Como escrever uma crônica? dicas práticas para iniciantes

Saber como escrever uma crônica é uma habilidade valiosa para quem deseja transformar eventos cotidianos em narrativas envolventes. A crônica é popular, dentre outras coisas, por ser um gênero literário acessível, que permite ao autor explorar o dia a dia com criatividade e estilo. A saber, com algumas técnicas e estratégias simples, é possível aprender a construir crônicas que conectem o leitor às situações mais comuns de maneira atrativa. Veja tudo sobre o assunto! O que é uma crônica? A crônica é, basicamente, um gênero literário marcado pela observação do cotidiano e sua transformação em uma narrativa que pode ter diferentes características, como: Leveza; Poder de acionar reflexão; Humorismo; Crítica e outras; Em suma, trata-se de um texto cujo intuito é despertar uma conexão imediata com o leitor, explorando temas universais ou situações comuns de forma particular. Geralmente, observamos a crônica sendo publicada em jornais, revistas ou blogs e é uma literatura que se destaca por seu estilo direto e acessível. Quais são as diferenças entre crônica e conto? Embora crônica e conto compartilhem algumas semelhanças, como a brevidade, eles possuem características até bem distintas. A crônica, por sua vez, é mais próxima da realidade e, muitas vezes, se origina de eventos do cotidiano, enquanto o conto pode ser inteiramente ficcional. Além disso, a crônica não segue uma estrutura narrativa tão rigorosa quanto a do conto, podendo ser mais livre e leve em sua construção e estilo. Escolhendo o tema certo da crônica O primeiro passo para quem deseja aprender como escrever uma crônica é escolher um tema que chame a atenção dos leitores. Como já falamos aqui, diferente de outros gêneros literários, o tema de uma crônica pode ser qualquer situação do dia a dia. Desde uma caminhada no parque até um encontro inesperado no supermercado, tudo pode se transformar em uma crônica. No entanto, o autor precisa ter um olhar atento e uma perspectiva interessante para deixar a abordagem interessante e atrativa. Como selecionar um tema? Observação: a primeira dica sobre como escrever uma crônica é ficar atento ao que acontece ao redor. A chave é transformar o banal em algo significativo; Experiências pessoais: usar suas próprias vivências ou de conhecidos, sem dúvida, pode tornar a crônica mais autêntica e próxima do leitor; Tópicos universais: escolher temas como amor, solidão, humor ou desafios cotidianos facilita bastante a identificação do público com a história;    Vamos conhecer a estrutura da crônica? As crônicas seguem uma estrutura simples e fluida. Logo, o foco deve estar na clareza do pensamento e na capacidade de transmitir a mensagem com objetividade. Vejamos sua estrutura: Introdução: Apresenta o tema de forma breve, despertando o interesse do leitor pelo assunto; Desenvolvimento: esse tópico de explorar o tema ou evento principal, acrescentando uma reflexão ou narrativa única; Conclusão: momento em que fechamos o texto com a preocupação de deixá-lo com uma impressão marcante ou inserimos uma reflexão final; Resumindo, a crônica não precisa seguir uma narrativa linear… É comum terminá-la com um comentário inesperado ou uma reviravolta que faz o leitor pensar ou sorrir. A simplicidade é a chave, a estrutura não é rígida, mas coesa. Lembre-se! Como escrever uma crônica? linguagem e estilo Tendo em vista que a crônica é marcada pela simplicidade e informalidade, sua linguagem deve ser acessível, sem recorrer a termos técnicos ou construções mais complexas. Para quem pergunta como escrever uma crônica, costumo dizer que o estilo pode variar dependendo do tema ou do público, mas deve-se manter um tom coloquial. Sendo assim, tenha sempre em mente que a escrita precisa ter uma abordagem mais próxima, quase como uma conversa com o leitor. Dicas para adaptar seu estilo? Seja direto: as frases curtas mantêm o ritmo do texto leve e ágil; Utilize o humor: pequenas doses de humor ou ironia podem tornar a crônica mais divertida e ajuda a prender o leitor; Reflexão pessoal: não fique com receio de expressar seus próprios pensamentos ou sentimentos sobre o tema abordado;   A importância do ritmo nas crônicas Está começando agora sua caminhada para aprender como escrever uma crônica? Saiba que o ritmo é essencial para manter o interesse do leitor. Como as crônicas são textos curtos, cada frase precisa ser pensada para fluir de forma agradável, portanto, evite parágrafos longos, pois eles podem cansar o leitor. A dica é alternar frases mais curtas com reflexões um pouco mais elaboradas. Isso ajuda a manter o equilíbrio. Como escrever uma crônica: exemplo prático Imagine que você queira escrever uma crônica sobre o trânsito na cidade onde mora. Poderia começar descrevendo o cotidiano caótico com ironia, mostrando como pequenas situações, como um carro lento ou um pedestre distraído, podem mudar o humor dos motoristas. No desenvolvimento do texto, também seria bom trazer uma reflexão sobre como esse cenário reflete a correria da vida moderna. Finalmente, conclua com uma observação engraçada ou sarcástica, mostrando como, no fim, todos estão presos ao mesmo caos urbano. A revisão é essencial Após escrever sua crônica, a revisão é um passo crucial. Como, aliás, precisa ser em qualquer tipo de escrita. No caso de aprender como escrever uma crônica, ler o texto em voz alta ajuda a identificar problemas de ritmo, repetição ou até mesmo frases confusas. Entenda que a revisão não é apenas uma questão de corrigir erros gramaticais, mas também de garantir que a crônica tenha a clareza e fluidez necessárias. Maiores cronistas brasileiros Se você deseja mesmo saber como escrever uma crônica, nada melhor do que ler os melhores escritores dessa modalidade. O Brasil, por exemplo, possui uma rica tradição de cronistas que ajudaram a definir esse gênero literário, explorando temas de interesse dos brasileiros. Aqui estão alguns dos principais nomes: Rubem Braga: considerado o maior cronista brasileiro, Rubem Braga era expert em transformar simples acontecimentos em textos poéticos e reflexivos sobre a vida. Carlos Drummond de Andrade: embora mais conhecido por sua poesia, Drummond também escreveu crônicas repletas de lirismo e consideração sobre a vida, política e comportamento humano. Clarice Lispector: autora conhecida por sua “prosa introspectiva”, Clarice

Ideias de títulos de livros: 25 sugestões para se inspirar

ideias de títulos de livro para se inspirar

Buscar ideias de títulos de livros é um passo essencial na jornada de qualquer autor. Um título impactante pode captar a atenção do leitor e refletir a essência da sua obra em poucos segundos. Fazer a melhor escolha não é apenas contribuir com a qualidade da obra, mas também ajudar na estratégia de marketing, atraindo e encantando o público-alvo. Portanto, neste artigo, você encontrará dicas valiosas para criar títulos atrativos, além de sugestões específicas para diferentes gêneros literários. Dicas para ter boas ideias de títulos de livros Criar um título eficiente exige criatividade, estratégia e certo conhecimento acerca do público. Sendo assim, aqui estão algumas dicas detalhadas que podem ajudá-lo nesse processo: 1. Explore o tema central Identifique a essência da sua história. Ou seja, antes de pensar em um título, faça uma lista dos principais temas e mensagens que sua obra aborda. A princípio, esse passo é importante pelo fato de um bom título precisar refletir o centro da narrativa. A escolha deve tocar o seu leitor; Resuma a trama. Depois, tente resumir a história em uma frase. A dica é se perguntar: “qual é a ideia principal que eu desejo transmitir?” Vale ressaltar que esse resumo pode fornecer percepções preciosas para a criação do título. 2. Utilize palavras persuasivas Escolha palavras que criem imagens mentais, que evocam sentimentos ou imagens específicas podem ajudar a prender a atenção do leitor. Por exemplo, usar termos como “coração”, “sombras” ou “luz” pode sugerir emoções e cenários que despertam o interesse. Além disso, considere a sonoridade para criar boas ideias de títulos de livros. Tenha opções que soam bem ao serem lidos em voz alta, tornando-os inesquecíveis. A dica aqui é dizer o título em voz alta e ver se ele flui bem, pois a musicalidade das palavras pode aumentar a atratividade do termo. 3. Considere o tom da narrativa ao criar suas ideias de títulos de livros Alinhe o título ao estilo da escrita, isso quer dizer que ele deve corresponder ao tom da obra, então, para histórias leves e humorísticas, usamos palavras que reflitam. Por outro lado, se for uma obra sombria e introspectiva, o título deve capturar essa intensidade, ou seja, algo mais denso. Aproveite para usar ironia ou jogo de palavras. É possível também incorporar humor ou ironia. Isso pode atrair leitores que buscam uma leitura leve. Tenha em mente que as ideias de títulos de livros criativos, que brincam com palavras, muitas vezes conseguem lugar de destaque nas prateleiras. 4. Experimente variações Faça testes com diferentes combinações e, com isso, evite se limitar a uma única ideia de título. O ideal é fazer uma lista com várias opções e, se possível, contar com a opinião de autores ou editores. Novas perspectivas podem revelar algo interessante. Para ter mais possibilidades, use ferramentas online – existem geradores de títulos online que podem ajudar a inspirar novas ideias. No entanto, devemos utilizá-las com o máximo de cuidado e apenas como uma inspiração. Elas podem sugerir combinações diferentes e criativas que podem ser ajustadas para se adequar à sua narrativa. 5. Pense em palavras-chave e SEO Se você pretende publicar seu livro online, considere usar palavras-chave em suas ideias de títulos de livros Isso, certamente, vai ajudar seu livro a ser encontrado em buscas na internet. Frases que refletem tendências ou temas populares tendem a chamar mais atenção. Saiba que um título objetivo pode ajudar os leitores a encontrar mais facilmente as obras em plataformas de venda de livros. Por isso, considere o que os leitores podem digitar em um mecanismo de busca ao procurar por livros semelhantes ao seu. 6. Revise e refine Às vezes, leva tempo para encontrar o título certo. Permita-se fazer ajustes e mudanças conforme a história se desenvolve. Outro ponto importante é estar disponível para receber feedbacks. Para isso, compartilhe suas ideias de títulos com outros autores ou editores. Essa iniciativa pode ajudar muito, então peça opiniões de forma despretensiosa. 7. Encontre inspiração na arte e na natureza Não se isole em um cubículo, estar atento a referências externas pode contribuir e muito com o seu processo criativo. Então, separe um tempo para ler outros livros, assistir a filmes ou observar a natureza pode ser uma fonte rica de inspiração. Anote palavras que possam ser adaptadas. Outra dica que pode funcionar é manter um caderno de ideias sempre por perto. Assim, quando uma ideia ou frase interessante surgir, anote-a. Com o tempo, percebemos que algumas anotações podem tornar-se títulos potenciais. Ideias de títulos de livros de romance Romances têm uma ampla gama de temas e estilos e trata-se de um gênero com forte apelo comercial. Inclusive, o Dark Romance é fortemente conhecido como o gênero literário que não viu crise no mercado editorial. Então, caso você esteja pensando em enveredar nesse mundo dos amores românticos, possíveis e impossíveis, aqui estão algumas ideias de títulos de livros de romance: “Amor em Tempos de Crise: sobreviventes”; “Doce Promessa de Verão”; “Entre Corpos e Almas”; “Dois Mundos irreais”; “Corações em Jogo”. Ideias de títulos de livros de poesias Os livros de poesias podem se beneficiar de títulos que reflitam sua essência lírica e a profundidade das emoções. Tudo vai depender do estilo de poesia escolhido, se de amor, com teor político, etc. Considere as seguintes sugestões para se inspirar: “Ecos da Alma”; “Sussurros do Coração”; “Luz e Sombra”; “Fragmentos impuros de Sentimentos”; “Poesia em Ventos Movimento”; Títulos para livros Dark Romance O gênero dark romance tem suas características únicas e como já falamos, tornou-se muito competitivo no mercado, inclusive no Brasil. Separamos algumas ideias de títulos de livros para esse gênero: “Corações Sombrios”; “Amor Corrosivos”; “Desejo e Perigo”; “Entre Luz e Sombra”; “Amor Entre Vícios e Virtudes”; Como pode observar, esses títulos combinam elementos de amor intenso e conflitos morais, comuns no dark romance. Ideias de títulos de livros de crônicas As crônicas geralmente capturam momentos da vida cotidiana e exigem do autor um certo “molejo” com as palavras. É comum encontrarmos títulos com muito humor, trocadilhos, duplo sentido, etc. No

Uma pandemia silenciosa: Marcello Junqueira revela os bastidores de seu novo livro sobre assédio moral

Confira a entrevista exclusiva com Marcello Junqueira, autor de obras jurídicas, que acaba de lançar o livro Assédio moral: uma pandemia “silenciosa”. Nesta conversa, o autor compartilha detalhes sobre o seu processo de escrita e explica como sua experiência pessoal o motivou a tratar o tema. A metáfora do ‘’vírus’’, usada por Marcello, destaca como o assédio moral se espalha facilmente, passando despercebido e criando ambientes prejudiciais à dignidade humana. A entrevista revela o esforço do autor em fornecer uma base sólida para que as pessoas possam identificar, entender e combater o assédio moral em suas diversas formas. 1. Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autor? Marcello Junqueira: Efetivamente tarefa um pouco “difícil” falar de mim, contudo irei me esforçar. Sou servidor público do Estado do Rio de Janeiro, policial civil, oficial de Cartório Policial, honesto, probo e reto e, notadamente, verdadeiro, como água de rocha. Formado em Fisioterapia, profissão com a qual não tive identificação, porém me serviu de diploma para me habilitar no concurso de nível superior e não somente fazer como ser exitoso, na prova, e, por conseguinte, no exercício do mister. A minha jornada, de fato, no campo dos livros, haja vista este ser a minha segunda obra, nasceu de uma vontade pessoal, fruto de uma perseguição, um verdadeiro assédio moral que, sem dubiedade, deixou marcas e, até os tempos atuais, deixa, como duas cirurgias na coluna, tratamentos psicológicos e, sobretudo, a vontade de crescer em cima dessas pedras colocadas nos caminhos, tais como: “intimidações”; corte de salário; “exoneração” entre outras. O que, clarividente, tive e tenho que estar revertendo tudo no Poder Judiciário, por isso a paixão se iniciou não só pelos livros, mas pelo Direito, faculdade que, nos últimos períodos, estou a fazer e, assim, com a graça divina, me formo em 2025. A paixão, portanto, no campo Jurídico e Doutrinário, surgiu, de forma “violenta”, digamos com “sangue”, haja vista duas cirurgias sérias para “curar-se” e viver, ao menos, de forma “digna”. Este, de fato, foi o fôlego para escrever uma “autodefesa” e que, sem “querer”, virou o primeiro livro, e, doravante, o segundo e, em breve, o terceiro, o quarto e, assim, se Deus quiser, por diante. 2. O que o inspirou a escrever o livro? Marcello Junqueira: A minha inspiração da escrita, como dito, veio não somente das “pancadas” do ofício, sem “aparente motivo”, mas também por ter tido uma educação e uma força, em Deus, com base na família, de me superar exatamente quando o barco de “nossa vida” balança. Neste ponto, é exatamente para isso que o Mestre, Deus, espera, além de estudar muito para outros concursos e, de forma natural, para a faculdade, e, ainda, para elaborar “elegantes” obras. 3. Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Marcello Junqueira: Ambos os livros, sem hesitar, são frutos de minha realidade profissional. Porquanto na primeira obra, viso não somente explicar como se procede em um Procedimento Administrativo Sancionador – sem perseguição – dentro da lei e, sobretudo, respeitando a Constituição Federal. Do contrário, o que, comigo, não somente não fizeram, como passaram por cima de tudo, o que me levou a médicos, com surgimentos de síndromes físicas e psíquicas, ou seja, me aprofundei no tema e não somente me ajudei, como quis ajudar aos colegas que da mesma forma ou semelhante sofrem com os devidos manuais em mãos. 4. Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Marcello Junqueira: Com a resolução desta nova obra, a segunda minha, que fala, de forma profunda, do Assédio Moral e os seus deletérios reflexos, do qual não só fui vítima como, de forma covarde, ainda sou. Busquei encerrar este assunto com maestria e deixar claro o quão grave é este assunto que, inclusive, é tratado como um crime contra a humanidade. Desta forma, de forma contínua, de forma, ainda emotiva, o meu caminho segue, com DEUS, mas sei que será árduo, desgastante, porém vitorioso, com o lançamento de novos livros. Agora em diante, livros jurídicos, em sua totalidade, para fins didáticos e voltados aos operadores do Direito, ou seja, acadêmicos, juízes, promotores, procuradores, advogados, e, claro, a todos aqueles que buscam o conhecimento na área do Direito. 5. Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Marcello Junqueira: Naturalmente pelos acontecimentos acima narrados, perseguições, humilhações, constrangimentos, intimidações, de todos os lados, surgiu, como “escovar os dentes”, para fazer o que tinha que ser feito, ou seja, me superar, buscar inspiração na minha própria história. Neste tocante, essa segunda obra, prefaciada por um dos Maiores do Direito Administrativo do País, Dr. Sandro Lúcio Dezan, os processos criativos foram tão naturais, porque narrei a minha história, contudo de forma impessoal dentro do Próprio Direito posto. 6. Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Marcello Junqueira: Um trecho que reflete, por assim “dizer”,  toda a minha obra, é a tutela, indissociável e indelegável e, notadamente, irrenunciável, da proteção a um dos maiores bens do ser humano, ou seja, a Dignidade da Pessoa Humana. O trecho que vou escolher de cujo título: “Abandono de Cargo’’ […] O agente público que se encontra afastado, de posse de licença médica para tratar a saúde, por questões exageradas, não tem a menor intenção de abandonar o cargo, não somente porque está tratando a sua saúde, mas também porque está com a saúde debilitada. A Autoridade que instaura Procedimento Administrativo Disciplinar, sabendo dessa condição ou tendo ciência, não somente tem que ser submetida a exame, sério, de capacidade de “demência”, como incorre em abuso de autoridade. […] 7. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro? Marcello Junqueira: Efetivamente, com forte dores, antes da segunda cirurgia, haja vista, na data corrente, estar com 3 (três) hérnias de disco, com radiculopatia, com isenção de carro PCD, fortes dores, dúvidas, assédio, o somatório de forças contrárias, salário cortado, dívidas em razão da covardia sofrida, tirando o meu único meio

10 Estratégias de marketing literário para autores independentes

Divulgar um livro é uma tarefa que exige estratégia e criatividade. Por isso, o sucesso de uma obra está relacionado a um bom planejamento durante a etapa de divulgação. O marketing literário começa bem antes da publicação. O objetivo é despertar o interesse do público e criar uma expectativa em torno da obra, fazendo com que o leitor já esteja ansioso pelo lançamento, mesmo sem ter acesso ao conteúdo. Baixar agora nosso Guia de Marketing para escritores. BAIXAR GUIA DE MARKETING Por isso, convidamos você a conhecer estratégias para potencializar o seu planejamento e divulgação  da sua obra. Índice do artigo Você sabe mesmo o que é marketing literário?  O marketing literário é o conjunto de ações pensadas para promover não somente a obra, mas também o autor. Os objetivos são aumentar a visibilidade do livro e fortalecer a autoridade do escritor no mercado, criando uma conexão duradoura com o público. Para que uma campanha seja bem sucedida, é preciso um planejamento cuidadoso e uma execução eficaz. Isso envolve desde a criação da identidade do profissional até o uso de canais e ferramentas adequadas para alcançar o público-alvo. Se você quer aprimorar o planejamento de divulgação do seu livro, preparamos 10 estratégias eficazes de marketing para autores independentes. 1. Descubra quem são os seus leitores Conhecer seu público é o primeiro passo para uma estratégia de marketing eficaz. Saber quem são seus leitores, o que os interessa e onde eles estão ajuda no direcionamento de suas ações. 2. Crie conteúdo sob medida para seu público Cada plataforma tem suas características e seu público específico. Aproveite isso para criar conteúdo personalizado para cada uma delas. No Instagram, por exemplo, você pode compartilhar imagens e trechos do livro. Já no YouTube, vídeos sobre o processo criativo. No LinkedIn, artigos sobre o tema abordado na obra. Esse tipo de conteúdo gera engajamento e aproxima o leitor da sua marca pessoal. Aproveite para descobrir como utilizar seus artigos do LinkedIn para escrever um livro. 3. Sua identidade é seu diferencial  Construir uma identidade forte é um dos pilares para se destacar no mercado literário. Seja consistente com a imagem que deseja transmitir. Defina seus valores e a mensagem que quer passar ao público. Uma identidade bem construída também facilita o reconhecimento da sua marca nas diversas plataformas. 4. Seja reconhecido como especialista  Se você deseja ser visto como uma autoridade no seu nicho literário, saiba que essa é uma boa forma de atrair leitores. Publique artigos, participe de entrevistas, palestras e eventos relacionados à sua área. Quanto mais você compartilhar o seu conhecimento e experiências, mais confiabilidade você ganha, o que fortalece sua imagem e atrai um público fiel e engajado.  5. Use as resenhas a seu favor Procure encaminhar cópias do seu livro para blogueiros literários, influenciadores ou leitores que já apreciam o seu trabalho, e solicite resenhas sinceras. Quanto mais opiniões positivas, maior a visibilidade e a confiança em sua obra. 6. Crie uma newsletter que fidelize leitores A criação de uma lista de e-mails é excelente para manter contato direto com seus leitores. Ofereça algo de valor, como um capítulo grátis ou um conteúdo exclusivo, em troca do cadastro no seu site ou redes sociais. A newsletter permite que você se comunique de forma personalizada, compartilhe atualizações sobre novos lançamentos e conteúdos exclusivos. 7. Conecte-se com profissionais da área  Participar de eventos literários, como feiras de livro, lançamentos, bienais ou encontros de escritores, é uma oportunidade para divulgar sua obra e expandir sua rede de contatos. Mesmo autores independentes podem se beneficiar de eventos locais ou virtuais, onde podem apresentar seus livros diretamente ao público, fazer parcerias e trocar experiências com outros profissionais da área. 8. Entenda o mercado literário e encontre seu espaço Conhecer o mercado significa entender quem são seus concorrentes, o que está em alta no gênero que você escreve e quais são as tendências do setor. O conhecimento de mercado também permite identificar oportunidades e nichos pouco explorados, que podem ser uma vantagem competitiva para o seu livro. 9. Seu diferencial é seu trunfo Todo autor tem algo único a oferecer, seja no estilo de escrita, no tema abordado ou na forma como se conecta com o público. Descubra o que torna sua obra exclusiva e use isso como um diferencial em suas estratégias de marketing. Ter um diferencial bem definido ajuda a criar uma identidade única e a atrair leitores que se identifiquem com sua visão. 10. Venda seu livro com uma história O storytelling vai além da narrativa do seu livro, ele deve estar presente também no marketing. Ao contar a história por trás da sua obra, você gera curiosidade. Fale sobre o processo de criação, os desafios que enfrentou e o que motivou a escrita do livro. Compartilhar essa jornada cria uma conexão emocional com os leitores, que se sentem mais próximos de você como autor. Com uma estratégia sólida, o marketing literário transforma um livro em um verdadeiro produto cultural, criando uma base de leitores fiéis e gerando repercussão no mercado. Você também pode se interessar em entender sobre como usar o Instagram para escalar suas vendas. Quais são os benefícios do marketing para você que é autor? Investir em marketing literário auxilia na construção de uma carreira sustentável. Quando bem executada, uma estratégia pode impulsionar a trajetória do autor independente. Vamos explorar alguns dos principais benefícios do marketing para a carreira literária.  Fortalecimento da marca pessoal O marketing literário ajuda o autor  a se tornar uma marca reconhecida, destacando seu estilo, visão e qualidades.  Com uma estratégia bem definida, o escritor cria uma identidade forte, atrai leitores e ganha visibilidade na mídia, além de construir uma base de fãs fiéis que acompanharão suas próximas publicações. Criação de uma comunidade de leitores O marketing literário também ajuda o autor a construir uma comunidade de leitores engajados. Através de newsletters, redes sociais e campanhas online, o autor cria um relacionamento próximo com seu público.

Um pouco de fauna em versos: o processo criativo de A.R. Santos

Livro um pouco de fauna em versos

Na entrevista a seguir, o autor A. R. Santos compartilha sua experiência como escritor e os detalhes por trás da criação de seu livro de poesia “Um Pouco de Fauna em Versos”. Com uma abordagem leve e divertida, o autor transforma a natureza em poesia, criando uma obra que encanta leitores de todas as idades. Assim, ele nos conduz entre as trilhas da magia, de forma criativa e surpreendente. O autor revela que é apaixonado por contar histórias desde jovem e reflete sobre seu processo criativo, suas influências literárias e como transformou a fauna em poesia, com um objetivo claro: divertir e encantar leitores de todas as idades e perfis. 1 – Como foi início da sua carreira de autor e como surgiu a ideia de publicar seu primeiro livro de poesias? A.R. Santos: Eu escrevo desde menino. Um dia, ganhei um livro de presente da minha irmã. Disse a ela que não era bom e que eu era capaz de escrever um romance muito melhor. Ela respondeu – Não duvido, mas quero ver. Assim nasceu meu primeiro romance. Eu escrevo contos, crônicas, romances e sátiras. Quando tinha trinta poesias, eu pensei: Deus! Se eu continuar escrevendo, isso vai dar um livro. 2 – Você mencionou que escreve romances, contos, crônicas e sátiras. Para você, como escrever em prosa se diferencia de escrever em versos? A.R. Santos: No texto tenho total liberdade. Na poesia, vem o cuidado com a rima, se tiver, o cuidado com a métrica. Eu particularmente me preocupo até com a harmonização visual, ou seja, mesmo sem ler, deve ser algo agradável de ver. 3 – Como você lida com bloqueios criativos ou momentos de dúvida durante o processo de escrita?  A.R. Santos: Eu escrevo quando quero sobre o que quero, portanto, não encontro muitas dificuldades. Se necessário, paro vou fazer alguma coisa como tocar violão, ver um filme, lidar na horta. Quando retorno ao texto está tudo claro. 4 – Para você, a escrita é mais inspiração ou transpiração? A.R. Santos: Inspiração. Para mim, a transpiração vem na hora de aparar as arestas, lapidar o texto. 5 – Sua poesia tem um aspecto que lembra muito as brincadeiras de adivinha e o que é o que é, você gostava dessas brincadeiras quando criança? Isso influenciou sua escrita? A.R. Santos: Sim, gostava e gosto. Se teve influência na criação das poesias, foi de maneira inconsciente. Escrevi como as ideias se apresentavam para mim sem premeditação. 6 – Este será seu primeiro livro publicado? Se sim, como está sendo o processo? A.R. Santos: Não, em 2007 eu publiquei um romance por uma editora do Rio de Janeiro. Quanto ao processo atual, sinto que estou tratando com profissionais altamente gabaritados e comprometidos. 7 – Para você, qual é o principal desafio que os autores enfrentam na atualidade para ter sucesso na carreira? A.R. Santos: Essa é fácil: transformar o livro em um produto comercial de sucesso. 8 – Como você lida com rejeições ou críticas negativas durante sua jornada como escritor e que conselhos daria para escritores aspirantes?  A.R. Santos: Não me preocupo. Aprendi que nada pode abalar um trabalho sério. Feito com organização e método. Se a crítica ficar pesada, eu penso: “falem bem ou mal, mas falem de mim”, pois “Enquanto os cães ladram, a caravana passa”. Então, eu diria para um escritor iniciante que ele confie no seu taco, que vá em frente, o mundo é seu. 9 – Poderia citar algumas das poesias que você considera que melhor representam sua escrita e o tema da obra? A poesia sobre o elefante me reportou aos filmes, aos gibis e ao livro “Tarzan na selva” de Edgar Rice Burroghs. Com essa base de conhecimentos sobre esse animal. Não levei dez minutos para compor a poesia. A sacada de misturar Pelé, Neymar e piracema na poesia sobre o peixe. Quando a li com calma pensei: Deus, como é que eu fiz isso? A poesia sobre o condor, que alegria quando minha irmã disse: – muito boa. Também destaco a poesia sobre o cavalo. Quando a li, senti alguma coisa de mágico, a partir daí as poesias ganharam uma importância inimaginável para mim. 10 – Quais foram suas principais referências para escrever o livro? A.R. Santos: Rubem Braga, Fernando Sabino, Vinícius, Mario Quintana. Creio que estes e outros autores estiveram comigo, ainda que de forma inconsciente. 11 – Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? A.R. Santos: Eu comecei a escrever para passar o tempo, me divertir sem compromisso ou preocupação. A partir dos primeiros versos, eu já sabia o que fazer. Então, foi só pesquisar todas as informações que eu precisava para compor as poesias. 12 – Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados? A.R. Santos: Eu sempre soube da importância dos animais no universo literário. Pessoalmente, o meu gosto pelos detalhes e a pesquisa refinada. 13 – Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro? A.R. Santos: Não houve grandes desafios. Eu sabia como começar e terminar. Repito, eu me diverti muito fazendo isso. 14 – Como você espera que seu livro impacte os leitores? Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir? A.R. Santos: Embora algumas pessoas digam que o livro é didático, o meu objetivo é divertir. “Um pouco da fauna em versos” pode ser lido por todos. Não importa  o grau de escolaridade, a faixa etária ou a classe social dessas pessoas. 15 – Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores? A.R. Santos: A literatura instrui, informa, diverte. E de alguma forma nos conecta em imaginação com o passado, o presente e o futuro. Adquira o livro “Um pouco de fauna em versos” na loja oficial da Editora Viseu na Amazon!

Healing Fiction: Conheça Esse Sucesso Editorial

Descubra o que é healing fiction

Descubra o que é Healing Fiction e como essa abordagem literária pode transformar emoções em narrativas com poder de cura e autoconhecimento. O conceito de Healing Fiction (ficção curativa) pode parecer novo para muitos leitores, mas está profundamente entrelaçado com a ideia de usar narrativas para o autoconhecimento. Basicamente, se trata de um gênero literário que promove cura emocional e transformação pessoal. É por abordar histórias de forma terapêutica, que o Healing Fiction, com sua escrita e leitura, particulares, nos auxilia na cura mental, emocional e espiritual. Mas afinal, o que é exatamente essa prática e como ela pode beneficiar quem a utiliza? Neste texto, você verá o que é Healing Fiction, como podemos aplicá-la na vida, e por que muitos autores e leitores estão se interessando por ela. O que é healing fiction? Inicialmente, Healing Fiction, traduzido como “ficção curativa”, refere-se ao uso de histórias e narrativas ficcionais como ferramentas de auxílio para lidar com questões emocionais e psicológicas. Trata-se de uma abordagem onde a ficção, seja na forma de romances, contos ou até mesmo poesias, é usada para diversos fins, como: Trabalhar traumas; Enfrentar medos; Encontrar caminhos para o crescimento pessoal; O conceito desse gênero foi amplamente explorado por autores como James Hillman, que via as histórias como meios de expôr arquétipos e temas da psique humana. Assim, a ideia central é que, através da ficção, os indivíduos possam acessar emoções ocultas, resolver conflitos internos e até mesmo encontrar soluções para problemas cotidianos. Você também pode se interessar pelo conteúdo sobre como fazer um conto. A ficção como ferramenta de cura A escrita é uma das principais formas de expressão humana, mas no contexto do Healing Fiction, ela assume um papel ainda mais significativo. Quando cria personagens e narrativas, o escritor projeta seus sentimentos, medos e desejos. Isso lhe permite uma reflexão sobre próprias experiências, promovendo uma espécie de catarse. Além de ser uma prática eficaz para quem escreve, o Healing Fiction também traz grande benefício para quem lê. Enquanto leitores, quando nos conectamos emocionalmente com os personagens e enredos, nos identificamos com os dilemas apresentados, refletimos e podemos encontrar conforto e soluções. Quer mais inspiração para sua escrita? Veja também o texto “Como escrever poesia”, que traz dicas para transformar suas emoções em versos significativos. Healing fiction, na prática: como funciona? Ao aplicar a “técnica”, tanto escritores quanto leitores estão se engajando em um processo de reflexão e autoexploração. Para os escritores, o processo de criação é uma forma de dar voz aos sentimentos mais profundos, enquanto os leitores, eles podem experimentar diferentes experiências, como: A cura de uma maneira mais sutil e introspectiva; A percepção de dilemas ou problemas que não tinha noção; Descoberta da necessidade de ajuda; Na prática, podemos utilizar a ficção curativa de várias formas. Veja alguns exemplos: Escrita de diários fictícios: uma técnica muito comum é a criação de personagens fictícios esquematizados. Aqui, se projeta os próprios sentimentos nos personagens, abordando conflitos internos. Personagens arquétipos: quando os autores criam personagens que representam arquétipos universais (como o herói, a sombra, o sábio), eles podem trabalhar diferentes aspectos da psique humana. Leitura terapêutica: a leitura de obras com temáticas profundas permite que o leitor se envolva em uma jornada emocional, onde pode confrontar seus medos e inseguranças. Gostaria de transformar sua vida em literatura? O artigo como escrever uma autobiografia pode ser uma leitura valiosa! O papel do autor na healing fiction Nem sempre o autor de Healing Fiction escreve com o propósito de cura, mas o processo criativo ajuda a lidar com suas próprias questões internas. Por exemplo, ao criar uma narrativa sobre um personagem que enfrenta traumas ou dificuldades, o autor pode estar inconscientemente lidando com suas próprias dores. Também pode acontecer de o escritor, propositalmente, criar personagens e histórias baseados em conhecidos, ou temas específicos, mas sem relação consigo. Ainda assim, eles se conectam profundamente com suas histórias e transmitem emoções genuínas através de seus personagens. Com isso, acabam criando uma conexão com os leitores, que encontram muitas vezes, em suas palavras, um espelho para suas próprias emoções e desafios. Caso deseje desenvolver essa habilidade literária e criar histórias significativas, confira nosso guia sobre como começar um livro, com dicas práticas para dar os primeiros passos. Benefícios de ler exemplares healing fiction Como já falamos aqui, esse gênero literário oferece inúmeros benefícios, tanto para escritores quanto para leitores. A seguir, veja alguns dos principais: Autoconhecimento: os personagens e narrativas sempre abordam diferentes aspectos das personalidades humanas, dificuldades e vivências que talvez não conhecemos ou não notamos em nós mesmos. Catarse emocional: O processo de criação, escrita e leitura pode ser extremamente catártico, permitindo que emoções reprimidas sejam liberadas e processadas. Resolução de conflitos internos: ao nos depararmos com temas desafiadores, como o medo, a perda, a não aceitação, podemos encontrar soluções ou novas perspectivas para conflitos. Cura emocional: para muitos de nós, sem dúvida, a ficção funciona como um escape emocional, nos permitindo experimentar sentimentos em um ambiente seguro e controlado. Buscando uma maneira de se expressar e lidar com as emoções? A poesia pode ser uma excelente ferramenta complementar. O texto como escrever poesia pode ajudar! Healing fiction e outros gêneros literários Embora o Healing Fiction seja frequentemente associado a gêneros como drama e fantasia, ele pode ser aplicado a qualquer tipo de narrativa. Sabia que romances, contos e até mesmo microcontos podem ser escritos com o intuito de promover a cura emocional? Os romances históricos, por exemplo, podem abordar questões de identidade e pertencimento, enquanto os poemas, muitas vezes abordam temas de perda, amor e superação. Esses diferentes gêneros oferecem várias formas de se conectar emocionalmente com o leitor, promovendo reflexão e cura, quando aliados à ficção curativa. Mas não esqueça, é necessário saber como criar a modalidade de escrita para depois introduzir a técnica em questão. Por exemplo, se quiser criar um conto com potencial curativo, sugerimos que veja nosso artigo como fazer um conto para aprender sobre como estruturar histórias breves. Como healing fiction pode mudar sua perspectiva de vida?

