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Confira a entrevista de Mírian Antônia Gonçalves, autora de “CODINOME: Encontro de Almas”.

Em “CODINOME: Encontro de Almas”, a autora Mírian Antônia Gonçalves fala da importância do Amor-próprio para desenvolver outros amores. Nesta entrevista, concedida à Editora Viseu, a autora aponta detalhes do seu processo criativo, além de suas inspirações e referências criativas que permearam a escrita da obra.

A obra fala sobre os desencontros que o amor provoca em cada um de nós. O enredo trata da paixão entre uma jovem e um homem casado. Eles eram também colegas de profissão. No primeiro momento, decidiram ser apenas amigos; e seguiram cada um o seu rumo.

Anos depois, eles se reencontram nas redes sociais. Ela, em um momento de crise; ele, novamente casado. A paixão reacendeu, aquecendo seus corações; e eles decidiram viver a relação de forma discreta. Qual será o fim dessa história?

1. Poderia nos contar sobre o momento em que decidiu se tornar escritora? O que a inspirou a seguir este caminho?

Escrevo desde os 9 anos de idade. Por causa desse dom, naquela época me imaginei como jornalista. Na adolescência, tive a oportunidade de me tornar colunista em um jornal local, onde trabalhei por 3 anos.

No Ensino Médio, no entanto, mudei minha perspectiva e optei por ser filósofa e seguir esse caminho. Ter o jornalismo como profissão já não me atraía, mas a paixão pela leitura e escrita nunca me abandonou. 

Apesar da timidez, no período da faculdade, na cidade de Montes Claros, acabei trabalhando para uma revista local e tive a oportunidade de me inscrever para um concurso de poesias para uma Antologia. Essa foi minha primeira grande oportunidade. Gostei da experiência e continuei escrevendo poesias, poemas, mensagens.

Alguns anos depois, uma nova oportunidade de participar de uma Antologia Poética (Editora Scortecci) me despertou o desejo de me firmar como escritora. Após um tempo de  volta à minha cidade natal, trabalhando como professora universitária, fui convidada a escrever o material didático sobre Filosofia da Educação e Introdução à Filosofia para os cursos de Educação à Distância. A experiência despertou em mim o desejo de, além das poesias, trilhar os caminhos das histórias. E assim o fiz, mas deixei guardado na gaveta. 

Em meados de 2015, fui contratada como redatora de um “jornal virtual” (JPAgora), com o foco de cobrir variadas notícias locais e da região. Esse trabalho reforçou meu desejo de seguir meu sonho de ser escritora. E assim, numa noite qualquer, “desenhei”   na mente os primeiros traços de CODINOME… 

Aproveitei os pensamentos inspiradores e comecei a escrever. Após alguns dias, a história estava pronta. No início da pandemia, resolvi que iria procurar uma editora para analisar a obra. Enviei para algumas, inclusive a Editora Viseu e todas aprovaram, mas desisti no primeiro momento. 

Depois de 1 ano após essa primeira tentativa, enviei novamente meu manuscrito e   novamente fui aprovada. E mais segura e confiante de que valeria a pena, trilhei minha primeira grande jornada oficial no mundo dos escritores.

Minha inspiração? Minha mãe, os livros que li, os filmes que assisti, meu filho, eu mesma e Deus!

2. Como a escrita tem impactado sua vida pessoal e profissional?

De uma maneira geral, a escrita tem sido o principal caminho do meu desenvolvimento pessoal, social e profissional. Ela é meu mecanismo de comunicação e de relação interpessoal e também a matéria-prima do meu sustento.

No que diz respeito à obra estruturada pela Editora Viseu, o impacto local (familiares e amigos) foi e está sendo positivo. Muitos não imaginavam que eu buscava esse caminho, apesar de saberem que eu tinha dom com as palavras escritas. Estão me vendo com outros olhos e as oportunidades estão aumentando ainda mais.

3. Em “CODINOME: Encontro de almas”, você dedica o livro “aos amantes da vida e do amor”. Qual a importância dessa temática em sua vida e como ela se reflete em sua escrita?

Eu entendo e acredito que o AMOR é a mola propulsora do nosso existir. E isso em todos os seguimentos de nossa vida. No que tange à temática do livro, eu literalmente acredito no “amor de alma”, sem preconceitos. Acredito, principalmente, quando o amor pelo outro e para o outro, nasce primeiramente no meu amor-próprio, pois para mim, só somos capazes de verdadeiramente amar o outro quando nos amamos primeiramente. 

O amor acontece das mais variadas formas e o primeiro amor pode ser único ou não. Podemos viver vários amores antes de vivermos o verdadeiro amor. Eu acredito na “alma gêmea” que, para mim, é uma forte relação de querer bem ao outro, de querer saber do outro, sem que seja o verdadeiro amor. 

Eu acredito, por exemplo, que minha mãe tenha sido minha alma gêmea. O amor entre homem e mulher (ou como queiram, pois respeito todas as formas), verdadeiro, eu entendo e acredito como sendo o de “Chama Gêmeas”, aquele que “Deus uniu e nada nem ninguém consegue separar”. O amor em CODINOME é assim. 

E o que penso, sinto e interpreto do AMOR, é fortemente refletido no que escrevo, seja nas poesias, nas mensagens personalizadas, nos contos ou nos romances.

4. Seu livro começa com uma citação de Clarice Lispector. Qual a influência de Clarice e outros autores em seu estilo de escrita?

Em Clarice Lispector, percebo o desejo de expressar a paixão, as emoções e as sensações da alma. De forma romântica, mas ao mesmo tempo, filosoficamente racional. Esse é o foco do meu escrever: perceber e descrever o outro, sem, contudo,   denunciar claramente quem é. 

