Os livros de ficção talvez sejam os mais envolventes e que mais aguçam a nossa capacidade de imaginação, exigindo grande criatividade dos autores.
Não por acaso, é um gênero extremamente complexo e difícil de se escrever. Mesmo assim, sabemos que há muitos escritores que adorariam ter uma obra publicada para os fãs de histórias de ficção científica.
Uma das dicas para superar o bloqueio criativo e colocar a escrita em dia é justamente ler. Então, pensando nos autores que desejam publicar um livro de ficção científica um dia, escolhemos 10 livros clássicos do campo da ficção que pode ler para inspirar sua criatividade. Confira!
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1. O Guia do Mochileiro das Galáxias (1979)
O Guia do Mochileiro das Galáxias, uma série cômica de ficção científica do autor Douglas Adams, teve sua origem na transmissão pela BBC Radio 4 em 1978. Posteriormente, experimentou adaptações em diversas formas, alcançando status de maior obra representativa da cultura Geek do mundo.
Essas adaptações incluíram apresentações teatrais, uma série de cinco livros lançados entre 1979 e 1992, um sexto romance por Eoin Colfer em 2009, uma série de TV em 1981, um jogo de computador, em 1984, e três séries de quadrinhos pela DC Comics de 1993 a 1996.
O título da série refere-se a um fictício dicionário excêntrico chamado O Guia do Mochileiro das Galáxias, que fornece definições e opiniões abrangendo todo o universo. Este guia é destacado na narrativa, definindo a Terra como “praticamente inofensiva”.
No primeiro livro, o planeta terra está prestes a ser destruído, quando um extraterrestre disfarçado (Ford Prefect) decide por algum motivo (talvez, o da história existir) salvar o personagem principal Arthur Dent.
Arthur é um sujeito desafortunado que estava preocupado com sua casa que seria destruída pela prefeitura para a abertura de uma nova rua.
Há uma pergunta fundamental sobre a vida que somente quem lê o livro tem a resposta, a qual diz que o universo é representado pelo número “42”. Você sabe o porquê?
Essa é uma leitura que, sem dúvidas, vale a pena, pois as representações anárquicas do livro exigirão muito da sua imaginação e poderão aguçar sua criatividade quando você sentar-se para escrever suas obras.
2. 1984 (1984)
Você gosta de ler histórias distópicas que estimulam a capacidade de reflexão sobre as estruturas da sociedade atual? Assim é este clássico de George Orwell.
O livro “1984” é considerado uma distopia, pois, a partir de um enredo ficcional, explora formas reais de organização social, como: ausência de privacidade, controle da população, atividades coletivizadas, desaparecimentos e execuções.
Certa vez, Orwell contou que se inspirou na Conferência de Teerã, em 1944, para criar sua obra. Essa conferência foi a primeira de uma série de acordos entre as superpotências durante a Segunda Guerra Mundial.
O mundo distópico de “1984” é dominado por totalitaristas, caracterizado por uma guerra constante entre nações, intensa vigilância governamental e manipulação pública.
Nessa realidade, o governo impõe a vigilância do “Grande Irmão”, cujo poder é absoluto e inescapável, e seu lema é:
“GUERRA É PAZ, LIBERDADE É ESCRAVIDÃO, IGNORÂNCIA É FORÇA.”
Representado por quatro ministérios, o partido controla a verdade, a guerra, a economia e a espionagem. Winston Smith, o protagonista do romance, representa uma voz destoante em meio ao regime.
Anteriormente membro do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, sua tarefa era alterar dados históricos para alinhar-se com a ideologia do partido.
A verdade era manipulada e, quando impossível de ser mascarada, era destruída. A manipulação estendia-se às estatísticas, jornais e à reescrita da história para criar uma falsa sensação de bem-estar.
Um lema importante do regime era “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”.
Cartazes pelas ruas alertavam: “O Grande Irmão está de olho em você.” A vigilância era onipresente, manifestada em telas que monitoravam e transmitiam mensagens em lugares públicos, íntimos e até mesmo dentro das residências.
Para nós, leitores, a obra é excelente para praticarmos o método de leitura sintópica, ampliando nossos horizontes sobre estilos de produção literária.
3. As Brumas de Avalon (1979)
As Brumas de Avalon” é uma série de quatro livros escrita pela autora norte-americana Marion Zimmer Bradley. Publicados entre 1979 e 1987, os livros recontam a lenda do Rei Arthur a partir da perspectiva das mulheres envolvidas na história.
