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Se apaixone com 20 poemas de amor

20 poemas de amor curtos para se apaixonar

O amor é um tema adorado por escritores, sendo que diversas obras dos mais diferentes gêneros focam nesse sentimento. Porém, existe uma categoria que é especialmente apaixonada: os poetas.

De versos selecionados de grandes escritores a pequenas poesias encantadoras, confira aqui uma lista com 20 poemas curtos sobre amor para você se apaixonar. Declare-se àquela pessoa especial ou se inspire e escreva suas próprias poesias de amor!

Fique com a gente e sinta a paixão no ar…

20 poemas de amor curtos para se apaixonar

1 – Amar é um elo, de Paulo Leminski

amar é um elo
entre o azul
e o amarelo

O curitibano Paulo Leminski (1944-1989) foi um dos maiores poetas contemporâneos, grande nome da poesia marginal e de vanguarda. Sua poesia é conhecida pelos jogos com palavras, irreverência e tamanho diminuto, inspirada nos haicais japoneses

Nesse curto poema, típico de Leminski, o autor apresenta a união de duas cores completamente diferentes, unidas pelo amor apesar das diferenças. Indo um pouco além na interpretação, pode-se inferir a criação de uma cor completamente nova a partir dessa conexão.

2 – Trecho de O tempo passa? Não passa, de Carlos Drummond de Andrade

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é um dos maiores nomes da poesia brasileira. Conhecido por seus versos livres, foi um dos mais importantes modernistas no Brasil, sendo considerado um dos poetas mais influentes do país.

Nesse trecho do poema O tempo passa? Não passa, ele aborda a sensação de plenitude que o amor causa, elevando-se acima do próprio tempo. Para o eu-lírico, amar é a parte mais sublime do viver.

3 – Bilhete, de Mario Quintana

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…

Mario Quintana (1906-1994) foi um dos grandes poetas contemporâneos, conhecido como o poeta das coisas simples. Seu estilo é marcado pela simplicidade, delicadeza e lirismo, abordando o cotidiano e temas como o amor, a infância e a natureza.

Em Bilhete, o eu-lírico expressa seu desejo por um amor mais tranquilo, pacífico. Permeado pela inocência dos bilhetinhos de amor, é um pedido para que a paixão, efêmera, seja mais vagarosamente aproveitada.

4 – Trecho de O amor é uma companhia, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.

Alberto Caeiro é um dos muitos heterônimos de Fernando Pessoa, conhecido por abordar temas bucólicos, do campo, valorizando a natureza e a simplicidade. Sob esse nome, Pessoa escrevia poemas mais diretos, simples e com foco nas sensações (sensacionismo).

Nesse trecho, começo do poema O amor é uma companhia, o eu-lírico descreve o sentimento como uma presença constante em sua vida. Ele aborda o companheirismo que vem com o amor e não só como o deseja, mas como é incapaz de viver sem ele.

5 – Soneto do amor total, de Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em ter corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes, renomado lirista e músico, também ficou conhecido por escrever lindas poesias. Apelidado como o poetinha, seus versos são cheios de lirismo e musicalidade, sendo o amor um de seus temas preferidos.

Nesse soneto, o eu-lírico apresenta todos os modos que ama, englobando uma completude em seu sentimento, ao mesmo tempo simples e cheio de nuances. Seu amor é tão diverso, abundante e entregue, que ele diz que um dia o próprio corpo não o aguentará, morrendo de amores.

6 – Um jeito, de Adélia Prado

Meu amor é assim, sem nenhum pudor.
Quando aperta eu grito da janela
— ouve quem estiver passando —
ô fulano, vem depressa.
Tem urgência, medo de encanto quebrado,
é duro como osso duro.
Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:
quero é dormir com você, alisar seu cabelo,
espremer de suas costas as montanhas pequenininhas
de matéria branca. Por hora dou é grito e susto.
Pouca gente gosta.

Adélia Prado (1935-) é um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea, considerada uma das maiores poetas vivas do Brasil. É conhecida por seu estilo único, explorando o cotidiano de maneira sensível, simples e direta. Aborda temas do feminino, da fé, da morte e do desejo.

Nesse poema, Adélia explica como é seu jeito de amar, sem pudores, urgente e sem se importar com quem ouve suas declamações. Ao mesmo tempo, descreve um amor mais calmo, cheio de pequenas ações cotidianas de carinho e intimidade.

7 – Convosco, de Luis Cernuda 

Minha terra?
minha terra é você

Minha gente?
minha gente é você.

Banimento e morte para mim
estão onde você não está.

E minha vida?
Diga-me, minha vida
o que é, se não você?

O espanhol Luis Cernuda (1902-1963) foi um escritor e poeta, parte da Geração de 27 da Espanha. Vanguardista, acabou sendo exilado durante a Guerra Civil Espanhola. Abordava temas de amor, solidão, desejo e nostalgia.

