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Autor João Luís Prada e Silva traz uma jornada literária com Jesus de Nazaré em seu mais novo livro

O Autor João Luís Prada e Silva sempre foi um grande admirador da história de Jesus Cristo, não à toa denomina a saga do Filho do Homem como a Maior História de Todos os Tempos. Mais do que admiração, é uma relação de profundo respeito às figuras míticas mas também humanas das figuras e personagens do Novo Testamento.

E é exatamente esse o ponto fundamental de seu mais novo livro “Do Alfa ao Ômega – Uma História Romanceada do Nascimento, Vida e Morte de Jesus de Nazaré. Ou seja, narrar a passagem de um Homem-Deus pela terra, mostrando sua perspicácia, mas também suas fraquezas; suas dores e sua fortaleza; seu choro e a grandeza do seu amor.

Nesta entrevista, João Luís traz à luz as dificuldades e as bênçãos de seu processo criativo, listando suas inspirações, a importância e as dificuldades de sua pesquisa. Confira!

1.O que o inspirou a escrever o livro Do Alfa ao Ômega – Uma História Romanceada do Nascimento, Vida e Morte de Jesus de Nazaré?

João Luís de Prada e Silva: Um fato inconteste é que o material já escrito sobre esta que alguns chamam de “A Maior História de Todos os Tempos” é imenso, colossal, estonteante mesmo, tanto em termos de pesquisa pura quanto em termos doutrinários, e também como literatura em estilo romance histórico.  No entanto, veio-me a ideia de fazer algo que não é comumente feito: englobar a história inteira de uma vez, de um ponto de vista narrativo e literário, usando tudo o que consta nos Evangelhos canônicos (e alguma coisa de certos apócrifos) como espinha dorsal.

A pretensão de contar a história inteira do seu início até o seu final, isto é, do Alfa ao Ômega, não chegou a me intimidar, porque é uma história que me fascina sobremaneira, acima de todas as outras; história esta que é o carro-chefe da cultura ocidental, patrimônio absoluto dos povos do planeta, quer se acredite em tudo o que se narra nela, quer se adotem posturas mentais mais críticas ou mesmo céticas.  

Estou convencido de que, sob qualquer ponto de vista, a narrativa de nascimento, vida e morte de Jesus de Nazaré é a principal história que nós, humanos, temos para contar e recontar.  Eis por que tive a pretensão de contá-la integralmente, estrelando todos os personagens conhecidos, demonstrando sempre os devidos respeito e carinho por cada um deles.

2.Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro?

João Luís de Prada e Silva: Sou essencialmente um pesquisador livre dos temas referentes a essa grande história; busco, pesquiso, leio, “observo”, especulo e tento montar as peças do quebra-cabeças que ainda estejam soltas, naturalmente com o auxílio dos historiadores e exegetas que a ela se dedicam.  

Porém, chegou um momento em que refreei o ímpeto lógico exclusivo e passei a dar asas à emoção: ora, por que não aproveitar igualmente a beleza, o carisma e o encanto dos personagens, a magia da história, o poder do seu sobrenatural?  

No ponto a que cheguei tornou-se mais prazeroso me emocionar com os milagres e as façanhas estrondosas do Cristo do que tentar explicá-los à luz pura da razão, à moda acadêmica.  Por isso escolhi a forma romanceada para reviver a história, uma forma que permite expandir a emoção e os sentimentos envolvidos na narrativa.

3.Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro?

João Luís de Prada e Silva: Tive que escolher uma proposta para redigir a obra, e ela consistiu em recontar a Grande História de um ponto de vista clássico, tradicional, do modo mais abrangente e descritivo possível, embora desfazendo um certo equívoco histórico que perdurou durante séculos a respeito de uma das principais personagens do drama cristão.  

Houve a necessidade de lançar mão de uma série de interpolações factuais e diálogos que contextualizam e embasam os acontecimentos narrados nos textos sacros.  

Também resolvi sublinhar o papel das mulheres na história, buscando sempre imprimir ao máximo um senso de humanidade marcante em todos os personagens, sejam mulheres ou homens.  

Afinal, como escrevo no prefácio do autor, ainda que se encare Jesus Cristo como tendo ascendência divina, ele teve uma parte humana, pelo menos uma metade humana, digamos assim, e eu trato dessa “metade” com todo o cuidado que consegui.  Tal senso de humanidade é, naturalmente, extensivo a todos os demais personagens.

4.Quais foram suas principais referências criativas para escrever Do Alfa ao Ômega – Uma História Romanceada do Nascimento, Vida e Morte de Jesus de Nazaré?

João Luís de Prada e Silva: Minhas referências imediatas partiram daquelas que são por via de regra consideradas as fontes primárias para qualquer Vida de Cristo: os 4 Evangelhos canônicos.

Tive forçosamente que usá-los para não fugir ao enfoque clássico e abrangente a que me propus.  Além disso, o material de pesquisa histórica acerca da Palestina do Séc. I foi bem-vindo, assim como de Roma e do Egito.  

Mais ainda, tenho por hábito assistir ao material cinematográfico e televisivo disponível que versa sobre esse tema de 2 milênios, isto é, filmes e séries sobre a vida de Jesus Cristo e sobre a Israel em que ele viveu. A partir desse material utilizei algumas ideias que considero bastante felizes e emocionais em termos literários.

 

5.Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar?

