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Maria Caminhoneira Sertania: a força feminina e as estradas do Sertão nas palavras de Samuel Britto

Entre poeira, coragem e amor, o jornalista e escritor sertanejo Samuel Britto transforma vivências reais em literatura que emociona e inspira.

Por trás das histórias que o Brasil inteiro já viu nas telas da TV, há um contador de histórias com alma de sertanejo. Jornalista há quase três décadas e responsável por mais de 600 reportagens exibidas em programas da Globo Nacional e Internacional, Samuel Britto agora volta seu olhar para a literatura — e apresenta ao público Maria Caminhoneira Sertania e Seus Contos Heroicos, Românticos, Sertanejos, publicado pela Editora Viseu.

A obra é uma homenagem à força das mulheres nordestinas e à própria história do autor, que transforma suas experiências pessoais e profissionais em ficção poética, humana e profundamente real.

Conheça essa história.

Um contador de histórias do sertão

“Sou jornalista e escritor sertanejo. Trabalho há 28 anos numa afiliada Globo, produzindo e roteirizando séries especiais e histórias sertanejas para o Brasil e o mundo”, conta Samuel.

A trajetória do autor é marcada por um olhar sensível para o cotidiano do interior nordestino. Essa vivência, aliada à paixão por narrativas humanas, o levou naturalmente ao universo literário. “Também escrevo livros e roteiros para o audiovisual”, diz ele — e é justamente dessa junção entre a realidade e a ficção que nasce sua obra.

A inspiração que vem de casa

O ponto de partida de Maria Caminhoneira Sertania foi profundamente pessoal: a mãe do autor.
“Primeiramente, a história de luta e superação da minha própria mãe”, revela Samuel. “Depois, as histórias de mulheres sertanejas fortes que entrevistei durante a minha carreira, e uma reportagem especial que produzi para o Fantástico, sobre a entrega de caminhões-pipa a famílias vítimas da seca.”

Essas experiências se transformaram em combustível para uma narrativa repleta de emoção, resistência e amor.

Uma ficção realista sobre coragem e afeto

O livro conta a história de Maria Sertania da Conceição Ferreira Ventura, uma caminhoneira sertaneja, preta, mãe solo, simples e corajosa, cuja vida se passa entre as décadas de 1970 e 1990.
“Ela luta pelos seus sonhos, seus desejos e o bem-estar dos filhos”, explica o autor.

A personagem central simboliza não apenas uma mulher, mas todo um povo. “A força e a determinação já nascem com as mulheres do sertão, como se fossem o próprio sangue que pulsa em suas potentes veias.”

Um processo criativo guiado pela verdade

“Usei fatos e histórias vivenciadas no meu dia a dia profissional e particular para construir a narrativa dramática do livro”, conta Samuel.
Entre entrevistas, memórias e observações, ele foi moldando uma história que, embora ficcional, carrega a veracidade das vidas que cruzaram seu caminho.

O resultado é uma obra que mistura o olhar do jornalista e a sensibilidade do escritor — realismo e poesia caminhando lado a lado.

O poder de uma frase sertaneja

Há no livro um trecho que sintetiza a força de Maria Sertania e das mulheres que inspiraram a história:

“Purque lugá de mulé é onde ela desejá! É onde ela quisé!”

Simples e potente, a frase ecoa como um grito de liberdade — uma celebração da autonomia feminina que o autor enxerga como marca do sertão.

Os desafios de costurar uma grande história

Samuel conta que o principal desafio foi estrutural: “O desafio foi deixar as pequenas histórias ou contos da obra bem conectadas com a grande história, a principal.”

Com quase 400 páginas, o livro exigiu cuidado na coesão narrativa. “O leitor precisa entender bem a história para conseguir viajar por ela, elaborar boas reflexões e adquirir novos conhecimentos para a vida.”

Apesar da complexidade, o autor garante que o processo foi prazeroso: “No final, tudo se tornou bastante gratificante.”

Impacto e emoção: o legado da literatura sertaneja

“Quero que o leitor seja impactado de forma real, emocionante e inspiradora, como é a história”, afirma Samuel.

Para ele, a literatura tem papel fundamental na formação humana e cultural. “Além de estimular as emoções, amplia o conhecimento e as conexões intelectuais e educacionais dos leitores.”

Essa crença atravessa todas as suas obras — e também suas reportagens, que sempre buscaram humanizar o sertão e valorizar suas vozes.

Fontes de inspiração e missão literária

As histórias reais continuam sendo sua principal fonte de inspiração. “As situações cotidianas e os fatos abordados nas reportagens jornalísticas alimentam minha escrita”, diz o autor.

A literatura e a escrita, para ele, são forças inseparáveis de sua identidade. “Forças inspiradoras que nasceram junto comigo, intrinsecamente costuradas no meu coração e na minha alma.”

Novos caminhos à frente

O escritor já prepara um novo livro: A Impuderada do Sertão – Histórias de Mulheres Agredidas.
“É uma história fantástica, que além de lúdica e curiosa, tem um objetivo muito importante: combater a violência contra a mulher.”

Com esse projeto, Samuel reafirma seu compromisso com a arte como instrumento de transformação social — e com o sertão como cenário e essência de suas narrativas.

Um conselho para quem deseja começar

“Dedicação e determinação são adjetivos imprescindíveis”, aconselha o autor.
“Eles precisam estar grudadinhos nos pensamentos e nas atitudes de quem está iniciando a deliciosa jornada de escrever um livro.”

Maria Caminhoneira Sertania e Seus Contos Heroicos, Românticos, Sertanejos é publicado pela Editora Viseu e já está disponível nas principais livrarias no Brasil e no mundo.
Uma obra que celebra a mulher sertaneja, o poder das histórias e a força de quem transforma a seca em estrada.

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