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Débora Miranda Rodrigues - Autora do livro "O Ser Adolescente"

Entrevista da Psicóloga e Autora Débora Miranda Rodrigues

No mundo literário, encontramos obras que vão além da ficção e têm o poder de informar, educar e inspirar. Débora Miranda Rodrigues é uma autora e psicóloga excepcional que está ganhando espaço e reconhecimento por sua notável contribuição no campo da psicologia e por seu livro “O Ser Adolescente”, publicado pela Editora Viseu.

Débora Miranda Rodrigues - Livro Ser Adolescente

Clique na imagem e acesso o livro na Loja Viseu

A Viseu realizou uma entrevista com a autora para explorar sua trajetória e expertise, bem como para entender a origem deste conteúdo esclarecedor que ela tem compartilhado com seus leitores.

Um pouco mais sobre Débora Miranda Rodrigues

Débora Miranda Rodrigues é uma psicóloga com experiência e conhecimento no desenvolvimento humano, especialmente no período da adolescência.

Com sua profunda observação das complexidades dessa fase da vida, ela está se tornado uma referência respeitada no campo da psicologia e do aconselhamento para adolescentes e seus familiares.

Em seu livro “O Ser Adolescente”, publicado pela Editora Viseu, Débora apresenta uma visão abrangente e empática do universo adolescente, abordando os desafios, as transformações e as questões emocionais que surgem nesse período crucial de crescimento e descobertas.

Com uma abordagem clara e acessível, ela oferece orientações práticas e conselhos valiosos para ajudar pais, educadores e os próprios adolescentes a compreenderem e navegarem pelas complexidades dessa fase da vida.

“O Ser Adolescente” (disponível também na Amazon) destaca-se por seu compromisso em fornecer uma visão holística do desenvolvimento dos adolescentes, explorando não apenas as questões psicológicas, mas também as influências sociais, culturais e familiares que moldam sua experiência.

Débora combina sua expertise como psicóloga com uma linguagem envolvente e clara, tornando o livro uma leitura indispensável para aqueles que desejam compreender melhor a jornada dos adolescentes e promover um ambiente saudável de apoio e compreensão.

Vamos explorar algumas das principais ideias abordadas por Débora Miranda Rodrigues em “O Ser Adolescente” nesta entrevista?

Editora Viseu pergunta: Adolescência: Este é um tema recente, se analisarmos a história da humanidade e considerarmos que os estudos sobre esta fase púbere não são tão antigos como imaginamos. Você acha que já temos um conteúdo consistente sobre o tema, ou ainda há muito a ser explorado?

Débora M. Rodrigues: Com certeza não! Essa afirmação não é baseada somente no que tange produção literária, mas abrange também a escassez presente no campo científico.
São poucos, quando comparados a outros assuntos, os artigos científicos encontrados.
Isso reflete indiretamente também a escassez de profissionais referenciais na área.
Não estou desmerecendo todos os esforços que foram feitos até aqui, mas ressalto a importância de jogar luz nesse assunto, usar o que temos como base, e, produzir mais conteúdos sobre o tema.

Editora Viseu pergunta: A proposta do livro traz uma reflexão sobre o impacto que temos com os adolescentes, mesmo que nós mesmos tenhamos vivido essas experiências de transformação (no corpo, ou psicológicas). Na sua visão, o que faz as pessoas esquecerem como elas eram, não sabendo lidar com os filhos nesta fase?

Débora M. Rodrigues:  Eu diria que o cerne seria a falta de empatia. Nós enquanto filhos durante a fase da adolescência não somos nada empáticos com nossos pais (sei que seria pedir muita maturidade para um cérebro ainda em desenvolvimento).

Mas enquanto pais, já não temos tantas desculpas para não sermos empáticos com nossos filhos.

Nos atemos ao fato de que eles têm o que não tínhamos, de que “estão no lucro”, e esquecemos de olhar para as reais necessidades presentes hoje, na realidade deles.

Editora Viseu pergunta: Você teve outras experiências no ramo da psicologia, sem ser com adolescentes? Conte mais sobre sua trajetória.

Débora M. Rodrigues:  Já tive sim experiências sem ser com adolescentes, mas sempre ligado à família. Gosto de falar que o adolescente é meu paciente, mas a família é a minha missão.

Atuei durante 6 meses na delegacia da mulher da minha cidade, realizando plantões psicológicos supervisionados.

Foi uma experiência forte e incrível pra mim. TODOS os casos que atendi eram sobre demandas familiares. Lembro de pensar sobre como a manutenção e prevenção de várias situações poderiam evitar vários conflitos.

Meu lugar não era de um tratamento, era um plantão. Eu vi pessoas que nunca mais veria outra vez. Para elas o desabafo era suficiente, saber que alguém estava ali para ouvi-las sem julgamentos, já bastava.