Diário de leitura: 5 passos para criar o seu

como criar um diário de leitura

O diário de leitura nos permite registrar impressões sobre os livros, refletir melhor sobre as leituras e refinar a prática literária. Dessa forma, se você busca ter mais envolvimento com o conteúdo que consome, essa ferramenta lhe ajudará a criar um vínculo mais forte com a leitura. A seguir, vamos explicar o que é um diário de leitura, para que serve, seus benefícios, e como criar o seu, seguindo um tutorial prático. O que é um diário de leitura? Diário de leitura é um modelo de caderno, documento digital ou aplicativo no qual o leitor registra suas impressões e reflexões sobre as obras que lê. Em suma, ele serve como um registro pessoal, onde você pode organizar suas ideias, guardar trechos marcantes e até examinar temas específicos. A estrutura de um diário varia conforme suas preferências. Enquanto alguns leitores optam por anotações detalhadas, descrevendo reações a cada capítulo, outros preferem anotações mais sucintas. Assim, podemos usá-lo para anotar: Breves comentários; Frases impactantes; Possíveis dúvidas; Em um diário de leitura digital, é possível utilizar ferramentas que facilitam a organização, como tabelas e etiquetas, além de permitir o acesso em múltiplos dispositivos. Já no formato físico, o toque pessoal, como escrever à mão e adicionar ilustrações ou adesivos, dá um ar ainda mais personalizado diário. Como um diário de leitura pode fazer a diferença na sua vida? O diário de leitura tem diversas finalidades que vão além de simplesmente registrar o que lemos. Logo, ele pode ser usado para: Organizar e gerenciar as leituras: anotar quantos livros você já leu, quais deseja ler e quais histórias mais interessaram; Registrar detalhes importantes: lembrar nomes de personagens, cenários, temas e trechos favoritos podem facilitar seus estudos e pesquisas; Refletir sobre o impacto das obras: o diário também serve como um espaço para analisar acontecimentos e entender como elas influenciam sua visão de mundo; Incentivar o hábito de leitura: ver o progresso que fazemos com o tempo pode ser motivador, algo que ajuda a manter o hábito de ler regularmente; Desenvolver o senso crítica: ao escrever sobre o que lemos, desenvolvemos habilidades de análise e aprendemos a perceber nuances que talvez não notaríamos de outra forma; Sendo assim, seja você um leitor casual ou alguém que estuda com frequência, ter um diário de leitura pode melhorar sua relação com os livros. Quais são os benefícios de manter um diário de leitura? Manter um diário de leitura traz uma série de benefícios que podem melhorar sua compreensão, memória e apreciação das obras lidas. Entre os principais benefícios estão: Aprimoramento da memória: quando anotamos o que lemos, reforçamos a retenção das informações e dos detalhes. Isso é útil para quem precisa lembrar de aspectos importantes; Melhora da reflexão: quando escrevemos sobre nossas emoções e pensamentos ao longo da leitura, sem dúvida, conseguimos uma conexão mais profunda com os temas abordados; Desenvolvimento da escrita: sempre que anotamos, seja em formato de resenha, microcontos, análise crítica… Aprimoramos a capacidade da escrita, algo valioso quando escrevemos as próprias obras; Mais inspiração e criatividade: também podemos usar o diário como ponto de partida para novas ideias. Analisar obras que o inspiram, nos permite encontrar novos caminhos; Organização literária: por fim, essa ferramenta serve para organizar as leituras, listando livros lidos, desejados e anotando avaliações pessoais. Super útil para livros físicos e e-books; Você também pode se interessar por poemas de amor O que não pode faltar em um diário de leitura? Um bom diário de leitura deve incluir determinados elementos essenciais para que você possa aproveitar suas leituras com eficiência. Confira os principais itens que podemos adicionar: Título do livro: registre o nome das obras; Nome do autor: isso ajuda a catalogar obras de autores que você gosta ou quer discorrer mais; Data de início e término da leitura: trata-se de um dado útil para monitorar o tempo dedicado, principalmente para observar os progressos da leitura dinâmica; Resumo ou sinopse: uma breve descrição é importante, especialmente quando se pretende revisitar a obra; Anotações sobre a trama: você também pode anotar detalhes importantes, reviravoltas e observações pessoais sobre o enredo. Frases ou trechos favoritos: nesse espaço é possível registrar citações ou passagens que chamaram sua atenção; Personagens: local para anotar informações sobre personagens que se destacaram ou que influenciaram a leitura; Temas e reflexões: aqui podemos registrar as ideias centrais da obra; Avaliação pessoal: por fim, usamos esse ambiente para classificar o livro com uma nota ou escrever sobre o que sentimos após a leitura; Esses elementos ajudam a enriquecer sua experiência literária e tornam seu diário de leitura uma ferramenta completa para o registro de leituras. Leia também sobre romance histórico Como fazer um diário de leitura físico? Agora que você entende o que é e quais os benefícios de um diário de leitura, aqui estão os cinco passos para criar um: 1. Escolha o formato: físico ou digital Pense se seria melhor um diário físico, em um caderno personalizado, ou um diário digital, utilizando ferramentas como Google Docs, Notion ou aplicativos de leitura. Em síntese, a escolha depende de cada estilo. Para quem gosta de escrever à mão, a versão física pode ser mais pessoal. Por outro lado, quem prefere praticidade e acesso em múltiplos dispositivos, a versão digital pode ser mais apropriada. 2. Defina o objetivo do seu diário Analise o que você deseja registrar. Seu diário de leitura vai focar apenas nas impressões sobre os livros que lê, ou também quer usar para planejar leituras futuras, listas de desejos, análises… 3. Selecione os elementos essenciais Independente do formato escolhido, o diário deve conter as informações já mencionadas neste texto. Dessa forma, você precisa inseri-los, mas sem muita rigidez. Esta escolha também vai depender do seu estilo e do que julga necessário em seu diário. 4. Organize as seções Chegou a hora de decidir como vai dividir as partes do diário. É possível dedicar uma página para cada livro ou criar seções para categorias, como: Romances históricos; Microcontos; Poemas sobre a vida; Crônicas; 5. Incorpore detalhes visuais A parte mais

Dark Romance: 10 livros para entender a nova tendência literária

dark romance: descubra o que é

O gênero dark romance tem ganhado cada vez mais destaque no mundo literário. Com tramas intensas, personagens complexos e polêmicas, se popularizou entre leitores de diversos. Se você ainda não conhece ou deseja se aprofundar nesse universo, preparamos uma lista com 10 livros que podem te ajudar a entender essa tendência. O que é dark romance? Antes de mergulharmos na lista de livros, precisamos entender o que caracteriza o gênero dark romance. Inicialmente, esse estilo literário envolve histórias de amor com temas sombrios, incluindo personagens moralmente questionáveis, relacionamentos complicados e, muitas vezes, situações de perigo ou violência emocional. O foco aqui não está apenas no romance tradicional, mas também nos conflitos e dilemas internos dos personagens e entre eles. Caso esteja acostumado a ler crônicas mais leves, pode achar o dark romance um desafio, pelo menos no início. Porém, a profundidade emocional e a carga dramática desse estilo tem conquistado muitos leitores dispostos a explorar narrativas diferentes. Conheça 10 livros para entender o gênero literário dark romance 1. Paixão Obscura, de Penelope Douglas Um dos livros mais populares do gênero dark romance é o “Paixão Obscura”. A obra apresenta personagens com passados difíceis, traumas e muitos segredos. A intensidade dos sentimentos e o ritmo da trama fazem com que os leitores se prendam ao enredo desde o início. 2. Monstro, de Lily White Este livro aborda uma relação perturbadora entre os protagonistas, cheia de momentos tensos e emoções à flor da pele. A autora cria um ambiente tenebroso onde os leitores são confrontados com questões morais difíceis. 3. Sangue e Rosas, de Callie Hart O romance entre um criminoso e uma jovem inocente é o foco desta história. O enredo mescla ação e paixão, mantendo os leitores presos do início ao fim. A cada página, o leitor é convidado a explorar os limites entre amor e perigo, algo típico do dark romance. 4. Twisted, de Ana Huang Com um título que já sugere algo fora do convencional, “Twisted” é uma leitura envolvente para os fãs de dark romance. Aqui, a autora cria uma atmosfera de mistério, com personagens cujas motivações são imprevisíveis. Uma ótima escolha para quem está começando a conhecer o gênero. 5. Devorar, de Ker Dukey Estamos diante de um livro que captura perfeitamente a essência do dark romance. Ele entrega uma narrativa onde o amor e a obsessão se confundem, criando uma dinâmica imprevisível entre os personagens. 6. A Morte de Sarai, de J.A. Redmerski Um thriller romântico com uma pegada sombria, esta obra é perfeita para quem quer explorar o lado mais brutal do dark romance. Sarai, a protagonista, vive em um mundo de violência e crime, mas encontra no improvável Jesse uma possibilidade de redenção. A narrativa é rápida e cheia de reviravoltas. Prepare o coração! 7. Dark Blood, de Isabelle Almeida Dark Blood, de Isabelle Almeida, é um mergulho profundo em uma trama cheia de mistérios, segredos familiares e elementos místicos que desafiam a realidade. Nossa indicação! Tudo gira em torno de Lia, uma jovem que, após a morte da avó, se vê enfrentando os desafios típicos da transição para a vida adulta. No entanto, sua vida comum muda completamente com a chegada de dois irmãos misteriosos, Ian e Ryan, que parecem ter um interesse especial nela. Desde a entrada dos gêmeos em sua vida, Lia começa a ter sonhos confusos e perturbadores. Diferente do que muitos leitores poderiam esperar de um típico triângulo amoroso, a história vai além das aparências e aborda traições, vingança, magia e criaturas místicas. Isabelle Almeida construiu uma das narrativas mais envolventes e cativantes desse gênero, então comece sua jornada por ele! 8. O Templo dos Espelhos, de Victoria Quinn Neste livro, Quinn mergulha nas profundezas do poder e da submissão, abordando temas delicados de uma forma cruel e cativante. Ótima leitura para quem deseja entender como o dark romance pode abordar os extremos do comportamento humano, e boa inspiração para quem pretende publicar livro físico. 9. Captive in the Dark, de CJ Roberts Um dos primeiros livros a popularizar o dark romance moderno, Captive in the Dark leva os leitores a uma jornada perturbadora sobre dominação e submissão. A obra fala sobre temas delicados, como o sequestro, mas consegue percorrer as camadas psicológicas dos personagens surpreendentemente. 10. The Maddest Obsession, de Danielle Lori Com um enredo que envolve o submundo do crime e um romance tóxico, The Maddest Obsession mistura perigo e paixão em um nível emocionante e perturbador. Veja: 5 dicas sobre como fazer uma sinopse de livro  O impacto do dark romance na literatura contemporânea O sucesso do dark romance se dá, em parte, pela maneira como ele reflete os conflitos internos dos leitores modernos. É uma questão de identificação. As fronteiras entre o bem e o mal nem sempre são claras, e o dark romance discorre exatamente essas “áreas cinzentas”. A popularidade desse estilo é tão grande que até autores de crônicas e romances tradicionais também começaram a se aventurar em temas mais sombrios. Você sabia que essa tendência também impacta o mercado editorial? Saiba que muitas pessoas que antes tinham medo de publicar livros físicos com temáticas mais pesadas agora encontram um público ávido por essas histórias. Ademais, o interesse por esse tipo de literatura gera uma demanda por novos exemplares, estimulando escritores a apostar em títulos de livros que capturem essa essência. Sua influência na psicologia literária: healing fiction O gênero dark romance também se conecta com conceitos de Healing Fiction, onde as narrativas também proporcionam uma ferramenta de cura emocional para os leitores. A complexidade emocional dos personagens provoca reflexões sobre dilemas pessoais e traumas, criando um vínculo profundo entre o leitor e a história. Descubra a diferença entre poema e poesia Como escrever um livro de dark romance? Escrever um livro de dark romance exige mais do que criar uma história de amor, pois esse gênero literário é marcado por várias vertentes, como: A intensidade emocional; Exploração de temas sensíveis; A presença de personagens que vivem no limite entre o desejo e o perigo; Sendo

O Império de Dhorman: explorando o mundo fantástico da autora Alexandra Jahnel

Livro o mestre dos dragões, Alexandra Jahnel

Na entrevista a seguir, conversamos com Alexandra Jahnel, autora de “O Mestre dos Dragões Vermelhos: povos além do véu”. A autora compartilha sua trajetória como escritora, desde suas primeiras influências literárias até o processo criativo por trás de seu fascinante mundo medieval, Dhorman. Além de abordar temas como mitologia e esoterismo, a autora discute como a escrita se tornou uma terapia e um meio de expressar temas complexos, como relacionamentos, honra e diversidade. Neste conteúdo, você vai conhecer mais sobre o universo de dragões e batalhas criado por Alexandra, que combina fantasia e reflexões sobre questões atuais. Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autora? Alexandra Jahnel: Não é muito fácil falar sobre mim, sou relativamente tímida. Uma de minhas tias era professora, como ficava muito tempo na casa de minha avó, me alfabetizei cedo, já sabia ler e escrever aos 4 anos, gostava muito de poesia e ganhei um livro de poesias de Vinicius de Moraes (Arca de Noé). Uma grande professora, Sra. Gema Galasso, sempre me incentivou a escrever, o interessante que sempre tirava notas baixas em Língua Portuguesa, mas as redações me salvavam sempre. No decorrer de minha vida escolar participei de inúmeros concursos literários, geralmente com poesias. Hoje, trabalho em uma empresa pública, a associação de empregados efetua concurso literário todo ano, cheguei a ganhar algumas vezes, com publicação da obra em livros e prêmios, tantos me disseram que deveria escrever um livro que acabei me enveredando por esse caminho. O que o inspirou a escrever o livro? Alexandra Jahnel: Colegas e familiares sempre me dizendo para escrever um livro, acabei começando a escrever O Mestre dos Dragões Vermelhos após ler sobre bruxaria antiga e uma vertente voltada aos dragões (amo mitologia e esoterismo), a ideia surgiu e comecei a escrever. A história foi fluindo de uma forma estranhamente leve. Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Alexandra Jahnel: Apesar de ser um livro de atmosfera medieval, muitos assuntos atuais são abordados: aborto, homossexualidade, relacionamentos, honra, corrupção e muito mais. Muitos dos personagens são inspirados em pessoas que marcaram minha vida em algum momento, mas muito do que sou está nessa obra. Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Alexandra Jahnel: Sempre gostei de ler, escrever foi uma consequência. Escrever é uma terapia insana, encontro meu equilíbrio em meio a meus amados dragões. A história surgiu quando lia sobre a tradição draconiana na bruxaria antiga, não existe muito material sobre o assunto, mas absorvi o que encontrei. Sou fascinada por mitologia e esoterismo, então a história começou a fluir, os personagens passaram a se fazerem presentes e não parei mais de escrever. Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Alexandra Jahnel: Misturei a mitologia com a realidade, a atmosfera é medieval, mas abordei assuntos atuais. Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Alexandra Jahnel: Gostaria de incluir uma introdução. “Dhorman, um mundo de dragões, fadas, elfos e magos… O reinado comandava esse mundo mágico, um reinado da escuridão, o reinado de Lur. O rei permite que seu principal campeão da guarda desposasse uma de suas filhas, não considerava que Dhamaggor se interessasse pelo poder, mas esse fomenta a revolta dos vassalos do rei e toma o poder, transformando-se no imperador de Dhorman. O império de Dhamaggor se inicia de forma sombria, toma duas das gemas de poder de Lur, mas Lumanzir, a conselheira dragão do rei, esconde as demais. O uso da gema da eternidade lhe dá juventude e poder, mas o preço a se pagar era uma vida em troca do poder. Dhamaggor soube de sua origem, seu pai era um dragão verde transformado, sua mãe era filha de Lur com uma das herdeiras da linhagem de Kirlon; com estratégia e traição, Lur havia conseguido que elfos e demais magos acreditassem que os Kirlon eram traidores do reino, tomou-lhe a vida, o espólio e uma de suas filhas. O castelo de Kirlon ficou conhecido como o castelo das sombras, ali Lur levava seu intento de criar a raça pura, uma raça que conseguisse manipular as gemas de poder. Lur havia sequestrado a filha do chefe élfico, Jurton, e a mantinha no castelo das sombras, tomou-a, assim como tomou a filha mais nova da casa de Kirlon, acreditava que a diluição do sangue de sua linhagem havia prejudicado a utilização das gemas Lurins, gemas de poder, motivo de não ter sido ainda deposto. A loucura do castelo das sombras durou décadas, Lur não somente tivera filhos com a filha de Jurton, tomou também as próprias filhas para garantir a pureza do sangue, os meninos eram descartados e as meninas bastardas serviriam como reprodutoras, seja para si ou para um de seus filhos. Dhamaggor nascera no castelo das sombras, fruto de uma paixão entre um dragão verde transformado e uma das filhas de Lur, o dragão morrera nas mãos do rei e Dhamaggor fora salvo por uma velha lurin e entregue para ser criado por um mago, soube de sua origem apenas com a morte daquele que considerava pai. Lur ainda resistia, conseguira reunir muitos antigos vassalos, além de ter como aliados tanto dragões como elfos, a guerra durou décadas, Dhamaggor gradativamente percebeu que estava se transformando naquilo que mais abominava, tinha intenção de tomar as herdeiras de Lur e delas ter filhos e herdeiros com seu sangue e sangue de Lur, mas uma jovem, Tazla, toma-lhe o coração e os planos mudam: queria agora somente vencer Lur e manter a quem amava em segurança. Tazla nascera também no castelo das sombras, havia sido salva pela mesma Lurin que salvara Dhamaggor, contou a Jurton sobre o que realmente ocorrera nos castelo das sombras e o destino de sua filha, elfos e muitos magos romperam com Lur e esse é morto. Dhamaggor parecia ter conquistado a paz, eventualmente herdeiros de Lur surgiam, mas o imperador conseguira criar um império forte, que contava com várias fortalezas e também

Leitura Dinâmica: o que é e como ela pode te ajudar?

Saiba tudo sobre a leitura dinâmica

A leitura dinâmica oferece vários benefícios que podem transformar a maneira como nós consumimos informações e organizamos nosso tempo. Vivemos em uma era repleta de informações, e aprender a acompanhar o ritmo acelerado desse fluxo constante de dados tornou-se uma necessidade. Em se tratando de leitura, uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é através dessa técnica que tem se tornado cada vez mais popular. Dessa forma, seja no ambiente acadêmico, profissional ou até em atividades pessoais, ler com mais rapidez pode ajudar a gerir melhor a rotina de leitura. Algumas vezes, a quantidade de textos que precisamos ler diariamente pode ser desafiadora, especialmente quando se trata de conteúdos acadêmicos ou profissionais. Ademais, com a demanda crescente por processamento de informações e a expansão de plataformas digitais, a capacidade de ler mais rapidamente se tornou uma habilidade valorizada. Neste artigo, você descobrirá o que é essa técnica, como funciona, e como aplicá-la para melhorar sua produtividade, seja qual for sua área de atuação. O que é leitura dinâmica? Basicamente, a leitura dinâmica é uma técnica desenvolvida para aumentar a velocidade de leitura e melhorar a capacidade de absorver informações. Diferente da leitura tradicional, onde lemos cada palavra, esse método nos permite captar blocos de palavras de uma só vez, para um processamento rápido das informações. Assim, “ler em blocos” serve para treinar o cérebro a otimizar os movimentos oculares e eliminar hábitos que reduzem a eficiência, como a vocalização interna. A saber, a vocalização interna é o ato de “ouvir” mentalmente cada palavra que lemos, o que, naturalmente, reduz a velocidade de leitura. Embora esse hábito seja automático, vale ressaltar que ele impede que o cérebro atinja o potencial máximo de processamento de informações. A leitura dinâmica vem justamente para reduzir essa vocalização e, com o tempo, praticamente eliminá-la, acelerando o ritmo da leitura sem prejudicar o entendimento do conteúdo. Dessa forma, se você precisa ler um grande volume de documentos, com frequência, esta pode ser a saída para aumentar sua produtividade. Com esse método, além de ler mais rápido, você também conseguirá manter um ótimo nível de aprendizado, então, não perca tempo. Confira 25 poemas infantis para divertir, aprender e encantar os pequenos. Como funciona a leitura dinâmica? A leitura dinâmica é fundamentada em vários mecanismos que visam melhorar a eficiência da leitura. Entre as técnicas mais utilizadas estão: Eliminação da vocalização interna Como já mencionamos, um dos maiores obstáculos para acelerar a velocidade de leitura é a vocalização. Você pode não perceber, mas, certamente, faz a vocalização enquanto realiza as suas leituras, e isso, atrasa essa tarefa. A leitura dinâmica ensina o leitor a treinar o cérebro para reduzir esse hábito, mantendo a concentração na visualização do texto. Leitura por blocos Ao invés de focar em cada palavra individualmente, a técnica ensina a captar blocos de palavras em uma única olhada. Parece mágica, mas é só treino! A princípio, isso aumenta a fluidez da leitura e a capacidade de processar informações, algo muito importante. Inicialmente, o leitor pode se concentrar em blocos de duas ou três palavras e, conforme progride, vai aumentando o número de palavras captadas ao mesmo tempo. Controle dos movimentos oculares O tipo de leitura que conhecemos envolve múltiplas pausas oculares em cada linha de texto. Na leitura dinâmica, o objetivo é reduzir essas pausas. Os movimentos oculares, quando mais ágeis, nos ajudam a percorrer as linhas de texto de forma mais rápida. Quais os benefícios da leitura dinâmica? Os benefícios dessa metodologia vão além da simples velocidade. Ela também oferece uma série de vantagens que podem ser aplicadas em diversas áreas da vida. Veja algumas: Aumento da produtividade Ler mais rapidamente permite que você absorva mais conteúdos em menos tempo. Isso é especialmente útil para indivíduos que trabalham com grandes volumes de leitura diariamente. Melhor gestão do tempo Ao levar menos tempo em leituras extensas, você consegue se dedicar a outras atividades, otimizando sua rotina. Portanto, profissionais que lidam com grande volume de relatórios, e-mails, documentos e artigos podem se beneficiar dessa técnica. Foco e concentração aprimorados Um dos resultados da prática constante da leitura com dinamismo é, sem dúvida, o aumento da capacidade de concentração. Sendo assim, quando treinamos o cérebro para processar informações de maneira mais efetiva, também aprimoramos o foco. O foco é uma ferramenta essencial em contextos onde a leitura rápida não pode sacrificar o entendimento. Melhora sensível na compreensão Poder ler mais em menos tempo é, de fato, uma habilidade desejável, principalmente nessa rotina moderna, que é bem corrida. Uma das grandes vantagens dessa metodologia é a possibilidade de ser mais produtivo, sem afetar a capacidade de entender o conteúdo acessado. Afinal, o que adiantaria fazer uma leitura rápida e ao final descobrir que não entendeu absolutamente nada? Embora muitos acreditem que a velocidade pode afetar a capacidade de entender o conteúdo, essa técnica provou o contrário. Com ela, pudemos observar que os leitores não só mantêm a compreensão, como também conseguem focar melhor nos pontos-chave do texto. Aproveite para descobrir como fazer um autógrafo durante um evento literário e proporcionar um experiência única para seu público leitor. Confira o passo a passo para praticar Para quem deseja aprender a técnica, seguir um passo a passo claro e prático é imprescindível. Por mais que dominar a leitura dinâmica exija tempo e dedicação, vale a pena, pois os resultados começam a aparecer logo nas primeiras semanas de prática. Aqui estão algumas etapas para começar: O ambiente: escolha um local silencioso e tranquilo. A leitura dinâmica, exige concentração, pois estamos treinando cérebro e olhos para uma nova forma de processar informações. Olhos: inicialmente, faça exercícios para relaxar e alongar os músculos dos olhos. Isso aumenta seu campo de visão e facilita a captação de blocos de texto. Guia visual: utilize o dedo, ou outro objeto para guiar seus olhos nas linhas de texto, pois ajuda a manter o foco e reduz as distrações. Leitura por blocos: o macete está em aprender a ler em blocos de palavras, então, comece captando

A jornada de superação e inspiração por meio da literatura do autor Rafael Tinoco

livro entre patas e queijos de rafael tinoco

Autor Rafael Tinoco de Araújo lança livro “Entre patas e queijos”, pela Editora Viseu. O livro narra a saga de dois irmãos gatos, Cacau e Nina, que são separados por eventos inesperados, levando Cacau a embarcar em uma emocionante jornada pelos becos da cidade para reencontrar sua irmã. Além disso, a obra marca a trajetória do autor que encontrou na literatura uma poderosa ferramenta de transformação pessoal e de impacto na vida de seus leitores. O início da relação com a escrita surgiu naturalmente após a leitura que marcou o autor profundamente, “Um Ano Bíblico” de A. J. Jacobs. A partir daí, Rafael decidiu criar uma rotina de escrita que pudesse resultar em obras que ensinassem algo significativo aos leitores.  Em seus livros, o autor busca transmitir lições de vida e uma perspectiva positiva sobre os desafios do cotidiano, o que reflete sua experiência como professor. “O contato com jovens e crianças, os desafios e conquistas diárias influenciam diretamente minha escrita”, explica. A conexão com os leitores é algo fundamental para Rafael Tinoco, fortalecendo e aprofundando o seu processo criativo. Sinal disso é que após a publicação de “Recãomeço” (2021), muitos leitores pediram que ele explorasse mais sobre um dos personagens da história, o que o levou a embarcar em uma nova jornada de pesquisa sobre animais de rua, daí nasce a justificativa para o desenvolvimento de seu atual lançamento “Entre patas e queijos”. A atenção aos detalhes e a dedicação em retratar com realismo as dificuldades dos animais abandonados resultaram em uma nova faceta de sua obra, ampliando o universo que havia criado e consolidando sua habilidade como escritor. No entanto, sua jornada literária não foi isenta de obstáculos. A rotina de trabalho frequentemente interferia no tempo dedicado à escrita. Assim, o autor precisou encontrar maneiras de equilibrar a escrita e os compromissos e manter a disciplina. “Criei momentos de escrita no meio da minha rotina e, apesar de o livro não ter ficado pronto no tempo que eu desejava, o resultado final me satisfez”, afirma.   Com suas obras, o autor espera que os leitores se sintam inspirados a sair de suas zonas de conforto e a abraçar os desafios da vida. “Quero que as pessoas entendam que a vida é uma jornada cheia de altos e baixos e que devemos sempre estar abertos a viver plenamente cada momento”, reflete. O personagem Cacau, um gato que representa esperança e resiliência, é o símbolo dessa mensagem. Além de transmitir lições de perseverança, o autor tem planos ambiciosos para o futuro. Atualmente, ele está trabalhando em um livro que aborda o tema da Segunda Guerra Mundial, explorando o gênero de drama. Ele também busca reconhecimento no cenário literário nacional, já que foi finalista do Prêmio Jabuti em 2022, o que o inspira a tentar novamente nas próximas edições. Aos novos escritores, ele deixa um conselho valioso: “Crie uma rotina e estipule metas diárias. Pode ser um número de palavras ou páginas, o importante é manter o foco. E, acima de tudo, não desista. Escrever um livro é um legado, algo que poucos conseguem fazer.”  Com sua trajetória inspiradora, o autor mostra que a literatura não apenas molda a vida de quem escreve, mas também de quem lê, impactando profundamente os leitores e trazendo esperança através das palavras. Aproveite para conhecer o processo criativo de outros autores da Viseu. Acesse nosso canal no Youtube e confira entrevistas exclusivas.

15 livros essenciais para se preparar para o ENEM 2024

livros importantes para se ler para o enem

Se você está se preparando para o ENEM e quer reforçar seus estudos com leituras estratégicas, saiba que alguns livros podem ajudar a ampliar seu conhecimento, tanto nas áreas de linguagens, ciências humanas, quanto nas ciências da natureza. Além disso, eles também podem ser úteis para melhorar a escrita na redação, contribuir para aumentar seu conhecimento sobre cultura geral e história e, com isso, te ajudar na hora de construir argumentos sólidos e coerentes. Nesta lista, selecionei 15 livros essenciais que cobrem temas fundamentais e podem fazer a diferença no seu desempenho no exame. 1. “Vidas Secas” – Graciliano Ramos “Vidas Secas” é um dos livros clássicos da literatura brasileira. Ele explora temas como a seca, a miséria e as condições de vida no sertão nordestino, temas frequentemente abordados nas questões do ENEM. A obra acompanha a vida de Fabiano e sua família, que lutam contra a fome e a miséria em meio à seca no sertão nordestino. Graciliano Ramos explora a dureza da realidade no sertão, destacando temas como desigualdade social, injustiça e a luta pela sobrevivência. As temáticas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e a própria interpretação de texto são muito reforçados com essa leitura. 2. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” – Machado de Assis “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é um romance de Machado de Assis que oferece uma excelente oportunidade para entender o estilo literário do autor, a ironia, e as críticas sociais da época. O livro pode auxiliar em redações e na compreensão de textos clássicos. Narrado pelo defunto Brás Cubas, o romance de Machado de Assis oferece uma visão irônica e crítica da sociedade brasileira do século XIX. O autor aborda temas como vaidade, egoísmo e o absurdo da existência, fazendo uma reflexão profunda sobre a natureza humana. 3. “O Quinze” – Rachel de Queiroz O livro “O Quinze” aborda a grande seca de 1915, no Ceará, e seus efeitos sobre a vida das pessoas, focando em questões sociais e de sobrevivência, com foco nas histórias entrelaçadas de personagens que enfrentam dificuldades extremas. A autora Rachel de Queiroz destaca temas de resistência e a tragédia do sertão, explorando as relações sociais e humanas. Aqui, você estudante pode encontrar ferramentas para desenvolver temas como a geografia humana e a economia do nordeste brasileiro podem ser aprofundados. 4. “1984” – George Orwell Uma dos maiores clássicos da literatura mundial, “1984” ajuda a compreender questões de política, sociedade e autoritarismo, temas que aparecem frequentemente nas provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Em uma sociedade controlada por um regime totalitário, onde o “Grande Irmão” observa todos, Winston Smith tenta resistir ao sistema de repressão. O livro trata da perda da liberdade individual, manipulação da informação e vigilância massiva, reflexões essenciais para a compreensão de temas políticos contemporâneos, por isso é um das leituras mais indicadas para quem vai realizar o Exame Nacional do Ensino Médio. 5. “Sagarana” – João Guimarães Rosa A obra “Sagarana” oferece uma leitura densa sobre o sertão mineiro e suas tradições. Ajuda a desenvolver a interpretação de texto, essencial para a prova de Linguagens no ENEM, e também aprofunda o contato com o regionalismo. O livro é composto por nove contos e apresenta uma linguagem rica e detalhada, em que Guimarães Rosa explora o regionalismo e a cultura popular, oferecendo uma visão profunda dos dilemas morais e das tradições do interior do Brasil. 6. “A Revolução dos Bichos” – George Orwell A leitura de “A Revolução dos Bichos” é uma ótima maneira de entender as dinâmicas políticas e sociais envolvidas em regimes totalitários, além de auxiliar na reflexão crítica em questões de Ciências Humanas. Neste romance satírico, Orwell utiliza animais para criticar regimes ditatoriais, principalmente o stalinismo. A história segue uma revolta dos animais em uma fazenda, que se transforma em um novo sistema opressor. O livro é uma poderosa alegoria sobre o abuso de poder e a corrupção política, sendo também mais um título que pode contribuir com a melhoria do nível de leitura e interpretação de texto do estudante. 7. “Capitães da Areia” – Jorge Amado Este livro retrata a vida de jovens em situação de vulnerabilidade em Salvador, oferecendo material para discussões sobre questões sociais, desigualdade e inclusão, temas recorrentes nas provas. A história acompanha um grupo de meninos de rua que vivem em Salvador, chamados de Capitães da Areia. Jorge Amado faz uma crítica à desigualdade social e à marginalização de crianças e jovens, oferecendo uma reflexão sobre a injustiça e a falta de oportunidades. 8. “Ensaio sobre a Cegueira” – José Saramago Quando uma inexplicável cegueira atinge uma cidade inteira, o caos toma conta. José Saramago explora a degradação humana e a fragilidade da civilização diante de situações extremas, levantando questões sobre moralidade, solidariedade e sobrevivência. Esta obra pode ser um excelente ponto de partida para reflexões filosóficas e redações do ENEM que abordem questões sociais. 9. “O Príncipe” – Nicolau Maquiavel Este clássico do pensamento político é uma excelente leitura para quem deseja entender as estruturas de poder, relações políticas e teorias sobre liderança, conceitos muito úteis para as questões de Ciências Humanas. No livro, Maquiavel oferece conselhos práticos para governantes, explorando a natureza do poder e a manipulação política. Ele defende que os fins justificam os meios, e o livro se tornou um marco no pensamento político ocidental. 10. “A Hora da Estrela” – Clarice Lispector Clarice Lispector explora, em “A Hora da Estrela”, as profundezas da vida da personagem Macabéa em uma narrativa simples, mas cheia de significados. A leitura é importante para o desenvolvimento da interpretação de texto e para temas ligados à psicologia e ao existencialismo. A Personagem Macabéa, uma jovem alagoana vivendo no Rio de Janeiro, leva uma vida simples e sem grandes ambições. Clarice Lispector narra de forma sensível e filosófica, explorando o anonimato, a alienação e a busca por significado, temas que ressoam em questões de identidade e desigualdade social. 11. “História da Riqueza do Homem” – Leo Huberman Este livro oferece uma excelente visão panorâmica da economia mundial