No poema acima, ele declara toda sua afeição pela pessoa amada, afirmando que ela é seu tudo. Com um jogo de palavras ao final, utiliza o termo carinhoso “vida” para afirmar que seu amor é, de fato, sua vida.

8 – Meu destino, de Cora Coralina

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida…
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida…

Ana Lins dos Guimarães Peixoto, mais conhecida como Cora Coralina (1889-1985), foi uma das mais importantes poetas brasileiras do século XX. Conhecida pela simplicidade de seus versos, tem uma poesia livre, cotidiana e informal, mas cheia de significado.

No poema acima, a autora aborda o encontro de duas pessoas como algo natural e fácil, fazendo surgir um amor simples e profundo. Nenhum dos dois esperava encontrar o outro, mostrando tanto como o sentimento é espontâneo quanto como é corriqueiro.

9 – Por que os girassóis, de Rupi Kaur

por que os girassóis ele me pergunta
eu aponto para o campo amarelo
os girassóis adoram o sol eu digo
quando o sol sai eles se erguem
quando o sol vai embora
eles abaixam a cabeça de tristeza
é o que o sol faz com as flores
é o que você faz comigo
— o sol e suas flores

A indiana Rupi Kaur é uma das mais conhecidas poetas da atualidade, autora de diversos livros best sellers. Tem como característica versos simples, curtos e impactantes. Em sua poesia, aborda temas como a identidade feminina, o amor, o trauma e a solidão.

Em por que os girassóis, a escritora utiliza o girassol para ilustrar o que o amor faz com ela, colocando o amado como seu sol. A vivacidade dos girassóis quando o sol está no alto e sua tristeza quando ele vai embora é símbolo da dualidade do sentimento.

10 – Soneto 116, de William Shakespeare

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou

William Shakespeare (1564-1616) foi um poeta e dramaturgo inglês que dispensa apresentações. Autor de uma das histórias de amor mais conhecidas no mundo todo, Romeu e Julieta, foi o criador de diversas frases célebres, tendo grande influência na cultura mundial.

Nesse soneto, Shakespeare exalta o amor verdadeiro, afirmando que este é inabalável e eterno, superando qualquer obstáculo. Ele coloca qualquer sentimento que desvia dessa ideia como algo que não é amor de fato, apostando sua própria identidade de poeta como garantia de sua certeza.

11 – Teu corpo seja brasa, de Alice Ruiz

teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo

Alice Ruiz (1946-) é uma das principais poetas contemporâneas brasileiras. Curitibana, foi muito influenciada pelo haicai, sendo adepta desse formato mais breve de poesia. Seus  poemas são minimalistas, simples e bem-humorados.

Em Teu corpo seja brasa, a escritora fala da brevidade e intensidade do amor, que a incendeia e consome por completo. Após esse incêndio devastador, ao invés de desistir do sentimento, ela logo encontra outra fonte de calor para “brincar com o fogo” novamente.

12 – Tu eras também uma pequena folha, de Pablo Neruda

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo

Pablo Neruda (1904-1973), pseudônimo de Ricardo Eliécer Neftali Reyes, foi um dos mais prolíficos poetas do mundo. Nascido no Chile, atuou também como diplomata e venceu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971.

Conhecido por seus versos de amor, nessa poesia o eu-lírico utiliza elementos da natureza para falar sobre sua amada e o sentimento profundo que ela despertou nele. Narra um amor mais lento, porém profundo, que finca raízes sem perceber e floresce.

13 – Fanatismo, de Florbela Espanca

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!…”

Florbela Espanca (1894-1930) é uma das mais importantes poetas portuguesas. Conhecida por seus sonetos, o amor era um de seus temas mais recorrentes, assim como a solidão e a saudade. Tem uma poesia intensa, romântica e lírica.

No poema, ela declara sua devoção completa à pessoa amada. Está cega de amor, totalmente vidrada no objeto de seus desejos, chegando a compará-lo com a infinitude de Deus. Sua adoração é tanta que é atemporal, sobrevivendo até mesmo à morte de mundos e estrelas.

14 – Trecho de Primeiro Fausto, de Fernando Pessoa

Amo como o amor ama
Não sei a razão pra amar-te mais que amar-te
Que queres que te diga mais que te amo
Se o que eu quero dizer-te é que te amo?

Novamente, Fernando Pessoa aborda o amor em sua poesia. Sob seu próprio nome desta vez, o escritor mergulha no sentimento inexplicável do amor na poesia dramática de Primeiro Fausto.

Nesse trecho, Pessoa demonstra em poucos versos a dificuldade de explicar o amor, que é ao mesmo tempo simples e complexo. Tem um quê de desespero por não conseguir racionalizar o sentimento, misturando isso à intensidade que é sentí-lo.

