Confira a entrevista exclusiva com Marcello Junqueira, autor de obras jurídicas, que acaba de lançar o livro Assédio moral: uma pandemia “silenciosa”.
Nesta conversa, o autor compartilha detalhes sobre o seu processo de escrita e explica como sua experiência pessoal o motivou a tratar o tema.
A metáfora do ‘’vírus’’, usada por Marcello, destaca como o assédio moral se espalha facilmente, passando despercebido e criando ambientes prejudiciais à dignidade humana.
A entrevista revela o esforço do autor em fornecer uma base sólida para que as pessoas possam identificar, entender e combater o assédio moral em suas diversas formas.
1. Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autor?
Marcello Junqueira: Efetivamente tarefa um pouco “difícil” falar de mim, contudo irei me esforçar. Sou servidor público do Estado do Rio de Janeiro, policial civil, oficial de Cartório Policial, honesto, probo e reto e, notadamente, verdadeiro, como água de rocha.
Formado em Fisioterapia, profissão com a qual não tive identificação, porém me serviu de diploma para me habilitar no concurso de nível superior e não somente fazer como ser exitoso, na prova, e, por conseguinte, no exercício do mister.
A minha jornada, de fato, no campo dos livros, haja vista este ser a minha segunda obra, nasceu de uma vontade pessoal, fruto de uma perseguição, um verdadeiro assédio moral que, sem dubiedade, deixou marcas e, até os tempos atuais, deixa, como duas cirurgias na coluna, tratamentos psicológicos e, sobretudo, a vontade de crescer em cima dessas pedras colocadas nos caminhos, tais como: “intimidações”; corte de salário; “exoneração” entre outras.
O que, clarividente, tive e tenho que estar revertendo tudo no Poder Judiciário, por isso a paixão se iniciou não só pelos livros, mas pelo Direito, faculdade que, nos últimos períodos, estou a fazer e, assim, com a graça divina, me formo em 2025.
A paixão, portanto, no campo Jurídico e Doutrinário, surgiu, de forma “violenta”, digamos com “sangue”, haja vista duas cirurgias sérias para “curar-se” e viver, ao menos, de forma “digna”. Este, de fato, foi o fôlego para escrever uma “autodefesa” e que, sem “querer”, virou o primeiro livro, e, doravante, o segundo e, em breve, o terceiro, o quarto e, assim, se Deus quiser, por diante.
2. O que o inspirou a escrever o livro?
Marcello Junqueira: A minha inspiração da escrita, como dito, veio não somente das “pancadas” do ofício, sem “aparente motivo”, mas também por ter tido uma educação e uma força, em Deus, com base na família, de me superar exatamente quando o barco de “nossa vida” balança.
Neste ponto, é exatamente para isso que o Mestre, Deus, espera, além de estudar muito para outros concursos e, de forma natural, para a faculdade, e, ainda, para elaborar “elegantes” obras.
3. Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro?
Marcello Junqueira: Ambos os livros, sem hesitar, são frutos de minha realidade profissional. Porquanto na primeira obra, viso não somente explicar como se procede em um Procedimento Administrativo Sancionador – sem perseguição – dentro da lei e, sobretudo, respeitando a Constituição Federal.
Do contrário, o que, comigo, não somente não fizeram, como passaram por cima de tudo, o que me levou a médicos, com surgimentos de síndromes físicas e psíquicas, ou seja, me aprofundei no tema e não somente me ajudei, como quis ajudar aos colegas que da mesma forma ou semelhante sofrem com os devidos manuais em mãos.
4. Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro?
Marcello Junqueira: Com a resolução desta nova obra, a segunda minha, que fala, de forma profunda, do Assédio Moral e os seus deletérios reflexos, do qual não só fui vítima como, de forma covarde, ainda sou.
Busquei encerrar este assunto com maestria e deixar claro o quão grave é este assunto que, inclusive, é tratado como um crime contra a humanidade.
Desta forma, de forma contínua, de forma, ainda emotiva, o meu caminho segue, com DEUS, mas sei que será árduo, desgastante, porém vitorioso, com o lançamento de novos livros.
Agora em diante, livros jurídicos, em sua totalidade, para fins didáticos e voltados aos operadores do Direito, ou seja, acadêmicos, juízes, promotores, procuradores, advogados, e, claro, a todos aqueles que buscam o conhecimento na área do Direito.
5. Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro?
Marcello Junqueira: Naturalmente pelos acontecimentos acima narrados, perseguições, humilhações, constrangimentos, intimidações, de todos os lados, surgiu, como “escovar os dentes”, para fazer o que tinha que ser feito, ou seja, me superar, buscar inspiração na minha própria história.
Neste tocante, essa segunda obra, prefaciada por um dos Maiores do Direito Administrativo do País, Dr. Sandro Lúcio Dezan, os processos criativos foram tão naturais, porque narrei a minha história, contudo de forma impessoal dentro do Próprio Direito posto.
6. Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar?
