O Livro “Sociedades de Vidro”, de Wellington Rogério Viola, convida o leitor a mergulhar em um universo onde a fantasia e a realidade se entrelaçam de forma magistral.
A narrativa, feita a partir da ótica das casas dos zodíacos Sagitário, Aquário, Escorpião e Virgem, é rica em detalhes e simbolismos, trazendo cada uma suas peculiaridades e segredos.
O cenário de “Sociedades de Vidro” é um mosaico de colônias, cada uma representando diferentes aspectos da sociedade e do ser humano.
Grandária, a colônia central da narrativa, é um exemplo vívido de uma sociedade que, embora avançada e estruturada, esconde fragilidades que podem ser comparadas ao próprio vidro: bela e transparente, mas ao mesmo tempo frágil e suscetível a quebras.
Essa metáfora do vidro perpassa toda a obra, refletindo a natureza delicada das sociedades e dos indivíduos que as compõem.
Os personagens iniciais da trama, Brenner e Azazele, são figuras complexas cujas jornadas pessoais refletem os dilemas maiores de todo o livro. Brenner, um guardião, é movido por um senso de dever que muitas vezes entra em conflito com suas emoções e impulsos.
Azazele, por outro lado, é uma figura enigmática, cuja verdadeira natureza e origem são um mistério tanto para Brenner quanto para o leitor.
No primeiro capítulo, temos a figura de Awnrian, que representa a ponte entre o passado e o presente da narrativa. Sua busca pela verdade sobre seu antepassado e a lenda do dragão é um reflexo da busca da sociedade por suas raízes e identidade.
Assim, o livro aborda profundamente o tema do destino versus escolha. Os personagens que se sucedem à obra são frequentemente colocados em situações onde precisam escolher entre seguir o destino ou trilhar seu próprio caminho.
Essa dualidade é simbolizada pela figura do dragão, que é ao mesmo tempo um ser de poder e destruição, mas também um guardião de segredos e sabedoria.
Um tema recorrente na história gira em torno do sentido da palavra sacrifício. Brenner, por exemplo, é um personagem que se sacrifica pelo bem maior, refletindo a ideia de heroísmo que transcende a própria existência. A obra questiona o preço desses sacrifícios e seu impacto tanto na sociedade quanto nos indivíduos.
Para dar conta de toda a complexidade narrativa de “Sociedades de Vidro”, o autor imprime um estilo rico e detalhado, trazendo à tona um mundo vividamente construído.
A estrutura narrativa, dividida entre o passado (prólogo) e o presente (capítulo I), cria um diálogo entre as diferentes eras, destacando como os eventos passados impactam o presente.
Por fim, “Sociedades de Vidro” é uma obra que desafia o leitor através de uma narrativa envolvente e personagens complexos.
Assim, o livro não apenas conta uma história fascinante, mas também oferece um espelho para as fragilidades e forças da natureza humana, oferecendo reflexões profundas sobre a sociedade e o indivíduo, mesmo depois do fim da leitura!