A Invencível Espada de Moisés: conheça o universo de Antonio Veylla Guilhade

A literatura tem o poder de transformar vidas, e poucas histórias exemplificam isso quanto a de Antonio Veylla Guilhade.  Cearense de Crato, Antonio construiu uma trajetória marcada por resiliência, criatividade e paixão pelo conhecimento.  Autor do livro A Invencível Espada de Moisés, ele nos convida a mergulhar em um universo de aventuras, dilemas morais e profundas reflexões sobre fé, amizade e superação. Nesta entrevista exclusiva, Antonio compartilha os desafios de sua jornada como escritor, as inspirações por trás de sua obra e o impacto que a literatura teve em sua trajetória. Prepare-se para conhecer a história de um escritor que transforma sonhos engavetados em realizações e mostra que, com fé e esforço, é possível reinventar a própria realidade. Boa leitura! Para começar, poderia nos contar sobre você e sua jornada como autor? Antonio Veylla Guilhade: Eu sou cearense, de Crato, terra onde nasceu o padre Cícero. Tenho 41 anos, sou formado em Letras pela URCA (Universidade Regional do Cariri), no Crato. Sou professor da rede estadual do Ceará e também da rede particular de ensino. Desde criança, eu já gostava de ler. Era apaixonado pelos enredos dos desenhos animados e tinha gosto pela leitura. Já havia lido dois livros de Monteiro Lobato, sendo um deles seu primeiro livro infantil, Reinações de Narizinho. Na escola, eu me destacava em leitura e em redação escolar do tipo narrativo. Quando adolescente, aos 16 anos, fui morar em São Paulo e sempre visitava a biblioteca pública Malba Tahan, em São Bernardo do Campo. Lá, eu pegava livros emprestados e ainda me lembro dos dois primeiros que tomei emprestado: A Escrava Isaura e Senhora. Foi lá que li grandes clássicos como Dom Casmurro e, assim, me apaixonei pela literatura. Quando retornei ao Crato, já tinha 18 anos e comecei a me preparar sozinho, com livros emprestados, para o vestibular. Na época, eu não tinha celular, não existiam smartphones e eu também não tinha computador, por isso tive de estudar só, e com livros emprestados por amigos. Não fiz pré-vestibular, mas passei na minha primeira tentativa. Sou o primeiro filho da minha mãe a concluir um curso superior. Na mesma época, eu fazia teatro, outra paixão minha. Às vezes, eu mesmo escrevia os textos das esquetes que seriam apresentadas. Fiz teatro no Sesc, no teatro Rachel de Queiroz (ambos no Crato e em Juazeiro do Norte, no Ceará) e também em Paulínia, São Paulo. Em São Paulo, cheguei a fazer até um curso de dublagem de voz. Em 2010, me formei e, no mesmo mês em que me graduei, o Estado me ofereceu um contrato como professor substituto. Fiquei muito feliz, porque era meu primeiro emprego e eu ia trabalhar em uma escola onde, 15 anos antes, eu havia sido aluno. A partir daí, fui arrumando um contrato atrás do outro como professor, dividindo-me entre escolas municipais, públicas e privadas. Mas eu queria mais. Eu era bem ambicioso e queria voltar a morar em São Paulo, porque, no Crato, estava sem convites para participar de eventos no teatro, e eu queria continuar nessa área. Então, resolvi ir sozinho à São Paulo, para continuar a carreira como ator de teatro. Isso foi no ano de 2014. Em um mês morando lá, já estava com um contrato com a Secretaria de Educação do Estado e matriculado em um curso de teatro, em Paulínia, onde fui morar. Passei quatro anos em São Paulo. Antes de sair do Ceará, eu levei a vontade de vencer nas bagagens e as personagens do meu primeiro livro, A Invencível Espada de Moisés, na minha cabeça. Porém, nunca chegava a parar para escrever a história, no máximo, fazia pesquisas em livros de história geral ou na Bíblia, que me ajudariam a escrevê-la. Meu tempo em São Paulo foi passando, e foi um momento fantástico da minha vida. Tive contato com artistas, conheci minha atriz preferida, Regina Duarte, e participei como figurante de novelas do SBT e da Record, como Chiquititas e Escrava Mãe. Nessa mesma época, em janeiro de 2017, estava ocioso, aguardando vagas de trabalho. Então resolvi me ocupar escrevendo a tal história do garoto Moisés. Escrevi apenas os sete primeiros capítulos, mas a narrativa acabaria engavetada por quatro anos.  Por necessidade, precisei retornar ao Ceará. Passei três meses morando em Fortaleza, mas decidi voltar ao Crato para ficar com minha mãe. Depois, foi horrível, veio a pandemia. Na época, eu estudava Enfermagem e tudo foi fechado. A minha estreia no teatro como Judas Iscariotes foi cancelada. Foi um período frustrante, e o “fique em casa” foi para valer. Eu cancelei o curso de Enfermagem, e, com as escolas fechadas, fiquei desempregado, com apenas minha mãe para sustentar a casa. Então, cheguei à conclusão de que precisava ocupar a cabeça, que alguma coisa precisava ser feita para me ocupar em casa. Foi assim que resolvi desengavetar a historinha guardada no meu notebook, iniciada já havia quatro anos, já com sete capítulos prontos. Todos os dias, de manhã e tarde, eu ligava o notebook só para escrever a história, em um trabalho cansativo e solitário. Eu só parava à noite. Mas valeu a pena, pois, em 21 de maio daquele ano de pandemia, 2021, a história foi concluída. Ainda em 2021, enviei meu texto para a Editora Viseu. Em três dias, chegou o resultado que minha obra estava aprovada e que havia grande interesse por parte da editora em publicá-la, mas eu tinha que fazer um investimento. E eu não tinha dinheiro, pois não estava trabalhando naquela época de pandemia. Só tive uma alternativa que foi agradecer à Viseu pelo retorno e interesse e engavetar o projeto. Assim foi. Ao final de 2021, o governo do Ceará ia gradualmente liberando as restrições sociais. O Estado reabriu as escolas e, para minha felicidade, alguns amigos da igreja e do teatro, inacreditavelmente, no mesmo segundo, ligaram e mandaram mensagens para mim. Disseram que tinham visto meu nome no site da Secretaria da Educação do Crato, convocando-me para trabalhar como professor. E, a partir daí, eu

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