João Luís de Prada e Silva: A bem da verdade, seria ótimo citar todo um sortimento de trechos, mas como a pergunta e o espaço são limitados, cito um que sempre me toca: o trecho final da passagem em que narro o suicídio de Judas Iscariotes, um dos personagens mais complexos e fascinantes da Maior História de Todos os Tempos:

“E uma imagem é-lhe projetada na mente: a imagem do rosto suave e bondoso da única pessoa que o acolhera em seu meio em toda a sua vida; a imagem e os pesarosos dizeres que a acompanham:

‘Judas, assim é que tu trais o Filho do Homem?… Com um beijo?…’

E projeta-se.

O corpo de Judas balança e oscila por alguns momentos, e, antes da escuridão final assomar-lhe, ele vê as aves negras no céu e libera o seu último pensamento:

Venham. Sirvam-se.

6.Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro?

João Luís de Prada e Silva: Sem dúvida, a dificuldade maior foi encadear consistentemente todos os eventos narrados nos 4 Evangelhos e a sua cronologia em um único livro; posicionar e narrar todos os acontecimentos em um corpo único, consistente e lógico.  

Percebi também que a tarefa de interpolar fatos e diálogos que conferem sentido e ligação a alguns acontecimentos que, aparentemente, não mostram sentido evidente é uma grande parte do desafio.  

Por exemplo, Marcos é o único evangelista que narra o fato mais estranho dos Evangelhos: na ocasião da prisão de Jesus no Gethsemani aparece um jovem vestido apenas com um lençol, e, quando os soldados da milícia do Templo tentam prendê-lo, ele larga o lençol e sai correndo pelado noite afora.  

Como me propus a narrar tudo, esse é o tipo de fato para o qual tive que procurar algum contexto como: quem diabos era aquele jovem? Obriguei-me a responder a esse tipo de pergunta.  Ao cabo, o resultado do livro, em termos de lógica interna e consistência, me pareceu satisfatório.

7.Como você espera que seu livro impacte os leitores? Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir?

João Luís de Prada e Silva: Minha principal motivação foi render homenagem a uma história de beleza e capacidade de emocionar extraordinárias.  O processo de escrita foi empolgante e igualmente emocionante, sem, repito, perder de vista a lógica interna do encadeamento dos eventos, elemento que fiz questão absoluta de manter.  

Portanto, gostaria de compartilhar esses sentimentos com os leitores e fazê-los descortinar ou redescobrir toda a beleza dessa história, que em qualquer grau que seja, é a mais conhecida do mundo.

8.Há alguma passagem ou trecho do livro que você considere particularmente significativo?

João Luís de Prada e Silva: É difícil responder isso, porque, como se sabe, a história é tal que contém um sem-número de cenas emblemáticas e profundamente tocantes.  Muitas dessas cenas são bem conhecidas pelos povos de todo o mundo, tendo residido há séculos no imaginário popular.  

É quase impossível citar apenas uma cena ou um trecho, mas se puder citar mais de um, tenho especial carinho pelo capítulo que descreve a viagem dos Magos do Oriente ao local onde Jesus nascerá; pelo capítulo do exílio da Sagrada Família no Egito; pelo capítulo que narra o banquete em que a princesa Salomé, ébria e manipulada pela mãe, pede ao tio-padrasto a cabeça de João Batista em uma bandeja; pelo capítulo em que Jesus finalmente encontra a sua fiel Maria Madalena e realiza nela o maior exorcismo da história, extraindo-lhe os 7 demônios que a atormentavam; pelo capítulo da Segunda Unção (a ocorrida na Betânia, pelas mãos da Maria da Betânia); pelo capítulo do julgamento de Jesus por Pilatos; pelo capítulo da Via Crucis; pelo capítulo do tormento final de Jesus no topo do Gólgota; e, nem preciso dizer, pelo capítulo culminante da história: a ressurreição de Jesus, o próprio fato fundador do Cristianismo.

9.Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores?

João Luís de Prada e Silva: É irresistível citar o nosso Monteiro Lobato em uma das suas frases mais felizes: “Um país se faz com homens e livros”.  Os livros (pelo menos os bons, e alguns dos medíocres e ruins também) e a Arte das Letras em geral facultam ao leitor o mais feliz dos efeitos colaterais: perpetrar viagens fantásticas, no tempo e no espaço, ao prosaico virar das páginas, sem sair do lugar.  

O livro, seja no clássico e vencedor formato impresso, seja na moderna forma de e-book, descortina paisagens, épocas, dimensões e ambientes em que o leitor pode penetrar apenas com o auxílio da sua imaginação, e com frequência adicionando doses consideráveis de informações e de cultura ao efeito da leitura.  

Viciar-se em ler é um dos poucos vícios perdoáveis e do qual o indivíduo não precisa se livrar.  No Inferno de Dante não havia nenhum círculo destinado aos viciados em leitura, nem em cultura.  Espero que, com a minha escrita, tenha eu contribuído para esses tão benéficos efeitos.

10.Quais são seus planos futuros como escritor? Há novos projetos em desenvolvimento?

João Luís de Prada e Silva: Por incrível que pareça, a história não terminou no “Ômega”.  Assim como os Atos dos Apóstolos seguem os Evangelhos canônicos, narrando as aventuras e desventuras dos apóstolos de Jesus de Nazaré após a sua morte, estou a esboçar e a estruturar uma continuação para Do Alfa ao Ômega.

Ela inclui narrativas no mesmo estilo romanceado sobre a propagação inicial do Cristianismo, e que responde a uma questão bastante interessante: o que aconteceu com Maria Madalena depois da Ressurreição de Jesus?  Se existem os Atos dos Apóstolos, e como Maria Madalena ostenta o título de Apóstola dos Apóstolos, essa nova narrativa seria como os Atos de Madalena.

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