Marcello Junqueira: Um trecho que reflete, por assim “dizer”, toda a minha obra, é a tutela, indissociável e indelegável e, notadamente, irrenunciável, da proteção a um dos maiores bens do ser humano, ou seja, a Dignidade da Pessoa Humana.
O trecho que vou escolher de cujo título: “Abandono de Cargo’’
[…]O agente público que se encontra afastado, de posse de licença médica para tratar a saúde, por questões exageradas, não tem a menor intenção de abandonar o cargo, não somente porque está tratando a sua saúde, mas também porque está com a saúde debilitada.
A Autoridade que instaura Procedimento Administrativo Disciplinar, sabendo dessa condição ou tendo ciência, não somente tem que ser submetida a exame, sério, de capacidade de “demência”, como incorre em abuso de autoridade.
[…]7. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro?
Marcello Junqueira: Efetivamente, com forte dores, antes da segunda cirurgia, haja vista, na data corrente, estar com 3 (três) hérnias de disco, com radiculopatia, com isenção de carro PCD, fortes dores, dúvidas, assédio, o somatório de forças contrárias, salário cortado, dívidas em razão da covardia sofrida, tirando o meu único meio de sobreviver, foram, sem dúvidas, os maiores desafios, não somente físicos, mas também psíquicos.
8. Como você espera que seu livro impacte os leitores?
Marcello Junqueira: O livro que os leitores, de fato, terão em mãos, não somente aos que pelo Direito, como eu, são apaixonados, mas a todos, sem exceção, saibam e entendam a gravidade e periculosidade, dessa verdadeira “chaga social”, sem precedentes e que precisa, de uma forma conjunta, no campo médico, social, enfim, todas as classes, se juntarem e tentar entender e diminuir essa verdadeira “doença” que se alastrou, de forma irrefletida, na sociedade.
A gravidade do tema, Assédio Moral, é o que, com esse livro, viso não só alertar, mas colocar “luz à escuridão”.
9. Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir?
Marcello Junqueira: De forma medular e nevrálgica, desejo transmitir a seguinte mensagem: “Perigo, o Assédio Moral, de forma contumaz, pode levar a nossos semelhantes a efeitos deletérios que, por vezes, são irreversíveis.
10. Há algum personagem ou história no livro que você considere particularmente significativo?
Marcello Junqueira: Personificando, como exemplo, uma mensagem medular, é a Dignidade da Pessoa Humana, tratado, inclusive, internacional, que o Brasil o assinou como signatário e, posso, sem hesitar, me “incluir”, de fato, como o exemplo personificado.
11. Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores?
Marcello Junqueira: A leitura, de tempos, é sem dúvida, em minha singela opinião, não somente necessária para o crescimento moral e espiritual, do ser humano, em seu progresso, razão pela qual estamos aqui, nesta passagem, como é uma liberdade em forma de disciplina.
A prática da leitura deve ser feita, a meu juízo, deve ser praticada por todos, seja em qual disciplina for e no tempo que for, mas deva ser feito, pois ter de adquirir o conhecimento é o que pode e deve libertar o ser humano.
12. Além da literatura, quais são suas fontes de inspiração para escrever?
Marcello Junqueira: As inspirações, ao menos de minha parte, bastam viver, de fato, e ver, no dia a dia, o comportamento alheio, notadamente atualmente.
A leitura, de forma medular, é o ponto central para desenvolver a escrita, mas observar o dia a dia, as atitudes egocêntricas, egoístas, cada vez mais profusas, na sociedade, salta aos olhos e basta observar, ao acordar e sair de casa, em uma padaria, no trânsito, enfim, no seu próprio trabalho, como o meu.
13. O que a literatura e a escrita significam para você?
Marcello Junqueira: Significativamente, para mim, a leitura e a literatura, nos tempos hodiernos, para mim, significam como parte de meus hábitos, como por exemplo, escovar dentes, cuidar da saúde.
Acredito que não basta termos saúde, família, e, de forma paradoxal, não termos educação que, ponto incongruente, vem de forma inata ou se busca através da informação, da leitura que, em momento algum, nenhuma tecnologia irá substituir a busca do conhecimento por meio de livros.
14. Quais são seus planos futuros como escritor? Há novos projetos em desenvolvimento?
Marcello Junqueira: Acreditando ter descoberto, por meio de uma maneira “violenta”, um “dom”, tenho vontade e planejamento não somente de escrever outros livros, porém com a página virada do, segundo livro, tratando do Assédio moral, livros mais leves e voltados, de fato e de Direito, para a área pela qual não somente me identifico, como sou apaixonado.
15. Que conselho você daria para alguém que está começando a escrever seu primeiro livro?
Marcello Junqueira: Caso eu possa, por fim, dar conselhos para aqueles que querem colocar, de forma expressa, o que passa em seu coração, em sua mente, e transformar, este conhecimento, seja ele qual for, em livro, comece, pratique, e faça do dia a dia, um hábito natural de “estudar”, se qualificar, ler muito, observar demais o mundo, e colocar, aos poucos, no “papel”, ou melhor, no computador.