15 – Livros e flores, de Machado de Assis

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

Um dos maiores escritores do Brasil e do mundo, Machado de Assis também escrevia poesias. O autor de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas é conhecido por sua ironia, realismo e críticas sociais, mas mostra um lado mais romântico nos versos.

Nesse poema, o eu-lírico compara livros e flores com os olhos de sua amada, preferindo provar o amor a ler sobre ele. Para ele, não há nada melhor do que viver o sentimento, recusando a sabedoria dos livros e a beleza das flores por um momento de paixão.

16 – Não te amo mais, de Clarice Lispector

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais…

Uma das maiores escritoras brasileiras, Clarice Lispector (1920-1977) é conhecida por suas narrativas de teor psicológico profundo e o uso contundente da técnica do fluxo de consciência. Além disso, escreveu poesias sobre o amor, entre outros temas.

O poema acima pode parecer mais sobre a desilusão amorosa do que sobre a paixão em si, mas convido você a reler os versos de cima para baixo. Viu só? É uma poesia paradoxal, com mais de uma interpretação, assim como o próprio amor.

17 – Morrer de amor, de Maria Teresa Horta

Morrer de amor
ao pé da tua boca

Desfalecer
à pele
do sorriso

Sufocar
de prazer
com o teu corpo

Trocar tudo por ti
se for preciso

Maria Teresa Horta (1937-) foi uma grande escritora, jornalista e poeta portuguesa, tendo uma grande influência não só literária como política e feminista. Em suas poesias, abordava temas do erotismo, desejo e amor sob um olhar feminino.

Nesse poema, demonstra a intensidade de seu amor, o tamanho de seu desejo e sua total entrega. Apresenta um sentimento descomedido, exacerbado, permeando de hipérboles os versos e demonstrando todas as letalidades do amor, que ela acolhe com gosto.

18 – Nunca se sabe, de Ney Dantas

nunca se sabe
o quanto de espaço
o amor precisa
até perceber
que cada batida de um coração
é para que alguém entre

pulsar é um convite

Ney Dantas é uma escritora e instapoeta brasileira, com mais de 230 mil seguidores no Instagram. Suas poesias são curtas e impactantes, abordando temas diversos, desde a infância, a tristeza e a solidão até o desejo, o amor e a autoconfiança.

Nesse poema retirado do livro Mais quente do que parece, a autora apresenta o amor como algo que pode acontecer a qualquer momento. A cada batida, o coração está propenso a amar, independente se há lugar para o sentimento na vida ou não.

19 – Poema 32, de Julia Coelho

O seu olhar cruza com as minhas entrelinhas,
sendo um inexplicável encontro de amor.
É como quem se aproxima extasiado
e lê o meio entretido
sem pressa para chegar
no final.

Julia Coelho é uma poeta brasileira, autora de dois livros de poemas, tendo escrito sua primeira obra aos 16 anos. Sua poesia é intensa, sentimental e impactante, abordando temas do cotidiano, da melancolia, da autoestima e do amor.

Nesse poema retirado do livro A amplitude de um coração que bate pelo mundo, o eu-lírico se sente amado a partir do olhar do outro, em sua percepção total, que lê até as entrelinhas. O amor é essa atenção cuidadosa, que quer conhecer profundamente, de forma vagarosa, lenta e cativada.

20 – Raizamor, de Álvaro Botelho

Vivo um amor que é terra fértil
Amor cotidiano, amor de aço
Amor que é graça e agraciado
Vivo em uma casa de carne
E casa de carne eu sou
Vivo eu me reviro e respiro
Sigo às avessas do que prezam
Aos contrários da liquidez
Vivo amor vivo
Amor raiz.

Álvaro Botelho é escritor, professor e sociólogo, tendo publicado seu primeiro livro de poesia em 2024. Seus textos tem versos livres e brancos, por vezes dentro da estrutura do haicai. Temas como amor, saudade, solidão e mudança marcam seus versos.

No poema acima, retirado do livro Mudança: Poemas de trânsito, o autor exalta um tipo de amor mais antigo, longe da dinamicidade dos dias atuais. É um sentimento mais terreno, presente e profundo, que dura e dá frutos.

O amor é um tema incansável, universal e atemporal. De poemas bem-humorados e românticos a versos intensos e profundos, esperamos que esses 20 poemas tenham servido como inspiração para você escrever suas próprias rimas apaixonadas.

Os últimos três poetas dessa lista foram publicados pela Editora Viseu! Temos mais de 1000 obras de poesia publicadas ao longo de nossos 13 anos de experiência editorial. Também quer ser um de nossos autores? Saiba mais sobre nosso processo de publicação.

Estamos sempre de portas abertas para os novos talentos da literatura!

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