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Tudo o que você precisa saber sobre a ficha catalográfica

Ficha catalográfica: o que é, para que serve e como fazer

Ao folhear as primeiras páginas de um livro, você já deve ter notado um retângulo cheio de informações, letras e códigos. Essa caixa é a famosa ficha catalográfica, presente em todos os livros publicados em território brasileiro.

Esse pequeno elemento tem uma importância enorme para toda a cadeia do livro, sendo imprescindível para a publicação de qualquer obra. Apesar disso, não são muitos os autores que realmente entendem o que é e como funciona essa catalogação.

Este artigo serve como um guia completo sobre a ficha catalográfica, sanando todas as dúvidas acerca desse elemento tão importante. Entenda o que é a ficha catalográfica, quais seus elementos, para que serve, qual profissional pode produzi-la e como você pode fazer a sua!

Ficha catalográfica: o que é, para que serve e como fazer

O que é a ficha catalográfica?

A ficha catalográfica é uma das mais importantes partes de um livro. Normalmente encontrada no verso da folha de rosto, serve como uma documentação para a obra, contendo todas suas informações relevantes.

Desde 2003, passou a ser obrigatória para todas as publicações, conforme a Lei do Livro (Lei Federal nº10.753/03). É regida pelo Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2), sendo uma descrição tanto de aspectos físicos quanto temáticos de um livro.

É sempre formatada por bibliotecário profissional com um Certificado Regional de Biblioteconomia (CRB) ativo. Engloba outros tipos de publicação além dos livros impressos, como livros digitais, revistas, anais e monografias.

Qual a função da ficha catalográfica?

A ficha catalográfica permite a identificação, catalogação e localização de uma publicação em bibliotecas, livrarias e outros acervos de livros. Bibliotecários, editores e livreiros a utilizam constantemente em suas atividades.

Além disso, também assegura que as pessoas e organizações certas estão sendo creditadas por seu trabalho, precavendo plágios. Por fim, facilita a citação dessas obras, concentrando todas as informações que normas como a ABNT exigem nas referências de trabalhos em um só lugar.

Atenção: embora possa ser um recurso em uma disputa judicial, a ficha catalográfica não atua como o registro de direito autoral. Para estar legalmente respaldado contra plágios e pirataria, é preciso que o autor realize esse registro separadamente.

Quais os elementos de uma ficha catalográfica?

Uma ficha catalográfica conta com diversos elementos, todos pensados para facilitar a catalogação e referenciação bibliográfica. Confira em detalhes:

Exemplo de ficha catalográfica
Ficha catalográfica do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis

Notação de autor

A notação de autor é um código de identificação da obra, formado a partir do nome de seu autor e título. Vem logo na primeira linha da ficha, antes mesmo da autoria, servindo para individualizar autores e obras dentro de um mesmo assunto.

Para serem criadas, utiliza-se o sobrenome do autor e seu código correspondente em uma de duas tabelas: a Tabela Cutter-Sanborn ou sua adaptação brasileira, a Tabela PHA. Para finalizar, une-se a esse código a primeira letra do título da obra.

Autoria

Um dos pontos mais importantes de qualquer publicação, o nome do autor aparece mais de uma vez na ficha catalográfica, sendo uma informação básica para qualquer tipo de classificação. Junto com a autoria, é comum apresentar a data de nascimento e falecimento do autor, para evitar que escritores com o mesmo nome sejam confundidos entre si.

Além de reafirmar a autoria de quem escreveu o livro, permite que editores, bibliotecários e livreiros encontrem a obra mais facilmente. Caso não saibam o título da obra que procuram ou seu assunto, por exemplo, podem recorrer ao nome do escritor para identificá-la.

Título e subtítulo

Muitas vezes o principal meio de identificação de uma obra, esse elemento é imprescindível. O título de um livro é seu nome, tanto para fins bibliográficos quanto para o mercado editorial como um todo.

Na ficha catalográfica, o título aparece logo abaixo da autoria, devendo ter um recuo que o posicione logo após a quarta letra do nome do autor. Caso haja subtítulo, deve ser colocado após o título, precedido por dois pontos (:).

Edição

Também é preciso indicar qual o número da edição daquele livro, visto que cada alteração realizada na obra, seja na capa ou no miolo, a difere de outras. Sendo assim, cada edição ganha uma nova ficha catalográfica.

Atenção: uma edição é diferente de uma reimpressão. Na reimpressão, o livro não passa por nenhuma mudança, sendo apenas levado à gráfica e impresso novamente, sem necessidade de novos registros. Já uma nova edição realizou alterações, podendo essas ser mais ou menos significativas, mas sempre necessitando de outra identificação.