Um caso específico nunca vai sair da minha memória: um senhor com aproximadamente 60 anos de idade buscava medida protetiva para a filha que havia se relacionado aparentemente com um maníaco que não aceitava o término.

O senhor chorava e me perguntava: “o que eu vou fazer da minha vida, Dra?” Eu estava grávida, na época. Este foi o caso que mais exigiu de mim.

A polícia estava realizando o trabalho que precisava ser feito, mas eu vi nos olhos daquele pai o desespero, o medo. Eu não poderia resolver a situação dele, mas por algum motivo, por algo que aconteceu naquela sala, aquele senhor saiu falando que estava grato, que estava mais calmo e melhor. A partir daquele dia, aquela família foi o meu foco.

Eu trabalhei também voluntariamente com mulheres grávidas e puérperas em uma Igreja. Nesse contexto eu percebi que desde a gestação, cada fase do desenvolvimento humano tem suas dores e alegrias, e que as pessoas que se preparam para isso, são mais tolerantes quanto à essas questões.

Mas a fase da adolescência é mais uma fase que não vai ser diferente das anteriores. Gosto de falar que ao engravidarem, muitos pais se esquecem que terão filhos adolescentes (e olha que esses pais já foram adolescentes um dia).

Editora Viseu pergunta:  Por que o tema adolescência foi tão relevante para você? Qual dor da sociedade você observou e decidiu que este era o tema certo para abordar?

Débora M. Rodrigues:  Uma das minhas especializações é terapia familiar. Logo que me formei, comecei a me posicionar como terapeuta familiar. A demanda com adolescentes aconteceu de forma natural. Alguns começaram a me procurar.Débora Miranda Rodrigues - Psicóloga e autora do livro Ser Adolescente - autografando livro em evento de lançamento

Ainda na faculdade, nos estágios, atendi adolescentes, e amei a experiência. Lembro que alguns colegas tinham pavor (risos); tinham receio de não saber como conduzir.. e eu tinha uma paciente de 13 anos, muito tímida, mas que um dia chegou com umas imagens no celular pra me mostrar qual era o estilo que ela queria aderir.

E eu amei aquela interação. Atender adolescentes quando eu me formei já não era um bloqueio pra mim.

Além desses adolescentes que vieram por conta própria, tiveram pais de adolescentes que queriam trazer seus filhos praticamente obrigados. Eu nunca atendi um adolescente que não quisesse mais retornar.

Confesso que minha fisionomia, a forma como converso com eles, me ajuda nesse processo. Eles sempre acham que sou mais nova (risos).

Então de início já foi algo muito tranquilo que se resolveu: não são tantos psicólogos que gostam de atender adolescentes, e eu estava lá; e além disso tem essa bênção de eles quererem de fato estar comigo, o que é maravilhoso.

Logo identifiquei que muitas questões familiares ocorriam por não haver comunicação efetiva entre pais e adolescentes. Os pais supõem muito sobre os filhos, e não perguntam. Criam conclusões sobre o adolescente sem haver diálogo.

Os adolescentes por sua vez, não conseguem, pela falta de maturidade, entender o que o pai quer dizer para além do que diz e faz.

Então minha função como terapeuta familiar é permitir que haja essa comunicação efetiva, ou seja, uma reavaliação no panorama familiar. Os resultados têm sido fantásticos. 

Editora Viseu pergunta: Como você enxerga a literatura brasileira no ramo da psicologia sobre o tema Adolescência, e também sobre outros temas ligados ao comportamento humano?

Débora M. Rodrigues: Sobre o tema da adolescência, reforço que tem sido escassa; tanto para adolescentes de fato, quanto para pais (que foi minha vertente).

Percebo que as pessoas têm adquirido mais livros voltados para o desenvolvimento pessoal, na intenção de  aumentar a produtividade, desempenho, até mesmo questões psicológicas voltadas para vendas (o que é fantástico, convenhamos!).

Mas ainda fico com a ideia de que se alguém alcançar todos esses tópicos, sem uma família feliz ao lado, não teria tanto proveito. É necessário abordar sobre o equilíbrio, afinal, nossos comportamentos externam o que está dentro de nós. 

Editora Viseu pergunta: Ao escrever o livro, você teve alguns insights sobre temas que renderiam outros livros? Quais desses temas hoje você pensa em iniciar um novo projeto?

Débora M. Rodrigues:  Eu identificaria minha persona como mãe de adolescente. Pensei num conflito interno que essa mãe viveria, além de lidar com a adolescência em si. Pensei nessa mãe como uma malabarista, tendo que conciliar rotina de repente com mais filhos em outras fases, realizações pessoais, casa, carreira.