10 livros sobre meio ambiente para entender a situação climática

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Nos últimos anos, o Brasil e o mundo vêm enfrentando um crescente número de catástrofes ambientais. Das queimadas às enchentes, a temática ambiental é recorrente nos jornais, nas redes sociais e nas rodas de conversa. Para entender os fenômenos climáticos a fundo e como combatê-los, é preciso ter à disposição informações confiáveis, fruto de pesquisas extensas na área. Para isso, nada melhor do que livros. Dessa maneira, neste conteúdo você vai conferir uma lista de 10 livros sobre meio ambiente que vão te ajudar a entender a questão climática no Brasil e no mundo. Mais do que isso, vão munir você com informações e conhecimentos importantes para que possa participar e contribuir com o debate, em prol de encontrar soluções para um planeta ambientalmente mais sustentável e de uma sociedade mais consciente. Confira! 1 – Primavera silenciosa, de Rachel Carson O livro Primavera silenciosa foi originalmente publicado em 1962, e é visto como um marco no surgimento do movimento ambientalista, principalmente na década de 1970. Na obra, a autora expõe os perigos do uso indiscriminado de pesticidas, especialmente o DDT, e seus impactos devastadores no meio ambiente. Assim, o livro descreve como esses produtos químicos, amplamente utilizados na agricultura após a Segunda Guerra Mundial, estavam envenenando não apenas os insetos, mas também os animais, as plantas e até os seres humanos. A narrativa apresenta uma linguagem acessível para alertar o público sobre os riscos para a saúde e a perda irreversível de biodiversidade, inspirando um movimento de conscientização global. A importância de Primavera Silenciosa transcende sua época. O livro é amplamente creditado como o ponto de partida do movimento ambientalista moderno, incentivando a criação de órgãos reguladores e políticas públicas para controlar o uso de substâncias químicas nocivas. Suas revelações levaram à proibição do DDT em muitos países e estimularam uma maior fiscalização sobre o uso de pesticidas. Além disso, a obra despertou uma nova perspectiva sobre o impacto humano no equilíbrio dos ecossistemas, demonstrando que a interferência excessiva na natureza pode ter consequências catastróficas e duradouras. Hoje, Primavera Silenciosa continua sendo um marco essencial para o entendimento das questões ambientais contemporâneas. À medida que o mundo enfrenta desafios como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a contaminação ambiental, as advertências de Rachel Carson ressoam mais fortes do que nunca. O livro nos lembra da necessidade urgente de adotar práticas sustentáveis e de repensar a relação entre a humanidade e a natureza, garantindo que o planeta continue habitável para as futuras gerações. 2 – Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak O livro Ideias para Adiar o Fim do Mundo, de Ailton Krenak, é uma obra concisa e profundamente reflexiva, onde o autor, líder indígena e ativista, propõe uma crítica ao modelo de desenvolvimento moderno que desconecta os seres humanos da natureza. Através de ensaios baseados em suas palestras, Krenak questiona a noção de “progresso” da sociedade ocidental e oferece uma visão indígena de mundo, que valoriza a interdependência entre todos os seres vivos e a Terra. Ele nos convida a repensar o que significa viver de maneira sustentável e em harmonia com o meio ambiente. A importância do livro reside na provocação que Krenak faz ao modelo econômico e social que explora o planeta de maneira insustentável. Ele sugere que a humanidade, ao se afastar da natureza e de suas raízes, está acelerando a destruição do mundo. Krenak propõe que o fim do mundo, tal como o conhecemos, já começou para diversas culturas e ecossistemas devastados pela exploração desenfreada, mas ainda há tempo para reverter esse processo se pudermos mudar nossas ideias e comportamentos. Ao propor o adiamento do fim, o autor busca resgatar a conexão espiritual e ecológica que sociedades tradicionais, como a dos povos indígenas, sempre mantiveram com a Terra. Para o entendimento da questão ambiental atual, Ideias para Adiar o Fim do Mundo oferece uma perspectiva fundamental. Ao desafiar as noções convencionais de crescimento e consumo, Krenak nos incentiva a refletir sobre alternativas ao modelo capitalista que está destruindo o planeta. Seu apelo à urgência de adotar novas formas de viver, em que a Terra é respeitada como uma entidade viva, ressoa fortemente em tempos de crise climática e degradação ambiental. O livro se tornou uma referência importante para quem busca entender o papel das culturas ancestrais no enfrentamento das questões ambientais globais e encontrar soluções mais éticas e sustentáveis. 6 – A sexta extinção, de Elizabeth Kolbert A Sexta Extinção, de Elizabeth Kolbert, é um livro que investiga as causas e consequências da atual crise de extinção em massa de espécies no planeta. Kolbert explica que o mundo está enfrentando o que os cientistas chamam de “sexta extinção”, um evento caracterizado pela rápida e irreversível perda de biodiversidade causada por atividades humanas. O livro foi publicado originalmente em 2014, e vencedor do Prêmio Pulitzer de Não Ficção de 2015, dada a importância de seus 13 capítulos para o entendimento da questão climática. Ao longo do livro, a autora conduz o leitor por uma série de estudos de caso que demonstram como a ação humana – por meio da destruição de habitats, mudanças climáticas e introdução de espécies invasoras – está acelerando o desaparecimento de inúmeras espécies em um ritmo alarmante. Em A Sexta Extinção é evidente a capacidade da autora de conectar a ciência com uma narrativa acessível e envolvente, permitindo que o leitor entenda a profundidade da crise ecológica atual. Kolbert combina relatos de cientistas, observações de campo e uma análise histórica das extinções passadas para destacar a gravidade da situação e o impacto que a humanidade tem tido sobre o planeta. Ela argumenta que, embora a extinção faça parte da história natural da Terra, a atual taxa de perda de espécies não tem precedentes, e os seres humanos são os principais responsáveis por isso. Para o entendimento das questões ambientais contemporâneas, A Sexta Extinção é uma leitura que alerta sobre a urgência de adotar mudanças em escala global para mitigar os efeitos das atividades humanas no meio ambiente. A obra não apenas

Como fazer uma resenha completa: guia completo com 7 passos

Veja como fazer uma resenha

Escrever uma resenha completa é uma habilidade fundamental para quem deseja analisar obras literárias, acadêmicas, cinematográficas, ou de qualquer outro tipo. Mais do que apenas um resumo, a resenha inclui uma análise crítica, que oferece ao leitor uma visão aprofundada sobre a obra, destacando seus pontos fortes e fracos. Neste artigo, vamos explorar como fazer uma resenha detalhada, com 7 passos explicando as melhores formas de escrever e facilitar a sua vida. Você vai saber ainda o que é exatamente uma resenha, seus tipos e muito mias. Confira! O que é uma resenha? A resenha é uma análise crítica de uma obra, podendo ser um livro, filme, artigo ou até mesmo uma peça de teatro. Ela tem como objetivo interpretar e avaliar o conteúdo de maneira reflexiva, ajudando o leitor a entender o valor da obra e seu impacto. Ao contrário de um simples resumo, que se limita a apresentar os principais pontos do conteúdo, a resenha vai além, oferecendo uma interpretação crítica e sugerindo ao público uma visão mais aprofundada do conteúdo e também do contexto material analisado. Quais são os tipos de resenha? Há diferentes tipos de resenha, sendo os mais comuns a resenha descritiva, que se limita a apresentar o conteúdo da obra sem emitir opiniões, e a resenha crítica, que faz uma avaliação do material, destacando pontos positivos e negativos. Em contextos acadêmicos, por exemplo, as resenhas críticas são muito valorizadas por sua capacidade de trazer um olhar mais analítico e reflexivo. Por sua vez, a resenha descritiva destaca as principais ideias e pontos da obra, com foco em proporcionar informações para uma posterior análise mais aprofundada. Agora que você sabe o que é uma resenha, vamos aos passos sobre como fazer uma resenha completa. Como fazer uma resenha de livro em 7 passos? Agora que você sabe o que é uma resenha, vamos aos passos sobre como fazer uma resenha completa. Acompanhe as principais características e indicações para redigir uma resenha, com elas nenhum dificilmente você terá algum tipo de impedimento na hora de escrever. 1. Leitura e compreensão da obra Para começar a escrever uma resenha de qualidade, o primeiro passo é a leitura atenta da obra que será analisada. Com isso, fazer uma leitura completa e sem pressa, de modo que você possa entender a obra em sua totalidade é o passo inicial. Nessa fase, é importante prestar atenção nos detalhes, nas mensagens principais e no estilo utilizado pelo autor ou criador da obra. Durante a leitura, é interessante fazer anotações sobre passagens que chamaram sua atenção ou ideias centrais que possam ser importantes para a resenha. Esse processo vai ajudar você a ter uma base sólida para a análise crítica. 2. Definir o público-alvo e o propósito da resenha Antes de começar a escrever, você deve se perguntar e entender para quem a resenha será destinada. O público-alvo determinará o tom e a profundidade da análise. Se for uma resenha para um contexto acadêmico, por exemplo, você precisará usar uma linguagem mais formal e detalhada, enquanto resenhas para blogs ou sites de entretenimento podem ser mais leves e acessíveis. Além disso, a resenha deve ter um propósito claro: informar, convencer, ou até mesmo entreter. Definir esse objetivo antes de começar a escrever ajuda a guiar sua estrutura e seus argumentos. 3. Estrutura de uma resenha Saber como fazer uma resenha envolve dominar a estrutura adequada para esse tipo de texto. Uma resenha bem escrita deve ter as seguintes partes: Introdução Na introdução, você deve apresentar o objeto de análise, seja ele um livro, filme, artigo ou outro. Indique o título completo, autor, ano de publicação e outras informações relevantes, como o contexto em que a obra foi criada. A introdução também deve incluir uma breve descrição do tema central da obra, capturando a atenção do leitor desde o início. Exemplo: “O livro 1984, escrito por George Orwell em 1949, é uma das obras mais icônicas da literatura distópica. Ele retrata uma sociedade totalitária em que o governo exerce controle absoluto sobre os cidadãos, e oferece uma crítica afiada ao autoritarismo.” Desenvolvimento O desenvolvimento é onde a resenha ganha corpo. Aqui, você deve fazer um resumo dos principais pontos da obra, seguido de uma análise crítica. Comece apresentando um breve resumo da trama ou do conteúdo da obra, sem dar spoilers, especialmente se for uma obra de ficção. Em seguida, exponha sua opinião sobre diferentes aspectos da obra, como: Personagens: Se for um livro ou filme, analise a construção dos personagens. Eles são profundos ou superficiais? Você se identifica com algum deles? Estilo de escrita ou direção: O autor ou diretor utiliza técnicas inovadoras? O estilo é acessível ou desafiador? Mensagens e temas: Qual é a mensagem central da obra? Ela consegue transmitir essa mensagem de maneira eficaz? Um exemplo prático: “Em 1984, Orwell constrói um mundo aterrorizante, onde o ‘Grande Irmão’ vigia cada movimento dos cidadãos. A trama é envolvente, mas o verdadeiro destaque são as reflexões sobre poder e controle social, que continuam relevantes até os dias de hoje.” Conclusão A conclusão deve trazer um resumo da sua análise, reforçando os principais pontos discutidos e oferecendo um veredicto sobre a obra. Aqui, você deve responder à pergunta: vale a pena ler ou assistir essa obra? Justifique sua recomendação ou falta dela com base nos argumentos que você desenvolveu ao longo da resenha. Exemplo: “1984 é uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada em política, filosofia ou na natureza do poder. Apesar de ser uma obra de ficção, suas críticas ao autoritarismo são atemporais e profundas, tornando-a mais relevante do que nunca.” 4. Uso de argumentos e embasamento Ao aprender como fazer uma resenha, é fundamental que sua análise crítica seja bem embasada. Isso significa que você deve apresentar argumentos claros e consistentes para justificar suas opiniões. Em vez de simplesmente dizer que gostou ou não de algo, explique por que a obra funcionou ou não para você. Comparar a obra com outras do mesmo gênero, autor ou diretor também é

Transformando batalhas internas em inspiração: a trajetória de Gabriel Sbardelotto

Gabriel Sbardelotto autor do livro Mensagem nas Nuvens

Nesta entrevista, Gabriel Sbardelotto reflete sobre sua jornada como autor e as motivações que o levaram a escrever A Mensagem nas Nuvens: O Amor e o Cuidado de Deus Revelados. Inspirado por sua fé e por momentos de introspecção, Gabriel utiliza a escrita como uma forma de transmitir mensagens de esperança, fé e autoconhecimento. Através de experiências pessoais e da busca constante pela presença de Deus em sua vida, ele oferece aos leitores não apenas uma narrativa, mas um convite para enxergar os sinais sutis de amor e cuidado divino que se manifestam nas pequenas coisas. Em suas palavras, a escrita se tornou uma ferramenta para guiar as pessoas a uma compreensão mais profunda de sua espiritualidade, trazendo luz aos momentos de dúvida e incerteza. A entrevista é uma oportunidade de conhecer mais sobre o processo criativo de Gabriel, os desafios enfrentados durante a escrita e sua esperança de que o livro seja um farol de fé para aqueles que o leem. Pode nos contar sobre você e sua jornada como autor? Gabriel Sbardelotto: Minha caminhada como autor começou quase sem eu perceber. Sempre gostei de escrever, mas no começo era mais algo pessoal, um jeito de organizar meus pensamentos e orações. Com o tempo, senti que Deus estava me direcionando a compartilhar o que Ele vinha me ensinando. A escrita se tornou uma maneira de levar uma mensagem de esperança e reflexão para as pessoas, e foi assim que “A Mensagem nas Nuvens” nasceu. O que o inspirou a escrever o livro? Gabriel Sbardelotto: Acho que a inspiração veio de momentos em que eu estava lutando com questões internas, tentando entender os propósitos de Deus para a minha vida. Eu comecei a perceber que, muitas vezes, as respostas que procuramos estão bem na nossa frente, mas não sabemos onde ou como olhar. As nuvens se tornaram uma metáfora para esses sinais sutis que Deus nos dá no dia a dia, e o livro foi uma forma de colocar isso em palavras. Como sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Gabriel Sbardelotto: Muito do que está no livro vem de momentos em que me senti perdido ou em dúvida, e através da oração e da Palavra, fui encontrando respostas. O livro reflete essa caminhada com Deus, de buscar e confiar que Ele sempre tem um plano, mesmo quando não enxergamos claramente. As batalhas internas que eu escrevi são muito reais para mim, e sei que muitos também enfrentam isso. Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Gabriel Sbardelotto: O processo foi muito orgânico. Muitas vezes, orava pedindo direção e me sentia inspirado a escrever logo depois. Algumas ideias vinham em momentos de silêncio com Deus, outras durante situações do dia a dia, como observar o céu ou simplesmente meditar na Palavra. Escrever o livro foi um jeito de transformar essas reflexões e momentos com Deus em algo que pudesse ser compartilhado. Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Gabriel Sbardelotto: A Bíblia, sem dúvida, foi a minha maior referência. Há tantos momentos em que Deus fala através da natureza, das circunstâncias, dos sinais. Também fui muito inspirado por livros e pregações que falam sobre esperança e fé, e pela simplicidade da vida cotidiana, onde muitas vezes encontramos a presença de Deus. Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Gabriel Sbardelotto: Tem um trecho no capítulo “A Batalha Interna” que fala sobre a luta entre confiar em Deus e tentar resolver tudo por conta própria. Acho que é algo com o qual todos nós nos identificamos, e representa muito bem o que eu queria dizer com o livro: a necessidade de confiar mais e lutar menos com nossas próprias forças. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro? Gabriel Sbardelotto: O maior desafio foi ser sensível à voz de Deus o suficiente para passar a sua mensagem. Muitas vezes é difícil colocar para fora o que você sente e como Deus está trabalhando na sua vida. Mas no final, percebi que era necessário abrir o coração para que o livro tivesse o impacto que eu espero que ele tenha. Como você espera que seu livro impacte os leitores? Gabriel Sbardelotto: Minha esperança é que o livro ajude as pessoas a enxergarem os pequenos sinais que Deus coloca no caminho delas. Que elas possam ver que, mesmo nos momentos de dúvida e luta, Deus está presente e fala através das coisas mais simples. Quero que os leitores sintam que não estão sozinhos em suas batalhas internas e que sempre há esperança em Deus. Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir? Gabriel Sbardelotto: A mensagem principal é sobre confiar em Deus em meio às batalhas internas e entender que Ele está sempre nos mostrando algo, mesmo que não seja da forma como esperamos. Precisamos estar atentos às “mensagens nas nuvens”, os sinais que Ele coloca para nos guiar e nos fortalecer. Há algum personagem ou história no livro que você considere particularmente significativo? Gabriel Sbardelotto: Mais do que personagens, o que considero mais significativo no livro são os momentos de confronto interno. A história de cada batalha reflete a realidade de muitos de nós que lutamos para entender a vontade de Deus enquanto enfrentamos nossos próprios medos e inseguranças. Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores? Gabriel Sbardelotto: A literatura tem o poder de nos fazer refletir e enxergar as coisas por outra perspectiva. Eu acredito que, quando escrevemos com propósito e fé, Deus usa essas palavras para falar com outras pessoas, para trazer conforto, encorajamento e esperança. É uma maneira de conectar o coração das pessoas ao coração de Deus. Além da literatura, quais são suas fontes de inspiração para escrever? Gabriel Sbardelotto: Minha maior inspiração é a própria vida, com todas as suas lutas e momentos de vitória. A natureza, a Palavra de Deus, o tempo em oração, tudo isso me inspira a escrever. Também sou muito inspirado por

25 poemas infantis para divertir e encantar as crianças

dicas de poemas infantis para ler para crianças

A leitura deve ser incentivada desde cedo, até mesmo antes da criança conseguir ler de fato. É importante criar um vínculo forte com as palavras, divertindo e educando ao mesmo tempo. Para isso, não há gênero literário melhor do que a poesia infantil. A poesia é uma aliada poderosa na formação de crianças mais criativas, reflexivas e emocionalmente equilibradas. Confira a seguir uma seleção de 25 poemas infantis que com certeza irão encantar seus pequenos! Por que ler poemas para crianças? A leitura de poesia é muito importante para o desenvolvimento emocional, linguístico e criativo dos pequenos. Oferecer um contato com a literatura em versos desde cedo proporciona uma experiência sensorial por meio do ritmo, rimas e figuras de linguagem. Esse contato ajuda a expandir o vocabulário das crianças, aprimorar sua capacidade de comunicação e estimular sua imaginação. Auxiliam no desenvolvimento tanto da fala quanto da escrita, além de fomentar o pensamento abstrato e a criatividade. Além disso, a poesia convida a criança a explorar sentimentos, emoções e ideias complexas de uma maneira lúdica e divertida. Isso não apenas torna o aprendizado da linguagem mais prazeroso, como também facilita a memorização e compreensão de novos conceitos! 1 – Poeminho do contra, de Mario Quintana “Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão… Eu passarinho!” Conhecido como o poeta das coisas simples, Mario Quintana é um dos maiores nomes da poesia brasileira, com um lirismo e delicadeza ímpares. Nesse poema, faz uma brincadeira com palavras ao mesmo tempo que incentiva os pequenos a persistir, apesar dos obstáculos que possam encontrar. 2 – Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles “Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo… e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.” Cecília Meireles, renomada por abordar temas de identidade, solidão e passagem de tempo em seus versos, também é uma das mais conhecidas escritoras de poemas infantis. Nesse texto, a escritora aborda o tema das decisões, ensinando crianças sobre escolhas. 3 – Pontinho de vista, de Pedro Bandeira “Eu sou pequeno, me dizem, e eu fico muito zangado. Tenho de olhar todo mundo com o queixo levantado. Mas, se formiga falasse e me visse lá do chão, ia dizer, com certeza: — Minha nossa, que grandão!” Ganhador do Prêmio Jabuti em Literatura Infantil em 1986, Pedro Bandeira é um dos maiores nomes na literatura infantojuvenil, principalmente na prosa. Apesar disso, também escreveu versos, sendo esse um dos exemplos mais conhecidos, representando a visão de mundo da própria criança. 4 – A centopeia, de Marina Colasanti “Quem foi que primeiro teve a ideia de contar um por um os pés da centopeia? Se uma pata você arranca será que a bichinha manca? E responda antes que eu esqueça se existe o bicho de cem pés Será que existe algum de cem cabeças?” A artista e escritora ítalo-brasileira Marina Colasanti é outro grande nome da literatura infantil. Ganhou diversos prêmios, incluindo Jabutis em diversas categorias. Nesse poema cheio de ritmo, a autora instiga a imaginação infantil, fazendo com que pense nas possibilidades de um bicho de cem cabeças. 5 – Pessoas são diferentes, de Ruth Rocha “São duas crianças lindas Mas são muito diferentes! Uma é toda desdentada, A outra é cheia de dentes… Uma anda descabelada, A outra é cheia de pentes! Uma delas usa óculos, E a outra só usa lentes. Uma gosta de gelados, A outra gosta de quentes. Uma tem cabelos longos, A outra corta eles rentes. Não queira que sejam iguais, Aliás, nem mesmo tentes! São duas crianças lindas, Mas são muito diferentes!” Uma das mais conhecidas e renomadas autoras no que diz respeito à escrita de livros infantis, Ruth Rocha tem trabalhos tanto na prosa quanto na poesia. Nesse poema, a autora ensina sobre as diferenças, frisando que ninguém é melhor do que ninguém. 6 – Gavetas, de Roseana Murray “Com delicadeza abrir as gavetas que guardam as palavras de seda. Deixá-las sempre ao alcance de um sopro, prontas para o voo, para o ouvido, para a boca. Palavras de seda são como borboletas douradas quando pousam no coração do outro.” A poeta e escritora infantojuvenil Roseana Murray é outra notável representante da poesia infantil. Com diversos prêmios em sua carreira e mais de 100 livros publicados, nesse poema, pinta uma cena lúdica, mostrando o poder e capacidade das palavras. 7 – Ser criança, de Tatiana Belinky “Ser criança é dureza Todo mundo manda em mim Se pergunto o motivo, Me respondem “porque sim”. Isso é falta de respeito, “Porque sim” não é resposta, Atitude autoritária Coisa que ninguém gosta! Adulto deve explicar Pra criança compreender Esses “podes” e “não podes”, Pra aceitar sem se ofender! Criança exige carinho, E sim! Consideração! Criança é gente, é pessoa, Não bicho de estimação!” Tatiana Belinky é igualmente conhecida por sua participação na televisão brasileira e na literatura, sempre com foco em produções voltadas para o público infantil. Nesse poema, a autora premiada frisa a importância e necessidade de se ter respeito pela criança. 8 – A porta, de Vinicius de Moraes “Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta. Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão. Só não abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa…) Que se uma

Como fazer um autógrafo?

Tudo o que você precisa saber sobre autógrafos

O lançamento do primeiro livro é um momento aguardado e idealizado por muitos autores. Todos os mínimos detalhes são pensados, desde o local até a roupa, mas algo que muitas vezes passa batido no momento de planejar esse momento é o autógrafo. Parte inerente de qualquer evento de lançamento, o autógrafo é uma oportunidade para se conectar com leitores. Apesar disso, muitos autores não pensam mais profundamente nesse processo, acabando despreparados quando finalmente chega a hora de autografar exemplares. Pensando nisso, neste artigo abordaremos esse tema em detalhes, para ajudar você a se planejar e ter tudo esquematizado, evitando estresse no seu grande dia. Fique com a gente e aprenda a fazer um autógrafo! O que é um autógrafo? Antes de partir para o como, porém, é importante tirar algumas dúvidas sobre o que é o autógrafo e por que é importante ter um momento dedicado a ele ao planejar um evento de lançamento. Um autógrafo é uma assinatura personalizada, na grande maioria das vezes acompanhada por uma pequena mensagem. Pode ser feito em diversas superfícies, desde livros até os mais variados objetos e, por vezes, na própria pele de um fã. Embora pareça simples, um bom autógrafo envolve mais do que apenas escrever seu nome. Para leitores, é um símbolo de proximidade com o autor, oferecendo uma lembrança física do encontro ou evento, marcando um momento emocionante em suas vidas. Para o autor, é o momento de criar uma conexão mais forte, pessoal e duradoura com seu público. Um autógrafo é um presente destinado ao leitor, tendo a capacidade de carregar um valor emocional profundo por décadas e, em alguns casos, gerações. Como fazer um autógrafo? Agora que você entende a importância de um autógrafo, é preciso se planejar, para que possa criar a melhor experiência possível tanto para você quanto para seus leitores. Confira 5 passos para um autógrafo perfeito: 1 – Conecte-se com o leitor Esse é o principal objetivo de um autógrafo: criar uma conexão com seu leitor. Sendo assim, invista um pouco de tempo nessa interação, olhando a pessoa no olho e conversando com ela. Faça perguntas como de onde é, seu interesse no livro, seus trechos e personagens favoritos e tenha uma troca sincera, ainda que curta. Mesmo se tiver pouco tempo, olhe para a pessoa, sorria e pergunte seu nome. Uma breve interação, quando feita com sinceridade, pode ser muito marcante. Seja atencioso, caloroso e autêntico, deixando uma impressão duradoura que vá além da tinta no papel. Lembre-se: o autógrafo também é sobre esse momento de interação, indo além da assinatura. É disso que a pessoa irá se lembrar ao olhar para seu nome gravado no livro. Portanto, garanta que seja uma boa memória! 2 – Escreva uma mensagem pessoal Depois de criar uma conexão com a pessoa a quem está dando o autógrafo, utilize as informações que obteve na conversa para criar uma mensagem personalizada. O nome é o elemento mais importante a ser incluído, mas você pode sempre ir além. Informações como data e local do encontro tornam o autógrafo ainda mais único e especial, localizando o momento específico na vida daquela pessoa. Se conseguiu na conversa inicial descobrir o trecho ou o personagem favorito da pessoa, pense em incluí-los de alguma forma. Além disso, não se esqueça de ser criativo e de personalizar sua mensagem para estar de acordo com seu livro! Pense em como refletir os temas e história da sua obra na mensagem que irá escrever para seu leitor. Um autor de fantasia com criaturas aladas, por exemplo, pode escrever algo como “Que seus sonhos também criem asas”. 3 – Tenha algumas frases em mente Diferente de escrever uma dedicatória, um autógrafo deve ser feito em pouco tempo, principalmente em caso de grandes eventos. Por isso, é proveitoso ter algumas frases em mente para usar, de modo a não demorar muito e estancar o fluxo de pessoas. Pense em algumas frases que você pode usar de base, que possam ser ajustadas de acordo com a pessoa a quem você está escrevendo. Não esqueça de manter o caráter pessoal e único, mas não tente inventar uma nova frase para cada pessoa do zero. Também pense na variedade dessas frases, alternando entre pelo menos 3 delas e sempre incluindo informações específicas, como o nome da pessoa. Assim, você facilita e agiliza o momento, mas continua entregando algo único para cada pessoa que tirou o tempo para ir prestigiá-lo. 4 – Crie uma assinatura única Essa é a parte mais visível e reconhecível de todo autógrafo: a assinatura em si. Por isso, também é importante dedicar um tempo para criar uma assinatura única e distinta, que represente bem você como autor. Se você usa um pseudônimo, por exemplo, ou utiliza apenas suas iniciais e sobrenome, deve assinar dessa maneira. Além disso, pense também na beleza da assinatura, adicionando elementos como linhas curvas, sorrisos, corações e estrelas para torná-la mais trabalhada, reconhecível e bonita. Seja criativo e lembre-se de passar sua personalidade através de sua assinatura. Mas atenção: combine a estética com a rapidez. Um bom autógrafo é bonito e facilmente reconhecível, mas também deve ser rápido de escrever. 5 – Pratique em casa Por fim, para garantir que nada dará errado na hora do seu evento, pratique bem tanto sua assinatura quanto as pequenas frases que irão acompanhá-la. Isso vai ajudar muito a melhorar tanto sua velocidade quanto confiança ao autografar. Além disso, é aqui que você coloca à prova o quão fácil é escrever sua assinatura repetidamente, assim como se suas mensagens são muito longas, percebendo os pontos de ajuste necessários. Busque corrigir esses pontos e definir um padrão, para manter seu autógrafo uniforme e reconhecível. Treine em diversas superfícies, desde livros até canecas e camisetas. Não se esqueça também de treinar com diferentes tipos de canetas e lápis. Na noite do lançamento, leve diversas canetas e as teste antes, para não acabar sem nada com que escrever na hora. Escrever um autógrafo pode parecer uma tarefa simples, mas

Como fazer um bom prefácio?

Prefácio: confira como apresentar seu livro da melhor forma

O texto principal de um livro é, como o próprio nome indica, a parte mais essencial de qualquer obra. Ainda assim, existem outras partes notáveis que compõem uma publicação, sendo o prefácio uma das mais impactantes entre elas. Utilizado por grandes escritores e presente na maioria das edições de obras clássicas, essa seção pode elevar a qualidade de uma publicação a novos patamares. Mas o que é, exatamente? Onde fica? Para que serve? E, mais importante, como fazer um bom prefácio? Neste artigo, responderemos a todas essas questões, trazendo um passo a passo simples e prático para você desenvolver o seu próprio prefácio com maestria. Fique com a gente e aprenda a introduzir seu livro da melhor maneira! O que é o prefácio? O prefácio é, de maneira simples, uma introdução à obra que vem antes do texto principal. Pode estar presente nos mais diversos gêneros literários, desde obras de ficção a livros acadêmicos. Muito confundido com o prólogo, ele é o primeiro texto de uma obra. Mas, diferente do prólogo, ele não faz parte da história. É uma seção à parte do conteúdo principal, servindo como uma apresentação tanto do livro quanto de seu escritor. Pode ser escrito pelo autor ou por alguém conectado a ele ou ao texto de alguma maneira. Estudiosos de temas que serão abordados no livro, por exemplo, frequentemente são chamados para escrever essas seções. O prefácio irá se dirigir diretamente ao leitor. Pode discursar sobre os bastidores da criação do livro, as motivações para a escrita e o processo criativo como um todo. Também pode abordar questões de impacto da obra, contexto histórico e até mesmo curiosidades sobre o livro. Não é obrigatório, mas pode ser muito efetivo como um primeiro contato com o texto. Através dele, o leitor cria uma conexão não só com o livro mas também com seu autor, entendendo melhor a obra como um todo e chegando mais preparado para a leitura. 5 passos para escrever um bom prefácio Agora que você já sabe o que é um prefácio e qual sua função em um livro, deve estar se perguntando como pode fazer um. Confira aqui um passo a passo para uma boa seção introdutória do seu livro: 1 – Decida quem vai escrever o prefácio Primeiramente, é importante definir quem será responsável por escrever o prefácio. Como você viu, essa seção pode ser escrita tanto pelo autor do livro quanto por uma pessoa convidada. Pense no tipo de informação que quer entregar ao leitor nessa parte inicial e, se optar por um convidado, faça a escolha estrategicamente. A pessoa que vai escrever essa seção deve entender bem a obra e o contexto em que foi produzida, além de ser alguém com autoridade no tema. O prefácio deve refletir uma leitura profunda e honesta do texto, destacando os méritos do livro, independentemente de quem seja seu escritor. A escolha vai depender de gênero literário, tom e objetivo do livro. Uma perspectiva externa especialista pode passar mais credibilidade à obra, por exemplo, ideal para um livro acadêmico; enquanto um prefácio escrito pelo próprio autor tem um caráter mais íntimo e pessoal, o que combina com um livro de poesias. Decida qual combina mais com seu livro e invista nele! 2 – Introduza o livro e seu escritor A principal função de um prefácio é apresentar a obra ao leitor. Sendo assim, é de extrema importância falar um pouco sobre de onde surgiu a obra, assim como sobre o escritor que deu vida a ela, destacando aspectos que são importantes para a compreensão do livro Fale brevemente sobre seu histórico como escritor, suas principais influências, o que o motivou a escrever o livro e, se for o caso, a importância de sua produção literária. Não se aprofunde em uma biografia detalhada, mas sim elabore uma introdução que ajude o leitor a conhecer você em um nível mais íntimo, humano.  Além disso, não se esqueça de apresentar a obra em si. Fale sobre o tema principal, o gênero, o estilo de escrita e o que o leitor pode esperar dessa leitura. Mas atenção: não revele detalhes da trama ou spoilers!  Fornecer todas essas informações ao leitor de antemão cria uma relação de proximidade que torna a leitura mais envolvente, aprofundada e interessante. Ele vai mais preparado e consciente para ao texto, enriquecendo sua compreensão da obra como um todo. 3 – Contextualize o livro Além de introduzir a obra e seu escritor de uma maneira mais específica, essa seção também deve contar com uma visão mais abrangente do livro, contextualizando-o. Situe a obra dentro de um cenário mais amplo, seja ele social, histórico, cultural ou literário. Isso ajuda o leitor a entender em que condições o livro foi escrito e como ele se relaciona e impacta o mundo ao seu redor. Em livros clássicos, essa parte é especialmente importante, visto que grande parte da relevância dessas obras está no contexto histórico em que estão inseridas. Se o livro aborda temas e questões relevantes para a sociedade atual, discuta e apresente esses pontos no prefácio. Aqui podem entrar até mesmo pesquisas e dados, incluindo em obras de ficção, para mostrar ao leitor a importância desses temas. Além disso, também é uma forma de contextualizar o próprio leitor e fazê-lo refletir sobre seu lugar nessas questões. Esse é o momento de aguçar o interesse de seu leitor, mostrando o porquê de seu livro ser relevante. 4 – Crie uma conexão com o leitor O prefácio é uma de suas únicas chances de falar com o leitor diretamente. Aproveite a oportunidade para se conectar mais profundamente com seu público, indo além dos fatos, de uma maneira mais emocional. Seja empático e aproxime o leitor da obra e de sua história, tirando momentos para realmente dialogar com ele. Explique suas motivações e escolhas como se estivesse conversando com um amigo, ou em caso de obras mais formais, um colega. Você pode compartilhar os pensamentos e sentimentos que teve durante o processo de escrita, por exemplo, ou

Neste ou nesse? Quando usar?

Aprenda a diferença entre neste e nesse

As dúvidas de português podem se tornar verdadeiros empecilhos na hora de escrever. Muitas vezes, ficamos presos nessas questões ao invés de focar no desenvolvimento do texto, o que pode acabar gerando muita frustração. Um dos maiores exemplos dessas dúvidas está no uso correto dos termos “neste”e “nesse”. Com apenas uma letra de diferença, essas duas palavras podem se tornar uma verdadeira dor de cabeça para escritores. Afinal, quando usá-los? Neste texto (ou seria nesse?), abordaremos as diferenças entre esses dois termos de forma prática, explicando o uso de cada um deles com exemplos, para você não se confundir mais. Fique com a gente e confira!   Qual a diferença entre neste e nesse? Vamos começar tirando a maior dúvida sobre esses termos: a diferença em seu uso. A principal distinção está na relação de proximidade entre o falante e ao que ele se refere. O termo “neste” é utilizado para se referir a algo que está perto de quem fala ou relacionado ao tempo presente. Exemplo: “Neste caderno que seguro, escrevi centenas de poemas”. Já “nesse” é utilizado no discurso para se referir a algo que está mais distante de quem fala ou relacionado ao tempo passado. Exemplo: “Tem uma mancha nessa blusa que você está usando”. Conseguiu entender a diferença? Com essa explicação, você já consegue diferenciar os termos, mas para se tornar um escritor melhor e não errar nunca mais, será preciso um pouco mais de aprofundamento. A seguir, explicaremos com mais detalhes os dois termos, trazendo mais exemplos práticos de quando e como usá-los! Neste O termo “neste” é a contração de uma preposição (palavras usadas para conectar elementos em uma frase) com um o pronome demonstrativo (palavras usadas para posicionar algo em relação a alguém): em + aquele. Varia em gênero e número: neste, nesta, nestes e nestas. Indica uma proximidade maior entre aquilo que está sendo falado e o falante, seja no tempo ou no espaço. Além disso, é utilizado em um texto para introduzir um termo, situação, pessoa ou objeto. Sendo assim, se você estiver se referindo a algo que ainda está acontecendo ou está prestes a acontecer, algo que está fisicamente próximo de você ou algo que ainda não foi mencionado no texto, o correto é usar o “neste”. Exemplos do uso de neste Aqui estão alguns exemplos do termo aplicado, para entender melhor seus usos e variações: Nesta palestra, explicaremos uma das maiores dúvidas de português entre autores. (Referindo-se à palestra que está ocorrendo). Já andei muito nestes calçados. (Referindo-se aos calçados que está usando). Recebi uma mensagem muito estranha nesta manhã. (Referindo-se à manhã do dia de hoje). Aceitamos trajes apenas nestas cores: azul claro, branco e bege. (Introduzindo novas informações). Nesse O termo “nesse” é outra contração entre preposição e pronome demonstrativo, sendo a junção dos termos em + esse. Também pode ser flexionado em gênero e número: nesse, nessa, nesses e nessas. Indica certo afastamento entre aquilo que está sendo falado e o falante, seja no tempo ou no espaço. Aponta algo que está mais perto de com quem se fala, também sendo utilizado para se referir a um termo, situação, pessoa ou objeto que já foi introduzido em um texto. Sendo assim, se você estiver se referindo a algo que já aconteceu, algo que está fisicamente mais distante de você e mais próximo de com quem você fala ou algo que já foi mencionado no texto, o correto é usar “nesse”. Exemplos do uso de nesse Aqui estão alguns exemplos do uso do termo, para entender melhor seus usos e variações: Nesse caso, a resposta é sim. (Referindo-se a uma situação que já foi mencionada no texto). Posso ver como fico nesses óculos? (Referindo-se aos óculos da outra pessoa). Fez muito calor nessa semana. (Referindo-se a uma semana que já passou). Já trabalhei nessas lojas. (Referindo-se a um local mais distante). Perguntas frequentes Assim como na diferença entre mal e mau, na diferença entre “nesse” e “neste” existem algumas expressões que causam um pouco mais de dúvidas do que outras. Confira a resposta para algumas das confusões mais frequentes: Nesse final de semana ou neste final de semana? Depende! Se você está se referindo a um  final de semana passado, o correto é “nesse final de semana”. Agora, se o intuito for falar sobre o próximo fim de semana, o correto é “neste final de semana”, pois a semana ainda está acontecendo, ou seja, está no presente. Nesse sentido ou neste sentido? Aqui, o mais correto é utilizar “nesse sentido”, visto que essa expressão é utilizada para fazer referência a algo no texto, indicando retomada ou conclusão de uma ideia já introduzida. Nesse artigo ou neste artigo? Aqui, também pode depender, mas na maioria das vezes o termo correto é “neste artigo”. Isso porque a expressão normalmente é utilizada quando o autor quer fazer referência ao próprio texto que está escrevendo. Quando se quer indicar outro artigo que não o próprio, utiliza-se “nesse”. E naquele? Também uma contração de preposição com um pronome demonstrativo (em + aquele), o termo “naquele” não gera tantas confusões quanto “neste” e “nesse”. Apesar disso, também é importante saber como empregá-lo, até para entender melhor os outros dois termos. Se “neste” está próximo e “nesse” está um pouco mais distante, o “naquele” é utilizado para o que está bem afastado do falante, seja em tempo ou espaço. Ou seja, se refere a algo que está longe tanto de quem fala quanto de com quem se fala, ou em um passado longínquo. Exemplos de naquele: Naquele tempo, as coisas eram diferentes. (Referindo-se a um passado antigo). Vi muitas coisas naqueles corredores. (Referindo-se a um local distante). Não confio naquela senhora. (Referindo-se a alguém afastado da conversa). A diferença entre os pronomes demonstrativos “nesse” e “neste” pode parecer sutil, mas ela segue regras claras que ajudam a determinar quando usar cada um. Esperamos que, com este artigo, você consiga utilizar esses termos sem medo de errar! Quer receber mais dicas de escrita, além

Qual a diferença entre poema e poesia?