Cada livro da série desenvolve a narrativa sob o ponto de vista de uma personagem diferente, proporcionando uma visão única e feminina das lendas arturianas.
Os quatro livros que compõem a série “As Brumas de Avalon” são:
A Senhora da Magia (The Mists of Avalon – 1979): O primeiro livro é centrado em Morgana Le Fay, meia-irmã do Rei Arthur e sacerdotisa de Avalon. A história explora a relação de Morgana com a magia, a religião de Avalon e seu papel nas intrigas da corte.
A Grande-Rainha (The High Queen – 1980): o segundo livro é narrado por Gwenhwyfar (Guinevere), esposa do Rei Arthur. A trama aborda o conflito entre as antigas crenças de Avalon e a ascensão do cristianismo na corte, além dos dilemas morais enfrentados por Gwenhwyfar.
O Gamo-Rei (The King Stag – 1983): narrado por Kevin, um monge que se torna arcebispo, o livro explora a relação entre o cristianismo e as tradições pagãs, bem como o destino de Camelot e a busca pelo Graal.
O Prisioneiro da Árvore (The Prisoner in the Oak – 1987): último livro da série, narrado por Morgause, irmã de Morgana e mãe de Mordred aborda o declínio de Avalon, a morte do Rei Arthur e os eventos finais da história.
A série “As Brumas de Avalon” é conhecida por sua abordagem única e feminista das lendas arturianas. Ele reexamina eventos familiares sob uma nova luz e explora as complexidades dos personagens femininos muitas vezes marginalizados nas histórias tradicionais do Rei Arthur.
Para os leitores que amam a literatura clássica, as obras de Marion Zimmer Bradley são fundamentais, já que trazem uma abordagem diferente da literatura fantástica e na reinterpretação de mitos clássicos.
Você já conhece quais são os tipos de ficção na literatura? Acesse nosso blog post sobre o assunto e confira!
4. Blade Runner “Andróides sonham com ovelhas elétricas?” (1968)
Talvez, você já tenha assistido o filme Blade Runner (1982) estrelado por Harisson Ford, mas você já leu o clássico Andróides sonham com ovelhas elétricas?
A obra lançada em 1968 por Philip K. Dick traz uma visão futurística do nosso planeta. A história se passa no ano de 1992 (ou 2021 nas edições mais modernas), um período em que, após uma guerra global devastadora, deixou a atmosfera terrestre radioativamente poluída.
Visando preservar a integridade genética da humanidade, os sobreviventes são incentivados a emigrar para colônias fora do planeta. Para que as pessoas aceitem deixar a Terra, são oferecidos robôs humanoides que serão usados como servos às famílias.
Esses androides são fabricados pela empresa Rosen Association, em Marte, no entanto, alguns deles rebelam-se e fogem para a Terra, onde tentam permanecer disfarçados entre os humanos.
Como resultado, os departamentos de polícia americano e soviético mantêm caçadores de recompensas, conhecidos como blade runners, para localizar e “aposentar” esses androides.
A realidade na Terra é totalmente diferente nessa nova era e possuir animais reais tornou-se um símbolo de status, devido à raridade causada por extinções em massa. Por isso, os menos abastados só podem adquirir imitações realistas de animais robôs.
Também surgiu uma nova religião baseada em tecnologia chamada Mercerismo, que conecta os usuários a uma realidade virtual de sofrimento coletivo por meio de “caixas de empatia”.
Nesse sentido, ter animais de estimação reais e conectar-se às caixas de empatia são as principais maneiras de busca por realização existencial na história. Já imaginou?
Com certeza, a ideia do autor é dotada de muita criatividade e serve de inspiração para muitos autores que desejam ter sucesso no nicho da ficção científica.
5. Admirável Mundo Novo (1932)
Título mais antigo da lista, Admirável Mundo Novo é um livro escrito por Aldous Leonard Huxley e também tem sua trama construída com base em um regime autoritário, manipulação genética e ficção especulativa.
Embora tenham surgido na primeira metade do século XX, esses temas seguem relevantes até os dias atuais.
A narrativa acontece em uma sociedade rigidamente organizada com base em princípios científicos, onde o psicólogo Bernard Marx experimenta uma sensação de inadequação ao se comparar aos outros membros da sociedade.
Ao descobrir uma colônia que preserva costumes de uma sociedade anterior, Bernard percebe as disparidades entre essa civilização e a atual. Impulsionado por um sentimento de inconformismo, ele desafia o mundo ao seu redor.
A narrativa de Bernard transcorre em um ambiente no qual a literatura, música e cinema têm apenas a função de consolidar a alienação; um universo que elogia o progresso técnico, a produção em massa e a uniformidade em detrimento da diversidade.