No meu perfil pessoal, gosto de trazer reflexões para mulheres acerca de como conciliar casa x trabalho x filhos x relacionamento o que eu chamo de “mulher imparável”. Pensei em abordar esse tema futuramente, e como poderia alcançar mulheres, impactando as famílias, claro. 

Editora Viseu pergunta: Na sua visão, de acordo com seus estudos e experiência clínicas, a adolescência é de fato difícil, ou apenas mal interpretada pelos pais e pela sociedade em geral?

Débora M. Rodrigues:  É difícil sim! Tanto para o adolescente que a vivencia, quanto para as pessoas que estão ao seu redor. Falta um preparo prévio dos pais para lidarem com o fenômeno, e falta também da sociedade como um todo, uma sensibilidade com o adolescente, que geralmente é chamado de “aborrescente” (fala sério, ouvir isso o tempo todo te faz internalizar que você é assim mesmo).

Editora Viseu pergunta: Em que momento você descobriu que era a hora certa de parar tudo e transformar todo o seu conhecimento em um livro?

Débora M. Rodrigues:  O momento aconteceu quando percebi que os assuntos eram similares, ou seja, comuns a várias famílias.

Comecei a pensar que se eu publicasse um livro, eu poderia chegar a várias famílias que, de repente, eu não alcançaria no meu consultório. Eu queria poder contribuir de alguma forma.

Editora Viseu pergunta: Na sua visão, as transformações sociais causadas pelo avanço da tecnologia têm criado mais barreiras ou oportunidades aos adolescentes da atualidade?

Débora M. Rodrigues:  Adolescentes precisam de apoio, precisam ser instruídos. Agora é momento de os pais estarem perto dos adolescentes para auxiliá-los no manejo tecnológico. Ousaria dizer que suponho que seja impossível hoje afastar o ser humano da tecnologia. É necessário ensinar aos adolescentes (aproveitar a neuroplasticidade). Eles são o futuro, eles serão os futuros pais. Precisam de uma base forte, porque provavelmente os filhos deles precisarão de muito mais apoio.

Editora Viseu pergunta: O que você diria aos psicólogos de plantão que possuem grande experiência em suas áreas de atuação e sonham em transformá-la em um livro?

Débora M. Rodrigues:   Faça o que precisa ser feito. Temos o mau hábito de esperar o cenário perfeito:

  • quando eu tiver
  • quando eu for
  • quando eu estiver
  • quando me incentivarem

Mas e se não acontecer? E se o momento perfeito não existir? Haverá contentamento?
Não espere dos outros o que só depende de você.

Débora Miranda Rodrigues segurando seu livro "O ser Adolescente" -

Clique na imagem e acesse a Página profissional da Psicóloga Débora M. Rodrigues

Editora Viseu pergunta: Como foi seu processo produtivo? Você busca inspiração em outros autores, ou apenas senta e produz conforme um planejamento prévio?

Débora M. Rodrigues:   Eu sou muito intensa, e me considero produtiva. Eu já tinha os prontuários em questão, que são obrigatórios no meu trabalho. Meu planejamento foi baseado em: introdução, e dez capítulos. Intitulei cada capítulo, e em duas semanas escrevi todo o conteúdo. O fato de o processo editorial demandar aprovação da editora, era um fator de validação para mim, e por fim, foi uma experiência fantástica.

Editora Viseu pergunta: Conte sobre sua experiência com a Editora Viseu? Como a Débora ficou em meio à ansiedade dos processos editoriais até a publicação?

Débora M. Rodrigues:  A Débora é ligada no 220 (risos). A editora pra mim era minha rede de descanso. Desde o início, confiei 100% na Viseu. Eu estava em atendimento constante de pacientes, obras para inauguração da minha clínica, além do lançamento do meu curso. Então,  a editora pra mim foi fantástica.

Para algumas pessoas que pessoalmente me perguntavam, eu dizia: é incrível e perfeito, faça! Permaneço com essas palavras.

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Foi incrível conhecer mais sobre a Psicóloga e Autora Débora M. Rodrigues

O que nos impressionou nesta entrevista, foi a capacidade criativa da Débora, pois lidamos com autores diariamente e sabemos o quão árduo é o processo criativo para algumas pessoas. Pode demorar semanas, mas pode levar meses.

Contudo, sabemos que isso mostra nossa individualidade como seres humanos. Cada qual com seu ritmo de produtividade, e o melhor de tudo isso, é que não existe ritmo errado.

Como editora, mesmo tendo publicado quase 6 mil títulos nos mais diversos gêneros literários, ainda assim conseguimos ver como cada autor, cada obra, cada performance escrita é peculiar e valiosa.

Agradecemos a Débora pela disposição em nos revelar detalhes tão particulares de suas vivências como autora e também como psicóloga.

Esperamos que outros profissionais possam se inspirar nessa entrevista e romper seus limites para compartilhar com o mundo o seu conhecimento. 

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