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lançamento livro Yoga da Mente

“Yoga é também sobre acordar”, Mirela Fazzio, organizadora do livro “Yoga da Mente”

O Livro “Yoga da Mente”, organizado pela professora Mirela Fazzio, é uma obra que leva o significado do Yoga ao pé da letra. 

O conteúdo é em si uma reunião de textos de alunos, em narrativas nas quais eles compartilham saberes e vivências pessoais e locais, mas que também encontram respaldo na ordem do que é o universal e global.

Assim como prega o Yoga, uma reunião de práticas mentais e físicas, colocadas à disposição de um bem maior e um objetivo comum: o equilíbrio entre as forças da mente e do corpo.

Nesta entrevista, a organizadora Mirela Fazzio, nos traz mais detalhes sobre o processo criativo da feitura do livro, como a jornada pessoal dela e de seus alunos estão representadas na obra e muito mais. Confira!

1) Qual foi a inspiração para compilar “Yoga da Mente: Sobre Histórias que Curam”?

Mirela Fazzio (MF): Há muitos anos os alunos me pediam para reunir minhas histórias num livro. De fato, creio que a minha jornada é mesmo interessante e talvez possa servir de motivação a outros, mas ainda assim, isso não me movia o suficiente para empreender essa empreitada. 

Foi quando, em 2022, tive a ideia de convidar os alunos para escrever esse livro comigo! A proposta era que nos encontrássemos periodicamente para reunir as escritas e, através desse trabalho, os alunos se dedicassem ao exercício de reconhecer o valor de suas próprias trajetórias – e isso foi minha verdadeira inspiração. 

2) Como as práticas de Yoga e meditação influenciam as histórias apresentadas no livro?

MF: A palavra Yoga significa unir e toda a sua prática, seja ela física ou mental (no nosso caso), é direcionada a fim de que possamos integrar as forças que nos habitam – corpo e mente, mente e essência, “coração e razão”, ignorância e conhecimento, etc. 

Reunir histórias humanas sob “o olhar do respeito e da equidade” é também o que define essa filosofia e ciência chamada Yoga. Meditar nada mais é do que treinar formalmente esse olhar, dia após dia, ano após ano.

3) Pode nos contar um pouco sobre sua jornada pessoal e profissional que a levou a criar este livro?

MF: Minha jornada pessoal e profissional, “vida e obra”, desde sempre se misturam. Minha busca por autoconhecimento começou muito cedo, em São Paulo/SP, formalmente aos 10 anos quando comecei a trabalhar no Teatro. 

A arte foi minha primeira escola. Foi onde pouco a pouco descobri que o que gostava mesmo “era de gente”! De lá pra cá, quase 40 anos depois, “muitas águas me conduziram” para essa cidade, onde escolhi “descer raízes” e foi aqui que minha escola floresceu em toda a sua capacidade! 

Yoga da Mente é uma escola localizada fisicamente há 20 anos na cidade de Sorocaba/SP e online pelo mundo. É sobre a arte inesgotável da vida de cada pessoa que comigo veio aprender a se cuidar, se estudar e “plantar suas próprias sementes” em suas comunidades. 

O nosso primeiro livro agora é um registro vivo desse relacionamento, entre a “vida e a obra” de uma professora com seus alunos, dos alunos com sua professora. É nosso o propósito sincero que essas boas sementes que cultivamos aqui possam se espalhar mundo afora, casas adentro.

4) Qual é a principal mensagem que você deseja transmitir aos leitores através deste livro?

MF: Honre sua jornada! O livro em si é a mensagem. Leia cada história como se fosse a sua e logo encontrará o “diamante potente e belo” que nós Yogis valorizamos, e que reside disponível para todo ser humano nessa Terra! 

5) Como você acredita que as histórias de superação e autoconhecimento presentes no livro podem impactar a vida dos leitores?

MF: Sei que a história de cada um de nós, quando contada e “auscultada” do jeito certo se torna naturalmente universal. Cada história no livro, ao mesmo tempo, não é apenas pessoal, é sobre cultivar Fé, Garra, Coragem, Gentileza, Amizade, Sensibilidade, Ousadia, Reverência, e, mais que tudo, a Generosidade. 

É um ato generoso, primeiro para consigo mesmo, quando escolho contar minha história e emoldurá-la com a percepção de que fiz o melhor que estava ao meu alcance, isto é, sem amarras ou culpas que possam “me sequestrar”. 

Desejamos que os nossos leitores assim também possam refazer suas próprias trajetórias a partir desse “olhar gentil”. Quem de nós não precisa fazer esse exercício??  

6) Pode nos falar sobre o processo de seleção e organização das histórias para o livro?

