Na entrevista com Fernando Libório, autor de “33 Lições de Vida”, conhecemos sua inspiradora trajetória desde uma infância humilde até uma carreira de mais de 35 anos no Exército Brasileiro.
Libório compartilha como suas experiências pessoais — da vida na favela ao ingresso na carreira militar — moldaram sua visão de mundo e influenciaram a escrita de seu livro.
Ele fala sobre a superação da dislexia, o desejo de deixar um legado para as futuras gerações e a importância de transformar vidas através do conhecimento e da ação.
A seguir, você poderá acompanhar sua história de superação e os ensinamentos que marcaram sua jornada.
- Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autor?
Fernando Libório: Eu cresci em uma família muito pobre, constituída por um alfaiate e uma costureira, que saíram da Bahia, em busca de um mundo melhor no Rio de Janeiro.
Caçula de oito irmãos, pude contar com a ajuda de todos para fazer um curso preparatório para escola militar, em 1986. Consegui aprovação e fui matriculado, em 16 de fevereiro de 1987, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), o ponto inicial da minha carreira de mais de 35 anos.
De 1990 a 1993, cursei o nível superior na Academia Militar da Agulhas Negras (AMAN), me formando bacharel em Ciências Militares, especialista em logística militar e administração pública, com foco em gestão orçamentária e financeira. Busquei também especialização na área operacional, me tornando Paraquedista Militar, especialista em Dobragem, Manutenção de Paraquedas e Suprimento pelo Ar e Guerreiro de Selva, especialista em Operações na Selva.
Ao longo dessa minha trajetória, também tive outras experiências no mundo civil, como o Marketing de Relacionamento e a Maçonaria. Durante o período que estive na tropa, recebia garotos tímidos e assustados e conseguia transformá-los em homens fortes, confiantes, com uma autoestima elevadíssima, retornando para sociedade melhores do que entraram.
Obtive vários feedback de meus soldados e demais subordinados, que diziam ter se tornado bem-sucedidos, graças aos meus ensinamentos. Quando eu fui para reserva remunerada (aposentadoria), em 31 de março de 2022, procurei fazer algo novo para ocupar minha mente. Foi então que tive a ideia de criar uma marca: Metamorfose Multinível, para poder continuar fazendo o que mais gostava: transformar a vida de pessoas.
Decidi então contar algumas histórias que mais me marcaram e outras que usava para influenciar meus subordinados. Abri um canal no Youtube, para que pudesse alcançar mais pessoas. Tomei como meta 33 histórias, fazendo uma relação ao meu atual grau dentro da Maçonaria.
Naquele momento, não tinha ainda a intenção de escrever um livro, mesmo porque tenho uma dificuldade enorme com escrita, inclusive essa é uma das minhas lições. Eu venci a dislexia e escrevi o meu primeiro livro.
- O que o inspirou a escrever o livro?
Fernando Libório: Para contar essas histórias no meu Canal, eu tinha de escrevê-las primeiro, então ao final das 33 histórias, eu percebi que poderia juntar tudo e fazer um livro, a fim de ter esse legado também impresso.
O livro tem um alcance maior e mais duradouro. A intenção é deixar um legado para meus futuros descendentes. Sei muito pouco da trajetória do meu pai, menos ainda do meu avô e nada do meu bisavô. Eu não queria que acontecesse o mesmo comigo. Meu neto Théo conhecerá minha história e passará para o seu filho, essa foi a minha inspiração.
- Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro?
Fernando Libório: Os temas abordados estão ligados às minhas experiências pessoais desde a luta de meus pais, passando pela aquela fase de criança pobre da favela de Marechal Hermes, no Rio de Janeiro; minha adolescência na vida castrense das escolas de formação EsPCEx e AMAN; minhas experiências operacionais com os cursos de paraquedismo militar e operações na selva; meu contato com a Programação Neurolinguística, por intermédio do Marketing de Relacionamento e por fim, alguns ensinamentos que aprendi na Maçonaria. Juntei tudo isso em 33 Lições, fazendo uma alusão ao meu grau dentro da Maçonaria.
- Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro?
Fernando Libório: Bem! Eu sempre liderei minha tropa e minhas equipes de trabalho contando histórias. Algumas inventadas por mim, outras que aprendi com alguns Comandantes e outras que ouvi nas palestras de neurolinguística ou que li nos livros de autoajuda.
Então o processo criativo surgiu naturalmente. Bastou apenas buscar nas lembranças os episódios que mais me marcaram e fazer um link com alguma lição que aprendi nos livros de autoajuda, principalmente no livro: 16 Leis do Triunfo, de Napoleon Hill.
- Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro?