Muitas das previsões de Huxley, como a tecnologia reprodutiva, as técnicas de aprendizado durante o sono e a manipulação por condicionamento psicológico, foram confirmadas anos mais tarde.
Ao lado de obras como “Blade Runner” e “1984”, que criticavam governos totalitários de diferentes ideologias, “Admirável Mundo Novo” está na lista dos livros mais relevantes e influentes de todos os tempos.
O clássico de Huxley não é apenas um exercício perspicaz de futurismo ou ficção científica, mas uma análise contundente sobre o autoritarismo no mundo desde sua publicação em 1932, continuando a ecoar em nossos dias.
6. Fahrenheit 451 (1953)
“Fahrenheit 451” é uma ficção científica clássica escrita por Ray Bradbury e lançada pela primeira vez em 1953. O conceito inicial do livro surgiu em 1947 com o conto “Bright Phoenix”, que só seria publicado em 1963 na revista The Magazine of Fantasy & Science Fiction.
Ambientado nos primeiros anos da Guerra Fria, o livro critica o que o autor percebia como disfuncionalidade crescente na sociedade americana. A narrativa apresenta um futuro em que todos os livros são proibidos, opiniões individuais são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é reprimido.
O protagonista, Guy Montag, trabalha como “bombeiro” e sua função é queimar livros. O número 451 representa a temperatura em Fahrenheit necessária para queimar papel, equivalente a 233 graus Celsius.
O livro descreve um futuro não especificado em uma América hedonista e anti-intelectual, onde a leitura de livros é proibida e qualquer pessoa pega com livros é, no mínimo, confinada em um hospício.
Nesse novo mundo, as pessoas que secretamente liam livros começam a se revelar, compartilhando o conhecimento que possuem e destacando como isso pode transformar positivamente a vida de todos.
O romance termina com um tom otimista, indicando que a sociedade conhecida por Montag foi quase completamente destruída, e uma nova sociedade está emergindo, com um destino ainda incerto.
7. Eu, Robô (1950)
“Eu, Robô”, um dos grandes clássicos da ficção científica escrito por Isaac Asimov em 1950, é composto por dez contos que narram a evolução dos robôs ao longo do tempo.
É bem provável que você tenha assistido o filme homônimo, estrelado por Will Smith como o detetive Del Spooner. No entanto, a história apresentada nas telas é consideravelmente diferente do livro.
A obra literária é fundamental para a compreensão das Três Leis da Robótica, princípios que moldam o comportamento dos robôs e que alteraram profundamente a percepção sobre eles na ciência.
A narrativa começa com uma entrevista com a Dra. Susan Calvin, psicóloga roboticista da U.S Robots & Mechanical, que atua como fio condutor da obra, relatando suas experiências e a evolução dos robôs.
A narrativa começa com o conto “Robbie”, apresentando um robô-babá não vocal que enfrenta discriminação e repúdio, levando à proibição do uso de robôs na Terra.
O desdobramento dos contos culmina no último, no qual a Terra é governada por um “Coordenador Mundial”, Stephen Byerley (sob suspeita de ser um robô), que gerencia o planeta com o auxílio de quatro “máquinas” que determinam o funcionamento da produção, consumo e emprego da mão-de-obra.
Os contos variam em tom, sendo alguns mais leves e emocionantes, como “Robbie”, enquanto outros, como “Razão”, instigam reflexões sobre religião e a condição humana. Sem dúvidas, uma leitura obrigatória para todos os fãs de ficção científica.
Já pensou em publicar um livro de ficção baseado nas suas experiências? Confira dicas para colocar essa ideia em prática!
8. A Guerra dos Tronos “As Crônicas de Gelo e Fogo” (1996)
“A Guerra dos Tronos” marca o início da renomada série internacional best-seller, “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que serviu como base para a bem-sucedida adaptação televisiva da HBO, “Game of Thrones”, que reúne fãs do mundo todo.
No universo criado por George R. R. Martin, o verão pode se estender por décadas, enquanto o inverno perdura por toda uma vida.
A trama se inicia com a proclamação do Lorde Eddard Stark como a nova Mão do Rei, um cargo que ele aceita relutantemente devido à sua honra.
A aceitação do cargo o força a deixar sua casa em Winterfell e se dirigir à corte, onde a moralidade é muitas vezes subjugada pelo interesse próprio e onde um inimigo morto pode ser objeto de admiração.
