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Como lidar com as críticas antes de publicar

Você está trabalhando no seu livro. Passa noites escrevendo, relendo, reescrevendo. E então, decide mostrar para alguém. A resposta vem como um tapa: “Está confuso.” “A história não me pegou.” “Você devia escrever outra coisa.”

Mesmo quando há boas intenções por trás, ouvir críticas sobre algo que nasceu de dentro de você machuca.

O medo de ser julgado é um dos maiores bloqueios que autores enfrentam — e não só iniciantes. Até mesmo escritores publicados e premiados carregam cicatrizes de palavras ditas (ou malditas) durante seu processo criativo.

Neste artigo, vamos conversar abertamente sobre isso.
Você vai entender por que críticas doem tanto, como separar o que ajuda do que paralisa e como blindar sua voz sem fechar seu coração.

Porque escrever é se expor. E aprender a lidar com críticas é aprender a continuar.

Aprenda a lidar com a crítica

Por que críticas doem tanto (e o que a ciência diz sobre isso)

Receber uma crítica sobre um texto que você escreveu é diferente de ouvir uma crítica sobre algo genérico. O texto, afinal, é seu. Foi você quem pensou, criou, escolheu cada palavra. É como se estivesse mostrando um pedaço do que você sente.

Não é exagero dizer que, para muitos escritores, uma crítica pode doer como uma rejeição pessoal. E a ciência comprova isso.

Pesquisadores da University of Michigan descobriram que críticas e rejeições ativam áreas do cérebro associadas à dor física, como o córtex cingulado anterior (Psychology Today). Ou seja: quando alguém critica sua escrita, seu cérebro reage como se estivesse sendo ferido de verdade.

E quanto mais investido emocionalmente você estiver naquele texto, maior será essa dor.

Isso explica por que tantos autores travam quando recebem feedback — mesmo quando sabem que ele é necessário. O bloqueio vem como mecanismo de proteção.

Mas há uma saída: entender essa dor para não deixar que ela controle você.

Nem toda crítica é igual: aprenda a filtrar

Um erro comum de quem está começando a mostrar seus textos é dar o mesmo peso para todo tipo de opinião. Mas nem toda crítica é feita para ajudar — e nem toda opinião merece ser considerada.

Existem críticas construtivas, críticas impulsivas e críticas destrutivas. E saber diferenciá-las é essencial para proteger sua voz como autor.

🎯 Crítica construtiva

É aquela que aponta problemas com empatia e intenção de ajudar. Geralmente vem acompanhada de sugestões e de um olhar técnico.
Exemplo: “O início da sua história tem potencial, mas fiquei confuso com a linha do tempo. Talvez reorganizar os capítulos ajude.”

Crítica destrutiva

Essa vem carregada de julgamento, ironia ou desprezo.
Exemplo: “Esse texto está péssimo. Você realmente acha que alguém vai querer ler isso?”

Esse tipo de crítica não diz nada sobre seu talento — diz muito sobre quem está falando. Rejeite.

⚠️ Crítica precipitada

Ocorre quando alguém opina sem se aprofundar no texto.
Exemplo: “Achei chato”, sem justificar ou propor alternativas.

Nesses casos, vale mais observar o padrão do que focar no comentário isolado.

A chave aqui é aprender a filtrar: escute o que faz sentido, descarte o que não constrói e, principalmente, não aceite como verdade absoluta algo que você ainda está descobrindo em si.

Crie seu círculo de confiança literária

Mostrar um texto para qualquer pessoa pode ser perigoso — não porque elas vão mentir, mas porque podem dizer a verdade errada, na hora errada, do jeito errado.

Um texto em desenvolvimento é frágil. E precisa de um ambiente seguro para crescer. É por isso que todo escritor deveria montar o seu círculo de confiança literária.

Quem deve estar nesse círculo?

🔹 Leitores beta comprometidos — pessoas que leem com atenção e conseguem explicar por que gostaram ou não de algo.
🔹 Outros escritores especialmente se estiverem em fase parecida com a sua.
🔹 Profissionais de escrita — como revisores, leitores críticos ou editores.
🔹 Leitores sensíveis pessoas que talvez não escrevam, mas têm sensibilidade para personagens, emoção e impacto.

Evite mostrar para quem:

  • Não gosta de ler
  • Tem prazer em apontar falhas
  • Nunca escreveu uma linha, mas se sente crítico literário

Lembre-se: não é sobre ouvir só elogios — é sobre ouvir com respeito.

Aprenda a escutar sem se anular

O grande desafio para quem escreve é este: como acolher críticas sem perder a própria essência?

A resposta está no equilíbrio entre humildade e firmeza.

Ouvir feedback exige humildade — para admitir que seu texto ainda pode melhorar. Mas também exige firmeza — para não transformar todo comentário em ordem.

Estratégias emocionais para não travar com críticas

🧘 Respire antes de reagir
Nem toda crítica precisa de resposta imediata. Leia, sinta, espere. Às vezes, o incômodo inicial passa e dá lugar à clareza.

📓 Mantenha um diário de escrita
Anote como você se sente após receber críticas. Releia dias depois. Você verá padrões — tanto nos sentimentos quanto nas críticas em si.

💡 Reescreva por você, não pelos outros
Se for mudar algo no texto, que seja porque você entendeu por que precisa mudar — não apenas para agradar.

🧱 Construa sua resiliência criativa
Ser escritor é, em parte, aprender a seguir mesmo ouvindo “não”.

Cuidado para não calar sua própria voz

Ao tentar agradar todo mundo, você corre o risco de apagar o que tem de mais precioso: sua voz autoral.

Toda grande obra foi, em algum momento, alvo de críticas. Autores consagrados já ouviram que seus livros eram confusos, pesados, exagerados. E persistiram.

Exemplo? Stephen King jogou o manuscrito de Carrie no lixo. Foi sua esposa quem o resgatou. O resto é história.

Escreva com a escuta aberta — mas com o coração firme.
Aceite mudanças — mas não apague sua identidade.

Exercícios para fortalecer sua confiança como autor

🔁 Releitura empática
Pegue um texto antigo que já recebeu críticas e releia com um olhar generoso. O que nele ainda te emociona?

🖋 Escreva cartas para você mesmo
Como se fosse um leitor que amou seu texto. O que ele sentiu? Aprendeu? Lembrou?

🛠 Reescreva uma crítica destrutiva como se fosse construtiva
Transforme “isso tá horrível” em “acho que você pode melhorar a clareza nesse trecho.”

🔐 Crie um mantra de proteção criativa
“Hoje escrevo para mim. Amanhã, posso revisar para os outros.”

Críticas fazem parte, mas não definem você.

Toda crítica traz em si uma oportunidade. Às vezes, de ajustar uma frase. Às vezes, de fortalecer sua convicção.

Escrever é um ato de coragem — e coragem não significa ausência de medo. Significa seguir apesar dele.

Na Editora Viseu, entendemos que o autor precisa de suporte — técnico e emocional. Por isso, estamos aqui para te ajudar a lapidar sua obra, mas também para lembrar que ela merece existir, mesmo antes de estar perfeita.

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