MF: Lançada a ideia inicial para meus alunos – “Vamos escrever um livro juntos?”, abri no grupo oficial de Whatsapp da escola a oportunidade para que todos pudessem se inscrever livremente para a empreitada que seria organizada pela Profa. ao longo do ano de 2022.

Foram “auto escolhidos” 9 destemidos autores!  Promovi encontros, presenciais e online, com dinâmicas muito especiais – leituras, troca de histórias, meditações, etc. – cuja finalidade foi valorizar a criação das narrativas sob 3 eixos essenciais:

  1. Empatia – Como minha história pode impactar o outro?
  2. Identidade – O que na minha história só pode ser revelado por mim?
  3. Território – De onde vem e para onde minha história “me leva”?

Coube à Profa. a “costura” das histórias que “desabrocharam” no livro. Mas sobretudo, a preservação e a manutenção da “fala e da expressão fidedigna” que cada aluno e aluna trouxe para a obra.

7) Existe algum relato ou capítulo do livro que você considere particularmente impactante?

MF: Para ser justa, não poderia escolher um capítulo em especial, seria quase como escolher o aluno que considero mais apto, quando tenho ao meu lado esses yogis tão incrivelmente potentes! Contudo, quero aproveitar para falar um pouco mais sobre a história que traz um elemento importante – “Visão de Janela: Sobre Casas, Bichos e Gente”, da autora Iris Mendonça. 

O Yoga ainda é muitas vezes estereotipado como “o ambiente onde todos são amáveis, generosos e iluminados”. Isso é uma falácia e uma grande injustiça aos yogis históricos que abriram “ferozmente” caminhos onde sequer haviam estradas! 

Esse texto da minha aluna Iris, para mim, “corrige” essa visão tão equivocada do Yoga, “quase um soco no estômago”, como ela mesmo define (risos). É sobre um chacoalhão necessário que devemos submeter a nossa consciência quando a realidade que construímos começa a nos engessar, assombrando os nossos dias. 

A vida é uma experiência rara, “veleiro onde somos o capitão” e não “o piloto automático”. Yoga é também sobre “acordar”: O que cem sonhos podem me dar? Pois se enquanto sonho não durmo. Nem vivo vida normal”.

8) Como a filosofia e as práticas de Yoga podem ajudar as pessoas a enfrentar desafios na vida cotidiana?

MF: O Yoga possui uma “cartilha” muito prática e ao mesmo tempo, tão pouco conhecida no ocidente e no Brasil! Sem nenhum demérito aos dedicados professores de Yoga espalhados pelo nosso país e pelo mundo, mas de fato, as formações dos profissionais não direcionam atualmente, até por simplesmente não existirem didáticas organizadas para tal fim, o atendimento do Yoga exclusivo para o trato emocional e mental. 

Portanto, quando se fala em Yoga, imediatamente se pensa apenas “em tapetinhos e pessoas se exercitando fisicamente”. Yoga é muito, muito mais que isso! Nossa escola busca trazer essa didática e essa “cartilha” que rege os primórdios do Yoga e que descreve 10 princípios ou, como gosto de chamar, leis universais. 

Quero dizer com isso que esses princípios podem ser ensinados e desenvolvidos por qualquer ser humano, de qualquer cultura ou disposição social e versam de forma segura e primorosa, sobre o trato emocional e o funcionamento da mente humana. O Yoga antes de tudo, é uma filosofia elaborada, mas nada supera sua prática que é pura ciência!

9) Quais são seus planos futuros como escritora e organizadora? Há novos projetos em mente?

MF: Neste momento, não tenho planos para o futuro como escritora e organizadora de livros. A prática cotidiana na escola junto aos alunos, dia a dia, é sempre o mais precioso pra mim! 

Mas se surgir “novas paisagens” no nosso horizonte, desde já contamos com “as mãos cuidadosas e excelentes da Viseu”!!! Foi incrível, Pessoal!!! Estamos tão felizes e agradecidos. 

10) Qual é a sua visão sobre o papel da literatura no campo do bem-estar e desenvolvimento pessoal?

MF: Acredito que a literatura tem uma importância primordial para a cultura humana! É na literatura, formal ou informal, que tomamos contato com os registros e a produção de conhecimento do ser humano. Sobre esse setor – bem estar e o desenvolvimento pessoal – não é diferente! 

Registrar ideias, projetos e saberes através dos livros possibilita também que o conhecimento seja acessível a todos, tanto de forma online quanto o livro físico.

No entanto, “cá pra nós” da escola Yoga da Mente, o verdadeiro conhecimento é validado quando há uma prática consistente, persistente e correspondente. 

Os livros inspiram um Mestre, mas só a prática o constitui. 

Deixo um abraço carinhoso e desejo boa leitura a todos! 

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