Poema ou poesia? Descubra a diferença!

Quando se fala de literatura, existem algumas questões sempre presentes. Uma das maiores entre elas está na poesia, frequentemente confundida com o poema. A proximidade entre essas palavras causa muitas confusões. Afinal, realmente existe uma diferença entre poema e poesia? Qual é essa diferença, exatamente? Neste artigo, responderemos essas e outras dúvidas sobre a escrita poética, abordando as diferenças, semelhanças, características, significados e exemplos desses dois termos. Fique com a gente e entenda de uma vez por todas a diferença entre poema e poesia!   Poema x poesia As palavras poema e poesia não são trocadas com tanta frequência sem razão: suas origens e significados são muito próximos entre si. Tanto poema quanto poesia têm origem do grego poiein, que significa fazer, criar. Apesar disso, já na etimologia temos diferenças: poema vem de poíema, o que se faz, uma criação; já poesia tem raiz em poíesis, que significa a produção, o processo de criar. Hoje em dia, esses termos têm os seguintes significados: Poema: texto literário organizado em versos e estrofes, podendo ou não conter rima e métrica; Poesia: expressão artística que busca provocar sentimentos, englobando palavras, imagens e música. Sendo assim, o poema está mais relacionado à estrutura, já a poesia diz mais respeito à essência. Podemos dizer que todo poema contém poesia, mas nem toda poesia toma a forma de um poema. Agora que você já sabe a diferença entre essas palavras de uma forma mais básica, entenda a fundo as singularidades e características de cada uma dessas categorias a seguir. O que é poema? O poema é uma forma de literatura definida por sua estrutura em versos e estrofes, sendo o oposto da prosa. Em sua essência, é uma obra de arte verbal, que utiliza a linguagem de maneira ornamental, rítmica e simbólica. Normalmente, possuem rima e variam em grau de estruturação, indo de mais livres, como os de Carlos Drummond de Andrade, a mais estruturados, como os de Olavo Bilac. São os poemas que compõem o gênero literário da poesia. Características do poema O poema é uma forma de expressão literária bastante diversa. Tanta diversidade não impede, porém, que se apresentem algumas características comuns nesses textos, que o diferenciam como gênero e tipo de escrita: Versos Os versos são as linhas do poema, sua unidade básica. São classificados de acordo com seu número de sílabas poéticas, indo desde 1 (monossílabo) a 12 (dodecassílabo ou alexandrino). Versos com mais de 12 sílabas poéticas levam o nome de bárbaros. Além disso, também variam de acordo com sua estrutura: versos regulares, que são rimados e têm a mesma medida métrica; versos brancos, que têm mesma medida métrica, mas sem rimas; e versos livres, que não possuem métrica ou rima. Estrofes As estrofes são o conjunto de versos. São categorizadas pela quantidade de versos que possuem, indo de um monóstico (1 verso) a uma décima (10 versos). Estrofes com mais de 10 versos são chamadas de irregulares. Um poema pode conter uma única estrofe ou várias, a depender da estrutura escolhida pelo autor. Também podem ser categorizados de acordo com a métrica dos versos que a compõem, sendo que estrofes simples possuem versos com a mesma medida; estrofes compostas, versos de medidas diferentes; e estrofes livres, versos sem métrica. Métrica e ritmo A métrica refere-se à contagem de sílabas poéticas em cada verso, levando em conta mais a fonética do que a gramática. A contagem se dá até a última sílaba tônica de cada verso e, em alguns casos, une vogais em uma só sílaba, como fazemos na fala. Através da contagem e regragem dessas sílabas poéticas, cria-se cadência e musicalidade consistentes para o texto. Apesar disso, não é um requisito obrigatório, sendo que muitos dos grandes poetas brasileiros não metrificam seus textos, mas conseguem ritmo de outras maneiras. Rimas A rima é a repetição de sons semelhantes no final dos versos, criando uma sonoridade harmoniosa, agradável e musical à leitura. Podem ser classificadas entre rimas perfeitas, em que há total correspondência das sílabas e sons; ou imperfeitas, em que apenas sons de vogais ou consoantes são repetidas. Também variam de acordo com sua organização nas estrofes, como rimas emparelhadas (AABB), rimas alternadas (ABAB) ou rimas cruzadas (ABBA); e ainda pela classe gramatical das palavras, sendo uma rima rica aquela entre palavras de classes gramaticais diferentes, e uma rima pobre aquela entre palavras de mesma classe gramatical. Assim como a métrica, não são obrigatórias. Figuras de linguagem O uso de figuras de linguagem é outra característica marcante do poema. As metáforas, metonímias, aliterações, paradoxos, ironias e outras figuras enriquecem o texto poético, dando-lhe múltiplas camadas de significado e beleza. Elas permitem que o autor vá além do literal das palavras, criando imagens, sensações e emoções mais profundas e complexas. Grande parte do valor estético e lírico dos poemas está nessas figuras. Exemplos de poema Existem muitos tipos de poemas, com diferentes estruturas, temas e escolas literárias. Alguns dos mais populares são os poemas de amor, por exemplo, que encantam e apaixonam com seus versos. Uma dos principais meios de classificação de poemas, entretanto, é sua forma, que pode ser fixa (soneto, haicai, trova, balada etc) ou livre. Confira um exemplo de cada: Poema de forma fixa Exemplo de soneto, poema de forma fixa composto por 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos, de Vinicius de Moraes: Soneto de separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. Poema livre Exemplo de poema de forma livre, sem estrutura ou métrica

Explorando a Poética de Ana Luiza Albuquerque Kalil: Memórias, Inspirações e a Jornada Literária

Autora Ana Luiza Kalil lança Memórias da Juventude

Nesta entrevista exclusiva, Ana Luiza Albuquerque Kalil compartilha sua jornada como escritora, seus processos criativos e o impacto transformador da poesia em sua vida. Nascida em Barbacena, Minas Gerais, Ana Luiza traz na bagagem não só sua carreira como advogada e procuradora municipal, mas também uma paixão antiga pela leitura e escrita, que floresceu desde a infância. Na conversa, mergulhamos nas inspirações literárias, nos desafios enfrentados para a publicação de seu primeiro livro de poesias e no desejo contínuo de expressar o que há de mais humano através das palavras. 1 – Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autora? Ana Luiza Albuquerque Kalil: Meu nome é Ana Luiza, nasci e moro na cidade de Barbacena/Minas Gerais. Sou procuradora municipal, e advogada. Desde criança meus pais, que sempre foram muito presentes na minha vida, incentivaram-me a ler. Sempre tinha um livrinho nas mãos. Comecei a escrever poesias aos 12 anos, e uma vez, na minha escola, foi promovida uma espécie de coletânea de poesias criadas pelos alunos. Eu sempre participava, às vezes escrevia sozinha, outras, em parceria com colegas. Guardo estas recordações com muito carinho. Sempre amei estudar literatura e ler. Depois, fui morar em Viçosa para estudar direito, e minha escrita aumentou muito. E em cada fase da minha vida, sempre tinha uma poesia nova, geralmente refletindo o que eu estava vivenciando. Desde 2016, participo de concursos nacionais de poesias promovidos por diversas editoras. A mais significativa para mim, foi ter sido classificada em um concurso promovido pela editora da Universidade Federal de São João Del Rei, com a poesia “Livros”.  A leitura e a escrita sempre funcionaram como escape da realidade para mim. 2 – O que o inspirou a escrever o livro? Ana Luiza Albuquerque Kalil: Eu sempre admirei muitos escritores e escritoras, sejam romancistas, contistas ou poetas. Achava lindas aquelas poesias árcades dos inconfidentes Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa; as poesias mórbidas/simbolistas de Alphonsus de Guimarães; e as românticas de Castro Alves, Álvares de Azevedo; a inteligência indiscutível de Machado de Assis, a aqueles romances açucarados de José de Alencar. Adoro ler poetas/contistas, Clarice Lispector, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles. Todas elas são orgulho do Brasil, e acho muito inteligente a forma como cada uma “joga” com as palavras. Aí eu pensei, que seria muito bom para mim ter um livro publicado, com as poesias que eu escrevi ao longo da minha vida. Seria um pedaço da minha existência num livro. Diria então, que o que me inspirou a escrever o livro foi a literatura como um todo, e todos os autores por quem eu tenho admiração. 3 – Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Ana Luiza Albuquerque Kalil: Então, a poesia é sempre muito pessoal, geralmente se escreve aquele que está vivendo, sentindo. O poeta é muito sinestésico, ele ou ela precisam sentir, caso contrário, dificilmente haveria poesia. Pelo menos é a minha opinião. Então, eu abordo temas como saudade, morte, amor, solidão, abundância, escassez, estações do ano, dúvidas existenciais. Sabe o trecho daquela linda poesia de Vinícius de Moraes, “Eu não existo sem você”, que diz: “Assim como o poeta só é grande se sofrer”. Não que o/a poeta são seres sofredores(rs), mas eles colocam em forma de poesias, os sentimentos latentes no seu coração. E comigo foi assim também, tudo que transborda em mim, transcrevo no papel. 4 – Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Ana Luiza Albuquerque Kalil: O processo criativo é bem simples: durante a noite, meu quarto, sentada na cama antes de dormir, minha agenda de poesias, e uma caneta. A solitude me acompanha neste processo criativo. Não existe uma preparação específica, a ideia surge, e eu coloco no papel. Em boa parte das vezes, crítico o que eu escrevo, mas depois vou refinando e fazendo ajustes. 5 – Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Ana Luiza Albuquerque Kalil: Como eu já relatei, a referência criativa geralmente é aquele momento que estou vivendo; ou quando vejo algo bonito, como uma lua cheia, um céu azul; ou o outono, com as folhas secas das árvores espalhadas pelo chão. Sou muito sinestésica e observadora. Também gosto de escrever sobre sentimentos menos nobres, como egoísmo, prepotência e paixão. E paixão aqui em sentido latu, como as guerras, fúria, ódio. Então aquilo que eu observo, e de alguma forma mexe comigo, eu escrevo. 6 – Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Ana Luiza Albuquerque Kalil: Sim, gosto muito da poesia “O tempo, a saudade, o fim”, que já foi classificada em concurso de poesia: “O vento da saudade bate forte. Forte bate o galope do vento. Mistura a lágrima à doce lembrança. Os pensamentos se entorpecem ao rumor de um lamento”. (…) “O fim em ponto de interrogação. Nunca termina o balanço da vida. O que entender de uma doce partida? Rastejando os ais de um choro contido. Tormentosa fotografia de tempos antigos!” 7 – Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro? Ana Luiza Albuquerque Kalil: O meu principal desafio foi a procrastinação. Passar as minhas poesias para o computador(rs). Apesar de não ser um livro longo, eu fui digitando aos poucos. Depois a formatação, e mandar para a editora. Há uns dois anos mandei para uma editora, cujo nome eu não me lembro, e não tive resposta. Depois, fui acrescentando mais poesias, refinando daqui, ajustando dali, até que surgiu a oportunidade de enviar para a editora Viseu, que, para minha alegria, aprovou meu rascunho, e me ofereceu a oportunidade de publicar. Com certeza foi um dia feliz para mim. 8 – Como você espera que seu livro impacte os leitores?  Ana Luiza Albuquerque Kalil: Olha, eu escrevo muito sobre a vida em geral, e este amálgama de sentimentos que alegram e ao mesmo tempo torturam os seres humanos, podem levar os leitores a lerem poesias simples, mas humanas. Então

Ficha catalográfica: o que é, para que serve e como fazer

Tudo o que você precisa saber sobre a ficha catalográfica

Ao folhear as primeiras páginas de um livro, você já deve ter notado um retângulo cheio de informações, letras e códigos. Essa caixa é a famosa ficha catalográfica, presente em todos os livros publicados em território brasileiro. Esse pequeno elemento tem uma importância enorme para toda a cadeia do livro, sendo imprescindível para a publicação de qualquer obra. Apesar disso, não são muitos os autores que realmente entendem o que é e como funciona essa catalogação. Este artigo serve como um guia completo sobre a ficha catalográfica, sanando todas as dúvidas acerca desse elemento tão importante. Entenda o que é a ficha catalográfica, quais seus elementos, para que serve, qual profissional pode produzi-la e como você pode fazer a sua!   O que é a ficha catalográfica? A ficha catalográfica é uma das mais importantes partes de um livro. Normalmente encontrada no verso da folha de rosto, serve como uma documentação para a obra, contendo todas suas informações relevantes. Desde 2003, passou a ser obrigatória para todas as publicações, conforme a Lei do Livro (Lei Federal nº10.753/03). É regida pelo Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2), sendo uma descrição tanto de aspectos físicos quanto temáticos de um livro. É sempre formatada por bibliotecário profissional com um Certificado Regional de Biblioteconomia (CRB) ativo. Engloba outros tipos de publicação além dos livros impressos, como livros digitais, revistas, anais e monografias. Qual a função da ficha catalográfica? A ficha catalográfica permite a identificação, catalogação e localização de uma publicação em bibliotecas, livrarias e outros acervos de livros. Bibliotecários, editores e livreiros a utilizam constantemente em suas atividades. Além disso, também assegura que as pessoas e organizações certas estão sendo creditadas por seu trabalho, precavendo plágios. Por fim, facilita a citação dessas obras, concentrando todas as informações que normas como a ABNT exigem nas referências de trabalhos em um só lugar. Atenção: embora possa ser um recurso em uma disputa judicial, a ficha catalográfica não atua como o registro de direito autoral. Para estar legalmente respaldado contra plágios e pirataria, é preciso que o autor realize esse registro separadamente. Quais os elementos de uma ficha catalográfica? Uma ficha catalográfica conta com diversos elementos, todos pensados para facilitar a catalogação e referenciação bibliográfica. Confira em detalhes: Ficha catalográfica do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis Notação de autor A notação de autor é um código de identificação da obra, formado a partir do nome de seu autor e título. Vem logo na primeira linha da ficha, antes mesmo da autoria, servindo para individualizar autores e obras dentro de um mesmo assunto. Para serem criadas, utiliza-se o sobrenome do autor e seu código correspondente em uma de duas tabelas: a Tabela Cutter-Sanborn ou sua adaptação brasileira, a Tabela PHA. Para finalizar, une-se a esse código a primeira letra do título da obra. Autoria Um dos pontos mais importantes de qualquer publicação, o nome do autor aparece mais de uma vez na ficha catalográfica, sendo uma informação básica para qualquer tipo de classificação. Junto com a autoria, é comum apresentar a data de nascimento e falecimento do autor, para evitar que escritores com o mesmo nome sejam confundidos entre si. Além de reafirmar a autoria de quem escreveu o livro, permite que editores, bibliotecários e livreiros encontrem a obra mais facilmente. Caso não saibam o título da obra que procuram ou seu assunto, por exemplo, podem recorrer ao nome do escritor para identificá-la. Título e subtítulo Muitas vezes o principal meio de identificação de uma obra, esse elemento é imprescindível. O título de um livro é seu nome, tanto para fins bibliográficos quanto para o mercado editorial como um todo. Na ficha catalográfica, o título aparece logo abaixo da autoria, devendo ter um recuo que o posicione logo após a quarta letra do nome do autor. Caso haja subtítulo, deve ser colocado após o título, precedido por dois pontos (:). Edição Também é preciso indicar qual o número da edição daquele livro, visto que cada alteração realizada na obra, seja na capa ou no miolo, a difere de outras. Sendo assim, cada edição ganha uma nova ficha catalográfica. Atenção: uma edição é diferente de uma reimpressão. Na reimpressão, o livro não passa por nenhuma mudança, sendo apenas levado à gráfica e impresso novamente, sem necessidade de novos registros. Já uma nova edição realizou alterações, podendo essas ser mais ou menos significativas, mas sempre necessitando de outra identificação. Editora As editoras são as empresas responsáveis pela produção, edição e comercialização dos livros. São uma peça importante para a publicação, constando como fatores de diferenciação e catalogação de obras. Existem muitas edições de livros clássicos, por exemplo. O maior diferencial entre essas edições é, justamente, a editora que os publicou. Sendo assim, é um elemento vital para qualquer ficha catalográfica. Local e ano de publicação Outras informações pertinentes para fins de identificação de uma obra são o local e ano de publicação daquela edição. Indispensáveis para as referências de qualquer obra acadêmica, informam onde e quando o livro foi publicado, contextualizando-o no tempo e no espaço. Número de páginas Além dos aspectos de autoria e produção do livro, a ficha catalográfica também indica aspectos físicos da obra. O exemplo mais comum é a indicação do número total de páginas da publicação. ISBN O International Standard Book Number (ISBN), traduzido como Padrão Internacional de Numeração de Livro, é como a impressão digital do livro. É composto por 13 dígitos, aparecendo também em formato de código de barras na contracapa da obra. Através dele, é possível identificar a publicação em mais de 200 países diferentes, permitindo não só sua catalogação como sua comercialização internacionalmente. Apesar de fazer parte da ficha catalográfica, deve ser requerido à parte. Confira aqui como fazer o registro de ISBN do seu livro! Assuntos Dizem respeito à temática da obra, sendo apresentados desde os mais amplos até os mais específicos, de maneira numerada. A grande maioria das bibliotecas e livrarias classifica os livros assim, agrupando-os nas prateleiras a partir dessa categoria. É uma

Microconto: o que é? Tudo sobre essas breves narrativas

Descubra o que é um microconto e como escrever um

Você já ouviu falar do microconto? Como o nome indica, é um conto pequeno, mas vai muito além disso. Narrativa muito intrigante, sua capacidade de sintetizar mundos inteiros em poucas palavras tem encantado cada vez mais leitores. Esse tipo de escrita vem ganhando força na literatura contemporânea, principalmente com o avanço das redes sociais. Mas, apesar de ser uma prática crescente, ainda é desconhecida por muitos leitores e até mesmo autores como uma possibilidade. Pensando nisso, apresentaremos aqui o que exatamente é o microconto, suas principais características, exemplos mais icônicos e dicas para você desenvolver sua própria narrativa diminuta. Fique com a gente e confira! O que é um microconto? Um microconto, também conhecido como miniconto, é um tipo de narrativa caracterizada por ser extremamente curta, normalmente de algumas linhas ou poucos parágrafos. Seu objetivo é contar uma história da forma mais concisa possível. Diferente da escrita de contos usuais, focados na descrição de ações e cenários, o microconto excele no não dito. Por seu tamanho diminuto, deixa a maior parte da interpretação a cargo do leitor, mais sugerindo do que narrando seu enredo. Apesar da ideia de contar histórias curtas não ter surgido com esse tipo de escrita, o microconto como conhecemos hoje começou a tomar forma em meados do século XX. Escritores como Franz Kafka, Julio Cortázar e Augusto Monterroso foram os precursores desse tipo de escrita. No Brasil, um marco para esse tipo de narrativa vem com Dalton Trevisan, a partir da publicação de Ah, é? em 1994. Com esse livro, dedicado à histórias breves, veio uma onda de antologias focadas nessas narrativas. Atualmente, esse tipo de conto tem se popularizado cada vez mais. Facilmente compartilhável, ganhou força nesses tempos de comunicação instantânea e redes sociais. Se tornou popular principalmente em plataformas como o X (Twitter), onde o número reduzido de caracteres é propício para escritores desse estilo. Microconto, miniconto ou nanoconto? Por ser ainda um tipo de narrativa muito nova, não há nenhuma definição certa do que diferenciao microconto, o miniconto e o nanoconto. Alguns autores e estudiosos os colocam como sinônimos, enquanto outros os separam em diferentes categorias. Um miniconto pode ser visto como um conto muito breve, entre 50 a 300 palavras. Já o microconto é menor, de até 50 palavras, sendo o nanoconto menor ainda, de até 20 palavras. Outras definições de tamanho, como 150 caracteres para minicontos e 50 letras para nanocontos, também são utilizadas.  Essas definições ainda são amplamente discutidas, mas há um consenso: a brevidade dessas narrativas. Em todas as definições, eles são menores do que uma página, variando apenas em grau de síntese. Características de um microconto Um tipo de escrita muito peculiar, existem algumas particularidades que diferenciam o microconto de outros tipos de histórias. São elas: Brevidade Uma das características mais importantes, que definem esse estilo de narrativa, é seu tamanho: microcontos são, invariavelmente, pequenos. O desafio é, justamente, criar uma história completa com poucas palavras. Muitos autores contam até mesmo as letras das palavras, por vezes almejando um número exato como 50 ou 20. Essa limitação de tamanho é a alma desse tipo de texto, que se destaca justamente por ser extremamente curto.  Concisão Além de serem pequenos, os microcontos também são concisos. Ou seja, além de apenas um tamanho reduzido, devem ser conceitualmente sintetizados, enxugados e precisos. Cada palavra tem uma razão e um sentido, sendo escolhida com parcimônia e ponderação. A narrativa não se estende, mas também não está inacabada, ela é do tamanho exato que deve ser. Até mesmo a ordem das palavras é muito bem pensada, sendo que toda a semântica da história deve ser extremamente precisa, sucinta e clara. Narratividade Para estar enquadrada nesta categoria, a história deve ter teor narrativo: mover algo ou alguém para algum lugar. Sendo assim, é imprescindível que tenha narrador, enredo, personagem e espaço, mesmo que implícito. É esse o principal aspecto que difere a escrita de um microconto da escrita de um poema. Também é o que faz com que seja uma história, não apenas uma descrição. O caráter narrativo é imprescindível para esse tipo de texto. Sugestividade Um dos maiores diferenciais desse tipo de escrita é sua alta capacidade sugestiva. O subtexto é tão ou até mais importante do que o texto em si, sendo que grande parte da história será inferida pelo leitor. Esses textos são conhecidos por instigar a imaginação e a criatividade, convidando o leitor a fazer parte da narrativa mais ativamente. Assim, são muito envolventes e permitem uma diversidade enorme de interpretações. Efetividade Microcontos são impactantes, muitas vezes comparados a um nocaute logo no primeiro soco em uma luta de boxe. Causam uma forte impressão nos leitores, normalmente com seu desfecho, que costuma carregar toda a força desse impacto. Alguns buscam um efeito mais cômico, outros choque, reflexão e até mesmo medo. Microcontos de terror são um tipo especialmente popular dentro dessa categoria, tendo a capacidade de arrepiar os pelos da nuca de leitores com pouco mais de três linhas. Exemplos de microcontos Diversos autores renomados se aventuraram na escrita dessas narrativas diminutas. De grandes nomes da literatura clássica a autores contemporâneos, confira 10 autores de microcontos e seus principais textos, para entender como é esse tipo de narrativa na prática: Augusto Monterroso O guatemalteco Augusto Monterroso é o escritor do microconto mais conhecido da literatura: Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá. Essas 37 letras ficaram famosas, rendendo diversas interpretações, debates e paródias. É um verdadeiro marco nesse tipo de narrativa. Ernest Hemingway O norte-americano Ernest Hemingway é mais conhecido por seus romances, mas também é a ele atribuído um dos microcontos mais conhecidos: Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados. Nesta breve narrativa, o autor consegue inserir toda a imensidão de uma perda em um simples anúncio de venda, convidando o leitor a imaginar o que pode ter acontecido a essa família. Lygia Fagundes Telles Uma das maiores escritoras do Brasil, Lygia Fagundes Telles também se aventurou na escrita dessas breves histórias: Fui me confessar ao mar. O que

25 livros clássicos que marcaram o mundo

25 livros de literatura clássica que você precisa ler

A literatura clássica engloba alguns dos livros de maior importância cultural e histórica do mundo. Com temas universais, são narrativas que mantêm sua relevância século após século. Essas obras continuam a influenciar a cultura até hoje, sendo possível ver referências nos filmes, séries, livros e músicas mais famosos da atualidade. Apesar disso, ainda há certa noção de que são livros “chatos”, o que impede novos leitores de conhecer e aproveitar essas obras icônicas. Pensando nisso, trazemos aqui uma lista com 25 livros clássicos que marcaram o mundo, de diversos gêneros literários e autores. Vem com a gente e descubra seu novo clássico favorito! O que é literatura clássica? Antes de mergulhar nos principais nomes dessa categoria renomada da literatura, vamos entender o que torna determinado livro um clássico! A literatura clássica diz respeito às obras que resistiram ao tempo e se tornaram marcos na história da humanidade. São livros amplamente reconhecidos por sua qualidade, relevância e influência, servindo de inspiração não só para outros livros, como também diferentes formas de arte. Esses textos não apenas refletem as sociedades em que foram escritos, mas também abordam temas universais e atemporais. Um livro clássico é assim considerado porque transcende seu contexto original, continuando a impactar e inspirar gerações de leitores e autores muito tempo após sua primeira publicação. Agora que você já entende melhor o que é a literatura clássica, está pronto para conhecer alguns de seus maiores exemplos: 1 – A Ilíada, de Homero Uma das mais antigas e importantes obras da literatura ocidental, A Ilíada de Homero foi composta por volta do século VIII a.C. Originalmente contado de forma oral, o poema épico narra os eventos dos últimos dias da Guerra de Troia, com o guerreiro grego Aquiles como protagonista, em sua disputa contra o general Agamenon. A narrativa explora a glória e a tragédia da guerra, com batalhas heroicas e interferências dos deuses gregos. Homero, envolto em seu próprio misticismo, é considerado um dos maiores poetas da antiguidade. Suas obras moldaram a literatura mundial e a mitologia grega, continuando a ser uma forte influência cultural na atualidade. 2 – Os Lusíadas, de Luís de Camões Publicado em 1572, Os Lusíadas de Luís de Camões é outro poema épico, dessa vez sobre as navegações do português Vasco da Gama e sua descoberta do caminho marítimo para a Índia. É um hino à era das desbravadas e exalta o heroísmo dos portugueses que exploraram os mares. Camões é um dos autores mais importantes da língua portuguesa. Os Lusíadas é sua obra-prima, misturando história com elementos mitológicos e transformando os feitos portugueses em eventos grandiosos, dignos de um épico clássico. 3 – A divina comédia, de Dante Alighieri Escrita em meados do século XIV, A Divina Comédia de Dante Alighieri reflete as complexidades teológicas e filosóficas da Idade Média. Guiado pelo poeta Virgílio e sua musa Beatriz, o narrador personagem Dante é levado por uma jornada espiritual através do Inferno, Purgatório e Paraíso. Escrito originalmente em florentino, o poema foi um marco renascentista. É repleto de lirismo, alegorias e críticas à sociedade, personalidades e instituições da época. A obra continua a inspirar filósofos, escritores e artistas, sendo uma das mais estudadas, interpretadas e influentes na história da literatura. 4 – Dom Quixote, de Miguel de Cervantes Escrito por Miguel de Cervantes e publicado em 1605, Dom Quixote de La Mancha narra as desventuras de Alonso Quijano, um fidalgo enlouquecido que decide se tornar cavaleiro, adotando o nome Dom Quixote. Ele e seu fiel escudeiro Sancho Pança são alguns dos personagens mais icônicos, conhecidos e referenciados até hoje. O livro é uma sátira dos romances de cavalaria, muito populares na Espanha medieval, quebrando os moldes da época e criando personagens e enredos mais complexos. É considerado o primeiro romance moderno, sendo um grande marco da literatura mundial. 5 – Hamlet, de William Shakespeare Hamlet, de William Shakespeare, foi uma peça escrita entre 1599 e 1602. A tragédia conta a história do príncipe Hamlet, que é assombrado pelo espírito do pai, assassinado pelo tio. Hamlet luta com seus próprios demônios internos e a responsabilidade de vingar o pai, mergulhando em um estado de dúvida e loucura. Shakespeare, também conhecido por seus poemas líricos e outras peças como Romeu e Julieta, explora temas como vingança, corrupção, moralidade, luto e loucura nesta obra. Hamlet, com seu célebre monólogo “Ser ou não ser”, continua a ser amplamente estudada, encenada e recriada. 6 – Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe Fausto (1806), de Johann Wolfgang von Goethe, é uma mistura de peça de teatro e poema. Conta a história de um homem inicialmente bom que faz um pacto com Mefistófeles, o diabo, em busca de conhecimento e prazer. A obra explora questões profundas sobre a ambição, o arrependimento e a redenção, enquanto Fausto luta com suas decisões e as consequências de seus desejos. Considerado um dos maiores trabalhos da literatura alemã, mistura tragédia e filosofia, servindo como inspiração para outros escritores, como Fernando Pessoa e Thomas Mann. 7 – Orgulho e Preconceito, de Jane Austen Publicado em 1813 e escrito por Jane Austen, Orgulho e Preconceito é focado em Elizabeth Bennet e seu complicado relacionamento com o aristocrático e arrogante Sr. Darcy. À medida que a narrativa se desenvolve, Elizabeth e Darcy superam seus preconceitos e mal-entendidos, descobrindo o verdadeiro valor um do outro. Jane Austen escreveu com uma sagacidade ímpar sobre a sociedade de sua época, especialmente sobre as pressões sociais enfrentadas pelas mulheres. Considerado um dos maiores romances de língua inglesa, foi também precursor do enemies to lovers, uma trope literária muito procurada por leitores atualmente. 8 – O corvo, de Edgar Allan Poe O poema narrativo O corvo (1845), de Edgar Allan Poe, explora o luto e a angústia psicológica de um homem que perdeu sua amada, Lenora. Ele é visitado por um corvo que repetidamente diz “nunca mais” (never more), aprofundando o desespero do protagonista. Um poema muito influente, foi amplamente traduzido, sendo que até mesmo escritores renomados como Machado de Assis e Fernando

Clube do livro: o que é e como funciona?

