferece uma crítica afiada ao autoritarismo.”

Desenvolvimento

O desenvolvimento é onde a resenha ganha corpo. Aqui, você deve fazer um resumo dos principais pontos da obra, seguido de uma análise crítica. Comece apresentando um breve resumo da trama ou do conteúdo da obra, sem dar spoilers, especialmente se for uma obra de ficção. Em seguida, exponha sua opinião sobre diferentes aspectos da obra, como:

  • Personagens: Se for um livro ou filme, analise a construção dos personagens. Eles são profundos ou superficiais? Você se identifica com algum deles?
  • Estilo de escrita ou direção: O autor ou diretor utiliza técnicas inovadoras? O estilo é acessível ou desafiador?
  • Mensagens e temas: Qual é a mensagem central da obra? Ela consegue transmitir essa mensagem de maneira eficaz?

Um exemplo prático: “Em 1984, Orwell constrói um mundo aterrorizante, onde o ‘Grande Irmão’ vigia cada movimento dos cidadãos. A trama é envolvente, mas o verdadeiro destaque são as reflexões sobre poder e controle social, que continuam relevantes até os dias de hoje.”

Conclusão

A conclusão deve trazer um resumo da sua análise, reforçando os principais pontos discutidos e oferecendo um veredicto sobre a obra. Aqui, você deve responder à pergunta: vale a pena ler ou assistir essa obra? Justifique sua recomendação ou falta dela com base nos argumentos que você desenvolveu ao longo da resenha.

Exemplo: “1984 é uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada em política, filosofia ou na natureza do poder. Apesar de ser uma obra de ficção, suas críticas ao autoritarismo são atemporais e profundas, tornando-a mais relevante do que nunca.”

4. Uso de argumentos e embasamento

Ao aprender como fazer uma resenha, é fundamental que sua análise crítica seja bem embasada. Isso significa que você deve apresentar argumentos claros e consistentes para justificar suas opiniões. Em vez de simplesmente dizer que gostou ou não de algo, explique por que a obra funcionou ou não para você.

Comparar a obra com outras do mesmo gênero, autor ou diretor também é uma boa estratégia. Isso ajuda o leitor a entender melhor a relevância da obra no contexto mais amplo de sua área ou estilo.

 

5. Apresente o autor e o contexto de escrita da obra

Quem escreveu o livro é um poeta, um romancista ou um contista? Onde ele nasceu, em que época ele nasceu, em que cidade, como foi a juventude dele?

Relatar traços da biografia do autor e levantar o contexto no qual uma obra artística foi produzida traz perspectivas essenciais para o entendimento da motivação e das justificativas de um autor para criar.

Além disso, traz elementos ricos e valiosos para o leitor possa se situar no contexto de produção da obra e com isso, ter mais ferramentas para compreender as escolhas de um artista ou produtor de arte.

6. Revisão e edição

Depois de finalizar a escrita da resenha, revise o texto atentamente. Verifique se há erros gramaticais ou de concordância e, principalmente, se os argumentos estão claros e bem estruturados.

Saber como fazer um boa revisão de texto garante que a resenha esteja coerente e que suas ideias sejam comunicadas de forma eficaz.

7. Tom e vocabulário

É importante que a escolha do tom e do vocabulário esteja alinhado ao que você encontra no material analisado. Se por exemplo, se você está escrevendo uma resenha acadêmica, mantenha uma linguagem mais, já que o público leitor desse tipo de conteúdo requer uma abordagem técnica.

Se por outro lado, sua audiência é ampla, prefira um vocabulário menos marcado por jargões e termos muito específicos.

Lembre-se de que a linguagem do material analisado é também uma forma de respeito e compreensão para com o autor que você está analisando e também para com o leitor.

8. Técnicas de SEO para resenhas

Agora que você já entende o básico de como fazer uma resenha, segue uma dica plus para você que publica resenhas em blogs, sites e até mesmo em redes sociais como o Instagram.  Aqui vai um elemento-chave para garantir que seu texto tenha visibilidade online: o SEO ou Search Engine Optimization.