Editora

As editoras são as empresas responsáveis pela produção, edição e comercialização dos livros. São uma peça importante para a publicação, constando como fatores de diferenciação e catalogação de obras.

Existem muitas edições de livros clássicos, por exemplo. O maior diferencial entre essas edições é, justamente, a editora que os publicou. Sendo assim, é um elemento vital para qualquer ficha catalográfica. 

Local e ano de publicação

Outras informações pertinentes para fins de identificação de uma obra são o local e ano de publicação daquela edição. Indispensáveis para as referências de qualquer obra acadêmica, informam onde e quando o livro foi publicado, contextualizando-o no tempo e no espaço.

Número de páginas

Além dos aspectos de autoria e produção do livro, a ficha catalográfica também indica aspectos físicos da obra. O exemplo mais comum é a indicação do número total de páginas da publicação.

ISBN

O International Standard Book Number (ISBN), traduzido como Padrão Internacional de Numeração de Livro, é como a impressão digital do livro. É composto por 13 dígitos, aparecendo também em formato de código de barras na contracapa da obra.

Através dele, é possível identificar a publicação em mais de 200 países diferentes, permitindo não só sua catalogação como sua comercialização internacionalmente. Apesar de fazer parte da ficha catalográfica, deve ser requerido à parte. Confira aqui como fazer o registro de ISBN do seu livro!

Assuntos

Dizem respeito à temática da obra, sendo apresentados desde os mais amplos até os mais específicos, de maneira numerada. A grande maioria das bibliotecas e livrarias classifica os livros assim, agrupando-os nas prateleiras a partir dessa categoria.

É uma catalogação muito útil, pois permite que leitores interessados em um tema específico encontrem uma variedade de livros que o abordam, sem necessariamente ficar presos a um título ou autor específico. 

Pontos de acesso

Os pontos de acesso dizem respeito a como as pessoas encontram os livros nas bases de catalogação, sendo os principais termos utilizados para localizar essas obras. Normalmente, os pontos de acesso mais comuns são nome do autor, título da obra, nome da série ou assunto.

CDD e CDU

A Classificação Decimal de Dewey e a Classificação Decimal Universal são padrões internacionais de classificação por assunto, que codificam e organizam obras a partir de seus temas. Esses códigos são muito utilizados em bibliotecas para organizar seus acervos.

Os códigos consistem em números que correspondem a diferentes temas, expandindo seus dígitos e ganhando outros caracteres, como pontuações e letras conforme vão ficando mais específicos. O código CDD para literatura é 800, por exemplo, mas o código B869.93 indica um romance em língua portuguesa publicado no Brasil.

Nome e CRB do bibliotecário

Para assegurar que a ficha catalográfica realmente foi feita por um profissional capacitado, logo abaixo dela deve constar o nome do bibliotecário que elaborou a documentação, junto ao número de seu Certificado Regional de Biblioteconomia.

Como fazer a ficha catalográfica do meu livro?

Como mencionado acima, os únicos profissionais capacitados a criar uma ficha catalográfica são os bibliotecários. Sendo assim, para fazer sua própria ficha catalográfica da maneira correta e indicada por lei, será preciso contratar um profissional.

Hoje em dia, com a internet, é possível encontrar diversos bibliotecários e organizações oferecendo esse tipo de serviço. A própria Câmara Brasileira do Livro (CBL) atende a essa demanda de forma online, cobrando um valor de aproximadamente R$ 60,00 por ficha.

Editoras de livros normalmente contam com um ou mais bibliotecários no time, sendo a criação dessas fichas uma de suas principais atribuições. Além disso, há outros registros a se pensar, como o ISBN e o depósito legal.

Aqui, na Viseu, realizamos todos os registros necessários para nossos escritores, garantindo uma publicação de qualidade e em conformidade com os padrões editoriais. Conheça nosso processo de publicação e se torne um de nossos autores!

Temos uma experiência de mais de 13 anos no mercado editorial, contando com mais de 7.500 escritores publicados e mais de 2,5 milhões de cópias vendidas. Com uma equipe de profissionais capacitados, estamos sempre abertos a impulsionar os novos talentos da literatura brasileira.

Continue acompanhando nosso Blog para mais informações sobre o mercado editorial, dicas de publicação, recomendações de leituras e entrevistas com nossos autores. Nos vemos no próximo conteúdo!

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