Saiba o que é e como funciona um clube do livro

Você é um leitor ávido, mas sente falta de compartilhar suas leituras com alguém? Quando termina um livro, fica se coçando para comentar sobre, mas não conhece ninguém que entenda ou se interesse pelo que está falando? Se sim, os clubes do livro podem ser a escolha certa para você! Esses clubes têm ganhado popularidade nos últimos anos, unindo pessoas com uma mesma paixão: a leitura. Porém, o que exatamente é um clube do livro? Como eles funcionam? Quais são seus benefícios reais? Se você tem essas e outras dúvidas sobre essa prática centenária, este é o artigo para você. Neste guia detalhado, respondemos todas essas questões, com exemplos de clubes gratuitos dos quais você pode participar e um passo a passo para você criar seu próprio clube do livro. Fique com a gente e confira! O que é um clube do livro? Um clube do livro, também chamado de clube de leitura, é um grupo de leitores que se reúnem regularmente para discutir, compartilhar e conversar sobre a leitura de um mesmo livro. Podem ser tanto presenciais quanto online, grandes ou pequenos, pagos ou gratuitos. As obras que serão lidas são escolhidas anteriormente, normalmente em conjunto. Nos encontros, todos os membros têm a oportunidade de dar suas opiniões sobre o livro, promovendo reflexão, escuta e troca de diferentes perspectivas. Existem diferentes tipos de clubes, dependendo das preferências do grupo. Alguns focam em um gênero literário específico, autores com uma característica em comum ou são voltados para membros específicos, enquanto outros optam por uma seleção mais diversificada e ampla. Os encontros podem variar desde discussões informais até encontros mais estruturados, onde um líder de discussão ou moderador guia a conversa. Em clubes maiores, também é possível que o próprio autor da obra lida seja convidado para integrar o bate-papo. A maioria promove encontros mensais, para que todos os membros tenham tempo de ler e pensar em suas considerações, mas a frequência pode variar de acordo com ritmo de leitura e rotina dos membros. Podem ser formados por pessoas conhecidas, como amigos ou colegas, ou por desconhecidos unidos pelo amor ao livros. Nos últimos tempos, o número de clubes do livro online cresceram exponencialmente, difundindo e promovendo ainda mais a leitura. É uma prática importante não só para manter leitores engajados, mas também para incentivar a leitura e formar cada vez mais leitores. Como surgiu o clube do livro? A ideia de se reunir em grupos para discutir livros e literatura não é nova, remonta a séculos atrás. Na Grécia antiga, por exemplo, existiam os sympósions gregos, em que a elite intelectual se reunia para beber e conversar sobre artes, literatura e história. Mas os clubes do livro como conhecemos hoje começaram a ganhar força no final do século XIX e início do século XX. Em um contexto de crescente alfabetização e acesso aos livros, surgiram como reuniões informais, um modo de socializar e discutir ideias literárias. Um dos mais conhecidos foi o Ladies’ Reading Club, criado em 1885 em Houston, nos Estados Unidos. Começou com encontros simples, como um espaço para que mulheres discutissem sobre arte e literatura, mas cresceu rapidamente em tamanho e influência, e foi um dos grandes responsáveis pela abertura da primeira biblioteca pública da cidade.  No Brasil, um dos grandes marcos dessa prática foi a editora e clube de assinatura Círculo do Livro, fundada em 1976. Os assinantes recebiam uma revista todo mês com o catálogo de lançamentos e deviam adquirir pelo menos duas obras por mês. Essa prática levava os livros até cidades pequenas, que não possuíam livrarias ou bibliotecas, democratizando o acesso à leitura por todo Brasil. Na década de 80, a Círculo do Livro chegou a ter mais de 800 mil assinantes em mais de 2850 municípios diferentes! Hoje em dia, existem diversos clubes do livro, por assinatura ou não, em diferentes estilos. Com a internet, surgiu a comunidade bookstan, tornando a leitura uma experiência compartilhada, cenário ideal para a disseminação desses grupos. Como funciona um clube do livro? O jeito como um clube do livro funciona pode variar bastante dependendo das preferências dos membros, mas existem algumas etapas comuns para a maioria deles. Confira a estrutura básica de funcionamento de um desses grupos: 1 – Os membros escolhem o livro A seleção do livro é uma das etapas mais importantes de um clube. Alguns escolhem por consenso, outros adotam um sistema rotativo, onde cada membro sugere um título por vez, e há ainda a possibilidade de ter um líder que indica todas as leituras. A escolha pode ser influenciada pelo tema do clube (por exemplo, apenas clássicos da literatura ou livros de poesia), pelas preferências dos membros, por sugestões de curadores ou ainda pela lista de best sellers do momento. Todos os membros irão ler aquele livro no mês, e é sobre ele que a discussão será realizada. 2 – O cronograma de leitura é definido Uma vez que o livro é escolhido, o grupo define um cronograma para a leitura, que normalmente varia de três a quatro semanas. Esse tempo permite que todos os membros leiam o livro e cheguem à reunião preparados para a discussão. Alguns clubes têm agendas mais regradas, com metas de capítulos por semana, outros apenas definem um prazo final de leitura. Sendo assim, pode haver mais de um encontro marcado no mês que discute o livro por partes, ou uma única reunião para falar da obra completa. 3 – A reunião acontece As reuniões são o coração do clube do livro. Elas podem acontecer em um local físico, como a casa de um dos membros, uma biblioteca, uma cafeteria; ou de forma virtual, usando plataformas de videoconferência, chamadas de áudio e até lives em redes sociais.  Durante a reunião, os membros discutem o livro, compartilham suas impressões, fazem perguntas e refletem sobre os temas abordados pela obra. Alguns grupos promovem debates mais estruturados, com moderadores e tópicos a serem discutidos, mas também podem ser mais livres e espontâneas, como uma conversa mesmo. 4 – Planejamento

20 poemas de amor curtos para se apaixonar

Se apaixone com 20 poemas de amor

O amor é um tema adorado por escritores, sendo que diversas obras dos mais diferentes gêneros focam nesse sentimento. Porém, existe uma categoria que é especialmente apaixonada: os poetas. De versos selecionados de grandes escritores a pequenas poesias encantadoras, confira aqui uma lista com 20 poemas curtos sobre amor para você se apaixonar. Declare-se àquela pessoa especial ou se inspire e escreva suas próprias poesias de amor! Fique com a gente e sinta a paixão no ar… 1 – Amar é um elo, de Paulo Leminski amar é um eloentre o azule o amarelo O curitibano Paulo Leminski (1944-1989) foi um dos maiores poetas contemporâneos, grande nome da poesia marginal e de vanguarda. Sua poesia é conhecida pelos jogos com palavras, irreverência e tamanho diminuto, inspirada nos haicais japoneses Nesse curto poema, típico de Leminski, o autor apresenta a união de duas cores completamente diferentes, unidas pelo amor apesar das diferenças. Indo um pouco além na interpretação, pode-se inferir a criação de uma cor completamente nova a partir dessa conexão. 2 – Trecho de O tempo passa? Não passa, de Carlos Drummond de Andrade O meu tempo e o teu, amada,transcendem qualquer medida.Além do amor, não há nada,amar é o sumo da vida. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é um dos maiores nomes da poesia brasileira. Conhecido por seus versos livres, foi um dos mais importantes modernistas no Brasil, sendo considerado um dos poetas mais influentes do país. Nesse trecho do poema O tempo passa? Não passa, ele aborda a sensação de plenitude que o amor causa, elevando-se acima do próprio tempo. Para o eu-lírico, amar é a parte mais sublime do viver. 3 – Bilhete, de Mario Quintana Se tu me amas, ama-me baixinhoNão o grites de cima dos telhadosDeixa em paz os passarinhosDeixa em paz a mim!Se me queres,enfim,tem de ser bem devagarinho, Amada,que a vida é breve, e o amor mais breve ainda… Mario Quintana (1906-1994) foi um dos grandes poetas contemporâneos, conhecido como o poeta das coisas simples. Seu estilo é marcado pela simplicidade, delicadeza e lirismo, abordando o cotidiano e temas como o amor, a infância e a natureza. Em Bilhete, o eu-lírico expressa seu desejo por um amor mais tranquilo, pacífico. Permeado pela inocência dos bilhetinhos de amor, é um pedido para que a paixão, efêmera, seja mais vagarosamente aproveitada. 4 – Trecho de O amor é uma companhia, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) O amor é uma companhia.Já não sei andar só pelos caminhos,Porque já não posso andar só. Alberto Caeiro é um dos muitos heterônimos de Fernando Pessoa, conhecido por abordar temas bucólicos, do campo, valorizando a natureza e a simplicidade. Sob esse nome, Pessoa escrevia poemas mais diretos, simples e com foco nas sensações (sensacionismo). Nesse trecho, começo do poema O amor é uma companhia, o eu-lírico descreve o sentimento como uma presença constante em sua vida. Ele aborda o companheirismo que vem com o amor e não só como o deseja, mas como é incapaz de viver sem ele. 5 – Soneto do amor total, de Vinicius de Moraes Amo-te tanto, meu amor… não canteO humano coração com mais verdade…Amo-te como amigo e como amanteNuma sempre diversa realidade Amo-te afim, de um calmo amor prestante,E te amo além, presente na saudade.Amo-te, enfim, com grande liberdadeDentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente,De um amor sem mistério e sem virtudeCom um desejo maciço e permanente. E de te amar assim muito e amiúde,É que um dia em ter corpo de repenteHei de morrer de amar mais do que pude. Vinicius de Moraes, renomado lirista e músico, também ficou conhecido por escrever lindas poesias. Apelidado como o poetinha, seus versos são cheios de lirismo e musicalidade, sendo o amor um de seus temas preferidos. Nesse soneto, o eu-lírico apresenta todos os modos que ama, englobando uma completude em seu sentimento, ao mesmo tempo simples e cheio de nuances. Seu amor é tão diverso, abundante e entregue, que ele diz que um dia o próprio corpo não o aguentará, morrendo de amores. 6 – Um jeito, de Adélia Prado Meu amor é assim, sem nenhum pudor.Quando aperta eu grito da janela— ouve quem estiver passando —ô fulano, vem depressa.Tem urgência, medo de encanto quebrado,é duro como osso duro.Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:quero é dormir com você, alisar seu cabelo,espremer de suas costas as montanhas pequenininhasde matéria branca. Por hora dou é grito e susto.Pouca gente gosta. Adélia Prado (1935-) é um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea, considerada uma das maiores poetas vivas do Brasil. É conhecida por seu estilo único, explorando o cotidiano de maneira sensível, simples e direta. Aborda temas do feminino, da fé, da morte e do desejo. Nesse poema, Adélia explica como é seu jeito de amar, sem pudores, urgente e sem se importar com quem ouve suas declamações. Ao mesmo tempo, descreve um amor mais calmo, cheio de pequenas ações cotidianas de carinho e intimidade. 7 – Convosco, de Luis Cernuda  Minha terra?minha terra é você Minha gente?minha gente é você. Banimento e morte para mimestão onde você não está. E minha vida?Diga-me, minha vidao que é, se não você? O espanhol Luis Cernuda (1902-1963) foi um escritor e poeta, parte da Geração de 27 da Espanha. Vanguardista, acabou sendo exilado durante a Guerra Civil Espanhola. Abordava temas de amor, solidão, desejo e nostalgia. No poema acima, ele declara toda sua afeição pela pessoa amada, afirmando que ela é seu tudo. Com um jogo de palavras ao final, utiliza o termo carinhoso “vida” para afirmar que seu amor é, de fato, sua vida. 8 – Meu destino, de Cora Coralina Nas palmas de tuas mãosleio as linhas da minha vida.Linhas cruzadas, sinuosas,interferindo no teu destino.Não te procurei, não me procurastes –íamos sozinhos por estradas diferentes.Indiferentes, cruzamosPassavas com o fardo da vida…Corri ao teu encontro.Sorri. Falamos.Esse dia foi marcadocom a pedra brancada cabeça de um peixe.E, desde então, caminhamosjuntos pela vida… Ana Lins dos Guimarães Peixoto, mais conhecida como

Partes de um livro: conheça a anatomia de um livro por completo

Confira em detalhes a anatomia de um livro

O livro é mais do que apenas o texto que carrega. Embora seu conteúdo seja o principal, ele é um objeto físico que vai além da palavra, com muitos componentes intrincados e importantes, mas pouco explorados. Cada uma dessas partes de um livro tem sua função, sendo indispensável conhecer cada uma delas para saber quando e como aplicá-las. Apesar disso, são poucos os autores que conhecem esses aspectos mais técnicos, o que pode colocar a qualidade de suas publicações em risco. Pensando nisso, neste artigo, iremos destrinchar o livro como um todo, apresentando cada uma de suas partes em detalhes. Assim, você terá o conhecimento para explorar todas as possibilidades de uma publicação impressa. Fique com a gente e aprenda a anatomia de um livro!   Parte externa do livro: muito mais do que uma capa A parte externa de um livro impresso diz respeito a tudo que envolve o miolo, indo além apenas da capa. É a “cara” do livro, sendo muito importante para a experiência de leitura como um todo. Atenção: muito dificilmente uma única obra apresentará todas essas partes. Algumas são opcionais, sendo que a escolha de inserir ou não esses elementos envolve não só questões orçamentárias e técnicas como também o próprio gênero do livro, público e objetivos. Primeira capa Poucos sabem disso, mas um livro, tecnicamente falando, tem quatro capas. A primeira capa, frequentemente chamada apenas de capa, é a principal. É ela que leva o nome do autor, título e subtítulo do livro e editora. É o primeiro contato de um leitor com a obra, portanto,  deve ser uma capa bem desenvolvida. Ela pode ser dura ou brochura, de materiais variados, mas deve ser resistente. Além de servir como uma apresentação do livro, é também uma proteção. Pode ter diversos tipos de finalização gráfica, como laminação, verniz localizado e hotstamp. Segunda capa e terceira capa A segunda capa é a parte interna da primeira capa, já a terceira capa é a parte interna da quarta capa. Normalmente, estão em branco, mas podem ser usadas para compor o projeto gráfico do livro, trazendo elementos impressos e agregando valor estético à obra. Quarta capa A quarta capa, mais conhecida como contracapa, é a parte traseira do livro. É onde normalmente se encontra a sinopse da obra e seu código de barras ISBN. Em alguns casos, também é onde estão os blurbs ou endossos, ou seja, citações de pessoas ou veículos de destaque elogiando a obra. Assim como a primeira capa, a contracapa deve ser bem pensada, visto que uma sinopse bem feita é essencial para capturar a curiosidade do leitor. Além disso, ela deve ser esteticamente agradável e coerente com a primeira capa e o resto do livro. Lombada A lombada é onde o miolo é colado ou costurado, servindo como a espinha dorsal do livro. É ela que ficará exposta na estante, geralmente contendo o nome do autor, do livro e da editora. A maioria dos livros tem uma lombada quadrada, mas existem outros tipos, como canoa e até mesmo exposta. Caso a obra faça parte de uma série de livros, é comum que também apresente o número de seu volume e que as lombadas sejam coordenadas entre si, por vezes até mesmo montando uma figura completa quando estão lado a lado. Primeira orelha A orelha é uma parte da capa dobrada para dentro, servindo como uma proteção extra para o livro. A primeira orelha é a que acompanha a primeira capa, normalmente contendo uma sinopse mais detalhada, trechos da obra ou endossos. Segunda orelha Parte dobrada da quarta capa, é aqui que se encontra, por via de regra, uma pequena biografia do autor, acompanhada por uma foto e links para suas redes sociais e as da editora. Guarda e folha de guarda Exclusivas de livros de capa dura, a guarda e a folha de guarda unem a capa ao miolo. São coladas à segunda e à terceira capa, podendo ser lisas, coloridas ou impressas. Portanto, além de uma função mais técnica, podem ser esteticamente aproveitadas. Corte inferior, corte dianteiro e corte superior Esses são os nomes dados às partes do miolo que ficam visíveis nas laterais do livro quando ele está fechado. São chamados assim devido ao processo de refile ao qual todo livro é submetido, que consiste em cortar as laterais do miolo antes de fixá-lo à capa, para padronizar o tamanho de suas páginas. Normalmente, são deixados em branco, mas algumas edições especiais contam com pintura trilateral, colocando cor ou até mesmo palavras, ilustrações e efeitos metálicos nas bordas. Cinta A cinta é uma tira de papel ou plástico que envolve a obra, normalmente com informações promocionais sobre o livro, o autor ou a editora. Também é muito usada para unir livros de uma série, de modo a vendê-las como coleção, mas sem ser necessário um box. Sobrecapa A sobrecapa é uma folha solta que, como o nome indica, vai acima da capa, revestindo o livro. Também chamada de jacket ou jaqueta, é mais comum em livros de capa dura e contém todas as informações presentes em uma capa, como título, autor, editora e sinopse. É muito comum principalmente nos Estados Unidos, onde o padrão são capas duras lisas com as sobrecapas por cima. Esse tipo de livro é conhecido como hardcover. Também podem ser utilizadas como uma capa alternativa, para livros que tiveram adaptações para as telas, por exemplo, mantendo a capa original por baixo, mas ainda utilizando a adaptação para atrair leitores. Fitilho Usado em edições capa dura, o fitilho ou marcador de tecido é uma fita de tecido acoplada à lombada do livro, usado tanto como enfeite quanto como marcador de página. Dá um ar muito elegante ao livro e pode ter várias cores, de acordo com o projeto gráfico da obra. Luva A luva serve como uma espécie de caixinha para o livro, feita com um papel mais duro e resistente. Pode ter um projeto gráfico próprio ou imitar o da capa, servindo tanto como proteção quanto

Construindo Gênios: autor Delano Menezes mostra a singularidade da formação de engenheiros no ITA

livro de Delano Menezes o despertar dos genios

Delano Menezes é um autor que combina uma sólida formação acadêmica com uma carreira notável nas Forças Armadas. Oficial aviador que atingiu o posto de Brigadeiro, Delano possui uma trajetória rica em experiências tanto no Brasil quanto no exterior, culminando com sua atuação como Diretor da Escola Superior de Guerra em Brasília. Ele também é mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e membro fundador  da Associação Brasileira de Estudos de Defesa. Sua obra mais recente, O Despertar dos Gênios: A construção social da subjetividade dos alunos do ITA, é um estudo aprofundado sobre a singularidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no cenário acadêmico brasileiro. O livro explora como a cultura institucional do ITA molda a subjetividade dos seus alunos, oferecendo uma análise que vai além do técnico e adentra no campo das ciências sociais. Na entrevista a seguir, o autor compartilha insights sobre sua pesquisa, destacando o papel crucial da disciplina consciente e da socialização acadêmica na formação dos engenheiros do ITA. Ele também discute as influências teóricas que guiaram seu estudo, incluindo autores como Pierre Bourdieu e Michel Foucault, e como essas influências ajudaram a entender a construção da identidade coletiva dentro de uma instituição tão peculiar. Se você é um entusiasta da educação, sociologia ou do papel das instituições militares no desenvolvimento acadêmico, não perca a oportunidade de continuar lendo esta entrevista. Descubra como o ITA se tornou uma referência global em engenharia e como seus métodos continuam a influenciar a formação de líderes no Brasil. 1) Para começar, poderia nos contar sobre você, sobre sua jornada como autor e o que o inspirou a escrever o livro? Delano Menezes: Eu fui Oficial da Força Aérea (piloto) por mais de 35 anos e por incrível que possa parecer nunca havia visitado o Instituto Tecnológica da Aeronáutica (ITA) ainda que tenha tido contato com diversos engenheiros formados nele. Dessa forma constatei, através de contatos formais ou informais, um “fio” comum na maneira que cada um construía a sua narrativa e “visão de mundo”.  Pensando em aplicar os meus conhecimentos de Sociologia (Mestre) resolvi investigar como isso se processava na âmbito acadêmico do ITA, focando no modo de vida, no legado social que o indivíduo adquire do grupo, na sua forma de pensar, sentir e acreditar, no espectro de aprendizagem em comum, no conjunto de orientações padronizadas para as atividades recorrentes da vida acadêmica, nos mecanismos para a regulação normativa do comportamento e no conjunto de normas e comportamentos para ajustar o indivíduo na complexidade da sociedade brasileira, bem como em relação a outros brasileiros.  Com o consentimento do Reitor, me internei no Instituto e passei a levar a vida dos alunos e aprender como eles se relacionavam entre si, com os professores, com a instrução militar que recebem logo no primeiro ano e com a instituição de um modo geral. Nesse processo fui descobrindo um “mundo” desconhecido para a maioria dos meus colegas e, porque não dizer, dos brasileiros e que tem gerado resultados animadores no campo das pesquisas tecnológicas e na própria economia do País, como o sucesso da EMBRAER e outros empreendimentos. Gosto de escrever, tenho publicado diversos artigos, ensaios, capítulos em livros de sociologia e já havia publicado dois livros no passado: O Militar e o Diplomata – Órgão da Política (Bibliex – 1997) e Como Pensam os Militares (Baraúnas-2016).  2) Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Delano Menezes: Como piloto, vivia constantemente em contato com tecnologia e conhecimentos aeronáuticos, dois temas que sempre me encantaram, a isso se somou outro que aprendi (mestrado) e pratiquei dando aulas: Sociologia. Daí, a curiosidade de descobrir como o conhecimento tecnológico interfere nas relações humanas e como esses indivíduos se posicionam na sociedade. 3) Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Delano Menezes: O texto foi escrito tendo como referência as diversas entrevistas que tive a oportunidade de realizar, como conversar com o primeiro Reitor brasileiro do ITA, com o advogado que prestou assessoria jurídica ao Marechal Casimiro Montenegro Filho, durante a construção da instituição, com alguns poucos ex-alunos “Suma cum Lauda” (até a data da pesquisa só existiam 18 na história do ITA), entre outros. Fiz pesquisa bibliográfica nas Bibliotecas do ITA, do Instituto Cultural da Aeronáutica, do Itamaraty e na FGV e, por fim, as conversas que tive com os diversos alunos dos 5 anos do curso, com alguns professores e funcionários do ITA e com oficiais do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica (CPORAer). Mas o mais enriquecedor foi a companhia da aluna que era presidente da associação dos alunos que me acompanhou a maior parte do tempo. Ela mostrou e explicou as diversas atividades dos alunos e as responsabilidades e iniciativas criativas realizadas tanto no âmbito do campus como na cidade de São José dos Campos. Ela me passou a intensidade com que os alunos se relacionavam com a academia e entre si e o grau de comprometimento com a sociedade civil e com o país de um modo geral. 4) Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Delano Menezes: Existiam duas coisas que despertavam a minha curiosidade sobre o ITA:  1) a própria construção da instituição que conseguiu se consolidar em uma época em que a educação científica no Brasil era incipiente (final da Segunda Guerra Mundial), particularmente no âmbito da Aeronáutica que era uma Força muito nova (criada em 1941) e que possuía uma série de outras prioridades; 2) a outra, era a tal da “disciplina consciente” que se ouvia falar como sendo uma referência única e um ponto de honra na relação aluno-escola-professor e que se mantinha inalterada desde a fundação da instituição há mais de 70 anos. 5) Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Delano Menezes: Sim, talvez o que mais identifica a originalidade do currículo acadêmico do ITA seja o fato inovador e talvez o mais curioso seja a existência de disciplinas no Catálogo do

Mal ou mau, bem ou bom: quando usar?

Mal, mau, bem e bom: aprenda como usar de uma vez por todas!

O português é um dos idiomas mais ricos do mundo, intrincado e cheio de nuances. Entretanto, toda a variedade de expressões, regras e exceções a essas regras pode causar grandes equívocos, até mesmo entre seus falantes nativos. Uma das maiores e mais constantes dúvidas é o uso correto das palavras mal e mau, bem e bom. Palavras de escrita e som similar, enganam muitos falantes de português Brasil afora. Afinal, se escreve passar mal ou mau? Mau humor ou mal humor? Neste artigo, sanamos essas questões por completo, indo além dos macetes e explicando as reais diferenças entre os termos, com exemplos, para você não errar nunca mais. Fique com a gente e tire essa dúvida de uma vez por todas!   Mal ou mau? As palavras homófonas mal e mau são responsáveis por inúmeros equívocos. Soam idênticas e têm um significado similar, indicando negatividade, mas são aplicadas com funções e contextos diferentes na construção de uma frase. De maneira simples, pode-se diferenciar os termos assim: mal é o contrário de bem, enquanto mau é o contrário de bom. A maneira mais fácil de não se confundir com o uso de mal e mau é simplesmente substituir os termos por seus antônimos. Se, quando substituído, o termo virar bem, o correto é escrever mal; se virar bom, o correto é mau. Confira: Passar mal ou passar mau? Ao inverter, fica “passar bem”, portanto, a grafia correta é mal. Mau humor ou mal humor? Ao inverter, fica “bom humor”, portanto, a grafia correta é mau. Apesar de ser um macete útil, para ser um escritor melhor é importante ter um conhecimento mais profundo da língua, para utilizar os termos da maneira correta com consciência. Conheça esse tema a fundo para acabar com qualquer incerteza: Quando usar mau? Mau, com u, é um termo que indica que algo ou alguém é ruim, negativo, prejudicial ou maligno, servindo como o antônimo de bom. É classificado como um adjetivo. Como todo adjetivo, é utilizado para caracterizar substantivos, modificando, descrevendo e adicionando qualidades a eles. Pode ser flexionado em gênero (mau, má) e número (mau, maus), de acordo com o substantivo que acompanha. Exemplos: Quando ele faz essa cara é mau sinal; Essa sala está cheia de maus exemplos; Ele agiu com má índole; O jornal só traz más notícias. Quando usar mal? Mal, com l, também tem o sentido de negativo, errado ou ruim, sendo o antônimo de bem. Porém, diferente de mau, pode se enquadrar em três categorias gramaticais: advérbio, substantivo e conjunção. Parece complicado? Não se preocupe, explicaremos detalhadamente para você: Mal como advérbio Na maioria das vezes, mal é um advérbio de modo. É utilizado para indicar que algo foi feito de maneira errada, insatisfatória, detestável ou danosa. Por ser um advérbio, é empregado para modificar verbos, adjetivos e outros advérbios. Nessa forma, é invariável, ou seja, não se flexiona de nenhuma maneira, independente da palavra que está modificando. Exemplos: Me saí mal nesse concurso; Fomos mal recebidos na livraria; Esse autor escreve mal; Fiquei escrevendo até tarde e dormi mal. Mal como substantivo Outro modo de utilizar o termo “mal” é como um substantivo. Nesse sentido, está muito relacionado a doença, sofrimento ou ainda com uma conotação mais moral, de perverso e cruel. Em sua forma de substantivo, dá nome a algo, muitas vezes sendo precedido por um artigo (o, os). Quando usado dessa maneira, pode apresentar variação em número, no plural (males). Exemplos: Sofro desses males desde sempre; O mal que a aflige não tem cura; Todos os males devem ser combatidos; Não podemos deixar o mal vencer. Mal como conjunção Por fim, um jeito menos conhecido de aplicar a palavra mal é como uma conjunção temporal. Quando usada assim, significa “assim que” e “logo que”, indicando um breve período de tempo entre uma ação e outra. Como conjunção, atua para unir diferentes orações e estabelecer uma relação entre elas, nesse caso, de subordinação. Assim como um advérbio, é invariável, não flexionando em gênero ou número. Exemplos: Mal eu cheguei, tive que voltar; Mal finalizaram o trabalho, já surgiu outro; Mal se sentou, foi chamado; Mal começou a chover, a cidade inundou. Bem ou bom? Embora não causem tanta confusão quanto seus opostos, por não soarem tão parecidas entre si, ainda são muito similares e, portanto, capazes de gerar dúvidas. Os dois termos têm um significado parecido, apontando positividade, mas com classes gramaticais diferentes: Quando usar bom? Bom é um termo que expressa positividade, denotando algo agradável, benevolente ou adequado, sendo o antônimo de mau. Assim como mau, é classificado como um adjetivo, sendo usado para caracterizar substantivos. Tem como sinônimos palavras como ótimo, certo, competente e benigno. Pode apresentar variação em gênero (bom, boa) e em número (bom, bons). Exemplos: Este livro é muito bom; Ela é uma boa escritora; Onde estão seus bons modos? Este ano só fiz boas viagens. Quando usar bem? Bem é uma palavra que também indica coisas favoráveis, servindo como o antônimo de mal. De forma similar, apresenta mais de uma classe gramatical nas quais pode se encaixar: advérbio e substantivo. Confira as particularidades de cada uma: Bem como advérbio A forma mais comum da palavra bem, quando usado como advérbio, modifica verbos, adjetivos e outros advérbios. Indica uma ação realizada de maneira correta, satisfatória, abundante ou benéfica. Pode ser um advérbio tanto de modo quanto de intensidade. É invariável, não apresentando flexões, independente da palavra que está modificando. Exemplos: Hoje tudo correu bem; Ela sempre foi bem vista no meio literário; Quero me sentir bem; A biblioteca fica bem longe daqui. Bem como substantivo Outra forma de usar o termo bem é como um substantivo, dando nome a um conceito abstrato. Dessa maneira, tem sentido de benefício, alegria, tranquilidade, riqueza e saúde, com uma conotação moral de ético, correto e virtuoso. Costuma ser precedido por um artigo (o, os). Assim como mal, em forma de substantivo, aceita a flexão em número (bens). Exemplos: Ele é um símbolo do bem; O bem

Bookstans: quem são os fanáticos por livros?

Descubra o que é um bookstan

No universo das redes sociais, existem comunidades dedicadas a praticamente qualquer coisa que você possa imaginar. Entre elas, existe um grupo que se destaca pela paixão desenfreada pela leitura: os bookstans. Palavra que surgiu em meados de 2018 e teve um boom durante 2020, denomina pessoas que se dedicam fervorosamente à leitura. Mas afinal, quem são elas? O que fazem? Onde vivem? Como leem? Preparamos um conteúdo para responder a essas perguntas, mergulhando a fundo nessa comunidade de leitores apaixonados, suas características, hábitos de leitura, palavras que utilizam e como você pode fazer parte desse grupo. Fique com a gente e confira! O que é um bookstan? O termo é uma junção das palavras “book” (livro, em inglês) e “stan” (palavra da cultura pop que designa um fã extremamente apaixonado e devoto). Refere-se a uma pessoa que ama livros e dedica muito tempo a eles. Elas participam ativamente de comunidades online, onde compartilham suas opiniões sobre livros, debatem teorias sobre enredos e recomendam leituras. Muitas até criam conteúdo sobre literatura, seja em blogs, canais do YouTube ou perfis em redes sociais como Instagram e TikTok.  Um bookstan é alguém que não apenas gosta de ler, mas vive e respira literatura. Essas pessoas se definem por seu amor pelos livros, sendo a leitura uma parte central de quem são e de como se relacionam com o mundo ao seu redor. Características de um bookstan Se você está começando a se identificar com a descrição acima, talvez você já seja um bookstan e nem saiba! Mas o que exatamente define essas pessoas? Aqui estão algumas características que são comuns entre elas: Gostam (muito) de ler A primeira e mais óbvia característica é o amor genuíno pelos livros, seja qual for o gênero literário. Eles leem frequentemente, com gosto, dedicando grande parte do seu tempo livre à leitura. O ritmo de leitura dessas pessoas costuma ser maior do que o usual. Ainda assim, pessoas com um ritmo mais lento também podem fazer parte da comunidade. O mais importante é que compartilhem dessa paixão pelos livros. São ativos nas redes sociais Essas pessoas geralmente são muito ativas em comunidades online de leitura. Participam de discussões sobre os livros, publicam resenhas, trocam recomendações e compartilham memes, fanarts e fanfics de seus livros favoritos. Além disso, é comum que sigam e engajem com autores, editoras e criadores de conteúdo literário em todas as redes sociais. Seja de modo mais observador, apenas assistindo e deixando um like, ou de modo mais interativo, comentando e compartilhando, com certeza o feed dessas pessoas está cheio de contas literárias. Têm uma estante pessoal Uma estante cheia de livros é o sonho de qualquer amante da literatura. Essas pessoas normalmente tem uma coleção de livros própria muito amada e cuidada, seja ela pequena ou grande. A organização e decoração dessas estantes também leva atenção especial, com a ordenação dos livros por autor, por gênero e até mesmo por cor! Fotos e vídeos de estantes são muito compartilhados na comunidade, sendo a estante uma fonte de orgulho para muitos dos fanáticos por livros. Fazem parte de clubes do livro Seja de forma presencial ou online, muitos deles participam de clubes de leitura, nos quais se unem com outros leitores para debater sobre um livro específico. Assim, conseguem um espaço para conversar de forma mais aprofundada sobre suas leituras. Esse envolvimento ativo com a literatura é um dos principais fatores que diferenciam gostar de ler de ser um bookstan. Eles vão além do simples gostar, incorporando a leitura a muitos aspectos da sua vida, inclusive à vida social. Conhecem bem o mundo dos livros Por estarem muito inseridos no mundo literário, principalmente online, essas pessoas têm um conhecimento vasto sobre livros, autores e até mesmo escrita. Sendo assim, costumam ser um pouco mais críticas quanto aos livros que consomem. Quanto mais leem, mais facilmente percebem os padrões de seus nichos literários favoritos, por exemplo, sabendo exatamente do que gostam e desgostam dentro deles. Muitos também expandem seus conhecimentos para além da leitura em si, sabendo curiosidades e fofocas sobre livros, autores e até mesmo criadores de conteúdo literário. Como se tornar um bookstan? Agora que você sabe as características que definem esse grupo de leitores apaixonados, talvez esteja se perguntando como pode fazer parte dessa comunidade. A boa notícia é que, se você já ama livros, está no caminho certo! Tornar-se um bookstan é menos sobre seguir regras rígidas e mais sobre abraçar completamente sua paixão pela leitura. Aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a mergulhar de cabeça nesse mundo: Dedique mais tempo à leitura Esse é o ponto mais importante: leia muito, mas leia principalmente livros de que gosta de verdade, sobre os quais poderia falar a vida toda. É a partir desse sentimento que muitas pessoas começam a buscar uma comunidade com a qual compartilhar suas paixões. Crie uma conta específica para falar de livros Na rede social que preferir, crie uma conta específica para falar de livros. Assim, você começa sua jornada para participar mais ativamente das discussões do mundo literário, se envolvendo aos poucos nesse espaço. Conecte-se com outros leitores Não basta apenas ter uma conta, você precisa também interagir com outros leitores. Deixe a vergonha de lado, afinal, eles também são leitores e amam falar sobre livros, assim como você. Esteja aberto a conexões genuínas, assim, você pode criar grandes amizades leitoras. Participe de clubes do livro, leituras coletivas e sprints literários Um bom modo de se tornar um bookstan é participando da comunidade. Fique atento a coisas como clubes do livro online, leituras coletivas e sprints literários e participe daquelas que mais te interessam. Compareça a eventos literários Eventos literários são pensados especialmente para o público amante da leitura. Feiras do livro, lançamentos e palestras de autores são ótimos lugares para conhecer outros leitores engajados ou até mesmo marcar de encontrar aqueles que você conhece virtualmente (com cautela, claro). Dicas para ler mais Desenvolver um hábito de leitura é imprescindível para qualquer um que quer se

Narrador onisciente: o que é? Exemplos, tipos e como escrever

Narrador onisciente: o que é e como usar em sua história

Ao escrever uma história, prestamos muita atenção aos personagens, enredo, ritmo e cenário, mas muitas vezes esquecemos um componente essencial: o narrador. Este é dividido em três, sendo que cada um deles tem sua particularidade. O narrador onisciente é um dos mais interessantes entre eles, trazendo muitas possibilidades em seu estilo de narração. Apesar disso, são poucos os autores que o conhecem a fundo, e menos ainda os que conseguem aplicá-lo em seus livros. Pensando nisso, neste artigo, explicaremos o que é o narrador onisciente em detalhes, identificando suas características, tipos e exemplos, com dicas de como você pode aplicar essa narração emblemática na sua história. Fique com a gente e confira!   O que é o narrador onisciente? O narrador é aquele que conta a história do livro, sendo dele o ponto de vista pelo qual os leitores irão experienciar a trama. O narrador onisciente, por sua vez, é um dos três principais tipos de narradores existentes na literatura. Também chamado de onipresente, o próprio nome, que significa “aquele que tudo sabe”, indica sua principal característica: ele tem um conhecimento profundo e total sobre todas as partes do enredo. Além de saber a trama por inteiro, ele também conhece os personagens intimamente. Nesse tipo de narração, é comum entrar na cabeça dos personagens, mostrando ao leitor seus pensamentos, sentimentos, motivações, medos e anseios de forma mais íntima. Seu foco narrativo é em terceira pessoa, ou seja, o narrador não faz parte da história que está contando. Sendo assim, não tem falas, não interage com personagens e não realiza ações de impacto na trama. É como se observasse tudo de cima, como um deus que conhece o passado, presente e futuro dos personagens, além de tudo o que já passou por suas cabeças. Desse modo, oferece uma visão ampla da história, mas ainda mantém os personagens próximos ao leitor. Outra característica comum é a utilização de descrições detalhadas. Podem oferecer ao leitor informações que o próprio protagonista desconhece, utilizando os detalhes para pintar uma cena mais completa e envolvente. Sendo assim, esse tipo de narração tem caráter íntimo, profundo e detalhado, tendo um conhecimento abrangente tanto sobre o enredo quanto sobre o psicológico dos personagens. Atenção: o narrador onisciente não é o autor em si, mas sim uma voz criada especialmente para a obra. É como o eu-lírico na poesia,  podendo até ser inspirada pelo escritor, mas sendo um ser imaginário, que o autor utiliza para contar a história. Tipos de narrador onisciente Esse tipo de narração pode seguir por diferentes caminhos, sendo que cada um deles tem suas próprias características. Confira aqui os tipos de narrador onisciente: Narrador onisciente neutro O narrador onisciente neutro é aquele que conhece intimamente os personagens e o enredo, mas não insere sua opinião ou conduz o leitor a nenhuma conclusão. Narra a trama de maneira imparcial e, como o nome diz, neutra. É um pouco mais distante do leitor, se abstendo de comentar sobre a história que conta. Ainda assim, mergulha na cabeça dos personagens, muitas vezes externando seus pensamentos, mas sem fazer juízos de valor acerca de suas ações e dos acontecimentos da trama. Como exemplo, temos Orgulho e Preconceito, de Jane Austen: Elizabeth sentia-se de tão bom humor que, embora não dirigisse muitas vezes a palavra a Mr. Collins, exceto quando a isto era obrigada, não pôde deixar de perguntar se ele tencionava aceitar o convite de Mr. Bingley e se julgava apropriado tomar parte naquele divertimento mundano; com grande surpresa ficou sabendo que Mr. Collins não tinha o menor escrúpulo a esse respeito e que nem de longe temia uma repreensão do arcebispo ou de Lady Catherine de Bourgh por tomar parte numa dança. Narrador onisciente intruso O narrador onisciente intruso é aquele que, além de entrar na cabeça de um ou mais personagens e saber tudo o que está passando na trama, dá sua opinião acerca do que está narrando. Normalmente, quer levar o leitor a ter uma visão específica sobre a história. É a contrapartida do neutro, possui personalidade própria e pode falar diretamente com o leitor, por vezes fazendo piadas, dando avisos e tecendo críticas. É parcial, mas ainda narra os acontecimentos, ações e pensamentos dos personagens de maneira ampla e detalhada. Como exemplo, temos Quincas Borba, de Machado de Assis: Rubião estremeceu diante deste possessivo: nossa ausência. Achou-lhe um princípio de cumplicidade. Concordou que podiam dar pela nossa ausência. Tinha razão, deviam separar-se; só lhe pedia uma cousa, duas cousas; a primeira é que não esquecesse aqueles dez minutos sublimes; a segunda é que, todas as noites, às dez horas, fitasse o Cruzeiro, ele o fitaria também, e os pensamentos de ambos iriam achar-se ali juntos, íntimos, entre Deus e os homens. O convite era poético, mas só o convite. Rubião ia devorando a moça com olhos de fogo, e segurava-lhe uma das mãos para que ela não fugisse. Nem os olhos nem o gesto tinham poesia nenhuma. Narrador onisciente múltiplo Já o narrador onisciente múltiplo possui opiniões e percepções variadas ao longo da história que conta, alternando entre elas. Sua intenção é que o leitor tome partido e se posicione sobre algum personagem ou ação. Ele transita entre os pontos de vista durante a trama, muitas vezes se adaptando às crenças, pensamentos e personalidade dos personagens. Como os outros tipos, tem um conhecimento amplo, usando disso para apresentar diversas visões da história. Como exemplo, temos Vidas Secas, de Graciliano Ramos Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou, retirou-se prudentemente, receosa de sapecar o pelo, e ficou observando maravilhada as estrelinhas vermelhas que se apagavam antes de tocar o chão. Aprovou com um movimento de cauda aquele fenômeno e desejou expressar a sua admiração à dona. Chegou-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se nas pernas traseiras, imitando gente. Mas sinha Vitória não queria saber de elogios.  — Arreda! Deu um pontapé na cachorra, que se afastou humilhada e com sentimentos revolucionários.  Sinha Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de