Enquanto está longe de sua família, Eddard se enreda cada vez mais nas perigosas intrigas de Porto Real, sem perceber os perigos ainda maiores que se aproximam.
Ao norte de Winterfell, nas florestas, forças sobrenaturais começam a se manifestar por trás da Muralha que protege a região. Nas Cidades Livres, um jovem Rei Dragão exilado devido à rebelião de Robert planeja sua vingança e anseia por recuperar sua herança familiar: o Trono de Ferro de Westeros.
O mundo retratado na obra revela elementos de fantasia, como exércitos de mortos-vivos e feitiçarias praticadas por sacerdotes vermelhos. Essas habilidades mágicas, executadas dentro de um código restrito, tornam a presença da magia uma raridade nesse mundo crível.
Os personagens apresentam complexidade moral, com os livros explorando de maneira profunda e abrangente os medos, segredos e feitos passados de cada um.
A escrita de George R. R. Martin é cativante, oferecendo sensações e detalhes que a série televisiva não consegue reproduzir. A descrição ímpar, o ponto de vista focado em um personagem por capítulo e a escrita envolvente contribuem para uma experiência de leitura única.
A habilidade de Martin em construir dois continentes distintos, Westeros e Essos, inspirados em diferentes períodos históricos e culturas, demonstra uma capacidade imaginativa incrível.
9. Jogos Vorazes (2008)
Se você é fã do gênero, é bem provável que conheça a série de filmes baseada no clássico, The Hunger Games, de Suzanne Collins. O livro, lançado em 2008, iniciou a história da heroína Katniss Everdeen em um mundo que coloca os seres humanos em reality shows em que precisam matar uns aos outros para sobreviver.
Nessa realidade, vencer significa fama e fortuna, já perder significa morte certa. Os jogos acontecem nas ruínas de um lugar outrora conhecido como América do Norte, onde encontra-se a nação de Panem, uma capital rodeada por doze distritos periféricos.
Panem controla a todos e é dura e cruel para manter os demais distritos na linha, forçando-os a enviar um menino e uma menina com idades entre doze e dezoito anos para participar dos Jogos Vorazes anuais, uma luta até a morte que é transmitida ao vivo na televisão para todos.
Katniss Everdeen, de 16 anos, é a protagonista da história e entra para a batalha mortal no lugar da sua irmã mais nova que é sorteada para participar da próxima edição dos Jogos.
Katniss sabe que seria uma sentença de morte para sua irmã, então, passa a frente e decide que vai lutar por sua própria sobrevivência.
E mesmo sem ter a intenção, ela se torna uma forte concorrente. Contudo, para vencer, ela também precisa ir contra seus princípios, já que ela repudia os Jogos que colocam a vida como mero entretenimento para os governantes de Panem. Com certeza, uma leitura inspiradora para os autores de ficção!
10. Birdbox “Caixa de Pássaros” (2014)
“Bird Box” é uma ficção que envolve suspense e terror pós-apocalíptico escrita por Josh Malerman. Publicado em 2014, o livro ganhou popularidade e foi adaptado para um filme homônimo pela Netflix em 2018.
A trama é centrada em torno de uma misteriosa força que ameaça a sobrevivência da humanidade. A história se desenrola em um mundo onde criaturas desconhecidas, quando vistas pelos seres humanos, os levam à loucura extrema e ao suicídio imediato.
Para sobreviver, as pessoas são forçadas a viver com os olhos vendados, evitando qualquer contato visual com o exterior. A narrativa acompanha a protagonista, Malorie Hayes, que, junto com seus dois filhos, tenta navegar por esse mundo perigoso.
O enredo é dividido entre dois momentos temporais: o presente, quando Malorie faz uma jornada perigosa vendada com seus filhos em um barco pelo rio, e o passado, quando o surto inicial aconteceu e ela estava grávida.
A história explora o desafio de viver em um mundo onde a visão é proibida e as decisões difíceis que os personagens enfrentam para garantir sua sobrevivência.
O suspense é construído ao longo do livro, pois os personagens enfrentam não apenas as criaturas misteriosas, mas também ameaças humanas, enquanto lutam para sobreviver em um mundo apocalíptico.
A atmosfera de tensão e a incerteza sobre a natureza das criaturas contribuem para a narrativa cativante e assustadora de “Bird Box”. O livro explora temas de sobrevivência, maternidade, isolamento e a fragilidade da sanidade em condições extremas. Incrível, não é mesmo?
E aí, quais dessas 10 obras estão na sua lista de leituras obrigatórias para se realizar antes de morrer? Quais você ainda não leu, mas pretende ler em breve?
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