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Autora Ana Luiza Kalil lança Memórias da Juventude

Explorando a Poética de Ana Luiza Albuquerque Kalil: Memórias, Inspirações e a Jornada Literária

Nesta entrevista exclusiva, Ana Luiza Albuquerque Kalil compartilha sua jornada como escritora, seus processos criativos e o impacto transformador da poesia em sua vida. Nascida em Barbacena, Minas Gerais, Ana Luiza traz na bagagem não só sua carreira como advogada e procuradora municipal, mas também uma paixão antiga pela leitura e escrita, que floresceu desde a infância.

Na conversa, mergulhamos nas inspirações literárias, nos desafios enfrentados para a publicação de seu primeiro livro de poesias e no desejo contínuo de expressar o que há de mais humano através das palavras.

1 – Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autora?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Meu nome é Ana Luiza, nasci e moro na cidade de Barbacena/Minas Gerais. Sou procuradora municipal, e advogada. Desde criança meus pais, que sempre foram muito presentes na minha vida, incentivaram-me a ler. Sempre tinha um livrinho nas mãos. Comecei a escrever poesias aos 12 anos, e uma vez, na minha escola, foi promovida uma espécie de coletânea de poesias criadas pelos alunos.

Eu sempre participava, às vezes escrevia sozinha, outras, em parceria com colegas. Guardo estas recordações com muito carinho. Sempre amei estudar literatura e ler. Depois, fui morar em Viçosa para estudar direito, e minha escrita aumentou muito. E em cada fase da minha vida, sempre tinha uma poesia nova, geralmente refletindo o que eu estava vivenciando. Desde 2016, participo de concursos nacionais de poesias promovidos por diversas editoras. A mais significativa para mim, foi ter sido classificada em um concurso promovido pela editora da Universidade Federal de São João Del Rei, com a poesia “Livros”.  A leitura e a escrita sempre funcionaram como escape da realidade para mim.

2 – O que o inspirou a escrever o livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Eu sempre admirei muitos escritores e escritoras, sejam romancistas, contistas ou poetas. Achava lindas aquelas poesias árcades dos inconfidentes Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa; as poesias mórbidas/simbolistas de Alphonsus de Guimarães; e as românticas de Castro Alves, Álvares de Azevedo; a inteligência indiscutível de Machado de Assis, a aqueles romances açucarados de José de Alencar. Adoro ler poetas/contistas, Clarice Lispector, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles. Todas elas são orgulho do Brasil, e acho muito inteligente a forma como cada uma “joga” com as palavras.

Aí eu pensei, que seria muito bom para mim ter um livro publicado, com as poesias que eu escrevi ao longo da minha vida. Seria um pedaço da minha existência num livro. Diria então, que o que me inspirou a escrever o livro foi a literatura como um todo, e todos os autores por quem eu tenho admiração.

3 – Como a sua experiência pessoal se reflete nos temas abordados no livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Então, a poesia é sempre muito pessoal, geralmente se escreve aquele que está vivendo, sentindo. O poeta é muito sinestésico, ele ou ela precisam sentir, caso contrário, dificilmente haveria poesia. Pelo menos é a minha opinião.

Então, eu abordo temas como saudade, morte, amor, solidão, abundância, escassez, estações do ano, dúvidas existenciais. Sabe o trecho daquela linda poesia de Vinícius de Moraes, “Eu não existo sem você”, que diz: “Assim como o poeta só é grande se sofrer”. Não que o/a poeta são seres sofredores(rs), mas eles colocam em forma de poesias, os sentimentos latentes no seu coração. E comigo foi assim também, tudo que transborda em mim, transcrevo no papel.

4 – Pode nos contar um pouco sobre o processo criativo por trás deste livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: O processo criativo é bem simples: durante a noite, meu quarto, sentada na cama antes de dormir, minha agenda de poesias, e uma caneta. A solitude me acompanha neste processo criativo. Não existe uma preparação específica, a ideia surge, e eu coloco no papel. Em boa parte das vezes, crítico o que eu escrevo, mas depois vou refinando e fazendo ajustes.

5 – Quais foram suas principais referências criativas para escrever o livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Como eu já relatei, a referência criativa geralmente é aquele momento que estou vivendo; ou quando vejo algo bonito, como uma lua cheia, um céu azul; ou o outono, com as folhas secas das árvores espalhadas pelo chão. Sou muito sinestésica e observadora. Também gosto de escrever sobre sentimentos menos nobres, como egoísmo, prepotência e paixão. E paixão aqui em sentido latu, como as guerras, fúria, ódio. Então aquilo que eu observo, e de alguma forma mexe comigo, eu escrevo.