30 poetas brasileiros de leitura indispensável

30 poetas brasileiros

A poesia brasileira é rica, múltipla e expansiva, contando com séculos de produção. Representando diversas escolas literárias, contextos históricos e ideais artísticos, são muitos os artistas que mergulharam na escrita de versos e estrofes. Entre milhares de escritores, porém, alguns se destacam, tornando-se aclamados por leitores e críticos. São autores que ficaram conhecidos por suas obras não só no Brasil, como no mundo. Do barroco ao contemporâneo, selecionamos 30 dos poetas brasileiros mais icônicos e marcantes, que são de leitura indispensável. Fique com a gente e confira! 1 – Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) Nascido em Itabira, Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade é o poeta mais influente da literatura brasileira, sendo uma figura central da segunda fase modernista no Brasil. Além de dominar a arte de escrever poesia, também foi autor de crônicas e contos. Entre suas obras mais conhecidas estão Alguma Poesia (1930) e A Rosa do Povo (1945). Seu estilo é conhecido pelo verso livre, que rompe com as formas tradicionais. O cotidiano se apresenta tanto na linguagem coloquial de seus poemas quanto nos temas abordados. A poesia de Drummond se utiliza da ironia e do humor e é marcada pela metalinguagem. Em seus versos, traz reflexões profundas sobre temas universais, como o amor e a solidão, mas também sobre a sociedade brasileira da época, com críticas sociopolíticas.  No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas tão fatigadas.Nunca me esquecerei que no meio do caminhotinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhono meio do caminho tinha uma pedra. 2 – Vinicius de Moraes (1913-1980) Vinicius de Moraes foi um poeta, cantor, compositor e diplomata carioca, amplamente reconhecido como um dos fundadores da Bossa Nova. Conhecido como o poetinha, estreou na poesia com O Caminho para a Distância (1993). Ficou conhecido pelo lirismo e temática da paixão em sua poesia, que combina a sensualidade com uma profundidade emocional intensa. Seus versos são impregnados de musicalidade e ritmo. Embora seja conhecido principalmente por seus sonetos de amor, também fazia denúncias a problemas sociais e políticos em suas obras. Além disso, desenvolveu diversos poemas infantis em seu livro A Arca de Noé (1970), que conta com o famoso poema A Casa, sobre uma casa muito engraçada, sem teto, sem nada… Soneto de fidelidade De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure. 3 – Manuel Bandeira (1886-1968) Manuel Bandeira foi um poeta, crítico literário e tradutor, sendo um dos grandes escritores brasileiros. Nascido no Recife, Pernambuco, foi um dos principais nomes da primeira fase modernista no Brasil, apesar de sua origem no parnasianismo.  Seu poema Os Sapos foi lido na Semana de Arte Moderna de 22, tornando-o um dos fundadores do movimento, que promoveu uma ruptura com a poesia tradicional. Tem uma obra extensa, que aborda o cotidiano, com caráter simples e direto. Retrata em suas poesias a melancolia, a angústia e a morte, baseando-se nos próprios problemas de saúde que enfrentava. Porém, também trazia humor e ironia, principalmente em seus poemas-piada. Pneumotórax Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico:— Diga trinta e três.— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…— Respire. — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. 4 – Cecília Meireles (1901-1964) Professora, jornalista e pintora, Cecília Meireles foi uma das maiores poetas brasileiras. Nascida no Rio de Janeiro, sua obra é vasta e abrange poesia, prosa e literatura infantil. Entre suas principais obras estão Viagem (1939) e Romanceiro da Inconfidência (1953). É conhecida por seu estilo neossimbolista, íntimo e psicológico, abordando temas como a solidão, a identidade, a passagem do tempo e a saudade, além de questões sociais. Suas obras infantis, em contrapartida, são poemas leves e musicados, cheios de jogos de palavras. Utiliza tanto versos livres, sem métrica ou rima, quanto versos regulares, metrificados e rimados, em suas poesias. A espiritualidade e o sentimento de transitoriedade também são temas recorrentes em sua obra, que tem um tom melancólico e contemplativo. Motivo Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta. Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento. Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo. Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada. 5 – Adélia Prado (1935-) Um dos maiores nomes entre os escritores de literatura contemporânea brasileira, Adélia Prado é uma professora e poeta renomada, nascida em Divinópolis, Minas Gerais, onde reside até hoje. Além de poemas, também escreveu romances e contos. Sua carreira literária começou apenas aos 40 anos, com a publicação de Bagagem (1976), que teve o apoio de Carlos Drummond de Andrade e chamou a atenção da crítica. É conhecida por explorar o cotidiano em suas poesias, focando em temas da fé, do feminino, da morte e do desejo. Caracterizada por uma linguagem simples, coloquial e direta, captura as nuances da vida doméstica ao mesmo tempo em que aborda questões filosóficas e existenciais. Com sua sensibilidade singular, explora a vida em suas pequenas e grandes dimensões. Com licença poética Quando nasci

O que é o romance histórico? Características e principais exemplos

Romance histórico: conheça o subgênero que une ficção e história

Os livros vêm em diversas formas, com diversos temas, pontos de vista e objetivos. Apesar de serem tão diferentes entre si, todas as obras têm algo em comum: estão divididas em ficção e não ficção. Mas um subgênero que parece unir essas duas categorias de maneira fascinante é o romance histórico. Com uma história própria e grande impacto cultural, esse subgênero literário é muito intrigante. Apesar disso, não é muito conhecido pelo grande público, sendo por vezes confundido com outros tipos de ficção ou até mesmo desconsiderados completamente. Pensando nisso, neste artigo apresentaremos em detalhes o que é o romance histórico e suas características, com exemplos dos autores e obras mais importantes e dicas para você desenvolver sua própria narrativa nesses moldes. Fique com a gente e confira! O que é romance histórico? O romance histórico é um tipo de ficção que combina elementos fictícios com fatos históricos reais. Utiliza esses fatos para montar a narrativa, colocando determinado período, acontecimento ou personalidade histórica em uma posição de destaque na trama. Surgiu no século XIX, com o autor escocês Walter Scott, considerado o criador desse tipo de narrativa, sendo Ivanhoe sua obra mais conhecida. No Brasil, José de Alencar foi um dos primeiros autores do subgênero. Se distingue por sua dedicação à precisão factual, ao mesmo tempo em que concede liberdade criativa ao autor. O romance histórico representa eventos, culturas e figuras históricas de maneira fundamentada, mas envolvente, entrelaçando esses elementos com a ficção. Esse tipo de narrativa pode abordar qualquer período, evento ou personalidade, da antiguidade até o século XX, abrangendo uma vasta gama de temas, desde guerras e revoluções à vida cotidiana. Assim, ele é o encontro da literatura com a história, muitas vezes tecendo críticas sobre o período retratado. Atenção: apesar de se utilizar de fatos históricos reais, ainda é considerado um subgênero da ficção, pois tem elementos inventados e irreais. É importante saber distinguir entre uma representação baseada em fatos de uma biografia, por exemplo. Características do romance histórico O romance histórico possui características únicas que o diferenciam de outros subgêneros literários. Confira aqui as principais delas: Abordagem histórica Essa é a característica mais fundamental para esse tipo de narrativa, que a define como um subgênero: a presença de fatos históricos em evidência. Esses fatos são o ponto focal da obra, tendo grande impacto na trama. Além de serem centrais, devem ser uma representação fiel do período, utilizando referências e documentos verídicos para narrar os costumes, linguagem, ambiente e eventos de maneira autêntica. Diálogo entre ficção e não ficção Outro componente importante é a integração dos acontecimentos históricos reais com a literatura de ficção. Assim, cria-se uma obra que representa os fatos, mas ainda permite intervenções do autor para tornar a obra mais impactante, envolvente ou reflexiva. Nessas histórias, muitas vezes é difícil identificar o que é ou não é real, devido à habilidade dos autores de incorporar as partes inventadas às partes verdadeiras. A verossimilhança é essencial para essas obras. Tempo passado Justamente por ter um caráter histórico, essas narrativas acontecem no passado, muitas vezes em torno de acontecimentos importantes, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Sendo assim, não são obras que se passam na era contemporânea. Apesar de não tratarem da contemporaneidade diretamente, os romances históricos oferecem uma compreensão mais profunda e contextualizada do passado, relacionando fatos históricos com as vivências da atualidade. Sendo assim, atuam como uma ponte entre o passado e o presente, facilitando a compreensão sobre os tempos mais longínquos e seus impactos na atualidade. Crítica social Em muitas dessas narrativas, os autores se utilizam da representação fiel do passado para escancarar os problemas sociais do período. Portanto, são histórias com uma carga alta de crítica social e reflexão. São obras realistas, muitas vezes explorando como pessoas comuns viviam em meio a eventos históricos significativos. Trazem as dificuldades encaradas por essa população e refletem sobre o impacto de grandes eventos não só sobre a história, mas também sobre as pessoas reais da época. Caráter nacionalista e heroico O surgimento desse estilo de escrita está muito ligado à formação de estados nacionais na Europa. Sendo assim, é comum que o autor explore o passado e a luta por independência de seu país, tecendo uma história que contribua para a figura de um herói nacional. Muitas vezes, essas obras são estruturadas com base na jornada do herói. De acordo com o filósofo e crítico literário György Lukács, os próprios mitos e histórias da antiguidade, bases da jornada do herói, são precursores do romance histórico. Principais obras e autores do romance histórico Vários autores ao longo dos séculos se destacaram na escrita desses romances, ajudando a popularizar e definir o subgênero. Confira aqui os principais deles: Ivanhoé, de Walter Scott Ambientado na Inglaterra do século XII, Ivanhoé (1820) ocorre durante o reinado de Ricardo Coração de Leão. A história segue Wilfred de Ivanhoé, um cavaleiro saxão deserdado por seu pai por apoiar o rei Ricardo. O livro explora o conflito entre normandos e saxões, a luta pelo trono inglês e a presença dos Cavaleiros Templários. Também aborda temas como lealdade, honra e o amor proibido entre Ivanhoé e Lady Rowena, enquanto retrata figuras históricas como o príncipe João e o fora-da-lei Robin Hood. Os Noivos, de Alessandro Manzoni Considerado o primeiro grande romance histórico italiano, Os Noivos (1842) se passa na Lombardia do século XVII, sob a dominação espanhola. A trama central segue os jovens Renzo e Lucia, que são impedidos de se casar devido às maquinações do poderoso e corrupto Don Rodrigo. A história explora temas como a opressão, a fé e a justiça, enquanto os personagens enfrentam desafios como a peste e a fome. O livro critica a injustiça social e as autoridades corruptas, oferecendo também uma reflexão sobre a Providência Divina. Um Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens Um Conto de Duas Cidades (1859) se passa durante a Revolução Francesa, centrado nas cidades de Londres e Paris. A história segue Charles Darnay, um aristocrata francês que renuncia à

O que é a crônica reflexiva? Características e exemplos

Saiba tudo sobre a crônica reflexiva

Um dos gêneros literários mais acessíveis, a crônica tem o poder de gerar grande identificação, trazendo críticas e observações sobre o mundo cotidiano. Conforme esse gênero foi crescendo e evoluindo, alguns subgêneros notáveis começaram a despontar. A crônica reflexiva é um dos mais impactantes e envolventes entre eles, trazendo uma forte capacidade de introspecção e conexão com o leitor. Apesar disso, infelizmente, muitos desconhecem esse subgênero e todas as suas capacidades. Sendo assim, neste artigo apresentaremos esse tipo de narrativa em detalhes, explicando exatamente o que ela é, suas principais características, exemplos e como você pode escrever a sua própria. Fique com a gente e confira! O que é a crônica reflexiva? A crônica reflexiva está dentro do gênero textual da crônica. Diferente de outros textos desse gênero, no entanto, ela não apenas narra os fatos do dia a dia, mas os utiliza como base para criar uma análise mais profunda sobre a vida, a sociedade e a condição humana. Normalmente, são textos curtos e diretos, assim como os outros tipos de crônicas. Desenvolvem sua reflexão a partir de um acontecimento ou momento rotineiro, partindo de algo mais pontual para desenvolver temas universais. Utiliza a linguagem íntima e pessoal para instigar o leitor a ponderar junto ao autor. Dentre esse gênero, é o tipo mais expressivo e subjetivo, demonstrando não só opinião, mas impressões, experiências e sentimentos. É um convite à contemplação dos momentos banais sob uma nova luz. Tem como objetivo provocar a reflexão, fazendo com que seu leitor também pense sobre essas questões da vida humana que, no dia a dia, podem acabar passando despercebidas. Características da crônica reflexiva Este subgênero conta com alguns aspectos importantes, que o definem e diferenciam dos outros. Aqui estão as características centrais de uma crônica reflexiva: Uso do cotidiano Uma de suas principais características é utilizar situações do cotidiano como ponto de partida para uma reflexão mais ampla e profunda. Isso permite que o leitor se identifique facilmente com o texto, uma vez que essas situações provavelmente estão próximas da sua realidade. A familiaridade do leitor com o que está lendo faz com que ele se sinta parte da narrativa, aumentando o impacto emocional e reflexivo do texto. O autor oferece uma perspectiva diferente do que é considerado banal, tirando do comum algo extraordinário. Uma caminhada pelo bairro, uma conversa entreouvida em um café, ou até mesmo a espera pelo ônibus podem ser o centro da narrativa. O cotidiano se torna, assim, um espelho que reflete as grandes questões da existência humana, em uma análise que vai além da superfície. Escrita em primeira pessoa Nesses textos, o autor normalmente se coloca no papel de narrador personagem, um dos três tipos de narradores existentes. Sendo assim, a escrita é em primeira pessoa. Isso porque a crônica reflexiva é fruto direto das experiências e pensamentos do seu autor. Ao utilizar suas próprias vivências e se colocar como personagem, o cronista pode escrever de uma maneira mais verdadeira e autêntica. Acentua o caráter pessoal desse tipo de narrativa, tornando cada texto único. A narração em primeira pessoa aproxima ainda mais o leitor do texto, fazendo da escrita uma via direta entre o leitor e os pensamentos do escritor. Dessa maneira, fica ainda mais fácil causar uma impressão duradoura e íntima. Introspecção Em muitas dessas narrativas, podemos ver que o autor está em uma busca pessoal por significado. Questionamentos sobre sua própria vida, existência e propósito são comuns. Essa é outra característica marcante desse tipo de crônica: a introspecção. Esse caráter autorreflexivo transforma essas narrativas em uma forma de arte pessoal, onde a expressão individual é central para o impacto do texto. A subjetividade do cronista fica em evidência, abraçando sua perspectiva única sobre o tema abordado. O autor embarca verdadeiramente na jornada que propõe para o leitor. Isso faz com que o leitor, em troca, sinta-se mais disposto a acompanhá-lo, refletir sobre suas próprias experiências e encontrar paralelos em sua vida. Linguagem simples e poética A linguagem simples, mas poética, é outra marca desse subgênero. Assim como outras crônicas, carrega um tom acessível, coloquial e mais direto. Mas também mantém a liberdade de utilizar pitadas de lirismo que enriquecem a narrativa. Isso permite uma leitura mais fluida, agradável e compreensível, que ainda carrega toda a introspecção e contemplação características desse tipo de narrativa. O uso de algumas figuras de linguagem como metáforas e ironia assemelha-se a escrever poesia. Essa narrativa não necessita de longas explicações ou descrições elaboradas. Ao contrário: ela sugere, evoca e deixa espaço para que o leitor realize suas próprias interpretações e reflexões. Assim, os questionamentos ressoam de maneira mais profunda, transformando a leitura em uma experiência imersiva. Temas filosóficos Os temas reflexivos e filosóficos são inerentes a esse tipo de narrativa. Tem como objetivo principal levar o leitor a pensar, questionar e explorar questões mais amplas e abstratas, portanto, vai além das considerações pessoais, abordando temas universais. Essa é uma das grandes diferenças entre esse e outros tipos de crônica, que são muito ligadas a seu contexto temporal e histórico, podendo perder relevância conforme o tempo passa. Já a crônica reflexiva utiliza esse mesmo contexto para trazer questões atemporais. Ela não termina quando o texto acaba, mas se prolonga na mente do leitor através dos questionamentos que instiga. Temas como o sentido da vida, a natureza do amor, a passagem do tempo e a condição humana são comuns nessas narrativas. Exemplos de crônicas reflexivas Para ajudar você a entender melhor como essas características se expressam na prática, aqui estão alguns exemplos de crônica reflexiva: Se eu fosse eu, de Clarice Lispector: nesta narrativa, a renomada escritora modernista traz reflexões existenciais sobre viver autenticamente e o que nos impede de fazê-lo, tudo a partir da busca banal por um documento que não sabe onde colocou. O pavão, de Rubem Braga: neste texto, o maior nome da crônica brasileira utiliza a ação simples de observar as penas de um pavão para refletir sobre arte, amor e as influências da percepção sobre essas

O que é a biblioterapia? A literatura como forma de cura

Biblioterapia: livros como cura

A leitura tem sido um refúgio para muitas pessoas ao longo dos séculos, sendo que os livros têm diversas funções dentro da sociedade. Eles podem educar, entreter, emocionar e, talvez mais surpreendentemente, curar.  A biblioterapia, uma prática que usa a leitura como ferramenta terapêutica, tem ganhado destaque por seus benefícios comprovados na promoção do bem-estar mental e emocional. Apesar disso, ainda não é muito conhecida fora dos círculos acadêmicos. Sendo assim, neste artigo explicaremos exatamente o que é a biblioterapia, quais são seus benefícios, quem pode aplicá-la, quais são seus tipos e quando é recomendada. Vem com a gente e confira! O que é biblioterapia? A biblioterapia é uma prática terapêutica que utiliza a leitura como forma de tratamento para problemas psicológicos, emocionais e sociais. A palavra tem origem grega, sendo a junção dos termos biblíon, livro, e therapeía, cuidado, terapia. Sendo assim, ela explora os benefícos da leitura de maneira direcionada, visando o alívio das dificuldades mentais e o desenvolvimento pessoal. Através da leitura, narração ou dramatização de histórias, promove empatia, conexão com sentimentos e reflexões. De acordo com Clarice Fortkamp Caldin, escritora do livro Biblioterapia: um cuidado com o ser e pesquisadora da área, a prática está pautada em seis componentes, sendo eles a catarse, o humor, a identificação, a introjeção, a projeção e a introspecção[1]. Consiste em etapas de leitura do texto, interpretação do que foi lido e, por fim, discussão e escuta. Assim, o indivíduo é incitado a se relacionar com o que leu, se identificando com as situações representadas, entendendo, expressando e refletindo melhor sobre suas emoções a partir disso. É frequentemente aplicada em grupo, viabilizando a interação social e permitindo que os leitores externem e dialoguem sobre suas impressões. Também é possível utilizar o método de maneira individual, variando de acordo com o que é melhor para o indivíduo naquele momento. Pode usar os mais diversos gêneros literários, desde  fantasia, romance e poesia até livros de autoajuda. As obras são recomendadas com muito cuidado e de acordo com as necessidades da pessoa, de modo a não só entreter e relaxar, como também provocar uma meditação mais profunda sobre si. Como surgiu a biblioterapia? O conceito de que a leitura pode curar e confortar é conhecido desde a Grécia Antiga, onde as bibliotecas eram vistas como locais sagrados de cura. No entanto, a biblioterapia como é conhecida hoje começou a tomar forma apenas no início do século XX. O termo “biblioterapia” foi cunhado em 1916 pelo escritor americano Samuel McChord Crothers, mais tarde sendo definido pelo dicionário Dorland’s Ilustrated Medical Dictionary em 1941. O dicionário médico descreve a prática como o uso de livros e da leitura para o tratamento de doenças nervosas. Na década de 1940-50, a prática começou a ser mais formalizada, com o curso de Biblioteconomia incluindo a disciplina e psicólogos incorporando a leitura terapêutica em seus tratamentos. Desde então, a biblioterapia evoluiu e se expandiu, sendo adotada em diferentes contextos. Hoje, é reconhecida como uma ferramenta terapêutica valiosa em várias partes do mundo, integrando-se às práticas de psicologia, educação e trabalho social. Pode ser utilizada em diversos locais, desde escolas até hospitais, clínicas, asilos e até mesmo prisões. Quando a biblioterapia é recomendada? Inicialmente, esse tipo de terapia era mais utilizada em casos clínicos de transtorno psicológico, como depressão e ansiedade. Porém, hoje em dia sabe-se que qualquer pessoa pode usufruir da biblioterapia. Indivíduos de qualquer idade, classe social, gênero e etnia podem se beneficiar com a prática, mesmo que não tenham nenhum tipo de transtorno. De acordo com o psicólogo e professor Fernando Capovilla, em entrevista às colunistas Maria Fernanda Rodrigues e Sabrina Legramandi, do Estadão, algumas situações que podem ser tratadas com o auxílio da biblioterapia são: Bullying Luto Paralisia Abandono Perda de bens Traumas Perda de sentidos (audição, visão) Separação Encarceramento Perda de emprego Atenção: a leitura só é considerada uma terapia propriamente dita quando acompanhada por um profissional. Embora ler por conta própria tenha seus próprios pontos positivos, caso esteja sofrendo gravemente com alguma dessas situações, procure um psicólogo ou médico de confiança. Quais são os benefícios da biblioterapia? A biblioterapia oferece uma ampla gama de benefícios, tanto para a saúde mental quanto para a evolução pessoal. Aqui estão alguns dos principais entre eles: Redução do estresse e ansiedade A leitura, principalmente de livros de ficção, pode ser uma forma eficaz de escapismo, permitindo que os indivíduos se distanciam temporariamente de suas preocupações. Ao mergulhar na história, conseguem um momento de descontração, livre de estresse e ansiedade. Com o livro, a pessoa é temporariamente afastada de seus próprios pensamentos, mergulhando na história. O ritmo mais lento da leitura, quando comparado a outras formas de entretenimento como filmes e séries, por exemplo, também exercita o foco e a presença.  Desenvolvimento da empatia Ler sobre as experiências de outras pessoas pode exercitar e aumentar a empatia do leitor. A leitura força o indivíduo a vivenciar novas perspectivas, principalmente no caso de histórias narradas em primeira pessoa. Ao se identificar com personagens que enfrentam desafios semelhantes, os leitores podem desenvolver uma maior compreensão e compaixão por si mesmos e pelos outros. Assim, se tornam mais empáticos e sensíveis aos sentimentos. Estímulo à reflexão Essa prática oferece uma oportunidade única de introspecção. Os leitores são encorajados a refletir sobre suas próprias vidas, valores e escolhas à medida que exploram os temas e as questões apresentadas nos textos. Os livros servem como o ponto de partida para as próprias reflexões, guiadas pelo profissional. A partir da leitura, observam situações que podem estar vivendo por outros olhos, conseguindo se afastar um pouco das próprias percepções e chegar a novas conclusões. Melhora na comunicação A leitura já é muito conhecida por expandir o vocabulário e facilitar a própria escrita. Sendo assim, os livros, especialmente aqueles que abordam temas complexos ou emocionais, podem melhorar a habilidade de comunicação de seus leitores Isso porque, ao serem expostos a novas palavras, frases e maneiras de expressar sentimentos, esses indivíduos aprimoram sua capacidade de articular seus próprios pensamentos

16 contos icônicos da literatura brasileira

16 contos nacionais para você conhecer

Dentro da literatura brasileira, existem diversos gêneros literários trabalhados com maestria. O conto é um dos melhores exemplos, dispondo de grandes escritores para suas pequenas histórias. Caracterizado por ser uma narrativa curta, esse tamanho reduzido o torna mais envolvente e direto. Apesar disso, é por vezes menosprezado. Muitos pensam, erroneamente, que não é possível desenvolver temas complexos nessas narrativas, devido a sua brevidade. Para contestar isso e mostrar a verdadeira potência dessas histórias na literatura nacional, neste artigo apresentaremos 16 contos brasileiros que são leitura indispensável. Machado de Assis, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade são alguns dos autores selecionados. Fique com a gente e confira essas histórias icônicas! 1 – A Cartomante, de Machado de Assis Neste famoso conto, Machado aborda temas como adultério, mentira e traição para escancarar a hipocrisia da sociedade. Camilo está tendo um caso com Rita, casada com seu grande amigo de infância, Vilelo. Preocupada com a situação, Rita busca uma cartomante, virando alvo da zombaria de Camilo por isso. Quando cartas ameaçadoras começam a chegar para Camilo, no entanto, ele próprio busca conforto nas previsões da cartomante. “De volta com os planos, reboavam-lhe na alma as palavras da cartomante. Em verdade, ela adivinhara o objeto da consulta, o estado dele, a existência de um terceiro; por que não adivinharia o resto? O presente que se ignora vale o futuro.” Acreditando nas visões, tranquiliza-se. Mas será que o destino é assim tão previsível? Contando com um plot twist surpreendente, é uma história que mistura tragédia e comédia, repleta da ironia crítica que tornou Machado de Assis um dos maiores nomes da literatura mundial. 2 – O homem que sabia javanês, de Lima Barreto Um dos maiores nomes do romance pré-modernista no Brasil, Lima Barreto também escreveu contos. Neste, o personagem Castelo conta a um amigo sobre o tempo em que foi professor de javanês. Ele conta que, quando chegou à cidade precisando de um emprego, viu em um anúncio no jornal que alguém busca de um professor de javanês.  Decide tentar a sorte e, mesmo sem saber falar a língua, passa a dar aulas de javanês para um barão. A partir disso, consegue um emprego no consulado, participa de convenções e é até reconhecido e ovacionado nas ruas, enganando a todos com sua falsa erudição.  “Sabes bem que até hoje nada sei de javanês, mas compus umas histórias bem tolas e impingi-as ao velhote como sendo do crônicon. Como ele ouvia aquelas bobagens!… Ficava extático, como se estivesse a ouvir palavras de um anjo. E eu crescia aos seus olhos! Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes, aumentava-me o ordenado. Passava, enfim, uma vida regalada.” Tem um humor irônico, cheio de críticas à superficialidade da sociedade e do Estado. Lima Barreto expõe as falhas de um sistema que valoriza mais o status do que o conhecimento, onde as aparências muitas vezes contam mais do que a verdadeira competência.  3 – Uma galinha, de Clarice Lispector Nesta história, Clarice Lispector utiliza a figura da galinha para fazer uma reflexão sobre a condição da mulher na família. A curta história narra a tentativa de fuga de uma galinha, que, quando apanhada, bota um ovo no susto. A partir daí, a filha e o pai da família tratam a galinha como a rainha da casa, adotando-a como bicho de estimação. Depois de um tempo, porém, a lembrança da fuga é esquecida, assim como o animal. A última frase do conto é bruta e objetiva, oferecendo um final realista para a galinha. “Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.” Clarice aponta a relação humana com os animais, que deliberadamente escolhe alguns como alimento e outros não. Mais profundamente, porém, a galinha também é uma metáfora para a figura feminina, através da sua prisão ao lar, a comoção com sua “maternidade” e seu fim. 4 – Baleia, de Graciliano Ramos Nesta narrativa, que mais tarde viria a fazer parte de Vidas Secas, Graciliano Ramos narra os últimos momentos da vida da cadela Baleia. Um dos membros mais queridos da família de retirantes, é ela quem protagoniza o conto. Conhecida por ser uma personagem extremamente humanizada, sua morte é um momento de grande emoção, denunciando a dureza da existência no sertão nordestino. Ela é sacrificada por Fabiano, seu dono, que a julga muito doente para continuar a jornada com a família. “Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.” Graciliano Ramos explora temas como a sobrevivência, a lealdade, a inocência e a crueldade da seca, trazendo elementos da cultura nordestina. Ao transferir o foco e o ponto de vista para Baleia em seus últimos momentos, torna-os ainda mais emblemáticos e emocionantes. 5 – Negrinha, de Monteiro Lobato Mais conhecido por suas obras infantis, nesta história, Monteiro Lobato utiliza o tema da infância para fazer uma dura crítica à desigualdade racial. Narra a vida de Negrinha, uma menina órfã e negra que sofre maus-tratos e abusos nas mãos de sua patroa, Dona Inácia. A visita de outras crianças à casa traz uma breve alegria à vida de Negrinha, que pela primeira vez brinca com uma boneca. A alegria desse dia prova-se fatal, no entanto, visto que nunca mais a provaria de novo. “Negrinha, coisa humana, percebeu nesse dia da boneca que tinha alma.” Monteiro Lobato critica a hipocrisia e a crueldade da sociedade brasileira, especialmente na figura de Dona Inácia, ao mesmo tempo católica fervorosa e patroa cruel. É uma denúncia da injustiça, desumanidade e descriminação da época, tornando-se um dos principais contos brasileiros. 6 – O burrinho

O que é ficção e qual sua importância para a literatura?

Ficção: o que é? Saiba a importância para a literatura

A ficção rodeia nossas vidas. Estamos cercados de narrativas fictícias, desde séries na televisão de casa, filmes em cartazes nos outdoors e até mesmo dentro de nossa própria mente. Afinal, não imaginamos cenários e situações constantemente? No mundo da literatura, autores se munem dessa imaginação e a transformam em obras envolventes, expressivas e cativantes. Por conta da amplitude do termo, porém, é fácil trocar gênero por subgênero e ignorar essa categoria por completo. Pensando nisso, neste artigo guiaremos você pelo mundo da ficção na literatura, abordando o significado, origens, exemplos e diferenças entre a narrativa ficcional e a de não ficção. Fique com a gente e saiba mais sobre esse gênero! O que é ficção? Ficção é um termo utilizado para definir todas aquelas narrativas que são inventadas, ou seja, criadas a partir da imaginação humana. Tem origem da palavra em latim “fictione”, que significa “ação de modelar”, “criação”. A ficção permite explorar mundos, personagens e histórias completamente inventadas. Pode ser encontrada em várias formas, incluindo romances, contos, novelas, poesias, peças de teatro, filmes e até mesmo em músicas e pinturas. Tem raízes profundas na história da humanidade, remontando aos tempos antigos. As primeiras formas dessas narrativas foram difundidas através da oralidade, sendo ainda mais antigas do que a própria literatura. Com o surgimento da escrita, a ficção literária vem logo atrás. Algumas das histórias literárias mais antigas datam de milênios antes de Cristo. Para se ter uma ideia, A Epopeia de Gilgamesh, uma história fictícia sobre um antigo rei buscando imortalidade, foi escrita em meados de 2000 a.C. Esses relatos serviam não apenas para entretenimento, mas também como meio de preservar a cultura, ensinar lições de moral e explicar fenômenos naturais. Os mitos gregos, por exemplo, surgiram para explicar o movimento do sol, formação de tempestades e outras forças da natureza. São muitas as funções da ficção na vida humana: entretenimento, identificação, reflexão, escape, idealização, ensinamento, crítica, emoção, entre outras. Através do ficcional, é possível representar e refletir sobre a condição humana, o mundo e a sociedade. Narrativas ficcionais: a ficção na literatura Apesar de ser mais antiga que a literatura, a ficção tem uma relação muito próxima com a escrita. Além de um simples termo, tornou-se um gênero literário muito variado e amplo, com suas próprias características e história. O desenvolvimento das narrativas ficcionais como conhecemos hoje começou a tomar forma durante a Idade Média e se consolidou na era moderna. A invenção da imprensa no século XV desempenhou um papel fundamental na sua disseminação. Na Idade Média, novelas de cavalaria eram a norma, fazendo muito sucesso. Histórias de cavaleiros, feitos épicos, lutas contra dragões e amor cortês dominavam o imaginário popular. Até hoje, ao pensar nessa época, essas são as imagens que vêm à mente. No século XVII, entretanto, essas novelas começaram a entrar em decadência. Foi satirizando justamente esse tipo de narrativa que Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote de La Mancha, um marco da ficção na literatura. Considerado o primeiro romance moderno, foi a partir dos moldes de Cervantes que se desenvolveram as narrativas que hoje nos são familiares. Durante os séculos XVII e XVIII, obras como Robinson Crusoé e Pamela também estabeleceram novos padrões para a ficção. Diferenciaram-se por seu estilo de prosa, personagens complexos, enredos coesos e grande número de páginas. Foram grandes influências para autores como Jane Austen, Charles Dickens e Liev Tolstói, cujas obras exploravam a sociedade, a moralidade e a psicologia humana. Do século XX até hoje, as narrativas continuaram a evoluir, com a experimentação de novas formas e estilos. Autores como James Joyce, Virginia Woolf e Guimarães Rosa expandiram os limites da narrativa, explorando o fluxo de consciência, o realismo mágico e outros estilos inovadores. Existem diversos livros de ficção, englobando inúmeros temas e subgêneros. Por encontrar seu limite apenas na própria imaginação de seus autores, oferece possibilidades infinitas para a criação de narrativas. Quais são os tipos de ficção? Justamente por esse caráter imaginativo, existem muitos tipos de ficção. Aqui estão alguns dos mais conhecidos e pertinentes na atualidade: Investigativo ou policial Ficção científica Romântico Ficção realista Fantasia Suspense e mistério Ficção histórica Mitos Distopia Conto de fadas Para saber mais sobre esses e outros tipos, acesse nosso artigo dedicado a destrinchar os tipos de ficção na literatura. Quais são as características de uma obra de ficção? A principal característica de uma obra de ficção é a presença de algum elemento fictício, ou seja, inventado. Normalmente, configura algum item mágico, personagem com superpoderes ou ambiente fantasioso, mas não se limita a isso. A diversidade de temas abordados é outro ponto encontrado em narrativas ficcionais. Devido à grande gama de possibilidades, vão de temas universais como o amor e a amizade até situações mais específicas, como as vivências únicas de certos grupos sociais, muitas vezes utilizando elementos imaginados como metáforas para o que acontece na realidade. Por fim, obras de ficção são conhecidas por fomentar a criatividade através de suas narrativas. Desde obras infantis a grandes épicos fantásticos, são narrativas que estimulam o pensamento e a imaginação através das palavras. Quais são os elementos de uma narrativa ficcional? Existem 5 elementos principais em uma narrativa ficcional. São eles: Enredo Força motriz da história, é a sequência de acontecimentos que move a narrativa, indo desde a introdução e desenvolvimento até o clímax e a resolução. Muitas vezes, autores se utilizam de estruturas pré-estabelecidas, como a jornada do herói. Narrador É a voz que conta a história ao leitor e pode assumir várias formas, influenciando significativamente a perspectiva da narrativa. Existem três tipos de narradores: o narrador onisciente, o narrador observador e o narrador personagem. Personagens Os personagens são os agentes da narrativa, que executam ações, enfrentam conflitos e vivenciam a trama. Eles podem ser protagonistas, antagonistas, personagens secundários ou figurantes, cada um desempenhando um papel específico. Tempo O tempo na narrativa ficcional refere-se à duração dos eventos descritos. Pode ser cronológico, seguindo uma linearidade, ou psicológico, misturando passado, presente e futuro. Em contos psicológicos, por exemplo, a norma é

15 melhores livros de autoajuda para conhecer

Conheça 15 livos de autoajuda para tornar você sua melhor versão!