A técnica de SEO envolve um conjunto de práticas que ajudam seu conteúdo a ser encontrado nos motores de busca, como o Google. Aqui estão algumas técnicas de SEO que você deve aplicar ao escrever sua resenha:

  • Palavra-chave: Certifique-se de que a palavra-chave principal “como fazer uma resenha” apareça ao longo do texto, especialmente no título, na introdução, e em subtítulos. Use a palavra-chave de forma natural, evitando repetições forçadas.
  • Meta description: Inclua uma breve descrição da resenha (cerca de 150-160 caracteres) com a palavra-chave. Essa meta description é o que aparece nas buscas do Google.
  • Links internos e externos: Adicione links para outras resenhas ou conteúdos relacionados que possam interessar ao leitor. Isso melhora a experiência do usuário e também ajuda no SEO.
  • Imagens otimizadas: Caso você adicione imagens, certifique-se de que elas estejam otimizadas, com textos alternativos que incluam palavras-chave relevantes.

O que acha de começar a aplicar esses conhecimentos na próxima resenha que você vai publicar? Aproveite para descobrir outras dicas de SEO para autores de livros aplicarem em sites e blogs e com isso, alcançar cada vez mais leitores.

3 Exemplos de resenhas para você se inspirar

Para ajudar nessa jornada, vamos explorar agora exemplos de resenhas bem estruturadas que oferecem insights valiosos sobre como destacar os pontos fortes e fracos de um livro, sem deixar de lado o equilíbrio entre crítica e apreciação. Esses exemplos ajudarão a entender a dinâmica desse gênero de texto, facilitando a criação de resenhas claras e impactantes.

Para isso, escolhemos três materiais para resenhar: A Hora da Estrela, de Clarice Lispector; o estudo acadêmico, a inclusão digital no contexto educacional brasileiro; e, por fim, o filme O Auto da Compadecida, que é uma adaptação da peça teatral homônima de Ariano Suassuna.

1. Resenha de livro com A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

A autora Clarice Lispector, em A Hora da Estrela, nos apresenta a história de Macabéa, uma jovem nordestina que migra para o Rio de Janeiro e vive em condições de extrema pobreza. O livro, narrado por Rodrigo S.M., é uma obra complexa que mescla elementos filosóficos, psicológicos e sociais. O leitor é convidado a refletir sobre questões existenciais e sobre a invisibilidade social daqueles que, como Macabéa, estão à margem da sociedade.

A protagonista é uma figura ingênua e desamparada, sem grandes ambições, que sobrevive em um cotidiano banal e opressor. Clarice constrói, de forma magistral, um universo em que a simplicidade da personagem contrasta com a profundidade das questões que ela suscita. A escrita é envolvente, e o uso de uma narrativa que quebra a quarta parede torna o texto ainda mais introspectivo e reflexivo.

O impacto de A Hora da Estrela está na forma como a autora direcionar o olhar para Macabéa e, ao mesmo tempo, para nós mesmos, para nossas expectativas e preconceitos. A obra é um clássico da literatura brasileira e continua relevante ao abordar temas como alienação, desigualdade e a busca por significado em um mundo aparentemente indiferente.

A Hora da Estrela é um livro imperdível para quem busca uma narrativa densa e provocativa, com a genialidade única de Clarice Lispector. A leitura pode ser desafiadora em alguns momentos, mas o impacto emocional e filosófico vale cada página.

 

2. Resenha de estudo acadêmico Inclusão Digital nas Escolas, de Maria Helena Silveira Bonilha

O artigo “Inclusão Digital nas Escolas” [1], de Maria Helena Silveira Bonilla, apresenta uma discussão profunda sobre o papel das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na educação, destacando a lacuna entre as políticas públicas e a prática pedagógica nas escolas brasileiras. O artigo aborda o conceito de inclusão digital e argumenta que, apesar de várias iniciativas governamentais, como o Proinfo e o Programa Banda Larga nas Escolas, ainda há um distanciamento entre a adoção de tecnologias e o seu uso efetivo para transformar a educação.

Bonilla aponta que a inclusão digital, na maioria dos casos, ainda é tratada como uma abordagem instrumental e fragmentada, sem integrar plenamente as TIC ao currículo escolar. A autora critica a perspectiva limitada de capacitar os alunos apenas para o uso técnico das ferramentas digitais e defende que a verdadeira inclusão digital deveria fomentar a vivência plena da cultura digital, promovendo a autoria e o uso crítico das tecnologias.

No entanto, Bonilla também destaca as dificuldades estruturais e pedagógicas enfrentadas pelas escolas públicas, onde poucos alunos têm acesso às TIC, e ainda menos professores estão capacitados para integrar essas tecnologias de maneira significativa no ensino. O artigo ressalta que, além do acesso às TIC, é necessário um investimento contínuo na formação dos professores, para que possam mediar o uso das tecnologias de forma crítica e inovadora, preparando os alunos para a realidade contemporânea.

