Ansiedade e criatividade andam juntas, e quando estão em equilíbrio o resultado pode ser melhor do que o esperado, mas a ansiedade aumentar demais pode comprometer o processo criativo, gerando estresse e outros problemas capazes de bloquear naturalmente a escrita.
Este guia emocional é um lembrete de que é perfeitamente normal e necessário fazer uma pausa quando o estresse e a ansiedade se tornam avassaladores.
Cuide de si mesmo, estabeleça prioridades e saiba que a pausa é apenas temporária. Quando estiver pronto para voltar a escrever, estaremos aqui para apoiá-lo em cada passo do caminho.
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- O que é ansiedade criativa?
A ansiedade criativa é uma forma específica de ansiedade que é experimentada por indivíduos envolvidos em processos criativos, como:
- escritores
- artistas
- músicos
- inventores
Pode ser definida como uma mistura de sentimentos de preocupação, desconforto e inquietação que surgem em resposta ao processo de criação.
Ela não é apenas um medo de falhar ou de ser criticado, mas também pode envolver um senso de pressão para produzir algo novo e original, um receio de não conseguir expressar adequadamente suas ideias ou a sensação de estar “preso” ou bloqueado em seu processo criativo.
Este tipo de ansiedade pode ser alimentado por uma variedade de fontes, incluindo expectativas pessoais e pressões externas, a necessidade de atingir um certo nível de sucesso ou reconhecimento, e até mesmo o desejo inato de criar e expressar-se.
Em seu pior, a ansiedade criativa pode levar a uma variedade de problemas, incluindo:
- bloqueio criativo
- procrastinação,
- autocrítica excessiva
- evitação do trabalho criativo
No entanto, é importante lembrar que um certo grau de ansiedade também pode ser um impulsionador da criatividade, levando a novas ideias e abordagens inovadoras.
A chave é encontrar maneiras saudáveis de gerenciar e canalizar essa ansiedade para apoiar, em vez de prejudicar, o processo criativo.
O que a psicologia fala sobre a criatividade?
A psicologia tem uma longa história de estudo da criatividade, buscando entender tanto o processo criativo em si quanto às características individuais que tendem a promovê-la.
Em termos gerais, a criatividade é definida como a habilidade de produzir trabalho que seja ao mesmo tempo novo (inovador) e apropriado (útil ou esteticamente agradável).
De acordo com Sternberg e Lubart (1996), em sua teoria de investimento da criatividade, a criatividade não é apenas um dom inato, mas sim o produto de um complexo sistema de habilidades e atitudes que se entrelaçam e se complementam. Este sistema inclui:
- inteligência
- conhecimento,
- habilidades de pensamento
- personalidade
- motivação
- ambiente
Neste sentido, um ambiente que favorece a tomada de riscos e tolera erros, por exemplo, pode estimular a criatividade.
Além disso, a psicologia identificou várias características de personalidade que estão frequentemente associadas à criatividade, incluindo:
- abertura à experiência;
- tolerância à ambiguidade;
- autoconfiança;
- a capacidade de pensar fora da caixa; e
- o gosto por desafios e novidades.
Por outro lado, a psicologia também reconhece que a criatividade pode ser prejudicada por certos estados mentais e emocionais, como o estresse e a ansiedade.
Isso se deve, em parte, ao fato de que esses estados podem afetar negativamente processos cognitivos fundamentais para a criatividade, como a atenção, a memória e o pensamento flexível.
É importante lembrar que a criatividade não é algo fixo e imutável. Ao invés disso, ela pode ser desenvolvida e cultivada através de práticas deliberadas, incluindo a aprendizagem de novas habilidades, o engajamento em atividades desafiadoras, e o estabelecimento de um ambiente que promova a inovação e a exploração.
Efeitos do Stress na capacidade criativa
O estresse tem um impacto significativo na capacidade criativa e na função cognitiva geral.
Em níveis baixos a moderados, o estresse pode, de fato, aumentar a motivação e a performance, levando a um estado de “fluxo” ou envolvimento total na tarefa.
No entanto, quando o estresse se torna crônico ou excessivo, pode ter um efeito negativo na criatividade.
Um dos principais mediadores da resposta ao estresse é o cortisol, um hormônio liberado pelas glândulas adrenais em resposta a situações estressantes.
Em níveis elevados e contínuos, o cortisol pode prejudicar várias funções cerebrais críticas para a criatividade.
Um estudo publicado na revista Nature por Carmen Sandi e sua equipe encontrou uma ligação entre o estresse crônico e mudanças na arquitetura do cérebro que levam a déficits na memória e na função cognitiva.
O estresse crônico leva a altos níveis de cortisol, o que pode causar atrofia no hipocampo – a região do cérebro envolvida na formação de novas memórias e no aprendizado.
Outros estudos mostram que níveis elevados de cortisol podem prejudicar as funções executivas do cérebro, como a flexibilidade cognitiva, a capacidade de alternar entre tarefas e conceitos, e a inibição de respostas automáticas – todas essenciais para o pensamento criativo.
É hora de parar de escrever
Para nós, como editora, seria muito mais viável acelerar o processo de escrita para que possamos evoluir nas etapas editoriais.
Contudo, entendemos que a saúde do autor é prioridade, e quando se fala de publicação de livros, não se trata apenas de tê-lo impresso para vender.
É essencial reconhecer quando é necessário fazer uma pausa e cuidar de si mesmo.
Estabeleça prioridades
Durante esses momentos, é essencial priorizar a saúde mental e física. Se você estiver lidando com problemas emocionais ou familiares, resolva-os primeiro. Manter essas questões não resolvidas enquanto tenta escrever pode prejudicar a qualidade de sua escrita e impedir a plena expressão da criatividade.
É hora de voltar a escrever
Nota importante: Se você está sofrendo violência doméstica, não hesite em denunciar.
Antes de tudo leia obras de outros autores
Ao retornar à escrita, buscar inspiração e referências na obra de outros autores pode ser extremamente útil.
Não se trata de copiar ou apropriar-se de seus enredos, mas de entender diferentes estilos de escrita e estabelecer uma meta de como você quer se conectar com o leitor.
A importância de estabelecer uma meta
Estabelecer metas diárias, semanais e mensais pode ser um excelente motivador. Mesmo que por poucos minutos, mantenha contato com sua obra todos os dias.
Releia tudo o que você havia produzido com um olhar crítico
Ao voltar à escrita, revisite seu trabalho anterior com um olhar crítico. Esta é uma excelente oportunidade para reconhecer pontos fortes e fracos e fazer ajustes.
Peça para uma pessoa de confiança ler o que você deixou pendente
Ter um segundo par de olhos analisando seu trabalho pode oferecer perspectivas e feedbacks valiosos que você pode não ter considerado.
Pode ser um amigo, colega ou mentor – o importante é que seja alguém em quem você confia e que seja capaz de oferecer críticas construtivas.
Publique seu livro com quem entende seu esforço
A publicação é a etapa final na jornada do autor, e é essencial trabalhar com uma editora que compreende a importância da saúde mental e emocional dos escritores.
Nós, da Editora Viseu, valorizamos não apenas o produto final, mas todo o esforço e dedicação que você colocou em sua obra.
Quando você estiver pronto, estamos aqui para ajudá-lo a levar sua história para o mundo, respeitando o seu tempo e os desafios que enfrentou ao longo do caminho.