6 – Existe algum trecho do livro que você gostaria de citar?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Sim, gosto muito da poesia “O tempo, a saudade, o fim”, que já foi classificada em concurso de poesia:

“O vento da saudade bate forte.

Forte bate o galope do vento.

Mistura a lágrima à doce lembrança.

Os pensamentos se entorpecem ao rumor de um lamento”.

 

(…)

 

“O fim em ponto de interrogação.

Nunca termina o balanço da vida.

O que entender de uma doce partida?

Rastejando os ais de um choro contido.

Tormentosa fotografia de tempos antigos!”

7 – Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever o livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: O meu principal desafio foi a procrastinação. Passar as minhas poesias para o computador(rs). Apesar de não ser um livro longo, eu fui digitando aos poucos. Depois a formatação, e mandar para a editora. Há uns dois anos mandei para uma editora, cujo nome eu não me lembro, e não tive resposta. Depois, fui acrescentando mais poesias, refinando daqui, ajustando dali, até que surgiu a oportunidade de enviar para a editora Viseu, que, para minha alegria, aprovou meu rascunho, e me ofereceu a oportunidade de publicar. Com certeza foi um dia feliz para mim.

8 – Como você espera que seu livro impacte os leitores? 

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Olha, eu escrevo muito sobre a vida em geral, e este amálgama de sentimentos que alegram e ao mesmo tempo torturam os seres humanos, podem levar os leitores a lerem poesias simples, mas humanas. Então eu penso que muitas pessoas poderão se identificar sobre aquele sentimento que eu escrevi, ou aquela sensação transmitida pela minha poesia. E compartilhar sentimentos viscerais, reais, e ao mesmo tempo bucólicos, em um mundo tão “esplêndido”, individualista, pode fazer-nos lembrar da nossa própria humanidade.

 

9 – Existe uma mensagem principal que você deseja transmitir?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Que a vida não é uma linha reta, que nunca estamos prontos, que podemos ser luz e trevas, mas acima de tudo, que é importante viver cada etapa da nossa vida, sem nos anular como seres-humanos. E transcrevendo um trecho de uma poesia: 

“Não sou o apreço

que o mundo queria,

ou assim,

de mim se esperava.

 

Não sou o cartesiano

em linha reta,

ou o ponto final.

 

10 – Há algum personagem ou história no livro que você considere particularmente significativo?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Eu poderia citar algumas poesias que eu gosto muito: “pétalas que secam”, “reflexo a transitar”, “Sem Medida”, “Desabrochar”, “Sem Romantismo”. “Tempos da Psiquê”, “Livros”, “Sei que nada sei”, “ O tempo, a saudade, o fim”, “Sol que arde em mim”, “ Desabafo”, “Flor do Largo”. Ah, na verdade, eu gosto de todas.(rs)

11 – Como você acredita que a Literatura pode contribuir para a vida dos leitores?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: A literatura funciona como algo terapêutico, algo para sonhar, como um transe entre a vida real e o imaginário. A literatura, assim como a música, ajuda as pessoas a viverem melhor, a superar ou pelo menos atenuar momentos difíceis. Imagina um mundo sem a literatura? O ser-humano não consegue viver sem um enredo, uma história, algo para contar. 

12 – Além da literatura, quais são suas fontes de inspiração para escrever?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Como dito anteriormente, sentimentos humanos, bons ou ruins; a observação do belo, do simples, como uma flor branca caída no chão, uma brisa acolhedora, uma sensação gostosa. Sentimentos torpes, violentos, também são fontes de inspiração, afinal são humanos.

13 – O que a literatura e a escrita significam para você?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Significam boas lembranças. Minha mãe me ensinando a ler, e comprando livros infantis. Meu pai contando histórias antes de dormir, e me dando livros históricos para ler. Significa passar por momentos difíceis, e lembrar que no meu quarto tem um amigo em cima do criado-mudo. Significa um mundo colorido, mesmo que eu esteja passando por uma fase em preto e branco. 

14 – Quais são seus planos futuros como escritora? Há novos projetos em desenvolvimento?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Eu gostaria, quem sabe, de publicar outro livro de poesias (e vencer novamente a procrastinação). Tenho um sonho de publicar um livro de contos, já até escrevi um rascunho de suspense/terror. Mas isso, só o futuro dirá. 

15 – Que conselho você daria para alguém que está começando a escrever seu primeiro livro?

Ana Luiza Albuquerque Kalil: Que a insegurança é normal, mas que isso não o impeça de escrever o seu livro, e mandá-lo para uma editora de confiança. O medo de receber um “não” também é comum, mas que isso não o impeça de perseverar. E, em qualquer circunstância, acredite na sua obra. Você é o seu principal crítico literário.

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