O texto sugere que, para uma inclusão digital efetiva, a escola deve ser um espaço de interação crítica com as TIC, e não apenas de consumo de informações. A proposta é que as tecnologias sejam incorporadas de forma integrada e transformadora, potencializando o desenvolvimento de uma cultura digital que possibilite a participação ativa dos alunos na sociedade digital.

Embora o artigo ofereça uma análise clara dos desafios e das políticas públicas em torno da inclusão digital, ele deixa em aberto questões práticas sobre como superar as barreiras estruturais e pedagógicas nas escolas. A autora sugere a necessidade de mais investimentos, não apenas em infraestrutura, mas também na capacitação docente e na mudança da cultura educacional para abraçar as TIC de forma integral.

Em suma, o artigo “Inclusão Digital nas Escolas” destaca a importância de uma abordagem mais crítica e colaborativa da inclusão digital, sugerindo que a transformação da educação através das TIC deve ir além do uso instrumental e superficial das tecnologias, propondo uma vivência mais plena e significativa da cultura digital nas escolas.

3. Resenha do Filme O Auto da Compadecida (2000)

Baseado na obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida é um dos filmes mais queridos do cinema brasileiro. É um dos muitos casos de filmes baseados em livros que se tornaram populares e campeões de bilheteria. O longa, dirigido por Guel Arraes,  é uma comédia que mistura elementos de cultura popular nordestina com crítica social e religiosa, retratando a esperteza e o carisma de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois personagens que tentam sobreviver às adversidades do sertão.

A trama se passa em uma pequena cidade do interior da Paraíba, onde João Grilo e Chicó enganam ricos e poderosos para se manterem vivos. O filme é repleto de cenas cômicas, diálogos afiados e momentos de reflexão sobre a fé, a moralidade e a justiça. No ponto alto da história, a Compadecida (Fernanda Montenegro) aparece como uma figura divina para interceder no julgamento dos personagens, oferecendo uma visão mais compassiva e crítica sobre o destino humano.

A direção de Guel Arraes captura a essência do teatro de Suassuna, misturando realidade e fantasia de maneira única. O filme é visualmente vibrante, com cenários simples, mas carregados de simbolismo, e conta com um elenco de peso que dá vida a cada personagem de forma magistral. Destaque para a atuação de Matheus Nachtergaele, que consegue equilibrar o cômico e o dramático com naturalidade.

O humor de O Auto da Compadecida transcende o entretenimento e se torna um meio de discutir temas profundos da cultura brasileira, como a religiosidade, a corrupção e a desigualdade social. É uma obra atemporal, que continua encantando gerações. Ou seja, O Auto da Compadecida é um clássico do cinema nacional que combina perfeitamente humor, crítica social e uma reflexão profunda sobre o ser humano. Uma obra imperdível para quem aprecia o melhor do cinema brasileiro e da cultura nordestina.

Agora que você saber que escrever uma resenha completa exige prática, atenção e uma boa dose de análise crítica. Ao seguir esses passos para fazer uma resenha, você poderá construir textos informativos, envolventes e bem fundamentados, que serão úteis tanto para o público.

Lembre-se de que uma resenha vai além de um resumo; ela é uma oportunidade de refletir e compartilhar sua interpretação pessoal de uma obra, contribuindo para o enriquecimento cultural de seus leitores.

Neste conteúdo, além dos exemplos de resenha, você viu 7 dicas para escrever o seu texto, conheceu os tipos de resenha e como ela deve ser estruturada. Espero que essas dicas sejam muito úteis para você!  Que tal exercitar um pouco seu talento para resenhas com um dos 25 livros clássicos que marcaram a história da literatura mundial?

Nos vemos em um próximo conteúdo!

Referências:

[1] BONILLA, Maria Helena Silveira. Inclusão digital nas escolas. Educação, direitos humanos e inclusão social: histórias, memórias e políticas educacionais. João Pessoa: Editora universitária da UFPB, v. 1, p. 183-200, 2009. Disponível em< http://www.universidadenova.ufba.br/twiki/pub/GEC/RepositorioProducoes/artigo_bonilla__mesa_inclusao_digital.pdf>. Acesso em 15/10/2024

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