Em relação a outros autores, os relatos cotidianos de Monteiro Lobato, o mistério de Victor Hugo, cuja obra “Os Miseráveis” marcou minha adolescência e fixou em mim a paixão pela leitura.

De alguma forma, todos os livros que li acabaram por influenciar minha escrita. Mas nenhuma outra mexeu tanto quanto a coleção “A Garota do Calendário”, de Audrey Carlan e “A Seleção” de Kiera Cass, que retratam histórias de amor, de luta e de impedimentos. São histórias que poderiam ter sido ou ser vivenciadas por qualquer um de nós.

5. Os  títulos dos  capítulos do livro sugerem uma jornada de autodescoberta e superação. Como esses temas se relacionam com suas experiências ou visão de mundo?

Apesar de ser uma história fictícia, eu acredito que acaba tendo um pouco do que  fomos,  somos ou queremos ser. Todos nós passamos por experiências ruins e boas na vida; passamos por superações, cada um à sua maneira. 

Comigo não foi diferente, eu me considero alguém que vivenciou e superou diversos momentos e cada um deles me trouxe uma forte bagagem criando e transformando o meu eu, embasando a minha maturidade.

Essa perspectiva de autodescoberta, superação e desejo de ser quem eu nasci para ser e para ter, tem tudo a ver com a Mírian que hoje sou e com a Mírian que planejo me tornar gradativamente.

6. A protagonista de sua história enfrenta conflitos internos intensos, particularmente em relação ao amor e à timidez. Como foi o processo de criação dessa  personagem e o que ela representa para você?

No que se refere aos conflitos e à timidez, com certeza, veio do que descobri e entendi em mim mesma e do que percebi nas pessoas com as quais eu convivi ao longo da minha vida.

A construção da personagem se deu do que aprendi da vida, mas com nuances das   personagens da série teen da minha época, “Barrados no Baile” e da série “Casal 20”. 

Sua criação foi tranquila em alguns momentos, mas conflituosa em outros, tanto que   acabei mudando, retocando alguns pontos no decorrer da escrita. Eu “vivenciava”   a   história   na   mente,   como   que   querendo   sentir   a personagem e quando meu instinto me fazia sorrir, eu sabia que aquele era o caminho e só então começava  (ou continuava) a digitar. 

O que ela representa? Pode parecer loucura, mas representa a Filosofia da forma como percebo o filosofar: o inebriante desejo de se encontrar, se conhecer, entender e Ser por si e para si e não para agradar, de forma a se anular.

7. O livro aborda a transformação da vida da protagonista ao mudar de cidade, emprego e começar uma nova família. Em que medida essas mudanças se assemelham ou diferem de suas próprias experiências?

Vejo um meio termo. Tanto em relação a mim quanto ao que percebo da maioria das pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida. Eu me mudei várias vezes, troquei de trabalho, constituí família.

Mudei meu jeito de ver e viver no “meu mundo”. Nesse aspecto, há muita semelhança entre nós. Todo o resto pertence à personagem.

8. Poderia compartilhar um pouco sobre o seu processo criativo? Como você se organiza para escrever?

Às vezes, tenho uma ideia e começo a escrever e enquanto não finalizo, não paro.   Outras vezes, quero e faço o compromisso de escrever, tento várias vezes e não consigo extrair uma palavra sequer. Quando isso acontece, me apresento um prazo obrigatório. 

Geralmente, no decorrer daquele prazo, não consigo fazer absolutamente nada. De repente, aos “quarenta e cinco minutos do segundo tempo”, tudo o que deveria fazer em 15 dias, faço em 2 dias ou em duas horas. 

Mas a essência do processo de criação é: vem uma ideia (que pode ser a partir de uma imagem, uma música, uma frase), fecho os olhos, visualizo (vivencio na mente) toda a história; faço algumas coisas que não tem nada a ver com a escrita ou vou dormir. Dois dias depois, revejo a história e aí começo a escrever.

9. Quais são suas principais fontes de inspiração para criar histórias tão emocionais e profundas?

Deus é minha principal fonte de inspiração. Mas as experiências vivenciadas com minha mãe, Odete, assim como com a família e amigos, os livros e filmes da minha infância, adolescência e juventude e as experiências pessoais se inserem na essência do meu escrever.

10. Como você espera que “CODINOME – Encontro de almas” impacte seus leitores? Existe uma mensagem específica que deseja transmitir?

Espero que possa despertar nos leitores não apenas o gosto e o hábito pela leitura, mas a certeza de que o Amor que vem de dentro, que vem de Deus, é o caminho para impulsionar nossa existência. 

Os atropelos da vida, as tempestades pelas quais passamos, são para nos moldar e nos tornar pessoas melhores hoje do que fomos ontem. E mais, a consciência de que tudo tem seu tempo e seu “porquê” e que, conforme predispõe o nosso livre arbítrio,  nossa “colheita” é realizada no tempo certo e conforme o que plantamos. 

A mensagem é de que, como dizia Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Mas pra mim o “tudo vale a pena” desde que seja para o bem. 

Considero importante também a mensagem de que o Amor Próprio é a base para o sucesso em qualquer área da nossa vida, inclusive e principalmente a do Amor pelo e com o Outro

11. Por fim, quais são seus planos futuros como escritora? Pode nos dar uma prévia do que esperar de suas próximas obras?

Sem sombra de dúvida realmente essa é a estrada que resolvi trilhar: escrever é o que amo fazer; escrever para mim, por mim e para os outros.

Percebi que sou eclética para a escrita e há muitos temas que me interessa abordar. O escotismo é um deles. Além disso, tem as poesias (material já preparado para a VISEU). Outro romance. Quem sabe a continuação de Codinome?

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