Fernando Libório: Minhas referências foram os grandes autores e palestrantes que conheci durante o período que tive imerso no Marketing de Relacionamento:
Napoleon Hill, Dale Carnegie, Anthony Robbins, Roberto Shinyashiki, Lair Ribeiro e mais recentemente, Jacob Petry. Pensei…por que não fazer o mesmo?
Vou escrever um livro que possa motivar as pessoas e influenciar jovens para o bem ou simplesmente dar o meu exemplo de superação.
- Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar?
Fernando Libório: Essa pergunta é muito difícil de responder, pois todas as lições têm trechos marcantes para mim. Mas têm uma em particular que aprendi na maçonaria. Desde que tive essa instrução ainda no grau de aprendiz a minha vida mudou.
Aprendi que do segredo do êxito em qualquer coisa que você se propuser a fazer, está no ajuste perfeito do tripé: Sabedoria, Força e Beleza. Execute essas três ações básicas sempre juntas e elas irão lhe conduzir ao sucesso, desde aquelas tarefas mais simples até aos projetos mais complexos.
Saiba que a sua vitória só acontecerá quando o seu tripé estiver bem alinhado e equilibrado. Assim como você ajusta um tripé para posicionar sua câmera, você precisa ajustar essas três ações. Como um passe de mágica, você passará a ter excelentes resultados, quando começar a colocar essa atividade simples em prática.
Quais são então as três ações que irão formar esse tripé?
- Saber Fazer (Sabedoria);
- Fazer (Força);
- Fazer Bem-feito (Beleza).
- Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro?
Fernando Libório: O primeiro foi superar a minha dificuldade de escrever e escolher apenas 33 histórias, pois são muitos anos de experiências.
- Como você espera que seu livro impacte os leitores?
Fernando Libório: Lendo minha história associada a alguma lição que aprendi, o leitor pode se identificar em algumas delas e aplicar no seu dia a dia.
Espero também que os motivem a contarem suas histórias também. Todos têm uma linda história para contar. A minha é apenas mais uma dentre milhares de outras magníficas.
- Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir?
Fernando Libório: A questão da Metamorfose. É possível mudar sua vida, por meio do pensamento e ações, que irão mudar o seu comportamento, basta querer. Se alguma coisa não está lhe fazendo bem, mude.
A vida é curta para ser desperdiçada. Viva da melhor forma possível. A vida é um combate, que merece ser lutado. No final de todo desafio, vem a glória da vitória e isso não tem preço. Metamorfoseia-vos!
- Há algum personagem ou história no livro que você considere particularmente significativo?
Fernando Libório: Os “Alinhavos da vida” de meu pai, que apostou na possibilidade de uma vida melhor no Rio de Janeiro, mas teve o seu sonho frustrado. Acabou indo morar em um barraco, na favela. Ele deu o seu suor para alimentar 10 bocas, como alfaiate. Faleceu de câncer aos 72 anos de idade e não pode participar de minha formatura, que era o seu sonho.
“A bença, minha mãe!” Essa foi sua parceira incontestável do meu pai. Ela nunca deixou a peteca cair. Levou a vida na maior alegria, nunca reclamou de nada. Infelizmente, teve toda a sua história apagada pelo Mal de Alzheimer. Foi com ela que vivi o melhor momento da minha carreira, na lendária “corrida da bença”.
- Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores?
Fernando Libório: Literatura é cultura. A leitura faz a pessoa viajar sem sair do lugar, pois ao ler, cria seus próprios cenários. O livro ativa o cérebro, despertando a imaginação; proporciona o desenvolvimento intelectual, estimulando o raciocínio; melhora o vocabulário; desenvolve o pensamento crítico; contribui para o combate ao estresse, nesse mundo de correria; traz motivação, diante de histórias que se encaixam em suas vidas; melhora a escrita e muitos outros benefícios.
- Além da literatura, quais são suas fontes de inspiração para escrever?
Fernando Libório: Filmes, músicas, palestras motivacionais e entrevistas.
- O que a literatura e a escrita significam para você?
Fernando Libório: Cultura e superação.
- Quais são seus planos futuros como escritor? Há novos projetos em desenvolvimento?
Fernando Libório: Pretendo escrever mais um, dando conselhos aos pais para que possam criar filhos vencedores. Filhos são o arremate de nossa costura. Aprendi que: “sucesso, sem sucessivos sucessores bem-sucedidos, é fracasso”.
15.Que conselho você daria para alguém que está começando a escrever seu primeiro livro?
Fernando Libório: Não desista! Não leve para o túmulo sua história, ela merece ser compartilhada com o mundo, ajudando a sociedade a se tornar cada vez melhor. Como disse Martin Luther King: “O que mais me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.