Pernambucana de Recife, a autora Alba Maranhão tem parte da sua vida dedicada à docência e aos estudos. Graduada em sociologia, com mestrado em antropologia, fez do conhecimento uma forma de ganhar a vida e de crescer na vida.
No fim de 2023, ela lançou o livro “A Descoberta de Aurora”, um romance envolvente que nos convida a refletir sobre o que a ciência e os mistérios da vida tem a nos dizer.
Na narrativa, a professora Aurora é incumbida por um ex-aluno de avaliar um antigo manuscrito. O material pertencia ao avô do jovem que havia falecido recentemente. Confiando no discernimento de Aurora, o rapaz pede à ela uma leitura cuidadosa e atenta do conteúdo.
Mal sabia a docente que um velho manuscrito com o título “Bem vindo ao mundo da Astrologia, dos Mitos e dos Símbolos” transformaria seu jeito de ver e de pensar a vida.
Nesta entrevista, Alba Maranhão conta sobre o processo criativo que levou a escrita de “A Descoberta de Aurora”, bem como suas influências literárias, o contexto de produção da obra e muito mais. Confira!
1. Como a astrologia serve como ferramenta para o autoconhecimento na jornada de Aurora e qual é a sua visão pessoal sobre a relação entre astrologia e autoconhecimento?
A astrologia tradicional não trata de mostrar o futuro das pessoas. Ela não é uma adivinhação. No entanto, é uma ciência que, através do Mapa do Céu ou Astral, mostra as tendências do indivíduo para a sua vida (profissão, casamento, relação social,…) dando assim subsídio para o autoconhecimento.
2. Quais foram suas maiores influências literárias ao escrever “A Descoberta de Aurora”? Há algum autor ou obra específica que inspirou a criação de Aurora?
Foram muitos livros que pesquisei para fundamentar o meu trabalho, por exemplo: “Trivium Quadrivium”, de Amâncio Friaça; “O Retorno dos Astrólogos” de Edgar Morin; “A Sola do Sapateiro” de Gilbert Durand; “Manifesto Astrológico” de Patrice Guinard, entre outros.
3. Como você construiu a complexidade da personagem Aurora, especialmente em relação às suas inquietações internas e busca por conhecimento?
Na verdade, essa busca pelo conhecimento foi inspirada em mim mesma e pela própria vivência como professora e pesquisadora.
4. Qual foi o desafio de tecer a realidade da pandemia de COVID-19 na trama? Como isso afetou a narrativa e o desenvolvimento dos personagens?
Estava escrevendo o livro quando surgiu a pandemia de Covid-19. Portanto, vivi todo o problema, com mortes de amigos e parentes, isolamento, impedimentos e outros fatores que foram incluídos na história e na construção de personagens.
5. O livro explora a interseção entre ciência, espiritualidade e religião. Como você equilibrou esses elementos sem favorecer um sobre os outros na narrativa?
Procurei deixar claro que a astrologia tradicional não é religião. Ela é um meio que possibilita o autoconhecimento do indivíduo. Assim, quanto mais aprendermos sobre nós mesmos, mais melhoraremos como pessoa. Gosto muito de uma frase de Sócrates que diz: “quanto mais nos conhecemos, mais perto de Deus ficamos”.
6. Pode nos contar um pouco sobre o seu processo de escrita? Como você equilibra pesquisa e criatividade ao desenvolver seus romances?
Apesar de eu ter um histórico de professora e pesquisadora, com experiência em trabalhos acadêmicos, vi que não é tão fácil escrever um romance. Por isso, fiz um curso de escrita criativa para poder entender como é o formato e como se escreve um romance.
7. Qual é a principal mensagem ou sentimento que você espera transmitir aos leitores através de “A Descoberta de Aurora”?
Que cresçam como “ser” através do conhecimento e ampliem sua visão de mundo.
8. Por que você escolheu os ambientes específicos presentes no livro, como o Jardim Botânico, para a narrativa?
O Jardim Botânico é um lugar agradável, harmonioso para conversar tranquilamente, longe de olhares curiosos.
9. O livro aborda várias reflexões sobre a vida moderna. Como essas reflexões se conectam com suas próprias experiências ou observações do mundo contemporâneo?
Compreendo que o mundo está passando por grandes transformações sócio/culturais, onde a tecnologia e todo o cientificismo não conseguiram suprir todas as necessidades do ser humano.
O mundo está robotizando as pessoas, as quais não têm mais tempo para refletir e dialogar. Assim, achei necessário contribuir com esse livro para alertar que existem outros caminhos que nos levam a uma harmonização.
“A Descoberta de Aurora” está disponível em livrarias e plataformas online, sendo uma leitura obrigatória para quem busca um romance que oferece tanto entretenimento quanto iluminação.