Os livros de autoajuda são ferramentas muito úteis para aqueles que buscam alcançar a sua melhor versão. Apesar de serem vistos com certo ceticismo por algumas pessoas, é um dos gêneros de maior sucesso no Brasil, sempre encabeçando as listas de mais vendidos. Seja para ser mais produtivo no trabalho, aprimorar habilidades relacionais, alavancar a carreira ou cuidar da saúde mental, esses livros podem ser grandes aliados. Porém, existem cada vez mais obras abordando esses temas. Como saber quais entre elas são as melhores? Se você está em busca das ferramentas ideais para se desenvolver, este é o lugar certo. Neste artigo, apresentamos os 15 melhores livros de autoajuda para propulsionar você a alcançar suas metas. Fique com a gente e confira! 1. Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie Neste livro atemporal, publicado pela primeira vez em 1936, Dale Carnegie oferece conselhos sobre como melhorar as habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal. São técnicas para se tornar mais agradável, persuadir os outros e resolver conflitos de maneira construtiva. É considerado uma leitura essencial para quem deseja formar relacionamentos mais saudáveis e eficazes, tanto na vida pessoal quanto profissional. As lições de Carnegie são aplicáveis em diversos contextos, continuando inovadoras, atuais e práticas mesmo após 70 anos de sua escrita. Com certeza, é um marco no gênero de autoajuda. 2. O Milagre da Manhã, de Hal Elrod Tendo superado sua própria cota de desafios na vida, para Hal Elrod o sucesso está em uma rotina matinal propícia para o crescimento. Ele propõe uma técnica que pode transformar a vida das pessoas, melhorando sua produtividade e bem-estar geral.  O pilar do livro é a prática de seis atividades todas as manhãs, conhecidas como Life S.A.V.E.R.S: silence (silêncio), affirmations (afirmações), visualizations (visualizações), exercise (exercício), reading (leitura) e escrita (scribing). Ao dedicar tempo para o desenvolvimento pessoal no início do dia, pode-se criar um impacto positivo duradouro em todas as áreas da vida. Esse plano estruturado e motivador causa mudanças significativas na rotina diária, permitindo alcançar objetivos de forma mais eficaz. 3. O Poder do Hábito, de Charles Duhigg Em O Poder do Hábito, Charles Duhigg explora a ciência por trás dos hábitos e como eles moldam nossas vidas. O livro explica como esses costumes funcionam no cérebro e oferece estratégias para criar novas rotinas positivas e eliminar as velhas negativas. O repórter, ganhador do Prêmio Pulitzer de literatura, apresenta o “loop do hábito”, que inclui três componentes: a deixa, a rotina e a recompensa. A partir desses elementos, é possível mudar seus hábitos para alcançar objetivos pessoais e profissionais. Baseado em extensa pesquisa científica, o livro também é enriquecido com histórias de empresas, atletas e indivíduos que conseguiram evoluções notáveis através da modificação de seus costumes diários. 4. A Coragem de Ser Imperfeito, de Brené Brown Um pouco diferente das outras obras na lista, este livro best-seller trabalha com as fragilidades, mostrando sua importância na vida pessoal e profissional. A autora é conhecida por suas pesquisas sobre a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia. Brown argumenta que a disposição para ser vulnerável é a chave para a conexão, a inovação e a liderança autêntica. Aceitar as próprias vulnerabilidades e trabalhar com elas é o verdadeiro ato de coragem, como ela demonstra no livro. A Coragem de Ser Imperfeito inspira os leitores a abraçar suas imperfeições e enfrentar seus medos. A partir dessa leitura, é possível aprender a viver de forma mais genuína, criando relações reais e transformadoras. 5. O Poder do Agora, de Eckhart Tolle O Poder do Agora explora a importância de viver o presente. Escrito pelo alemão Eckhart Tolle, o livro é um incentivo a focar no agora, ensinando a aquietar os pensamentos ansiosos e preocupações. Para isso, é preciso experienciar a vida não só com a mente, mas também com os sentidos. Oferece práticas e meditações para se desconectar dos pensamentos e se conectar com o presente, desprendendo as angústias mentais que muitas vezes dominam o dia a dia. É um livro transformador para aqueles que sempre estão preocupados com o futuro, ou ainda presos ao passado, incapazes de aproveitar os momentos que estão vivendo no agora. Tolle frisa como a prática da presença pode levar a uma vida mais plena e consciente. 6. Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, de Stephen R. Covey Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes é um manual abrangente sobre desenvolvimento pessoal. Stephen R. Covey apresenta sete hábitos que, quando praticados consistentemente, podem levar a uma vida de integridade, justiça, dignidade e sucesso. Os hábitos são divididos em três princípios: a vitória privada (autodomínio), a vitória pública (trabalho com outros) e a renovação (crescimento contínuo). Dentro desses âmbitos, o autor apresenta os 7 hábitos de forma coesa e interligada. Utilizando uma fábula grega como inspiração, Covey desenvolve essas práticas a partir de princípios atemporais. Com uma abordagem acessível, oferece um guia passo a passo para alcançar a eficácia em todos os campos da vida. 7. O Poder da Ação, de Paulo Vieira Paulo Vieira, um autor que construiu sua autoridade no mundo do desenvolvimento pessoal, oferece um guia para tomar atitudes concretas e transformar vidas. Em O Poder da Ação, ele ensina os leitores a sair da inércia e alcançar seus objetivos. Vieira motiva os leitores a agirem de forma decisiva e persistente, oferecendo um caminho claro para a realização pessoal e profissional. Através de suas lições, é possível retomar controle de sua vida através de suas próprias decisões, pensamentos e ações. 8. Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso, de Carol S. Dweck Neste livro, a professora ph.D. em psicologia Carol S. Dweck explica como uma diferença fundamental de pensamento pode impactar todos os aspectos da vida. Ela oferece insights para mudar o modo de pensar e atingir mais sucesso e satisfação. São duas as mentalidades apresentadas: a fixa e a de crescimento. Pessoas com mentalidade fixa acreditam que suas habilidades são inatas e imutáveis. Já aquelas com mentalidade de crescimento acreditam que podem desenvolver suas habilidades

O que é enemies to lovers? Saiba o significado e exemplos

Enemies to lovers: tudo sobre esse tipo de romance

No mundo dos romances, existem alguns recursos narrativos recorrentes, muito utilizados e conhecidos. Cada um desses recursos tem sua própria característica e expectativas, sendo chamados de tropes literárias. Uma das mais procuradas por leitores atualmente é o enemies to lovers. Esse termo em inglês define uma dinâmica envolvente, de grandes emoções, que marca presença tanto em livros como em filmes e séries. Apesar disso, por se tratar de uma expressão estrangeira, ainda gera algumas confusões entre autores e leitores. Se você sempre viu esse termo rodando pela internet, mas nunca entendeu bem seu significado, este é o post para você! Neste artigo, apresentaremos exatamente o que é o enemies to lovers, citando exemplos e as diferenças entre essa e outras tropes similares. Fique com a gente e confira! O que significa enemies to lovers? O termo “enemies to lovers” vem do inglês, sendo traduzido literalmente para “de inimigos a amantes”. Um modo mais abrasileirado de se referir a esse tipo de obra é “romance cão e gato”, ou ainda “entre tapas e beijos”. Nessas histórias, como o nome bem indica, o casal inicia a trama como inimigos, ou seja, em uma relação de animosidade, antagonismo e ódio. As razões para a desavença entre os dois podem ser das mais variadas, indo desde um simples mal-entendido até conflitos mais graves, como estar de lados contrários em uma guerra. O importante é estabelecer cedo essa relação de oposição entre os dois personagens. Conforme eles vão se aproximando, no entanto, todos esses sentimentos intensos de ódio e antipatia vão se transformando em atração e, eventualmente, em uma grande paixão. Essas narrativas prendem leitores devido a suas altas doses de tensão. Os diálogos em livros desse tipo costumam ser dinâmicos e envolventes, cheios de implicâncias entre os personagens principais. Isso tudo gera um bate-bola muito divertido de ler! Além disso, uma história enemies to lovers é ideal para mostrar o desenvolvimento de personagens, que crescem e mudam junto aos seus sentimentos no decorrer da história. Embora seja mais comum em livros de romance, também pode ser visto em livros clássicos, livros de fantasia e até mesmo em algumas das histórias de quadrinhos mais conhecidas. Exemplos de enemies to lovers Agora que você já sabe o que configura essa trope, aqui estão alguns exemplos para ajudar você a visualizar como ela funciona na prática: O Jogo do Amor – Ódio (2021) | Foto: Reprodução/IMDb O Jogo do Amor – Ódio, de Sally Thorne Lucy e Joshua são colegas de trabalho em uma editora, e se odeiam. Ele se incomoda com o jeito expressivo dela, ela não suporta a feição rígida e apática dele. Quando a possibilidade de uma promoção entra em jogo, a guerra não-declarada entre eles apenas se acentua. Um clássico exemplo de inimigos para amantes, essa comédia romântica explora a relação entre esses dois profissionais rivais. No decorrer da narrativa, a tensão entre os dois só vai aumentando, revelando sentimentos mais complexos do que apenas implicância e desgosto. Orgulho e Preconceito (2005) | Foto: Reprodução/IMDb Orgulho e Preconceito, de Jane Austen Publicado em 1813, é conhecida como a obra que popularizou esse tipo de história na literatura. Mergulhamos na aristocracia britânica do século XVII para testemunhar a relação entre a espirituosa Elizabeth Bennet e o misterioso Sr. Darcy. Elizabeth julga Darcy pelas fofocas que ouviu sobre ele, e por seu jeito mais ríspido e recluso. Já Darcy é orgulhoso demais para se envolver com uma mulher abaixo de sua classe social. As faíscas entre os dois vão aos poucos alimentando um fogo difícil de conter nesse clássico enemies to lovers. Vermelho, Branco e Sangue Azul (2023) | Foto: Reprodução/IMDb Vermelho, Branco e Sangue Azul, de Casey McQuinston Este romance LGBTQIA+ é outro exemplo da trope em ação, em uma narrativa que parece inspirada pelo mundo das fanfics. Na trama, Alex, filho da presidente dos Estados Unidos da América, nutre uma grande animosidade por Henry, príncipe da Inglaterra. Em um evento real, os dois acabam se envolvendo em uma briga, que gera um escândalo internacional. Para evitar um desastre diplomático, são obrigados por suas famílias a fingir que são grandes amigos. Conforme vão se conhecendo, no entanto, algo além da amizade começa a florescer entre eles. Bridgerton, segunda temporada (2022) | Foto: Reprodução/IMDb O visconde que me amava, de Julia Quinn Nesse romance de época, o visconde rico Anthony Bridgerton está à procura de uma esposa, decidindo-se por Edwina Sheffield. Para casar com Edwina, entretanto, ele precisará passar por Kate Sheffield, sua irmã mais velha. Por conta da reputação do visconde, Kate desgosta de Anthony e desaprova o casamento. Ele, por outro lado, também não atura sua intromissão. A tensão entre os dois vai ficando cada vez maior nessa trama que deu origem à segunda temporada da série Bridgertons, na Netflix. 10 coisas que eu odeio em você (1999) | Foto: Reprodução/IMDb 10 coisas que eu odeio em você, baseado em Shakespeare Este filme é um dos exemplos mais conhecidos de enemies to lovers. É baseado em A Megera Domada, de Shakespeare, traduzindo sua história para a contemporaneidade. A trama gira em torno de Bianca, uma menina popular, e Kat, sua irmã mais velha antipática. Na trama, Bianca é proibida por seu pai de namorar até que Kat também namore. Um garoto interessado em Bianca, então, suborna o infame Patrick a convidar sua irmã para sair. Aí se inicia uma relação cheia de troca de farpas e tensão, até que os dois começam a perceber que se encaixam melhor do que qualquer um esperava. Mar Revolto (2024) | Foto: Editora Viseu Mar Revolto, de Bruna Nogueira Outra obra de época, nessa história acompanhamos Elizabeth Evans, que deseja encontrar o amor verdadeiro e viver feliz, como seus pais. No entanto, ela está noiva do misterioso e ranzinza William, conde de Sussex, a quem odeia com todas as forças. Quando o conde retorna de suas viagens, Elizabeth se vê presa a sua companhia. Will deve enfrentar o passado e sua noiva relutante, duas coisas da

“O vinho pode ser desfrutado por todos, independentemente do nível de conhecimento”, Marileide Dourado.

livro introdução ao mundo dos vinhos

O vinho pode ser desfrutado por todos, independentemente do nível de  conhecimento ou experiência no mundo vinícola.”, Marileide Dourado. Em uma entrevista envolvente, a autora e sommelier Marileide Dourado revela como o trabalho em restaurantes italianos despertou seu interesse pela enologia, levando-a a um profundo compromisso com a aprendizagem e apreciação de vinhos. Ela nos conduz através de suas memórias, destacando momentos marcantes como o encantamento com o vinho Gewurztraminer, que não só conquistou seu paladar, mas também acendeu uma paixão duradoura pelo mundo dos vinhos. Ao longo desta entrevista, Marileide Dourado nos inspira com sua dedicação e entusiasmo, revelando o processo criativo por trás do livro “introdução ao mundo do vinho”, apontando suas referências criativas e técnicas. Ela também aborda os desafios enfrentados durante a escrita e as mensagens que espera transmitir aos leitores, reforçando que o vinho é uma bebida para todos, independente do conhecimento prévio. Prepare-se para uma viagem sensorial e cultural através das palavras de Marileide Dourado, uma verdadeira embaixadora da cultura do vinho. 1) O universo do vinho é uma temática apaixonante e repleta de curiosidades. Poderia nos contar como começou sua história nessa área? Marileide Dourado: Na verdade, nos anos noventa quando emigrei para a Itália, não tinha todo esse falar de vinhos no Brasil, até porque, ainda existia o protecionismo em relação à indústria nacional e a produção de vinhos se resumia ao Sul do País, e eu venho do Norte do Goiás, hoje, estado do Tocantins. A única bebida que conhecia como vinho era aquele galão de 5 litros que, às vezes, se via no período natalício e, se não me engano tinha um nome popular do tipo “Sangue de Boi”. Então, a minha história com o universo do vinho iniciou mesmo quando em Roma comecei a trabalhar em restaurantes. Com isso, não posso afirmar que sempre tive um interesse pelo mundo do vinho, esse veio com o conhecimento e o contato direto no trabalho, mas posso afirmar que esse contato direto logo me trouxe interesse e comprometimento em conhecer cada vez mais essa bebida extraordinária e todo o trabalho por trás da sua produção. Quando experimentei pela primeira vez um vinho de qualidade, me encantei com os diferentes aromas e sabores que a bebida pode oferecer e decidi me inscrever pela primeira vez em um curso de degustação de vinhos, com certificado de presença, na Enoteca Costantini na Piazza Cavour, em Roma. Assim, ao longo dos anos, fui me  aprofundando cada vez mais nesse universo, participando de degustações, cursos e visitas a vinícolas até que decidi fazer o curso profissional da Associazione Italiana Sommelier. Hoje, não apenas aprecio os vinhos, mas também tenho um amplo  conhecimento do processo de produção, das diferentes regiões vinícolas e já colaborei com vários restaurantes italianos e portugueses na elaboração da carta de vinhos. 2) Você se lembra do momento em que se apaixonou pelos vinhos? Pode nos contar sobre essa experiência? Marileide Dourado: Aos 22 anos, tive a incrível oportunidade de imigrar para a Itália e viver em Roma nos anos 90, uma época de grande riqueza cultural e gastronômica. Em meio a um ambiente culturalmente enriquecedor, trabalhei por 7 anos em uma cafeteria de um centro cultural e livraria. Foi lá que descobri e me encantei pelo gewurztraminer, um vinho feminino e aromático que não só conquistou meu paladar, mas também despertou novas paixões em mim. A uva Gewurztraminer, com suas notas florais, frutadas e especiarias, revelou-se um verdadeiro tesouro sensorial, capaz de transportar os sentidos para um mundo de sensações inebriantes. Cada gole desse vinho delicado e envolvente era como uma viagem por campos de flores exóticas e pomares frutados, embalada por uma doçura sutil e cativante. A Gewurztraminer é uma casta de uva rosa da família da Vitis Vinifera,  originária da região da Alsácia, na França.  Na Itália, ela é cultivada sobretudo na região do Trentino – Alto Ádige. Esta região é conhecida por suas condições climáticas ideais para o cultivo de uvas, resultando em vinhos brancos de alta qualidade, incluindo os produzidos com a uva Gewürztraminer. Os vinhos da região do Alto Adige são conhecidos por serem frescos, aromáticos e elegantes, refletindo as características únicas do terroir local. A escolha desse vinho para integrar a nossa carta foi um extraordinário sucesso, proporcionando aos nossos clientes momentos de descoberta e prazer. Apresentar o Gewurztraminer e compartilhar um pouco da sua história e características únicas era uma verdadeira celebração da cultura vinícola e do prazer de degustar um vinho de qualidade. Essa experiência com o Gewurztraminer marcou-me profundamente, despertando em mim uma paixão renovada pelo universo dos vinhos e pela riqueza de suas nuances, aromas e territórios de produção. E foi então que decidi aprofundar o meu conhecimento no campo, participando de vários cursos de degustação, até a decisão de me tornar um profissional do vinho através da “Associazione italiana sommelier”.  Essa lembrança continua a inspirar-me e a enriquecer meus momentos de convívio e prazer ao redor de uma boa taça de vinho. 3) O que a inspirou a escrever o livro “Introdução ao mundo do vinho”? Marileide Dourado: A inspiração para escrever o livro “Introdução ao mundo do vinho” veio da minha própria jornada e paixão pelo universo dos vinhos. Ao longo dos anos, muitas viagens em diferentes regiões produtoras, adquiri um vasto conhecimento e experiência nesse campo, e senti a necessidade de compartilhar esse conhecimento com outras pessoas que também têm interesse em aprender mais sobre o assunto. Percebi que muitas pessoas se sentem intimidadas ou confusas ao se deparar com o vasto mundo do vinho, com suas diversas regiões, uvas, aromas e sabores. Portanto, decidi escrever um livro que fosse acessível, informativo e envolvente, para ajudar os iniciantes a se familiarizar com o mundo dos vinhos de uma maneira descomplicada e prazerosa. Além disso, senti o desejo de transmitir a minha paixão e entusiasmo pelo vinho, incentivando as pessoas a explorarem e desfrutarem dessa bebida tão rica em história e cultura. O livro “Introdução ao mundo do vinho” reflete não apenas o meu conhecimento técnico,

Jornada do herói: 12 passos para uma grande história

Jornada do herói: aprenda a contar uma história de sucesso

No mundo da criação, existem algumas estruturas e técnicas padrão para o desenvolvimento de enredos envolventes e poderosos. Uma das mais famosas, antigas e utilizadas é a jornada do herói. Dividida em 12 passos, é um arranjo narrativo que pode ser encontrado em mitos da antiguidade, obras renomadas do cinema, da literatura e campanhas publicitárias. Ela permite que escritores explorem a fundo temas de evolução, transformação e superação em suas histórias. Por isso, é imprescindível para qualquer autor aspirante estar familiarizado com essa estrutura. Pensando nisso, neste artigo explicaremos o que é a jornada do herói, destrinchando todas suas etapas em detalhes, com dicas de como aplicá-las. Fique conosco e aprenda a construir histórias de sucesso! O que é a jornada do herói? Também chamada de monomito ou mito do herói, a jornada do herói é uma estrutura narrativa que contempla 12 etapas. É utilizada para desenvolver a história de uma maneira linear, envolvente e redonda, fazendo com que o protagonista passe por diversos desafios e transformações em sua trajetória. Surgiu como uma teoria em 1949, a partir dos estudos de Joseph Campbell e da publicação de seu livro O Herói de Mil Faces. Nele, o pesquisador faz uma análise de diversas histórias e mitos, abrangendo diferentes culturas, países e épocas mundo afora. A partir desses estudos, Campbell esquematizou 17 etapas que comumente aparecem nesses mitos clássicos, como um padrão nas narrativas mais marcantes para a humanidade. Basicamente, envolve tirar o herói de um lugar comum e colocá-lo em um lugar incomum, desenvolvendo a história a partir daí. Mas não eram 12 etapas? Sim, são! É aqui que entra outro importante autor: Christopher Vogler. Esse famoso roteirista de Hollywood foi quem condensou as 17 etapas em 12, tornando-as mais acessíveis e práticas em seu livro A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Escritores (1992). Vogler aplicou essa estrutura em seu tempo na Disney, em filmes como A Pequena Sereia, Rei Leão e Mulan. Outros grandes clássicos do cinema que se utilizam da jornada do herói são Star Wars e Matrix. Seu trabalho foi e ainda é muito influente entre roteiristas, escritores e publicitários, que utilizam essa estrutura para criar campanhas de marketing com um storytelling envolvente. As 12 etapas da jornada do herói A jornada do herói tem grande importância para a história não só do cinema, como da humanidade. Mas como exatamente se desenvolve uma história a partir de seus parâmetros? São 12 etapas que compõem essa estrutura narrativa: Os 12 passos da jornada do herói, baseados nos estudos de Joseph Campbell e Christopher Vogler A seguir, confira essas etapas em maiores detalhes. 1. Mundo comum O herói começa em um ambiente comum e familiar, onde ele é introduzido na história. Este é o ponto de partida antes da aventura, utilizado para fazer com que o público conheça o personagem principal e se identifique com ele. Atenção: não é porque o nome dessa etapa é mundo comum que o mundo deverá ser hiper-realista e nada fantasioso. É o comum para o personagem, ou seja, a rotina dele. Em O Senhor dos Anéis, por exemplo, o mundo comum de Frodo já envolve um pouco de magia e criaturas fantasiosas. 2. Chamado à aventura Um convite para a aventura que tira o herói de sua zona de conforto. Este chamado pode ser uma ameaça, um desafio ou uma oportunidade. Muitas vezes, apresenta um problema que só o herói pode resolver, estabelecendo sua importância na história. Também pode ser uma descoberta sobre si mesmo, como é o caso de Harry Potter, no qual o chamado vem em forma de um convite literal, convidando-o para ingressar a escola de magia Hogwarts. Essa etapa é crucial para motivar o herói a embarcar em sua jornada, despertando seu senso de dever ou curiosidade. 3. Recusa do chamado O herói recusa esse chamado à aventura inicialmente, devido ao medo, dúvidas, inseguranças ou outras obrigações. Afinal, quem não hesitaria diante de uma grande mudança que o removerá de tudo que lhe é familiar? Essa etapa serve para humanizar o protagonista, explorando conflitos internos que podem ser superados durante a trama. Também cria tensão e permite um momento de reflexão, tanto para o herói quanto para os leitores, sobre as implicações de embarcar nessa jornada. 4. Encontro com o mentor Entra na história um mentor, que oferece conselhos, sabedoria ou equipamentos necessários para a jornada que virá. É ele quem dá o último empurrãozinho no herói e o prepara para os desafios que estão por vir. Essa figura também pode vir com uma ajuda sobrenatural, que fornece ao protagonista treinamento, poderes ou um objeto que o ajuda a criar confiança em si mesmo. A perda desse mentor, mais para a frente, também pode marcar um ponto de virada na história, forçando o herói a confiar em si mesmo. 5. Cruzamento do primeiro limiar O herói finalmente se compromete com a aventura e cruza a fronteira para o mundo desconhecido, deixando o mundo comum para trás. Este é o ponto sem volta, que representa o começo da transformação do personagem principal em um herói de fato. Essa etapa não necessariamente se dá com uma mudança de ambiente físico em si. Além de uma mudança de local, pode ser uma descoberta, ou aquisição de nova habilidade. Um exemplo famoso pode ser encontrado em Matrix, com a decisão de Neo pela pílula vermelha. 6. Provas, aliados e inimigos Já no mundo desconhecido, o herói enfrenta desafios, faz novos aliados e encontra inimigos. Esses pequenos testes ajudam a desenvolver suas habilidades e caráter, intensificando o envolvimento dos leitores com a história. Cada provação superada fortalece o herói e o prepara para os confrontos maiores que virão. A trilogia Jogos Vorazes é um bom exemplo, lançando sua protagonista Katniss em diversos desafios na arena, ao mesmo tempo que ela forma alianças com outros tributos e identifica seus inimigos entre eles. 7. Aproximação da caverna secreta O herói se aproxima de um desafio significativo ou da crise central da história, preparando-se para enfrentar seu

“Não há ideia ou pensamento que possa abarcar a plenitude de Deus.”, Thaize Goulart

Livro vencendo os limites através da fé

Nascida em Laje do Muriaé, interior do Rio de Janeiro, a autora Thaize Goulart compartilha sua jornada transformadora de autodescoberta e resiliência.  Ao enfrentar desafios pessoais e se reconectar com sua fé, ela encontrou a motivação para contar sua história e impactar positivamente a vida de seus leitores.  Em sua autobiografia, Thaize entrelaça suas experiências de vida com a temática da fé, oferecendo uma mensagem poderosa de esperança e superação. Acompanhe esta entrevista para conhecer mais sobre suas inspirações, desafios e a profunda mensagem que ela deseja transmitir através de suas palavras.  1.Para começar, poderia nos contar um pouco sobre você e sua jornada como autora? Thaize Goulart: Meu nome é Thaize, nasci em 26/05/1981, na cidade de Laje do Muriaé, interior do Rio de Janeiro. A minha jornada como autora se iniciou quando eu passei a olhar a vida sem me vitimizar, sem ter pena de mim mesma. Passei a olhar tudo à minha volta entendendo que todas as circunstâncias, sejam elas positivas ou negativas, cooperavam para o meu crescimento como ser humano e me moldavam. Entendi que em momento algum estive sozinha, existe um Deus Eterno e Criador que assim como um pai que ama e corrige os filhos, Ele também o faz e se utiliza das circunstâncias difíceis da vida. Quando passei a ver as coisas a partir desta perspectiva, perdi o medo e busquei ser autora da minha própria história e então me tornei autora de músicas e agora autora de livros. 2. O que a inspirou a escrever o livro? Thaize Goulart: Desde o momento em que destemida ousei partilhar as experiências vivenciadas por mim, consegui compreender na reação de muitas pessoas o quanto podia cooperar positivamente na vida delas. Daí veio a inspiração para escrever o livro. 3. Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Thaize Goulart: O livro é a minha autobiografia em que procuro atrelar a minha experiência de vida à temática de “Vencendo os Limites Através da Fé “. 4.Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Thaize Goulart: Na minha cabeça eu já havia decidido que queria escrever um livro, já havia definido o tema e que seria a minha autobiografia. Já estava lendo bastante sobre este gênero literário e de como devia escrever.  Definindo que o meu livro seria a minha autobiografia, comecei a rascunhar como eu iria construir e se iria dividir em capítulos. Procurei expor os momentos mais marcantes da minha história, então comecei a escrever. Por conta dos compromissos e por ser mãe de três crianças, demorei três anos para concluir a escrita do livro. Com o livro pronto bateu uma insegurança e me perguntava se devia publicar. Enfim, decidi enviar para a Editora Viseu. 5.Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Thaize Goulart: A minha principal referência criativa foi a Bíblia Sagrada. 6.Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar? Thaize Goulart: A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. 7.Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro? Thaize Goulart: O principal desafio enfrentado por mim, na escrita do livro, foi constatar que eu era capaz de escrever.   8.Como você espera que seu livro impacte os leitores?  Thaize Goulart: Espero que o livro possa impactar a fé daqueles que já não creem e que de uma forma sobrenatural a fé destes possa ser nutrida. 9.Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir? Thaize Goulart: A fé não tem como base a razão.  A razão não pode atingir a clareza da fé, logo, uma argumentação eficiente seria capaz de acompanhar e atestar. 10.Há algum personagem ou história no livro que você considere particularmente significativo?  Thaize Goulart: Há um personagem no livro em quem a minha fé está fundamentada é o Eterno, o criador, aquele que dá a vida a todos os seres e Ele é tão existente e presente quanto qualquer outro ser.  Não há ideia ou pensamento que possa abarcar a plenitude de Deus, entretanto, ainda assim, é possível ter acesso ao sobrenatural do Eterno.  11.Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores? Thaize Goulart: A literatura é uma ferramenta de comunicabilidade onde o diálogo se faz presente transmitindo conhecimento , conduzindo o leitor a mundos imaginários, provocando prazer e auxiliando o entendimento da realidade. 12. Além da literatura, quais são suas fontes de inspiração para escrever? Thaize Goulart: A música e a natureza são as minhas fontes de inspiração.  13.O que a literatura e a escrita significam para você? Thaize Goulart: A literatura e a escrita estão totalmente entrelaçadas, pois a literatura se utiliza da letra “palavra” para criar. 14.Quais são seus planos futuros como escritor? Há novos projetos em desenvolvimento? Thaize Goulart: Pretendo escrever outros livros e já tenho em mente alguns temas. Ainda não estou escrevendo.  15.Que conselho você daria para alguém que está começando a escrever seu primeiro livro? Thaize Goulart:Leia, a literatura é a melhor maneira de analisar o que faz um bom livro. 

