Os Corcéis de Mananaan e o Livro de Marie

O casal carioca Marie e Raul, família franco-espanhol-portuguesa, militantes clandestinos contra as ditaduras de Franco, Salazar e militar brasileira, esbarram em acontecimentos incomuns em turnê teatral no interior do país, ela conhece Pedro, confesso Matuto atemporal, que lhe sugere buscar suas raízes portuguesas para escrever um livro. Meses depois, Marie e Raul vão à Coimbra devido à morte dos pais dela em suposto acidente, na verdade assassinados pelos salazaristas. Súbita aparição do Matuto adentrando a mata da Quinta das Lágrimas os atrai. Marie o segue, mas desmaia ao cruzar uma estradinha.
Dali em diante, a pretexto da busca de uma história, os personagens descortinam um mundo erótico e envolvente para os leitores em meio a uma narrativa densa de sentimentos passionais. Marie segue registrando relatos em vidas cíclicas de Inês de Castro, D. Pedro I, de seu escudeiro Afonso Madeira e outros, com presença de erotismo em doses crescentes, ambição, perversão e abuso do poder. Ficção e realidade entretecem relações entre personagens reais e ultra reais, desestruturando a vida do casal carioca. Estranhas verdades e acontecimentos não mais permitirão a banalidade da vida real de Raul, só lhe resta montar os corcéis de Mananaan em busca de sua realização. Marie, prestes a tudo desistir, conhece o guitarrista Gassner Madeira e monta com ele ( num cavalo real) rumo à estrada que os leva ao encontro com o Matuto, na verdade reencontro cíclico dos personagens envolvidos numa paixão atemporal. O reencontro poético fareja passos líricos camonianos para se consumar no prazer erótico das águas da Quinta do Matuto...