Autor angolano João Kaveto transforma estudo técnico em romance

Em uma fascinante jornada que une paixão pela escrita, sacrifícios familiares e dedicação à causa da justiça social, o autor angolano João Kaveto lança seu primeiro livro, “No Banco: Os valores de Ngunji à mesa dos Drongos”. Nascido no município de Caconda, província da Huíla, e empresário de sucesso no setor de consultoria, ele compartilha conosco sua trajetória singular, desde os primeiros passos no mundo da leitura até a concretização de seu sonho literário. Neste artigo, o autor nos conta sobre suas inspirações, desafios e a profunda conexão entre sua experiência pessoal e os temas abordados em sua obra. Acompanhe sua história e descubra como ele espera impactar os leitores com sua narrativa envolvente e rica em valores pessoais e sociais. 1. Para começar, poderia nos contar um pouco sobre você e sua jornada como autor? Sou cidadão angolano, natural do município de Caconda, província da Huíla. Sou empresário e atuo igualmente no sector de serviços, concretamente na consultoria de planejamento, de gestão e financeira, e agora, por ser um sonho que sempre desejei realizar, passo, oficialmente, com o lançamento do meu primeiro livro “No Banco: Os valores de Ngunji à mesa dos Drongos”, a exercer atividade de escritor. Minha jornada começou mediante três etapas: (i) – Quando frequentava o 9º ano, minha mãe vendeu uma das suas saias para comprar um livro de Física I onde cheguei a ler coisas sobre o movimento dos corpos na terra e dos planetas. Por saber do sacrifício da minha mãe para oferecer-me aquele livro, passei a devorá-lo. Apaixonava-me profundamente com o que lia, tornando-me desde aquele momento, numa pessoa altamente observadora. Observava tudo ao meu redor com a alma de um apaixonado pelos movimentos dos planetas; observava o que as pessoas diziam e faziam e meditava sobre as possíveis razões, escrevendo minha análise sobre tudo que cabia à minha imaginação; (ii) – Em 2011, creio, li num dos jornais, a forma profissional e principalmente “romântica”, com que um renomado advogado da nossa praça, Dr. Sérgio Raimundo, defendia a necessidade de recorrer da condenação de 20 anos de prisão, dada a uma senhora que assassinara o marido. No entender do advogado, a redução da pena era necessária porque reduziria a fatura social sobre as consequências possíveis, pois, pela ausência, no país, de instituições de apoio psicológico à menores, a educação dos filhos, sem culpa, seria moldada pelas ruas, uma vez que, para além das dores causadas pela morte do pai, os menores ficariam privados da ausência e amor da mãe por muito tempo. A justificativa apresentada, a forma brilhante da narrativa, moldou, desde aquela data, a forma com que eu escrevia, independentemente do assunto; e (iii) – Pessoas próximas que liam algumas frases escritas por mim diziam que elas tinham alma, e isso fez-me dar início à um processo programático de leitura sem limites, fazendo com que em 2016 fizesse para mim mesmo a promessa de escrever e sonhar, cada vez mais, em lançar o meu primeiro livro, momento que, felizmente, chegou quando apresentei o meu manuscrito, no ano passado, à editora Viseu, que depois da sua aprovação, deu-se início ao processo de edição resultando em “No Banco: Os valores de Ngunji à mesa dos Drongos”. 2. O que o inspirou a escrever o livro? A realidade comportamental dos agentes económicos e dos agentes sociopolíticos, face aos princípios de justiça social, do amor ao próximo, de valores pessoais, constituíram as principais fontes de inspiração para escrever este livro. 3. Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro? Na minha profissão de empresário e de consultor, fui e sou obrigado a relacionar-me com pessoas singulares e coletivas, pessoas sonhadoras de vários sectores. Face ao contexto social, económico e político do meu país, venho sendo testemunha das dificuldades, dos constrangimentos, das tristezas e alegrias, dos fracassos e sucessos, partilhados por estes e por mim. Neste sentido, como consequência, a minha experiência pessoal também se reflete nos temas abordados em “No Banco”. Tendo em conta que banco pode significar uma instituição financeira, um assento, e, se traduzido à minha língua materna, Banco, que significa “OMANGU”, que pode expressar  “PODER”, o “exercício do Poder”. Dessa forma, apresento numa narrativa comum à essas definições, discorrendo da implicância das instituições políticas, económicas e sociais para o desenvolvimento do tecido empresarial e familiar no país do Ngunji – personagem principal, e na forma como a crença aos valores pessoais condiciona, em certa medida, a realização de sonhos, em face ao perfil de instituições, cujas atividades são influenciadas pelo monstro Ombipo (metáfora criada por mim para descrever o sentimento que se apodera das pessoas antes e durante a prática de atos de inveja e corrupção, tornando-as transigentes à maldade e à prática de ações antiéticas quando estiverem na posição de representantes de instituições públicas). 4. Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro? Meu processo criativo é bastante dinâmico. Começa tomando nota dos factos comuns que observo nos principais atores de determinada realidade socioeconómica, política e de fenómenos naturais. Depois das notas tomadas em papel, medito sobre elas durante dias, fazendo com que a minha mente, automaticamente, passa a cogitar hipóteses e conclusões, que são passadas novamente em papel ou numa gravação por telemóvel, para dias depois ouvi-las repetidas vezes. Este processo é amiudado sempre que observo a mesma realidade, ou semelhança, num outro lugar. Foi por esse método que levei perto de 10 anos para terminar o “No Banco”. 5. Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro? Gostaria antes de situar os prezados leitores, que No Banco: Os Valores de Ngunji à mesa dos Drongos”, é um romance concebido inicialmente para um livro técnico, “Como Encarar os Desafios do Empreendedorismo em Angola”, porém alterado, devido as vantagens de agregar experiência envolventes nos leitores ao ser transformado como romance. Assim sendo, minhas principais referências para escrever este livro foram relatórios técnico-sociais e económicos feitos por terceiros e pesquisas próprias sobre as etapas de realização do sonho das famílias,

Como escrever poesia: 15 dicas para criar versos impactantes

Como escrever poesia? 15 dicas para começar

Que a escrita é uma arte, não há dúvidas. “Livros são papéis pintados com tinta”, como disse Fernando Pessoa. E uma das formas mais artísticas de trabalhar a palavra sem dúvida é a poesia. Esse tipo de escrita pode parecer intimidador à primeira vista. Poetas estão envolvidos em certo misticismo, sendo imaginados como figuras hiper intelectuais, muitas vezes até mesmo enfadonhas. Essa percepção infelizmente afasta muitos autores desse gênero literário. A verdade é que qualquer um pode escrever poemas. Se você alguma vez já teve o desejo de explorar versos poéticos, esse é o artigo para você! Confira 15 dicas para ajudar você a acessar seu poeta interior e começar a escrever. Fique com a gente e confira! Como escrever poesia 1. Leia muito, de tudo Todo grande autor é, primeiro, um grande leitor. É preciso admirar e ter um gosto genuíno pela leitura para poder desenvolver sua própria escrita. É importante ler de tudo, mas leia principalmente obras do gênero literário que quer escrever. Se familiarize com grandes poetas de diferentes estilos, como Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Olavo Bilac, Paulo Leminski, Conceição Evaristo, Ferreira Gullar, Vinicius de Moraes, entre outros. Encontre o que mais lhe encanta e tente desvendar por quê. Encare a leitura não só como um prazer, mas como um estudo. Ao ler, você absorve diferentes técnicas, vocabulários e estilos. Preste atenção à forma como esses poetas estruturam seus poemas, utilizam figuras de linguagem e transmitem emoções e imagens. Atenção: as leituras devem servir como uma fonte de inspiração, não de plágio. Observe as particularidades de cada autor para construir seu próprio estilo de escrita. Poemas são altamente pessoais, por isso, explore sua própria subjetividade e não copie. 2. Escolha um tema Ter um tema é essencial para direcionar a escrita de seu texto. O que você quer dizer com a sua poesia? Que questões quer levantar? Quer fazer refletir, chorar, rir, zangar, arrepiar, relembrar, comover? Seu tema pode ser mais abrangente e universal, como o amor, a existência, a morte e o luto, ou mais específico, como um acontecimento banal, uma lembrança particular ou até mesmo uma sensação. O importante é que seja algo que desperte seu interesse e vontade de escrever. Além disso, você deve pensar em como abordar o tema de maneira única e pessoal, trazendo sua própria perspectiva e experiências para a escrita. As chances de seu poema ser o único sobre esse assunto é ínfima, portanto, o seu diferencial é a forma como o enxerga e expressa. A escolha de um assunto específico permite que você mantenha o foco e a coesão. Também facilita na hora de começar a escrever, visto que já vai saber o que deseja abordar em seus versos. 3. Conheça a estrutura de um poema A estrutura é a principal diferença entre um texto poético e um texto em prosa. A escrita em versos é o que define um poema. Entenda o básico sobre versos e estrofes, tanto para poder aplicar essa estrutura como para brincar com ela. Há algumas divisões de acordo com o número de estrofes, rimas, versos e sílabas poéticas. Sonetos, haicais, versos livres, odes e trovas são exemplos de estruturas poéticas conhecidas. Cada uma tem suas convenções e normas, servindo melhor para alguns propósitos. Um soneto pode ser ideal para explorar um tema romântico de um modo mais rebuscado, por exemplo, enquanto o verso livre oferece maior flexibilidade. Experimente com essas estruturas, utilizando-as para passar sua mensagem e suscitar as emoções que deseja no leitor.  Para ajudar você a visualizar, aqui está a estrutura de um soneto, de um haicai e de um poema com versos livres. Perceba como cada autor trabalha ritmo, estilo e tom nessas estruturas, mesmo quando o tema é o mesmo: amor. 3.1 Soneto Poema de 14 versos, usualmente decassílabos ou alexandrinos, divididos em 4 estrofes, iniciando com dois quartetos (estrofes de 4 versos) e terminando com dois tercetos (estrofes de 3 versos). Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;   É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;   É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.   Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões 3.2 Haicai Uma estrofe de 3 versos, sendo o primeiro uma redondilha menor (5 sílabas poéticas), o segundo uma redondilha maior (7 sílabas poéticas) e o terceiro novamente uma redondilha menor. RomanceE cruzam-se as linhasno fino tear do destino.Tuas mãos nas minhas. Guilherme de Almeida 3.3 Verso livre Sem métrica, estrutura livre, sem contar número de versos, estrofes ou sílabas poéticas. Amor violeta O amor me fere é debaixo do braço,de um vão entre as costelas.Atinge meu coração é por esta via inclinada.Eu ponho o amor no pilão com cinzae grão de roxo e soco. Macero ele,faço dele cataplasmae ponho sobre a ferida. Adélia Prado 4. Comece a escrever Não espere pela inspiração perfeita. Comece a escrever, mesmo que seja apenas um esboço ou algumas linhas soltas. Afinal, toda grande poesia um dia já foi um mero rascunho. Deixe suas ideias fluírem livremente no início e depois volte para revisá-las e refiná-las. Não se preocupe com a perfeição neste primeiro momento. O importante é vencer o medo e receio inicial e começar a jogar suas ideias no papel. À medida em que você vai colocando sua escrita criativa em prática, desenvolver essas ideias de um modo lírico ficará cada vez mais fácil. Escrever regularmente é crucial para evoluir em suas habilidades poéticas. A partir dos seus primeiros esboços, você vai percebendo como gosta de expressar seus pensamentos e sentimentos na forma de versos. Assim, você vai desenvolvendo um estilo próprio, identificando suas particularidades e trabalhando sobre elas.

Protagonista: como fazer seu personagem principal brilhar

Protagonista: saiba por que ele é fundamental para sua história

A criação de personagens é uma grande dificuldade entre autores. Muitas são as questões às quais se atentar: verossimilhança, profundidade, falas, personalidade… Esses pontos se tornam ainda mais relevantes quando o assunto é o desenvolvimento do personagem principal. O protagonista é, por natureza, o ponto chave de qualquer narrativa. Por isso, é preciso muita habilidade para criá-lo, sob o risco de comprometer o livro como um todo. Isso pode causar certa insegurança e até mesmo medo na hora de começar a escrever uma história. Para ajudar você a desbravar essa etapa tão crucial, neste artigo apresentamos exatamente o que é o protagonista, como identificá-lo, seus principais tipos e 10 dicas para você criar um personagem principal inesquecível. Fique com a gente e confira! Protagonista: como fazer seu personagem principal brilhar O que é o protagonista? A palavra “protagonista” tem origem grega, surgindo com as peças de teatro da Grécia Antiga. É a junção dos termos “prótos”, que significa primeiro, e “agonistès”, ator. Sendo assim, é o primeiro ator de uma trama, o que inicia a história ao pisar no palco. Em livros, é aquele personagem que move a narrativa através de seus objetivos, ações, reações, falas e pensamentos. É ao redor dele que a história se desenrola, tornando-o essencial para a trama. Sem ele, o livro não existiria. Embora seja comum que essa figura seja virtuosa ou inspiradora, o que define seu papel narrativo não é nenhum valor moral. Também não é estabelecido por sua ordem de aparição na narrativa, como na Grécia Antiga, embora não deva demorar muito para surgir na história. Para um personagem ser o protagonista, basta que ele seja o ponto central da narrativa. Normalmente, também é com ele que o leitor irá se identificar, tornando o público mais próximo da trama. Portanto, além de ter o papel narrativo principal, também carrega a função emocional de cativar o leitor. Como identificar o protagonista de uma história? Não há uma norma para o que configura um personagem principal, mas existem algumas recorrências que podem ser observadas na grande maioria das histórias. Estas podem ser usadas para identificar a figura central de uma obra. Algumas características comuns em um protagonista são: É o maior agente da trama, influenciando a história ativamente Tem um objetivo que o guia pela narrativa Seu nome dá o título da obra Ponto de vista em evidência Traços como altruísmo, lealdade, inteligência, carisma e simpatia Relacionamento significativo com outros personagens Passa por uma grande evolução durante a história Enfrenta conflitos internos e externos Embora na maioria das vezes seja fácil apontar para o personagem principal a partir desses traços, em alguns casos pode haver certa confusão. Afinal, existe todo o tipo de história, com infinitas possibilidades de protagonismo. Aqui estão dois casos excepcionais, nos quais pode ser um pouco mais difícil de indicar com certeza quem representa o papel central na trama: Livros com mais de um protagonista Algumas narrativas contam com mais de um personagem principal. Eles podem vivenciar a mesma história em conjunto ou ter histórias paralelas, ou ainda uma mistura dos dois, se encontrando e afastando no decorrer do livro. Para identificar livros nesse modelo, observe se todas as figuras têm a mesma importância para a história. Uma participação igualitária na trama, o desenvolvimento aprofundado das relações e, principalmente, a compreensão do ponto de vista de todas as partes são grandes indicadores. Se você está escrevendo um romance, gênero caracterizado por desenvolver diversos enredos, pode ser que acabe com mais de um protagonista. Nesses casos, normalmente o ponto de vista alterna entre um personagem e outro, através de capítulos focados em cada um deles. Um exemplo é o livro A Guerra dos Tronos, de George R. R. Martin. Nele, acompanhamos diversos personagens principais, com a trama sendo dividida entre eles. Observamos suas jornadas se entrelaçarem, indo de aliados a inimigos na batalha pelo trono de Westeros.  Em livros de ação e aventura, isso aumenta os riscos da história, já que o autor não mais depende de um único personagem para dar continuidade ao livro. Assim, ele pode criar um plot twist utilizando as mortes de personagens cruciais no meio da narrativa para surpreender o leitor, por exemplo. Em livros focados em relações românticas, protagonistas duplos também são aproveitados, embora com outro objetivo. Ao explorar o ponto de vista do casal, é possível entender mais a fundo seus sentimentos um pelo outro, aumentando a conexão e envolvimento emocional do leitor.  Sendo assim, é um ótimo recurso não só para aprofundar a história, mas também para oferecer diversas perspectivas, inserir dramaticidade e desenvolver relações. A história fica mais dinâmica, mas muito mais complexa. Por isso, é importante ser cauteloso ao definir o número de personagens principais, para evitar confusões e garantir um bom desenvolvimento. Antes de escrever um livro com mais de uma figura essencial para a trama, é preciso um nível alto de planejamento e completa noção de para onde sua história está se encaminhando. Livros com narrador personagem que não é o protagonista Normalmente, se há um narrador personagem, ele é o protagonista da história. Porém, alguns livros desafiam essa convenção, apresentando a figura principal da trama pelos olhos de outra pessoa. Para identificar a figura central nessas histórias, é preciso buscar pelo personagem que impulsiona a narrativa. O narrador costuma ser alguém mais comum, menos notável, que encontra essa figura admirável, excêntrica ou brilhante e começa a acompanhá-la.  A história se desenrola não a partir das ações que o narrador toma, mas sim pelas ações que ele observa. É muito comum que esse personagem seja até mesmo esquecido pelos leitores. Afinal, quem é mais notável, Sherlock Holmes ou Watson? O autor emprega um dos tipos de narrador mais pessoais, o narrador personagem, de uma maneira quase contraintuitiva. Afasta o leitor do protagonista, mas ainda apresenta um ponto de vista íntimo, em primeira pessoa. É quase um narrador observador, mas diferentemente desse estilo de narração, quem conta a história está inserido na trama. Sendo assim, é afetado por ela e,

O que é a ressaca literária e como sair dela?

Confira 10 dicas para superar a ressaca literária

Você já abriu um livro, começou a leitura e não conseguiu mais continuar? Pegou outro e a mesma coisa aconteceu, de novo e de novo? Se esse é o seu caso, você pode estar passando por uma ressaca literária. Comum até mesmo entre os leitores mais ávidos, é um fenômeno que pode parecer frustrante e sem sentido. Felizmente, é algo passageiro, que pode ser superado facilmente quando certas ações são tomadas. Neste artigo, detalharemos quais são essas ações, explicando o que é e como sair da ressaca literária. Fique com a gente e confira 10 dicas práticas para ajudar você a destravar sua leitura! O que é a ressaca literária e como sair dela? O que é a ressaca literária? A ressaca literária é uma incapacidade temporária de ler qualquer livro. Ela aflige leitores de todos os tipos, fazendo com que não consigam começar, prosseguir ou finalizar suas leituras durante um período de tempo. O nome deriva da ressaca de bebidas alcoólicas, que causa indisposição após uma noite de consumo excessivo, festas e altas emoções. Isso porque a origem mais comum desse impedimento na leitura é a finalização de um livro incrível e muito marcante, que deixou seu leitor “embriagado”, por assim dizer. Ao acordar no dia seguinte e se preparar para outra leitura, nenhuma obra se compara à mais recente, que foi tão notável. Sendo assim, cria-se o sentimento de que todos os livros são decepcionantes, ruins ou chatos, gerando certa incapacidade de engajar com uma nova história. Apesar de ser uma das causas mais comuns, esse não é o único fator que motiva o desânimo pela leitura. Ler muitos livros sucessivamente pode criar esse esgotamento, além de razões externas como cansaço, falta de tempo e estresse. É muito similar ao bloqueio criativo nesse aspecto, que também pode surgir a partir de desgastes do dia-a-dia. Mas a maior similaridade entre os dois fenômenos é tornar o que era uma grande satisfação em uma coisa maçante, desanimadora e travada. Sintomas da ressaca literária Os principais indicadores de que você está passando por um desses períodos são: Incapacidade de se concentrar na leitura; Desânimo para ler; Vontade de ler, mas sem energia para fazê-lo; Sentimento de sobrecarga; Culpa por não conseguir ler.   Atenção: se esses sintomas persistirem de modo severo, estendo-se para outras partes de sua vida, podem ser indícios de um quadro de ansiedade ou depressão. Se esse for seu caso, procure um psicólogo ou médico de confiança. Como sair da ressaca literária? Apesar de não existir uma cura certa, algumas práticas comuns funcionam para a maioria dos leitores. Aqui estão 10 dicas para ajudar você a sair da ressaca literária: 1 – Dê um tempo da leitura Se você está sem vontade de ler nada, forçar a leitura pode piorar o problema. Dê um tempo e volte-se para outras atividades. Entretenha sua mente com séries, filmes, músicas e jogos. Assim, sua cabeça estará mais descansada e preparada quando decidir abrir um livro novamente. 2 – Recomece aos poucos Quando for voltar a ler, não se afobe. Recomece devagar, lendo algumas páginas por dia. Desse modo, você não se sente afogado pelas novas informações e tem tempo para digerir a história com calma. Seu ritmo de leitura irá voltar à velocidade normal naturalmente, conforme for se acostumando à leitura de novo. 3 – Não tenha medo de abandonar livros Não se force a continuar um livro de que não está gostando, isso pode acentuar seu desânimo pela leitura. Pode ser que o estilo da escrita, tema ou até mesmo gênero do livro apenas não sejam do seu agrado. Não se sinta culpado por abandonar um livro, afinal, você sempre pode revisitá-lo em outro momento! 4 – Leia livros mais curtos e leves Não tente mergulhar com tudo em um livro grande, complexo, com temas pesados ou de um gênero literário novo para você. Vá molhando os pés devagar, dentro da sua zona de conforto. Comece por contos e livros pequenos, mais simples, de temas dos quais você sabe que gosta e com premissas que lhe interessam. 5 – Não se pressione É muito importante não se pressionar a ler. Essa demanda autoimposta faz com que a leitura torne-se um trabalho, deixando de ser um prazer. Respeite seu ritmo e, se for definir metas de leitura, o faça de modo generoso consigo mesmo. Se autopressionar faz com que, além de não conseguir ler, você se sinta culpado por isso. 6 – Crie uma rotina de leitura Caso seu maior problema seja falta de tempo e estresse, dedicar um momento para a leitura regularmente pode ser a solução. Crie uma rotina de leitura que faça sentido para sua vida. Talvez você só disponha de alguns minutos ao final de toda noite, ou de horas nos fins de semana. O importante é ler de forma constante, de modo a fazer da leitura um hábito novamente. 7 – Releia livros que você ama A releitura de um dos seus livros favoritos é uma ótima forma de lutar contra o desânimo. Assim, você tem a certeza de que irá gostar daquela história. Além disso, é mais fácil relembrar uma narrativa do que tentar entender uma desconhecida pela primeira vez. Outra opção é utilizar fanfics para revisitar um universo de que gosta, mas de uma nova maneira. 8 – Participe de leituras coletivas Um modo de se manter engajado na leitura é compartilhando-a. Participe de leituras coletivas com amigos, clubes do livro ou em grupos literários online. Desse jeito, você tem pessoas com as quais compartilhar suas opiniões, emoções e reações sobre o livro. Isso serve de incentivo para que tanto você quanto os outros leitores continuem a ler. 9 – Acompanhe conteúdo literário Você conhece a onda do booktok? Essa e outras comunidades literárias online podem ser um grande incentivo para você retomar seu hábito de leitura. Acompanhe conteúdo criado por leitores para leitores. Ver tanta paixão por livros pode inspirar você e fazer com que sinta vontade de mergulhar em uma história

Biografia e autobiografia: diferenças, semelhanças e exemplos

Saiba quais as principais diferenças entre biografia e autobiografia

Amadas por leitores de não-ficção por todo o país, as biografias e autobiografias são gêneros literários muito procurados, constantemente nas listas de mais vendidos. Mas, afinal, qual a diferença entre elas? Contrário ao que muitos pensam, a autobiografia não é um tipo de biografia, tampouco vice-versa. São gêneros distintos, apesar de semelhantes, que possuem abordagens e estruturas completamente diferentes. Apesar disso, para muitos autores ainda há certa confusão e dificuldade para visualizar exatamente o que difere uma da outra, inclusive nas próprias obras. Isso pode acarretar não só em uma escrita que não condiz com o gênero escolhido, mas também em uma divulgação incorreta e até mesmo enganosa do livro. Neste artigo, guiaremos você pelas diferenças entre a biografia e a autobiografia, com exemplos de cada uma delas e um pequeno infográfico ao final para ajudá-lo a decidir entre a escrita de uma ou de outra. Fique com a gente e confira! Biografia e autobiografia O que é biografia? A palavra biografia tem origem grega, sendo uma junção de “bio”, vida, e “grafia”, escrita. Desse modo, significa “escrita da vida”, ou seja, é o retrato da vida de uma pessoa narrado em texto. Reúne informações, entrevistas e documentos para contar as vivências de determinado indivíduo. Assim como sua etimologia, as biografias são datadas dos tempos gregos e romanos, surgindo para documentar a vida de grandes nomes da antiguidade. Uma das primeiras obras biográficas conhecidas é Vidas paralelas, escrita pelo grego Plutarco em meados do século I d.C, que narra a vida de homens ilustres da Grécia e Roma Antiga. Em casos de personalidades mais contemporâneas, as publicações podem ser autorizadas ou não pelas figuras públicas descritas. Apesar de relativamente comuns, é preciso muito cuidado ao se escrever uma biografia não autorizada, pois há a possibilidade de ferir a integridade do biografado e sua família, desencadeando um processo legal contra o autor. Já em uma obra autorizada, é possível ter a certeza de que não haverá nenhum problema legal no futuro, mas o autor perde um pouco da imparcialidade e liberdade. Partes da obra podem até ser cortadas ou modificadas, alterando a narrativa de forma significativa. Características da biografia Esses livros têm algumas características comuns, que os definem e diferenciam de outros gêneros literários. São elas: Narra a história de vida de outra pessoa Essa é uma das principais características de uma biografia, definindo-a. Ela deve sempre narrar a história de vida de outra pessoa, compilando informações para criar uma obra com embasamento factual sobre a história do biografado. Escrita em terceira pessoa Justamente por se tratar do relato da vida de outro indivíduo, esse tipo de narrativa é invariavelmente escrito em terceira pessoa. Assim, o escritor coloca-se como alguém de fora, um observador e pesquisador, sem participar ativamente da história e mantendo certa distância dos acontecimentos. História de pessoas públicas Esse tipo de livro normalmente foca em figuras públicas, cujas ações, feitos e história têm uma grande importância e impacto social. Isso não apenas porque os leitores tendem a ler sobre a vida de pessoas que reconhecem, mas também como evidência no caso de publicações não autorizadas, como argumento da relevância da obra para a sociedade. Mais de uma perspectiva A narração em terceira pessoa abre a possibilidade desses livros trazerem diversos pontos de vista sobre os biografados, que é frequentemente explorada. Assim, oferecem um perfil mais completo dos sujeitos retratados, além de maior confiabilidade para os fatos, pois contam com diversas fontes para verificá-los. Se utiliza de entrevistas, documentos e imagens Entrevistas, documentos, entradas de diário, fotos e notícias são elementos muito presentes nessas publicações, servindo como guias para a narrativa. São ainda mais importantes em obras que tratam de figuras históricas, utilizando muito ferramentas como o Google Acadêmico para as pesquisas do livro. Através dessas pesquisas, assegura-se a factualidade do que está sendo narrado. Exemplos de biografia Para ajudar a visualizar as características dessas obras de forma mais prática, aqui estão alguns exemplos de biografias que você pode estudar: Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson | um dos artistas mais conhecidos do mundo, esse livro conta a vida do renascentista Leonardo da Vinci desde seu nascimento a sua morte, passando por seus feitos na pintura, escultura, ciência, teatro, arquitetura e engenharia. Tarsila: sua obra e seu tempo, de Aracy A. Amaral | um dos grandes nomes do modernismo brasileiro, essa obra conta a história de vida da artista Tarsila do Amaral, focando na década de 20 e seus movimentos artísticos. Silvio Santos: a biografia, de Márcia Batista e Anna Medeiros | um dos maiores comunicadores do país, dono de diversos bordões da televisão brasileira, esse livro conta a trajetória de Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, até a conquista de seu império midiático. Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu americano, de Kai Bird e Martin J. Sherwin | considerado o pai da bomba atômica, este livro narra a história de vida do físico J. Robert Oppenheimer, passando por seus anos liderando o projeto Manhattan até sua perseguição pelo governo americano em seus últimos anos de vida. Frida: a biografia, de Hayden Herrera | uma das mais icônicas artistas latino-americanas, essa obra narra a vida dessa pintora conhecida, abordando não só sua história, como também trazendo análises de seus quadros. O que é autobiografia? A palavra autobiografia deriva da palavra biografia, mas vem de uma época distinta. O termo surgiu bem mais tarde, por volta de 1797, unindo o prefixo “auto”, si mesmo, à “biografia”. Dessa maneira, significa a “escrita da vida de si mesmo”, sendo o retrato da vida de uma pessoa narrado por ela mesma. Apesar do termo só ter surgido no fim do século XVIII, livros autobiográficos já existiam na antiguidade, como um modo de registrar as próprias histórias e contribuições para a sociedade. O livro Confissões, de Santo Agostinho, é considerado a primeira autobiografia ocidental, escrita no meio do século X. Na obra, ele conta sua vida antes de se tornar religioso e sua jornada de conversão ao catolicismo. A autobiografia é, por

Conto psicológico: características, exemplos e como escrever

Tudo o que você precisa saber: conto psicológico

Os contos são um dos gêneros literários que mais permitem possibilidades e experimentações. Consistem em uma história mais breve, com poucas páginas, mas com o mesmo potencial emocional e narrativo de qualquer romance volumoso. Existem diversos tipos de contos, todos com suas especificidades. Um dos mais emblemáticos é o conto psicológico. Com grande capacidade reflexiva e subjetiva, é um dos tipos mais impactantes, mas também mais difíceis de dominar. Embora tenha escritores de grande nome, como Clarice Lispector e Machado de Assis, poucos autores conhecem esse estilo de narrativa e menos ainda se aventuram em sua escrita. Pensando nisso, apresentamos aqui o que é o conto psicológico, suas principais características e exemplos, com dicas para você desenvolver o seu. Fique com a gente e confira! Conto psicológico: características, exemplos e como escrever O que é o conto psicológico? Conto psicológico é um tipo de conto literário que foca profundamente nos pensamentos, emoções e estados mentais de seus personagens. Diferente dos contos tradicionais, em que o conflito vem de ações e eventos externos, o conto psicológico explora a complexidade interna, fazendo disso a base de sua narrativa. Tudo é apresentado ao leitor a partir de um ponto de vista. Pautado nas lembranças e memórias dos agentes da trama, esse conto segue uma estrutura temporal não-linear. O espaço físico no qual a história acontece também é marcado pela subjetividade de seus personagens. Essa narrativa oferece uma visão íntima e detalhada da mente humana, tornando-se um meio eficaz de explorar temas existenciais e complexos. Convida o leitor à reflexão aprofundada, em conjunto com seu protagonista. Principais características do conto psicológico Esse estilo de escrita conta com algumas características principais, que a definem e diferenciam de outros contos mais comuns. Aqui estão elas: Tempo psicológico Uma das principais características desse tipo de conto é o uso do tempo psicológico. Consiste em narrar os fatos de acordo com as memórias dos personagens, seguindo seu tempo individual ao invés de um tempo cronológico. Assim, a narrativa torna-se menos linear e mais subjetiva, guiada por sentimentos e emoções ao invés de acontecimentos sucessivos. Isso também influencia o ritmo e o modo como as coisas acontecem no presente da história. A passagem do tempo é particular: quando fazemos algo de que gostamos, o tempo parece passar mais rápido do que quando estamos presos a uma atividade que não nos agrada, por exemplo. O uso dessas diferentes perspectivas temporais é uma das principais características encontradas nesse tipo de conto. Foco na interioridade O aprofundamento em diferentes estados mentais e seus impactos na percepção de mundo configuram os principais elementos de um conto psicológico. Afinal, o enredo se desenrola no interior da mente, não nos eventos e ações que ocorrem fora da cabeça do protagonista. O autor mergulha no psicológico, revelando a consciência através de lembranças, emoções e motivações. Esse foco permite conhecer a fundo angústias, desejos e dilemas pessoais, oferecendo uma representação rica e complexa da experiência humana. Além disso, essa interioridade em evidência cria uma conexão emocional intensa entre o leitor e a história. Ao compartilhar os pensamentos mais íntimos e vulneráveis dos personagens, o autor cria uma narrativa pessoal e introspectiva, características marcantes nessas curtas narrativas. Narrador personagem ou narrador onisciente O uso de um narrador em primeira pessoa ou de um narrador onisciente é norma para contos nessa categoria. Esses tipos de narradores permitem uma visão detalhada e aproximada dos pensamentos dos personagens. Para um conto psicológico, normalmente prefere-se o uso do narrador personagem, em primeira pessoa. Isso torna a leitura mais íntima e próxima, ainda que limitada, como se de fato o leitor estivesse dentro da cabeça do protagonista, sentindo e pensando junto com ele. Já um narrador onisciente pode oferecer uma perspectiva mais ampla, mergulhando nas mentes de vários sujeitos da narrativa. É usado quando se quer explorar diversas subjetividades e pontos de vista, mas oferece menos proximidade e intimidade, por ser na terceira pessoa. Temática existencial e reflexiva O conto psicológico enfatiza os conflitos internos, tomando-os como forças motoras da narrativa. Isso inclui dilemas morais, crises de identidade, medos, traumas e outros aspectos da psique humana. Esses conflitos são apresentados de forma a desafiar tanto os personagens quanto os leitores a pensarem sobre questões profundas e muitas vezes desconfortáveis. Por meio dessa introspecção, são explorados temas universais, como morte, amor e solidão, através de uma narrativa extremamente particular e subjetiva. Temáticas existenciais, filosóficas e sociais também são levantadas nesses contos de maneira complexa e multifacetada. Assim, muitas perguntas são feitas e poucas são respondidas, deixando espaço para que o leitor faça sua própria reflexão. Linguagem detalhada e figurativa A linguagem utilizada em contos psicológicos é rica, detalhada e simbólica. Proporciona descrições minuciosas e descritivas não só dos sentimentos dos personagens, mas também de como sua percepção do presente é afetada por eles. As descrições detalhadas transmitem a intensidade das emoções e a complexidade dos estados mentais. Essa atenção aos detalhes torna as nuances das experiências internas do protagonista mais claras ao leitor, enriquecendo a caracterização e a profundidade emocional da narrativa. O uso de linguagem figurativa também é essencial nesse tipo de conto. Indo além de uma escolha estilística, metáforas, ironias, sinestesias e hipérboles capturam de maneira ainda mais subjetiva o estado mental dos personagens. Transmitem os sentimentos retratados de forma mais íntima e, ao mesmo tempo, artística. Exemplos de autores de conto psicológico Para ter uma maior noção de como essas características são aplicadas em narrativas, separamos alguns dos nomes mais expoentes dentro desse tipo de conto. Confira: Clarice Lispector: uma das escritoras mais marcantes da literatura mundial, é conhecida por explorar o psicológico de seus personagens em suas histórias, sendo a maior representante desse tipo de narrativa no Brasil. Alguns de seus contos são Bonecos de barro, Mineirinho e Perdoando Deus. Machado de Assis: o grande nome do realismo brasileiro também escrevia contos, além de seus romances. Em suas obras, adentra nos pensamentos de seus personagens e se utiliza muito da ironia. Alguns de seus contos que possuem essas características

Adélia Prado ganha dois grandes prêmios de literatura em menos de uma semana 

Adélia Prado vence o Prêmio Camões de Literatura

A poetisa, romancista, contista, filósofa e professora Adélia Prado acaba de ganhar o Prêmio Camões de Literatura, considerado o mais importante da língua portuguesa. A decisão aconteceu nesta última quarta-feira (26), por meio de uma reunião virtual do júri. Adélia Prado quebra o esperado com sua vitória, que normalmente alterna entre os países falantes da língua portuguesa. O último vencedor do Brasil, Silvano Santiago, foi contemplado apenas 2 anos atrás. É o segundo grande prêmio de literatura que a autora ganha em menos de 7 dias: na quinta-feira da semana anterior (20), foi nomeada a vencedora do Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. As duas premiações seguidas consagram Adélia Prado como a maior poeta brasileira viva. Ao todo, a autora recebeu aproximadamente R$ 690.000 em dinheiro, somando as gratificações dos dois prêmios. São mais de meio milhão de reais em menos de uma semana conquistados pela autora! Adélia, em nota enviada à imprensa sobre as duas vitórias, diz: “Foi com muita alegria e emoção que recebi, hoje, dia 26 de junho, um telefonema da Sra. Dalila Rodrigues, ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões. Estava ainda comemorando o recebimento do Prêmio Machado de Assis, da ABL, e agora estou duplamente em festa. Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação.” Quem é Adélia Prado? Adélia Prado é um dos grandes nomes da literatura contemporânea brasileira, tendo publicado mais de 20 livros. Mineira, nasceu no ano de 1935 em Divinópolis e lá continua a residir. É conhecida principalmente por sua obra na poesia, mas também já escreveu romances, contos e crônicas. Em seus poemas, explora o cotidiano sob o olhar feminino, mergulhando em temas de fé, desejo e morte. Ficou conhecida por sua linguagem mais informal, assumindo um tom simples para falar com profundidade e delicadeza sobre questões que são ao mesmo tempo universais e íntimas. Começou sua carreira como escritora apenas aos 40 anos, quando enviou seu manuscrito para Carlos Drummond de Andrade. Encantado com os poemas, foi ele quem deu início a carreira de Adélia Prado, encaminhando seus escritos para uma editora. Assim publicou-se o primeiro livro da autora, Bagagem, em 1976. Foi muito bem recebido pela crítica, que apontaram seu estilo único e originalidade. Como escreveu o próprio Drummond na época, “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo”. O Prêmio Camões e o Prêmio Machado de Assis se juntam a muitos outros conquistados pela escritora. Em 1978, ela foi ganhadora do Prêmio Jabuti de Poesia com seu segundo livro, O Coração Disparado. Também conta com um Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil, conquistado em 2007 com Quando eu era pequena, seu primeiro livro infantil. Outros prêmios da autora são o Prêmio de Literatura do Governo de Minas, o Prêmio Literário da Fundação da Biblioteca Nacional e o Prêmio Clarice Lispector. Adélia Prado recentemente anunciou sua volta à poesia, que estava em silêncio há mais de uma década. Seu último livro, Merere, foi lançado em 2013. Depois disso, veio o que a autora chama de “deserto criativo”, um período que venceu apenas agora. Ela conta que o que a tirou da aridez desse bloqueio criativo foram seus próprios poemas: “Fui resgatada pela própria poesia; encontrei, em gavetas, poemas escritos na tenra juventude e, para minha surpresa, eles estavam em sintonia com minha experiência atual e desencadearam a ideia desse livro.” A nova coletânea de poemas da autora tem nome O Jardim das Oliveiras e tem previsão de ser lançada ainda neste ano. O que é o Prêmio Camões de Literatura? Considerado o prêmio mais prestigioso da língua portuguesa, o Prêmio Camões é concedido anualmente a autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como um modo de estreitar os laços dessas nações. Criado em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o prêmio leva o nome de Luiz Vaz de Camões, o maior escritor da língua portuguesa. Honrando este nome, os autores premiados contribuíram significativamente para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa com o conjunto de suas obras. O júri é composto por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa. Entre os 34 vencedores, estão nomes como Lygia Fagundes Telles, Chico Buarque, José Saramago, Mia Couto e Jorge Amado. Adélia Prado é a 15a brasileira a ser homenageada. Além do reconhecimento pelo conjunto de sua obra, o autor premiado recebe uma recompensa financeira de 100.000 €. Metade desse valor é fornecida pela Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e a outra metade pelo Governo de Portugal. O que é o Prêmio Machado de Assis? Outra premiação de grande destaque, o Prêmio Machado de Assis também leva em consideração o conjunto da obra de seus homenageados. Concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL), é considerado o principal prêmio literário brasileiro. Criado em 1941, é a premiação literária mais antiga do país, levando o nome de Machado de Assis, um dos principais escritores do Brasil e do mundo. Seus jurados são os membros vigentes da ABL, que fazem a escolha com base na produção literária dos escritores, destacando aqueles que tiveram o maior impacto cultural. Entre seus eles, estão nomes como João Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, Ana Maria Machado, Cecília Meireles, Mário Quintana e Rubem Fonseca. Adélia Prado é a 11a mulher a ganhar o prêmio. Além do reconhecimento pelo conjunto de sua obra, o autor premiado recebe também R$ 100.000, um diploma e um troféu. O troféu Quer conhecer outras mulheres essenciais para a literatura brasileira e mundial? Confira 10 escritoras marcantes da literatura e expanda suas referências culturais. Continue acompanhando o Blog da Viseu para mais informações e principais notícias sobre o mercado editorial. Até o próximo conteúdo!

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